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GENOMA- ESCOLA TÉCNICA

MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

ALUNO: _____________________________________________________________________
1 MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

O sexto capítulo desta apostila aborda os conhecimentos acerca da Microbiologia e


Parasitologia, trazendo os principais conceitos, a partir de pesquisa bibliográfica e exemplos
ilustrativos.

6.1 Introdução à Microbiologia

A microbiologia é uma ciência que deriva da biologia. Ela vem se desenvolvendo nos
últimos tempos, devido à contribuição dos profissionais da área e demais estudiosos que se
dedicam a conhecer um mundo invisível, aparentemente, como afirmam Silva; Souza (2013).
A microbiologia tem como fim estudar os aspectos relativos ao mundo microbiano,
constituído por bactérias, fungos, protozoários, vírus e algas microscópicas, como ilustra a
Figura 1 a seguir.

Figura 1 - Micro-organismos estudados pela microbiologia

Bactérias Archaea Fungos

Vírus Algas Protozoários


Fonte: Adaptado de Lins (2010)

6.1.1 História da Microbiologia

A ciência da Microbiologia iniciou há algumas centenas de anos. A recente


descoberta de DNA de Mycobacterium tuberculosis em múmias egípcias de 3.000 anos de
idade chama a atenção para a presença desses microrganismos por muito mais tempo ao
nosso redor. Na verdade, os ancestrais das bactérias foram os primeiros seres vivos a
aparecer na Terra. Enquanto se sabe relativamente muito pouco a respeito do que os povos
mais primitivos pensavam sobre as causas, a transmissão e o tratamento das doenças, a
história das poucas centenas de anos passados é mais bem conhecida.

De acordo com estudos de Lins (2010), esta área do conhecimento teve seu início
com os relatos de Robert Hooke e Antony van Leeuwenhoek, que desenvolveram
microscópios que possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros
microrganismos, além de diversos espécimes biológicos. Apesar de van Leeuwenhoek ser
considerado o "pai" da microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de um
bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Na verdade, estes dois
pesquisadores devem ser considerados como pioneiros nesta ciência.

Apesar de muitos estudos acerca do tema, é sabido que a compreensão da natureza


e importância destes microrganismos progrediu lentamente. Somente no século XIX, com a
disseminação e melhoria dos microscópios e a evolução de técnicas laboratoriais, a
microbiologia ganhou o reconhecimento. Observar-se-ão a seguir algumas descobertas
históricas importantes acerca do tema.

O químico francês Louis Pasteur (1822-1895) buscou soluções para eliminar os


micro-organismos existentes no suco de uva, que seria usado para a produção do vinho. Ele
desenvolveu, então, um método de aquecimento e resfriamento, chamado de
pasteurização, amplamente empregado na indústria alimentícia hoje em dia.

O médico alemão Robert Koch (1843 - 1910) tentava encontrar a causa do


carbúnculo, ou antraz, doença que estava dizimando o gado na Europa. Para muitos
cientistas da época, era inconcebível que as doenças fossem causadas por seres invisíveis,
mas alguns, incluindo Pasteur e Koch, acreditavam com convicção que muitas doenças
fossem causadas por micro-organismos. Koch, então, descobriu que o agente causador do
carbúnculo era uma bactéria em forma de bastão. Assim, pôde constatar que bactérias
específicas causam doenças distintas.

Koch é também aclamado pela descoberta do micro-organismo responsável pela


tuberculose, doença que durante o século 19 foi responsável por um sétimo das mortes.
Utilizando-se das melhorias da microscopia e de técnicas de coloração, visto que muitos
micro-organismos são incolores, juntamente com suas técnicas de inoculações e cultivo em
meio de cultura, Koch conseguiu isolar a bactéria que causava a doença, vindo a receber o
Prêmio Nobel, em 1905, por esta descoberta.

O século XIX e o início do século XX foram conhecidos como a era de ouro da


microbiologia. Além de Pasteur e Koch, muitos outros cientistas contribuíram para a
compreensão do universo dos micro-organismos e as consequentes aplicações na pesquisa,
indústria e nos avanços na medicina. Outro nome importante foi o do microbiologista
escocês Alexander Fleming (1881-1955), que pela sua quase acidental descoberta abriu
novas fronteiras para a produção de drogas que combatessem os micro-organismos. A
contaminação por bolor (como eram mais conhecidos os fungos) em algumas placas, nas
quais ele cultivava bactérias, chamou sua atenção, posto que nelas, ao redor do fungo, as
colônias de bactérias não cresciam.

Este estranho fenômeno levou-o a descobrir que o fungo ali instalado, o Penicillium
notatum, liberava uma substância que inibia o crescimento dos outros micro-organismos.
Surgia, então, a penicilina. Outros cientistas haviam anteriormente identificado e produzido
substâncias com ação antibiótica, porém a descoberta de Fleming foi um grande avanço,
pois a produção da penicilina tornou-se rapidamente viável a partir de um organismo
simples, como um tipo de bolor. Muitas doenças de origem bacteriana puderam ser
combatidas eficientemente com a nova substância.

Os avanços ocorridos nos anos posteriores, nas mais diversas áreas da ciência,
encontraram nos micro-organismos um grande aliado para a fabricação de medicamentos,
melhoria na produção da indústria alimentícia, mediante técnicas utilizando transgênicos,
além de fornecer importantes informações sobre o funcionamento de organismos mais
complexos.

6.1.2 Importância da Microbiologia

A microbiologia tem grande importância, seja como ciência básica, voltada aos
estudos fisiológicos, bioquímicos e moleculares, ou aplicada, voltada para os processos
industriais, o controle de pragas, a produção de alimentos, etc. A microbiologia abrange
várias áreas de estudo, tais como:

a) odontologia: estudo de microrganismos associados à placa dental, cárie dental e


doenças periodontais. Estudos com abordagem preventiva;
b) medicina e enfermagem: doenças infecciosas e infecções hospitalares;
nutrição: doenças transmitidas por alimentos, controle de qualidade de
alimentos, produção de alimentos (queijos, bebidas);
c) biologia: aspectos básicos e biotecnológicos. Produção de antibióticos,
hormônios (insulina, GH), enzimas (lipases, celulases), insumos (ácidos, álcool),
despoluição (herbicidas - Pseudomonas, Petróleo), bio-filme (Acinetobacter),
etc.; e,
d) biotecnologia: uso de microrganismos com finalidades industriais, como agentes
de biodegradação, de limpeza ambiental, etc.

De acordo com Lins (2010), um dos aspectos mais negligenciados quando se estuda
a microbiologia refere-se às profundas mudanças que ocorreram no curso das civilizações,
decorrentes das doenças infecciosas. Durante as guerras, de forma geral, as doenças
provocavam um abatimento físico e moral da população e das tropas, muitas vezes
influenciando no desenrolar e no resultado de um conflito. A mobilização de tropas,
provocando aglomerações, muitas vezes longas, de soldados, em ambientes onde as
condições de higiene e de alimentação eram geralmente inadequadas, também colaborava
na disseminação de doenças infecciosas, para as quais não existiam recursos terapêuticos.

Ao mesmo tempo, em áreas urbanas em expansão, os problemas mencionados


acima eram também de grande importância, dado que rapidamente as cidades cresciam,
sendo que as instalações sanitárias geralmente eram completamente precárias. A prática do
comércio entre as diferentes nações emergentes também colaborou para a disseminação
dos organismos para outras populações, muitas vezes susceptíveis a aqueles agentes
infecciosos.

Observam-se a seguir alguns exemplos dos efeitos das doenças microbianas no


desenvolvimento de diferentes civilizações (LINS, 2010):
 O declínio do Império Romano, com Justiniano (565 AC), acelerado por epidemias
de peste bubônica e varíola;
 Durante a Idade Média várias novas epidemias se sucederam, sendo algumas
amplamente disseminadas pelos diferentes continentes e outras mais localizadas,
tais como: Tifo, varíola, sífilis, cólera e peste;
 Em 1346, houve uma grande epidemia da peste, que se disseminou pela “rota da
seda” (a principal rota mercante para a China), provocando um grande número de
mortes na Ásia e posteriormente espalhando-se pela Europa, resultando em um
total de cerca de 25 milhões de pessoas mortas, em poucos anos;
 Nos séculos XVI e XVII ocorreram novas epidemias de peste. Em 1566, Maximiliano
II da Alemanha reuniu um exército de 80.000 homens para enfrentar o Sultão
Soliman da Hungria. Devido a uma epidemia de tifo, o exército alemão foi
profundamente dizimado, sendo necessária a dispersão dos sobreviventes;
 Na guerra dos 30 anos (1618-1648), além do desgaste decorrente da longa
duração do confronto, as doenças foram determinantes no resultado final;
 No século XVIII (entre 1720 e 1722), uma última grande epidemia ocorreu na
França, matando cerca de 60% da população de Marselha, de Toulon, 44% em
Arles, 30% em Aix e Avignon;
 No século XIX, uma grande epidemia de peste originou-se na China, em 1892,
disseminando-se pela Índia, atingindo Bombaim em 1896, sendo responsável pela
morte de cerca de 6 milhões de indivíduos, somente na Índia;
 Na época de Napoleão, em 1812, seu exército foi quase que completamente
dizimado por tifo, disenteria e pneumonia, durante campanha de retirada de
Moscou. No ano seguinte, Napoleão perdeu cerca de 220.000 soldados jovens, em
decorrência de doenças infecciosas.

Até a década de 30, ainda e acordo com Lins (2010), o quadro era este. Foi quando
Alexander Fleming, incidentalmente, por assim dizer, descobriu a penicilina, como já descrito
anteriormente. Além destas epidemias, vale ressaltar a importância das diferentes
epidemias de gripe que assolaram o mundo e que continuam a manifestar-se de forma
bastante intensa até hoje, como a H1N1, e o Ebola, que vem fazendo vítimas a cada dia nos
países do continente africano.

Há, ainda, o problema mundial envolvendo a Aids, o retorno da tuberculose (17


milhões de casos no Brasil, até o ano de 2008) e do aumento progressivo dos níveis de
resistência aos agentes antimicrobianos que vários grupos de bactérias vêm apresentando
atualmente.

6.1.3 Principais Características dos Micro-organismos

Apresentam-se a seguir os principais micro-organismos e suas características.

 Bactérias:

Do grego bakteria (bastão), as bactérias são organismos unicelulares, procariontes,


ou seja, não possuem envoltório nuclear, nem organelas membranosas. Podem ser
encontrados na forma isolada ou em colônias. Podem viver na presença de ar (aeróbias), na
ausência de ar (anaeróbias), ou ainda serem anaeróbias facultativas. As bactérias são um dos
organismos mais antigos, com evidência encontrada em rochas de 3,8 bilhões de anos. São
microscópicas, com dimensões que variam de 0,5 a 5 micrômetros. As bactérias são
conhecidas como os organismos mais bem-sucedidos do planeta em relação ao número de
indivíduos. A quantidade de bactérias no intestino de uma pessoa é superior ao número
total de células humanas no corpo da mesma, por exemplo. Em relação às formas, de acordo
com Lins (2010), a maioria das bactérias estudadas segue um padrão menos variável,
embora existam vários tipos morfológicos distintos.

 Fungos:

São microrganismos considerados um pouco mais evoluídos do que as bactérias,


pois são seres eucariontes (possuem o material genético delimitado pela membrana nuclear)
e além de unicelulares (leveduras) também podem ser pluricelulares. São heterotróficos e
obtêm energia dos mais diversos substratos. Estes organismos também possuem parede
celular como as bactérias, mas nesta há a presença de uma substância quitinosa. Sua
estrutura vegetativa é representada por hifas, cujo conjunto constitui o denominado micélio.
Até pouco tempo, eram considerados como pertencentes ao reino Vegetal, mas, pelas
considerações feitas acima, a tendência atual é considerá-los num reino à parte, o reino
Fungi.

 Vírus:

Os vírus são seres muito simples e pequenos, que medem menos de 0,2 µm,
formados basicamente por uma cápsula proteica, envolvendo o material genético, que,
dependendo do seu tipo, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). Por ser
um parasita intracelular obrigatório, os vírus não são considerados organismos vivos, pois
quando estes estão fora de uma célula hospedeira não conseguem realizar nenhuma de suas
funções.

6.1.4 Constituintes e Morfologia da Célula Bacteriana

A célula bacteriana é composta por: parede celular, cápsula, membrana plasmática,


citoplasma, genoma e flagelos, os quais serão descritos a seguir.

 Parede celular:

A parede celular, pela sua rigidez, forma um estojo que garante a estabillidade da
forma característica da bactéria, protegendo-a de agressões externas e das variações de
pressão osmótica. Esta estrutura de base da parede das bactérias é específica de cada
espécie bacteriana. A composição e a estrutura da parede celular determinam o
comportamento da célula em face de um dos métodos de coloração bacteriológicos: a
coloração de Gram. Este método de coloração foi desenvolvido pelo médico dinamarquês,
Hans Christian Joachim Gram, em 1884. Trata-se de um tratamento suscessivo de um
esfregaço basteriano, fixado pelo calor, com os reagentes: cristal violeta, lugol, etanol-
acetona e fucsina básica. Esta técnica possibilita a separação de amostras bacterianas em
Gram-positivas e negativas, bem como a determinacao da morfologia e do tamanho das
amostras analisadas.

 Cápsula:

Algumas espécies bacterianas elaboram uma volumosa cápsula de natureza


polissacarídica (cuja espessura ultrapassa muitas vezes a própria espessura da célula). Esta
cápsula desempenha um papel determinante na resistência à ingestão e à digestão pelas
células fagocitárias nos processos infecciosos, ou participa na aderência dos organismos
entre si ou ao substrato. É particularmente o caso do pneumococus Streptococcus
pneumoniae, agente causador de pneumonias bacterianas.

 Membrana plasmática:

A membrana plasmática pode encontrar-se encostada ou ligeiramente afastada da


camada de peptidoglicano pelo espaço periplasmático. A estrutura desta membrana é
semelhante àquela das células eucarióticas. Na célula bacteriana, a membrana é suporte de
grande parte da atividade metabólica e assegura a respiração, nas bactérias aeróbias. Além
disso, a membrana plasmática assegura, assim como nas células eucarióticas, o transporte
seletivo de moléculas e a saída das enzimas responsáveis pela síntese da parede celular.
Existe um dobramento da membrana celular denominada mesossomo, responsável pela
respiração bacteriana. Na superfície das bactérias encontram-se filamentos proteicos longos,
com 20 nm de diâmetro. Uns são implicados nos processos de aderência das bactérias entre
elas ou a substratos como os tecidos do corpo humano; são designados por fímbria; outros
intervêm na transferência de material genético entre bactérias; são designados por pili
sexuais. Alguns autores designam ambos por pili (pilus, pili).

 Citoplasma:

O citoplasma da célula bacteriana ocupa todo o espaço intracelular. É um meio


viscoso, rico em proteínas, no qual se encontram numerosos ribossomas de e inclusões de
diversa natureza. Não contém vacúolos. Entre as diversas inclusões detectáveis no
citoplasma, referem-se: os grãos de glicogênio e de poli-b-hidroxibutirato, que constituem
reservas de carbono (fornecimento de energia para a bactéria).

 Genoma:

O genoma bacteriano ocupa a região central da célula, chamada por nucleoide. O


genoma é constituído por uma única molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA), fechada
em anel, com o cromossomo bacteriano comumente colado à membrana plasmática.

O cromossomo não é o único repositório de informação genética da bactéria.


Existem ainda pequenos anéis de DNA, designados por plasmídeos, com autonomia de
replicação. Os plasmídeos são responsáveis por características específicas, tais como:
resistência a antibióticos e produção de toxinas. Os plasmídeos são transferíveis de uma
bactéria a outras, não só por meio da divisão celular, mas também a partir de estruturas
tubulares, os pili sexuais, que estabelecem a ponte entre duas bactérias. São estes
plasmídios os responsáveis pela resistência bacteriana aos antibióticos.
 Flagelos:

Algumas bactérias são dotadas de capacidade de locomoção. Para tanto, dispõem


de um ou mais flagelos, com cerca de 20 nm de diâmetro. As espiroquetas possuem um
conjunto vasto de flagelos, enrolados externa e helicoidalmente em volta da célula,
denominados flagelos periplasmáticos. Os flagelos estão ancorados por meio de uma
estrutura que atravessa a parede celular, o espaço periplasmático e a membrana plasmática,
designada por corpo basal.

Figura 2 - Flagelos

Fonte: Adaptado de Lins (2010)

6.1.5 Formas Celulares e Tipos de Colônias Bacterianas

As células bacterianas podem apresentar forma esférica (coco), de bastonete


(bacilo), espiralada (espirilo) e também de vírgula (vibrião). As colônias podem ser de dois
cocos unidos (diplococos), oito cocos formando um cubo (sarcinas), cocos alinhados em
cadeia (estreptococos), cocos reunidos em forma de cacho de uva (estafilococos).

Os bacilos têm forma de bastonetes, podendo apresentar extremidades retas


(Bacillus anthracis) e arredondadas (Salmonella, E. coli). Os bacilos exibem menor variedade
de arranjos, sendo encontrados isolados, como diplobacilos ou ainda como estreptobacilos.
Os bacilos podem também apresentar-se como pequenas vírgulas (Vibrio cholerae).

No caso das bactérias espiraladas, sua nomenclatura é bastante controvertida. Um


tipo de classificação divide os espiralados em dois grupos: as espiroquetas, que apresentam
uma forma de espiral flexível, possuindo flagelos; e os espirilos, que exibem geralmente
morfologia de espiral incompleta e rígida. Há ainda formas intermediárias como os
cocobacilos; formas pleomórficas (quando o microrganismo não tem uma morfologia
padrão), tal como Mycoplasma. A Figura 3 a seguir ilustra as formas celulares das bactérias.
Figura 3 - Formas celulares bacterianas

Estreptococos
Cocos e diplococos

Estafilococos Espirilo

Bacilo
Vibrião

Fonte: Adaptado de Lins (2010)

6.1.6 Reprodução Bacteriana

As bactérias se reproduzem com grande rapidez, dando origem a um número muito


grande de descendentes em apenas algumas horas. A maioria delas reproduz-se
assexuadamente, por cissiparidade, também chamada de divisão simples ou bipartição,
como ilustra a Figura 4 abaixo. Aqui, cada bactéria divide-se em duas outras bactérias
geneticamente iguais, supondo-se que não ocorram mutações, ou seja, alterações em seu
material genético.

Figura 4 - Reprodução assexuada por bipartição


Fonte: Só Biologia (s/d)

(Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera3.php)


 Esporulação:

De acordo com os estudos publicados no Portal Só Biologia (s/d), algumas espécies


de bactérias, em determinadas condições ambientais, originam estruturas resistentes
denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, formando uma parede
grossa, cuja atividade metabólica torna-se muito reduzida. Alguns esporos são capazes de se
manter em estado de dormência por dezenas de anos, e, ao encontrar um ambiente
adequado, este se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por
divisão binária. Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando
expostos à água em ebulição.

 Reprodução sexuada:

Bactérias consideram reprodução sexuada qualquer processo de transferência de


fragmentos de DNA de uma célula para outra. Uma vez transferido, o DNA da bactéria
doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas
de genes. Tais cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas quando a
bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer
transformação, transdução ou por conjugação (PORTAL SÓ BIOLOGIA, s/d).

 Transformação:

No processo de transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no


meio e incorpora estas moléculas a sua cromatina, como ilustra a Figura 5 abaixo. Esse DNA
pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas. Tal processo ocorre
espontaneamente na natureza. Os cientistas utilizam a transformação como uma técnica de
Engenharia Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas,
de acordo com o Portal Só Biologia (s/d).

Figura 5 - Processo de transformação das bactérias

Fonte: Só Biologia (s/d)

(Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biomonera3.php)

 Transdução:

A transdução é um processo onde as moléculas de DNA são transferidas de uma


bactéria a outra usando vírus como vetores (bactériófagos), conforme ilustra a Figura 6
abaixo. Estes, ao penetrar dentro das bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de
DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o
DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Neste caso, se a bactéria sobreviver à infecção
viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.

Figura 6 - Processo de transdução das bactérias

Fonte: Só Biologia (s/d)

 Conjugação:

Na conjugação bacteriana, os pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria


doadora para uma receptora. Isso acontece a partir de microscópicos tubos proteicos,
chamados pili, que as bactérias possuem em sua superfície. O fragmento de DNA transferido
se recombina com o cromossomo da outra bactéria, produzindo novas misturas genéticas,
que serão transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular, como ilustra a Figura 7 a
seguir.

Figura 7 - Conjugação bacteriana mostrando o pili sexual

Fonte: Só Biologia (s/d)

6.1.7 Microbiota Normal Humana

De acordo com Machado (2008), a microbiota normal humana desenvolve-se desde


o nascimento até as diversas fases da vida adulta, resultando em comunidades bacterianas
estáveis. Há fatores que controlam a composição da microbiota em uma dada região do
corpo. Estes estão relacionados à natureza do ambiente local, tais como temperatura, pH,
água, oxigenação, nutrientes e fatores mais complexos como a ação de componentes do
sistema imunológico.
Segundo a autora, estima-se que o corpo humano, que contém cerca de 10 trilhões
de células, seja rotineiramente portador de aproximadamente 100 trilhões de bactérias. A
composição da microbiota bacteriana humana é relativamente estável com gêneros
específicos ocupando as diversas regiões do corpo durante períodos particulares na vida de
um indivíduo. A microbiota humana desempenha funções importantes na saúde e na
doença.

Os microrganismos membros da microbiota humana podem existir como


mutualistas, comensais e oportunistas, conforme se descreve a seguir (MACHADO, 2008):

a) mutualistas: nos casos em que protegem o hospedeiro competindo por


microambientes de forma mais eficiente que patógenos comuns (resistência à
colonização), produzindo nutrientes importantes e contribuindo para o
desenvolvimento do sistema imunológico;
b) comensais: quando mantêm associações aparentemente neutras sem benefícios
ou malefícios detectáveis; e,
c) oportunistas: nos casos em que causam doenças em indivíduos
imunocomprometidos devido a diversas condições, tais como: infecção
pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, terapia imunossupressora de
transplantados, radioterapia, quimioterapia anticâncer, queimaduras extensas
ou perfurações das mucosas.

Machado (2008) afirma também que a microbiota humana constitui um dos


mecanismos de defesa contra a patogênese bacteriana, porém, ainda que a maioria dos
componentes da microbiota normal seja inofensiva a indivíduos sadios, esta pode constituir
um reservatório de bactérias potencialmente patogênicas. Muitas bactérias da microbiota
normal agem como oportunistas e nestas condições, a microbiota residente pode ser
incapaz de suprimir patógenos transitórios ou alguns membros da microbiota podem invadir
os tecidos do hospedeiro e causar graves doenças.

Muitas bactérias da microbiota normal podem agir como oportunistas. Nestas


condições a microbiota residente pode ser incapaz de suprimir patógenos transitórios, ou
mesmo, alguns membros da microbiota podem invadir os tecidos do hospedeiro causando
doenças muitas vezes graves. “Em indivíduos sadios, algumas espécies de bactérias da
microbiota oral causam cáries em 80% da população” (MACHADO, 2008, p. 10).

De acordo com Miguel Jr. (2012), os tratos digestivos, urogenital inferior


(especialmente feminino) e respiratório superior (boca, garganta, nariz e traqueia), além da
pele, são áreas onde a microbiota se instala assim que o indivíduo deixa o útero materno.
Toda a microbiota do ser humano pesa cerca de 1,5 kg e tem atividade metabólica
semelhante ao fígado, o maior órgão do corpo.

6.1.8 Microbiota da Boca e das Vias Aéreas Superiores

Para Larissay; Marques; Oyie (2012), quando o indivíduo nasce, as mucosas da boca
e da faringe quase sempre são estéreis, e podem ser contaminadas durante a passagem pelo
canal de parto. Nas primeiras 4 a 12 horas de vida, os Streptococcus viridans colonizam, e se
tornam os membros mais importantes da microbiota residente, permanecendo por toda
vida. No início da vida, aparecem também os estafilococos aeróbios e anaeróbios, os
diplococos gram (-) e lactobacilos.

 Microbiota Normal do Trato Intestinal:

Ao nascimento o intestino é estéril. Os microrganismos são, então, introduzidos a


partir dos alimentos. Nos lactentes amamentados ao seio, o intestino é repleto de
microrganismos aeróbios e anaeróbios, e também gram positivos, com destaque para os
estreptococos e lactobacilos, que são produtores de ácido láctico. O esôfago contém
microrganismos provenientes da saliva e dos alimentos. No estômago, o nível de
microrganismos se mantém mínimo devido à acidez gástrica. O pH ácido do estômago
protege o indivíduo de infecções por alguns patógenos entéricos. À medida que o pH do
conteúdo intestinal se torna alcalino, a microbiota residente aumenta gradualmente
(LARISSAY; MARQUES; OYIE, 2012).

 Microbiota do Trato Geniturinário:

Larissay; Marques; Oyie (2012) afirma que uretra anterior, de ambos os sexos,
contém pequeno número de microrganismos provenientes da pele. Estes aparecem
regularmente na urina normal eliminada. A microbiota normal da vagina funciona da
seguinte forma: após o nascimento, aparecem lactobacilos aeróbios que persistem enquanto
o pH estiver ácido (várias semanas). Quando, então, o pH se torna neutro (até a puberdade),
aparece uma flora mista composta de cocos e bacilos. Na puberdade, os lactobacilos
aeróbios e anaeróbios reaparecem em grande quantidade, contribuindo, assim, para a
manutenção do pH ácido. Quando os lactobacilos são suprimidos por algum agente
antimicrobiano, as leveduras ou bactérias aumentam em número, causando inflamação e
irritação local. Após a menopausa, os lactobacilos diminuem em número, e reaparece uma
flora mista.

As bactérias que compõem a microbiota normal ajudam a defender o organismo


das bactérias causadoras de doenças, pois uma vez que as bactérias da microbiota do
indivíduo estão sendo colonizadas, elas inibirão o crescimento de bactérias patogênicas.
Porém, em alguns casos, quando há o desequilíbrio da flora bacteriana ou quando estas são
levadas a outros sítios corporais pode haver o desenvolvimento de doenças em sítios
localizados. Um exemplo claro disto, que ocorre principalmente com as mulheres, é o
desenvolvimento de infecção urinária por bactérias intestinais, que chegaram às vias
urinárias por conta de higiene inadequada.

6.1.9 Principais Doenças Causadas por Bactérias

As principais doenças caudas por bactérias são: tuberculose, hanseníase, tétano,


leptospirose, gonorreia ou blenorragia, sífilis, cólera, meningite meningocócica. A seguir,
serão descritas as suas principais características.

 Tuberculose:

A tuberculose é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch,


uma homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista Robert Koch. A forma mais frequente
e generalizada da doença é a tuberculose pulmonar, conforme afirma Silva (2012). A
tuberculose pulmonar é a forma mais frequente e generalizada da doença. Entretanto, nao é
raro que o bacilo da tuberculose afete tambem outras areas do organismo, tais como a
laringe, os ossos, as articulacoes, a pele, os glânglios linfáticos, o intestino, além dos rins e do
sistema nervoso, como advoga o autor acima citado (GARCIA et al. 2004; MARTINS et al.,
1996 apud SILVA, 2012).

A tuberculose miliar consiste num alastramento da infeção a diversas partes do


organismo, por via sanguínea, conforme afirma Paraná (2010 apud SILVA, 2012). Este é um
tipo de tuberculose pode atingir as meninges, causando infecções graves denominadas de
"meningite tuberculosa". O seu contágio ocorre principalmente pelo ar, por conta dos
aerossóis no ar que são expelidas quando pessoas com tuberculose infecciosa tossem,
espirram, falam ou cantam. Contatos próximos a pessoas têm alto risco de se infectarem.
Conforme o paciente tem sucesso em seu tratamento, que tem a duracao de seis meses, o
risco de transmissão diminui significativamente. Nos primeiros meses, já se observa a
melhora do paciente e, muitas vezes, este tratamento é interrompido em funcao disto.
Entretanto, a eficácia do tratamento depende que ela seja cumprido até o final, sem
interrupções.

 Hanseníase (lepra):

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida pelo bacilo de Hansen. O


agente infeccioso da lepra, nome vulgar da hanseníase, é o bacilo Mycobacterium leprae,
que se multiplica bem devagar e manifesta-se principalmente na pele, nervos e membranas
mucosas. A lepra tem uma ampla gama de possíveis manifestações clínicas. Os pacientes
podem ser classificados como tendo hanseníase paucibacilar, que é a forma mais leve,
caracterizada por uma ou mais manchas na pele, ou multibacilar, associada a lesões em
congestão nasal e sangramento pelo nariz.

O modo de transmissão da lepra ainda é incerto, porém, a maioria dos


pesquisadores acredita que o Mycobacterium leprae é geralmente transmitido de pessoa
para pessoa, por meio de gotículas da respiração. As pessoas com maior risco de contrair
lepra são aquelas com contato próximo a pacientes com a doença ativa e sem tratamento,
especialmente no que diz respeito à hanseníase multibacilar.

 Tétano:

Causado pelo bacilo do tétano (Clostridium tetani), o tétano é uma doença


infecciosa, não transmissível de um indivíduo para outro, que pode ocorrer em pessoas não
imunes, aquelas sem níveis adequados de anticorpos protetores (que não foram vacinadas).
Os anticorpos protetores são induzidos exclusivamente pela aplicação da vacina antitetânica,
uma vez que a neurotoxina produzida, Clostridium tetani, em razão de atuar em quantidades
extremamente reduzidas, é capaz de produzir a doença, mas não a imunidade (MARTINS &
CASTIÑEIRAS, 2006).

De acordo com os autores citados acima, esporos do Clostridium tetani são


encontrados habitualmente no solo e, sem causar o tétano, nos intestinos e fezes de
animais, como cavalos, bois, carneiros, porcos, galinhas, etc. Também podem ser
encontrados na pele, no intestino e fezes de seres humanos, sem causar a doença,
principalmente em áreas rurais. Quando em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio),
como no caso dos ferimentos ocorridos em certas condições no ambiente (solo, poeira,
esterco, superfície de objetos - principalmente quando metálicos e enferrujados), os esporos
germinam para a forma vegetativa do Clostridium tetani, que se multiplica e produz duas
exotoxinas, a tetanolisina, cuja ação ainda é desconhecida, e a tetanospasmina, uma
neurotoxina, e ambas são disseminadas por meio do sistema circulatório (sanguíneo e
linfático). A tetanospasmina, responsável pelas manifestações clínicas do tétano, é uma
neurotoxina extremamente potente, capaz de ser letal para seres humanos em doses de
muito pequenas.

 Leptospirose:

A Leptospirose é causada pela Leptospira interrogans. Seu agente causal pertence


ao gênero Leptospira, que são bactérias espiraladas, longas, finas, pontiagudas, com ganchos
nas extremidades e ativamente móveis, de acordo com Genovez (2009).

Para Genovez (2009), a ocorrência de leptospirose está vinculada aos fatores


ambientais, que podem dar lugar a um foco de infecção, cuja amplitude está na dependência
de condições favoráveis. As bactérias que causam a leptospirose podem permanecer viáveis
em água limpa por até 152 dias, mas não toleram alta salinidade, dessecação, pH ácido e a
competição bacteriana em meios muito contaminados. A água das chuvas é ideal para a sua
sobrevivência, por exemplo.

Na zona urbana, principalmente dos grandes centros, durante a época das chuvas,
as inundações se constituem no principal fator de risco para a ocorrência de surtos
epidêmicos de leptospirose humana. Localidades com más condições de saneamento básico
são as principalmente acometidas de surtos devido à presença de esgoto a céu aberto e
lixões, proximidade com córregos, os quais propiciam o contato direto com as águas
contaminadas com urina de roedores (ratos e camundongos) (GENOVEZ, 2009).

 Gonorreia ou blenorragia:

Como afirma Avalo (2012), a gonorreia é uma doença sexualmente transmissível


(DST) comum, também conhecida como blenorragia ou esquentamento. Ela Pode afetar
todas as partes do corpo, embora apareça primeiramente nas áreas genitais. É causada por
uma bactéria, o gonococo (Neisseria gonorrhoeae). Na maioria das vezes, ela é transmitida
por meio da relação sexual. Nos homens, a infecção normalmente começa na uretra, que é
canal urinário, enquanto que nas mulheres, a bactéria normalmente infecta primeiramente
o colo do útero. A bactéria pode infectar também a garganta e o reto, após sexo oral e anal.
Um bebê, cuja mãe tenha gonorreia, pode ter seus olhos infectados durante o nascimento
ao passar pelo canal vaginal, conforme descreve Avalo (2012).

De acordo com a autora, é possível ter gonorreia, sem que haja qualquer sintoma
evidente. Entretanto, quando há sintomas, normalmente eles aparecem entre 2 e 10 dias
após a infecção, podendo incluir:
a) sensação de queimação ou dor ao urinar;
b) vontade frequente de urinar;
c) corrimento turvo e denso do pênis;
d) corrimento vaginal turvo, amarelo com odor desagradável;
e) as mulheres podem sentir dores estomacais;
f) pode ocorrer sangramento menstrual anormal;
g) ânus ou reto inflamados, após haver relação sexual anal;
h) inflamação de garganta, após haver relação sexual oral; e,
i) dor no escroto ou testículos.

Avalo (2012) afirma, ainda, que muitas disfunções e doenças sexualmente


transmissíveis podem causar sintomas similares àqueles da gonorreia. Para saber se há
contaminação por gonorreia, o médico examinará uma amostra do corrimento da uretra do
pênis ou do colo do útero. Outra forma de teste é um novo exame de urina, chamado de
líquido céfalo-raquidiano (LCR). O tratamento da gonorreia se dá com a prescrição de
antibióticos, administrados por via oral ou por injeções. É comum que os portadores de
gonorreia também estejam acometidos por chlamidya, que é outra doença sexualmente
transmissível. Nestes casos, é provável que se use mais de um remédio, de modo a curar
ambas as doenças. É importante que o paciente informe ao médico, caso seja alérgico à
penicilina.

 Sífilis:

Provocada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma das doenças


sexualmente transmissíveis, cuja transmissão é, basicamente, por contato sexual sem
preservativos. Pode também ser transmitida da mãe para o feto. A doença é dividida em três
frases, denominadas de sífilis primária, secundária e sífilis terciária. O aliado mais poderoso
na prevenção da sífilis é o uso do preservativo.

Como publicado pela Revista Bahia (2010), a lesão primária apresenta-se como um
úlcera, (semelhante a uma afta), não dolorosa nos órgãos genitais, que surge 2 semanas
após o contato sexual. Nas mulheres pode passar despercebida, visto que é indolor e
costuma ficar escondida entre os pelos pubianos e a vulva. Esta úlcera é chamada de cancro
duro. Sua particularidade é que, após 3 a 6 semanas, ela desaparece, mesmo se não houver
tratamento, causando a falsa impressão de cura espontânea. Semanas ou até meses após o
desaparecimento do cancro duro, a doença, então retorna, desta vez disseminada pelo
organismo, tornando-se a sífilis secundária e terciaria. Neste estágio, a sífilis se manifesta
com erupções na pele, normalmente nas palmas das mãos e solas dos pés, podendo ocorrer
também em quaisquer outros locais do corpo, com febre, mal-estar, perda do apetite e
aumento dos gânglios pelo corpo.

 Meningite meningocócica:

Causada por uma bactéria chamada de meningococo, trata-se de uma inflamação


das meninges, que são as membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. A
meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis ou Neisseria
intracelullaris, conhecida também como meningococo, que é uma bactéria do tipo diplococo
que só causa a doença no homem, não infectando outros animais. A transmissão é feita
mediante contato direto com secreções da garganta ou do nariz de pessoas portadoras ou
convalescentes. Estas pessoas liberam os agentes etiológicos no ar, que podem ser
inspirados por outros indivíduos e causar a doença. O período de incubação é dois a dez
dias. A doença meningocócica evolui em três etapas: nasofaríngea, septicêmica ou
meningococcêmica e meningítica.

De acordo com Araguaia (2010), a doença chega a matar em cerca de 10% dos casos
e atinge 50% quando a infecção alcança a corrente sanguínea, sendo este um dos motivos da
importância do tratamento médico. Os principais sintomas são: febre alta, fortes dores de
cabeça, vômitos, rigidez no pescoço, moleza, irritação, fraqueza e manchas vermelhas na
pele (que são inicialmente semelhantes a picadas de mosquitos, mas rapidamente
aumentam de número e de tamanho, sendo indício de que há uma grande quantidade de
bactérias circulando pelo sangue).

Conforme afirma a autora, a doença meningocócica tem início repentino e evolução


rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48 horas. Para a confirmação diagnóstica
das meningites, retira-se um líquido da espinha, denominado líquido cefalorraquidiano, para
identificar se há ou não algum patógeno e, se sim, identificá-lo. Em caso de meningite viral, o
tratamento é o mesmo feito para as viroses em geral; caso seja meningite bacteriana, será
imprescindível o uso de antibióticos específicos para a espécie, administrados via
endovenosa.

 Cólera:

Como afirmam Pedro; Castiñeiras; Martins (2008), a cólera é uma doença causada
pela bactéria Vibrio cholerae, o vibrião colérico. É uma bactéria capaz de produzir uma
enterotoxina que causa diarreia.

O Vibrio cholerae é transmitido principalmente por meio da ingestão de água ou de


alimentos contaminados. Se conseguir vencer a acidez do estômago, alcança o intestino
delgado, onde o meio é alcalino, multiplicando-se intensamente, principalmente em
duodeno e jejuno, e produz a enterotoxina que pode causar diarreia, com evolução rápida
(horas) para desidratação grave e diminuição acentuada da pressão sanguínea. Uma pessoa
infectada elimina o V. cholerae nas fezes por, em média, 7 a 14 dias. A água e os alimentos
podem ser contaminados principalmente por fezes de pessoas infectadas.

As condições deficientes de saneamento básico contribuem essencialmente para a


disseminação da doença, sobretudo a falta de água tratada. Mesmo em grandes epidemias,
a taxa de ataque da cólera raramente atinge mais do que 2% da população. No entanto,
entre os anos de 1817 e 1923, a doença ocasionou seis pandemias, e teve sua sétima delas
teve início na Indonésia, em 1961, disseminando-se pela Ásia, Oriente Médio, África e
Europa, chegando a América do Sul em 1991, a partir das cidades litorâneas do Peru. Pedro;
Castiñeiras; Martins (2008) revelaram em seus estudos que no ano de 1992 surgiu na Índia
um novo sorogrupo produtor de enterotoxina, que rapidamente atingiu países como o
Paquistão, Bangladesh e China. No Brasil, a cólera surgiu na Região Amazônica, no Alto
Solimões, causada pelo El Tor.
6.1.10 Microrganismos Prejudiciais: Como Combatê-Los

De um modo geral, são duas as formas de combate aos micro-organismos: a


profilaxia e o tratamento. Entende-se por profilaxia o conjunto de medidas voltadas à
prevenção, erradicação ou ao controle de doenças, ou fatos prejudiciais aos seres vivos. São
variadas, em conformidade com o agente causador da doença.

De acordo com Araújo (2012), muitas doenças bacterianas e fúngicas podem ser
evitadas com medidas simples, como uma boa higiene pessoal e do ambiente, com o
cozimento apropriado dos alimentos, bem como com a sua devida conservação em local,
com embalagens apropriadas, refrigeradas, na maioria das vezes. No entanto, alguns micro-
organismos exigem cuidados especiais, sobretudo se relacionados a práticas hospitalares e
intervenções cirúrgicas. A esterilização de objetos pelo calor, irradiação ou processo
químico, e a assepsia corporal, a partir de uma série de compostos químicos especiais,
podem garantir ao agente de saúde, bem como ao paciente, maior segurança, minimizando
e até eliminando a contaminação. De acordo com a autora, a vacinação também é um modo
profilático de grande ajuda, dado que diminui as taxas de muitas doenças bacterianas e
virais, chegando até a sua erradicação. Araújo (2012) afirma ainda que outro modo de
profilaxia está ligado aos micro-organismos causadores de Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs), cujos cuidados estão na prática de sexo seguro, mediante uso de
preservativos.

No que diz respeito ao tratamento, existe uma gama imensa de medicamentos que
atuam no combate aos micro-organismos que, por sua vez, já estejam infectando o
organismo, como preconiza a autora. De modo geral, as drogas antibacterianas, antivirais e
antifúngicas agem interferindo no metabolismo do micro-organismo ou em sua reprodução,
enquanto que outros, por sua vez, destroem estruturas da parede ou membrana das
bactérias. Entretanto, o tratamento, tal como a profilaxia, vai depender da especificidade do
medicamento e do agente causador da doença. Isto serve de alerta aos riscos da
automedicação, pois, por exemplo, o uso inadequado de um antibiótico geralmente acarreta
na seleção de bactérias resistentes, necessitando cada vez mais de dosagens maiores e de
antibióticos mais fortes.

6.1.11 Mecanismos de Controle de Crescimento Bacteriano

Para Gonçalves (2010), dá-se o nome de controle de micro-organismos, quando se


tratam das diferentes formas de matá-los ou removê-los, reduzir o seu número e inibir o seu
crescimento. O método de escolha depende do tipo de material que contém o
microrganismo. Este controle pode ser feito a partir de métodos físicos e químicos, tais
como calor e radiação. Os métodos físicos serão descritos a seguir.

 Calor:

Uma população de bactérias que é submetida ao calor tem suas proteínas


desnaturadas. Os lipídios fluidificam na presença de calor úmido, conforme preconiza a
autora. Quando os micro-organismos perdem a sua capacidade de se multiplicar de modo
irreversível, eles podem ser considerados mortos. O calor pode ser observado como úmido
ou seco. No que diz respeito ao seco, trata-se da oxidação. É importante observar que cada
micro-organismo responde de uma forma, de acordo com a sua resistência, com a
quantidade e seus estágios metabólicos. Ao tentar eliminá-los, deve-se escolher um método
que elimine as formas mais resistentes.

Uma vez submetida ao calor, uma população microbiana tem a redução do número
de indivíduos viáveis ocorrendo de forma exponencial. O que significa dizer que quanto mais
tempo se passar exposta ao calor, menor será a quantidade de micro-organismos em
determinado meio.

Em relação ao calor úmido, os mecanismos utilizados são a fervura, a autoclavação


e pasteurização, conforme descrito abaixo (GONÇALVES, 2010):

a) fervura: o mecanismo de ação da fervura é a desnaturação de proteínas. Embora


não seja considerado um método de esterilização, após 15 minutos de fervura
pode matar uma grande quantidade de micro-organismos. Ressalta-se que não é
um método eficaz contra endósporos bacterianos e alguns vírus. Normalmente, é
um método utilizado em desinfecções caseiras, preparo de alimentos, etc.;
b) autoclavação: o mecanismo de ação da autoclavação é a desnaturação de
proteínas. Este é o melhor método a ser empregado, caso os materiais a serem
submetidos à autoclavação não deformarem pelo calor ou umidade. A autoclave
é um aparelho que trabalha com temperatura e pressão elevadas. Quando os
micro-organismos estão diretamente em contato com o vapor, a esterilização é
mais eficaz. Este processo é utilizado para esterilização de meios de cultura,
soluções, utensílios e instrumentos; e,
c) pasteurização: este mecanismo também é a desnaturação de proteínas. Este
método foi desenvolvido por Louis Pasteur, em 1846. Consiste em aquecer o
produto em uma determinada temperatura, por certo tempo e logo após,
resfriá-lo. Com este processo reduz-se o número de micro-organismos, mas não
se pode assegurar a sua esterilização. É um método bastante utilizado na
esterilização de leite, creme de leite, cerveja, vinho, etc.

No que diz respeito ao calor seco, os mecanismos utilizados são a flambagem, a


incineração e os fornos, conforme descreve Gonçalves (2010).

a) flambagem: trata-se de um método simples, mas de grande eficácia, bastando


apenas colocar todo só instrumentos metálicos diretamente sobre o fogo;
b) incineração: é um método igualmente eficaz. Utilizam-no para incinerar vários
tipos de materiais, tais como papéis, materiais hospitalares, carcaças de animais,
etc. Ele é capaz de oxidar todos os materiais, até que virem cinzas;
c) fornos: este é um método utilizado para esterilizar vidrarias. Exige cuidado, pois
se deve ficar atento à relação tempo x temperatura.

 Radiação:

De acordo com Gonçalves (2010), a radiação pode ser ionizante ou não ionizante,
dependendo do comprimento de onda, da intensidade, da duração e da distância da fonte
que será esterilizada.

a) ionizantes: este é um método que utiliza radiações gama, mas tem um custo
elevado. Formam radicais superativos e destroem o DNA. É um método
comumente utilizado para esterilizar produtos cirúrgicos que podem ser
submetidos ao calor.
b) não ionizantes: neste tipo de radiação a mais empregada é a luz ultravioleta, que
altera o DNA mediante a formação de dímeros.

6.1.12 Controle do Crescimento de Micro-organismos com Antimicrobianos (antibióticos)

Os antimicrobianos são substâncias que matam ou inibem o desenvolvimento de


micro-organismos, tais como as bactérias, os fungos, vírus ou protozoários. Fazem parte dos
antimicrobianos os antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.

Como citado no parágrafo anterior, um dos antimicrobianos é o antibiótico. Como


pesquisado em Emuc (2013), definem-se como antibióticos as substâncias desenvolvidas a
partir de fungos, bactérias ou elementos sintéticos (aqueles produzidos em laboratórios
farmacêuticos). O antibiótico tem como finalidade combater os micro-organismos
(monocelulares ou pluricelulares) que causam infecções no organismo.

É necessário observar o cuidado quanto ao uso dos antibióticos, que prescinde de


orientação e acompanhamento médico, pois do contrário, pode ser prejudicial à saúde. O
uso indiscriminado, além de prejudicar a saúde, pode favorecer o desenvolvimento de
micro-organismos resistentes a determinados antibióticos. O primeiro antibiótico foi
desenvolvido pelo pesquisador inglês, Alexander Fleming. Trata-se da penicilina.
Atualmente, a medicina conta com antibióticos mais potentes, administrados contra
diversos tipos de doenças, tias como a pneumonia, meningite, tuberculose e as doenças
sexualmente transmissíveis, o que requer ainda mais cuidado em sua utilização (EMUC,
2013).

6.1.13 Características Gerais das Drogas Antimicrobianas

Como citado acima, os antimicrobianos são substâncias que matam os micro-


organismos e que dentre as principais se encontra o antibiótico. As principais características
das drogas antimicrobianas são (LINS, 2010):

a) toxidade seletiva: segundo pesquisadores, esta é uma característica que toda


droga antimicrobiana deveria apresentar, dado que diz respeito à capacidade de
atuar de modo seletivo sobre o micro-organismo, não provando danos ao
hospedeiro;
b) espectro de ação: esta característica diz respeito à diversidade de organismos
afetados pelo agente. De modo geral, os antimicrobianos são de pequeno ou
amplo espectro. Hoje em dia, os laboratórios vêm trabalhando, na tentativa de
isolar e purificar antimicrobianos de espectro restrito, de modo que este atue
apenas sobre um determinado grupo de organismos. Isto evitaria a resistência
bacteriana, e aqueles considerados de pequeno espectro atuariam de modo
específico sobre um ou um pequeno grupo de micro-organismos;
c) no que diz respeito à síntese, podem ser de origem microbiana, aquela produzida
exclusivamente por micro-organismos, química, por síntese química, e
semissintética; e,
d) no que diz respeito à ação, as drogas antimicrobianas podem apresentar
características microbiostáticas, com ação direta para inibir o crescimento
bacteriano ou microbicidas, que são aquelas que atuam inibindo a reprodução
bacteriana, porém exigem maior tempo de tratamento.

6.1.14 Micologia

De acordo com Martinez (2010), um dos ramos da biologia é dedicado ao estudo


dos fungos – a Micologia ou micetologia. Por sua origem grega, ‘Mykes’ (cogumelo) + ‘logos’
(estudo), ou seja, estudo dos fungos, a Micologia já foi considerada um ramo da botânica,
sendo os fungos considerados como plantas desprovidas de certos órgãos. Uma vez tendo
evoluído em seu conhecimento, os fungos hoje não mais são vistos como plantas, tendo
para si uma ciência própria, responsável por seus estudos. Portanto, os fungos pertencem ao
Reino Fungi, e são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos
consideráveis, tais como os cogumelos, e também tamanhos microscópicos, como as
leveduras e bolores.

De acordo com a autora citada no parágrafo anterior, os fungos se apresentam


formados por hifas, com filamentos longos e ramificados, formando, com conjunto com
outras hifas, o talo de um fungo chamado micélio. Os fungos microscópicos não formam
hifas. Eles crescem diretamente de esporos, em esporângios multinucleados.

Há fungos que são estudados no campo médico, pela Micologia médica. A Micologia
médica humana, de acordo com Oliveira (1999), surgiu com as observações dos
pesquisadores Schoenlein, Langenbeck e Gruby sobre as micoses superficiais a partir dos
anos de 1839. Em 1842 já começaram a surgir só primeiros estudos sobre micetoma e nos
anos de 1856 iniciaram-se os estudos sobre aspergiloses. A partir do início do século XX, a
micologia dermatológica estava inaugurada. Estes estudos, além daqueles sobre
coccidioidomicose e histoplasmose, deram origem ao conceito de micose doença e micose
infecção.

De acordo com o autor, e meados dos anos de 1950 surgiu o interesse pelo campo
das infecções micóticas ocasionais, as micoses oriundas por fungos oportunistas. Micose é o
nome genérico dado a várias infecções causadas por fungos. Existem cerca de 230 mil tipos
de fungos, mas apenas 100 tipos aproximadamente que causam infecção.

Os fungos estão em toda a parte, é inevitável a exposição a eles. Em condições


favoráveis, tais como em ambientes com muita umidade ou aqueles com calor excessivo, os
fungos se reproduzem e podem dar origem a um processo infeccioso que, podendo ser
superficial ou profundo, dependendo do fungo ou da região afectada (UNIDERMATO, 2010).
 Micoses superficiais:

De acordo com Mello (2012), nesse tipo de micose, os fungos se localizam na parte
externa da pele, ao redor dos pelos ou nas unhas, e se alimentam de uma proteína chamada
queratina. Dentre as micoses superficiais mais conhecidas está Tinea pedis, popularmente
chamada por frieira ou pé-de-atleta. Ela atinge a pele entre os dedos, comumente dos pés.
Ela pode vir acompanhada de uma infecção bacteriana. Em alguns casos a cura pode
demorar vários meses, como nas infecções das unhas. Segundo a autora, dá-se o nome de
onicomicose a infecção fúngica da unha, muito frequente na população adulta, em particular
as unhas dos pés. Uma vez que o fungo não está apto a invadir o corpo, as tinea, ou frieiras,
não são consideradas perigosas.

As micoses denominadas Tinea podem ser de vários tipos, além da tinea pedis,
conforme descrito a seguir:

a) tinea corporis: afeta a pele, é a que possui mais incidência, causada pelos fungos
M. canis ou T.mentagrophytes;
b) tinea cruris: caracterizada por lesões eritemato-escamosas (vermelhas) em nível
das regiões inguinais (zona dos genitais);
c) tinea unguium: tinha das unhas, pode ser causada por quase todas as espécies
de dermatófitos e as lesões apresentam um aspecto variável, desde simples
manchas esbranquiçadas a espessamentos com destruição da lâmina externa da
unha e hiperqueratose subungueal (unha amarela grossa);
d) tinea barbae: é causada por agentes dermatófitos zoofílicos (de animais). A sua
incidência, além de baixa, é quase exclusiva de meios rurais. As lesões são
localizadas na face, na zona com barba e podem ser superficiais (anulares com
bordos vesiculo-pustulosos) ou profundas (massas nodulares infiltradas de cor
vermelho-arroxeada);
e) tinea capitis: a tinha favosa ou favo tem como agente etiológico T. schoenleinii
surge em qualquer idade e é caracterizada pelo aparecimento de placas escamo-
crostosas de cor amarelada, em forma de favo e com o "cheiro a rato". Leva à
queda do cabelo e pelada definitiva.

 Candidíase:

Ainda como micoses superficiais há também a candidíase, que afeta principalmente


as mucosas. A candidíase, especialmente a vaginal, é uma das causas mais frequentes de
infecção nos genitais. Além do prurido e do ardor, ela também provoca dor durante o coito,
e a eliminação do corrimento vaginal em grumos brancos. Frequentemente, a vulva e a
vagina encontram-se inchadas e irritadas (avermelhadas). As lesões podem estender-se pelo
períneo, região perianal e inguinal. No homem, apresenta-se com hiperemia da glande e
prepúcio e, eventualmente, por um leve edema e pequenas lesões puntiformes,
avermelhadas e pruriginosas. As mulheres grávidas são bastante propensas a esse tipo de
infecção, por conta da grande variação hormonal que ocorre durante este período, do
mesmo modo que as mulheres na fase antes do período menstrual. Pacientes com
deficiência do sistema imunológico, como os portadores de AIDS, são bastante sensíveis a
essas infecções por não conseguirem combater esses germes naturalmente (BANCO DE
SAÚDE, 2011).

 Pitiríase versicolor (pano branco):

Outro tipo de micose superficial, de acordo com Mello (2012), é a Pitíriase


versicolor, cujo nome vulgar é o ‘pano branco’ ou ainda ‘micose de praia’. Trata-se de uma
micose causada pela levedura Pityrosporum ovale. O fungo causador da doenca habita a pele
de todas as pessoas. Em algumas delas é capaz de se desenvolver, provocando manchas
brancas ou marrons. As áreas da pela mais atingidas são aquelas mais oleosas, tais como a
face, o couro cabeludo, o pescoço e a porção superior do tronco. Formam-se manchas claras
acastanhadas ou avermelhadas na pele, que se iniciam pequenas, pondendo se agrupar e
formar manchas maiores. De um modo geral, é uma doença assintomática, mas alguns
pacientes podem apresentar coceira. Sendo uma micos superficial, não provoca graves
danos, senão os de ordem estética.

De um modo geral, mas formas mais comuns de contágio das micoses superficiais
são:

a) contato com animais de estimação;


b) compartilhamento de chuveiros públicos;
c) lava-pés de piscinas e saunas;
d) ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos;
e) uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
f) equipamentos de uso comum (botas, luvas);
g) uso de roupas e calçados de outras pessoas;
h) uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não esterilizadas;
i) contato com material contaminado em geral;
j) uso de roupas úmidas por tempo prolongado.

Alguns procedimentos diminuem o risco de se contrair uma micose, dentre eles:

a) evitar andar descalço em pisos úmidos;


b) nunca usar toalhas compartilhadas, especialmente se estiverem úmidas ou mal
lavadas;
c) após o banho, enxugar-se bem, principalmente nas áreas de dobras, como o
espaço entre os dedos dos pés e virilha;
d) usar sempre roupas íntimas de fibras naturais, como o algodão, pois as fibras
sintéticas prejudicam a transpiração;
e) verificar se os objetos de manicure, como alicates, tesouras e lixas são
esterilizados. Melhor ainda se tiver um de uso exclusivo;
f) em contato prolongado com detergentes, usar luvas e enxagar as mãos toda vez
que usar a esponja;
g) evitar utilizar pentes ou escovas de cabelo de outras pessoas;
h) evitar uso de roupas molhadas.
 Micoses subcutâneas e profundas:

As micoses subcutâneas e profundas são aquelas que afetam a profundidade da


pele, tais como, Esporotricose e Cromomicose, e aquelas que se instalam em órgãos
internos, como Blastomicose e Criptococose. Na micose subcutânea normalmente a infecção
fica restrita à pele, enquanto que na micose profunda propriamente dita, os fungos se
espalham pela circulação sanguínea e linfática. Podem infectar a pele e órgãos internos, tais
como pulmões, intestinos, ossos e até mesmo o sistema nervoso (LABORATÓRIO ARY COSTA,
2011).
As formas mais comuns de contágios das micoses subcutâneas e profundas são,
conforme descrito a seguir:

a) o contato com animais de estimação;


b) compartilhamento de chuveiros públicos;
c) os lava-pés de piscinas e saunas;
d) ao andar descalço em pisos úmidos ou públicos;
e) o uso de toalhas compartilhadas ou mal lavadas;
f) equipamentos de uso comum (botas, luvas);
g) uso de roupas e calçados de outras pessoas;
h) uso de alicates de cutículas, tesouras e lixas não esterilizadas;
i) contato com material contaminado em geral;
j) o uso de roupas úmidas por tempo prolongado.

Algumas medidas preventivas podem diminur o risco de se contrair uma micose,


tais como:

a) procurar usar calçados menos abafados;


b) evitar andar descalço em pisos úmidos;
c) nunca use toalhas compartilhadas e/ou mal lavadas;
d) após o banho enxugue-se bem, principalmente nas áreas de dobras, como o
espaço entre os dedos dos pés e virilha;
e) use sempre roupas íntimas de fibras naturais como o algodão, pois as fibras
sintéticas prejudicam a transpiração;
f) verifique se os objetos de manicure, como alicates, tesouras e lixas são
esterilizados (ou tenha um de uso exclusivo seu);
g) em contato prolongado com detergentes, use luvas e enxágue as mãos toda vez
que usar esponja;
h) evite utilizar pentes, escovas de cabelo e travesseiros de outras pessoas.

6.1.15 Virologia

De acordo com Andris (2012), a virologia é o estudo dos vírus e suas propriedades.
Por essência, os vírus são “ácido nucléico envolvido por um pacote protéico”, inertes no
ambiente extracelular, somente sendo capazes de reprodução dentro da célula hospedeira,
por isso são frequentemente classificados como "parasitas intracelulares obrigatórios",
podendo causar inúmeras doenças no homem.
As formas de organismos dos vírus são bastante diferencias. Em comum, todos
possuem uma cápsula feita de proteína, onde fica o material genético destes seres. Tal
material genético sofre modificações com freqüência, levando ao surgimento de variedades
(subtipos) de um mesmo vírus, o que dificulta o seu combate e compromete a eficiência de
várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de microorganismo,
como afirma Andris (2012). Um das características que os vírus têm em comum com os seres
vivos é justamente a capacidade de sofrer mutações genéticas.

Praticamente, todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção
viral. A palavra vírus tem origem latina e significa "veneno", de acordo com a autora citada
acima. Provavelmente este nome foi dado devido às viroses, que são doenças causadas por
vírus. O corpo humano tem defesas naturais, os anticorpos, que são proteínas produzidas
por células especiais do sangue, que agem contra os agentes causadores de doenças. A
febre, por exemplo, é um mecanismo de combate às infecções, visto que o aumento da
temperatura ativa o metabolismo e acelera a reação dos glóbulos brancos. No entanto, se a
temperatura axilar ultrapassar 37,5o Celsius, deve ser imediatamente tratada pelo médico.

De modo geral, as viroses provocam mal-estar, dores e febre, mas cada virose tem
seus sintomas próprios e pode ser mais ou menos grave.

Algumas das principais viroses que acometem os seres humanos são:

a) resfriado comum;
b) Gripe A (H1N1);
c) caxumba;
d) raiva;
e) rubéola;
f) sarampo;
g) hepatites;
h) dengue;
i) poliomielite;
j) febre amarela;
k) varicela ou catapora;
l) varíola;
m)meningite viral;
n) mononucleose infecciosa;
o) herpes;
p) condiloma;
q) hantavirose;
r) Aids.

Em relação às formas de prevenção e tratamento, devido ao uso da maquinaria das


células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de matar. As vacinas para a prevenção de
infecções são as formas médicas mais eficientes nestes casos, além das drogas que tratam os
sintomas das infecções virais. É importante afirmar, segundo Andris (2012), que o uso de
antibiótico não é recomendado, dado que são inúteis contra os vírus, e seu abuso contra
infecções virais é uma das causas de resistências antibióticas em bactérias.
6.2 Parasitologia

Para Neves; De Melo; Linardi (2005), o relacionamento entre os seres vivos tem
como objetivos fundamentais a obtenção de alimento e/ou a proteção. Na natureza, os
seres vivos se inter-relacionam desde a colaboração mútua (simbiose) até o predatismo e
canibalismo. O parasitismo ocorreu, no decorrer da evolução, de uma dessas associações,
quando um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção, quer pela obtenção
de alimento. O parasitismo consiste na associação de organismos de espécies distintas, na
qual apenas um organismo é beneficiado. Este é chamado parasita, e associação é
obrigatória para sua sobrevivência. Chama-se hospedeiro o organismo que aloja, “hospeda”
o parasita. É interessante observar que a predominância das forças de agressão do parasita
tem como consequência o desenvolvimento de sintomas e patologias, podendo levar o
hospedeiro à morte. Quando as forças de defesa do hospedeiro são mais eficazes, o agressor
é quem morre. No entanto, na maioria das vezes, dá-se um equilíbrio de forças entre
parasita e hospedeiro, o que permite a sobrevivência dos dois. Os hospedeiros podem ser
classificados como:

a) hospedeiro definitivo: é o que apresenta o parasita em fase de maturidade ou


em fase de atividade sexual;
b) hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o parasita em fase larvária ou
assexuada;
c) hospedeiro paratênico ou de transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o
parasita não sofre desenvolvimento, mas permanece encistado, até que o
hospedeiro definitivo o ingira.

Vetor é o “veículo” que transmite o parasita entre dois hospedeiros. Pode ser
biológico ou mecânico. Em relação ao número de hospedeiros, há duas modalidades: a)
monóxenos, que são os parasitas que realizam seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro;
e b) heteróxenos, que são os parasitas que só completam seu ciclo evolutivo passando em
dois hospedeiros, pelo menos. Quanto à relação ao tempo de permanência do hospedeiro,
esta pode ser permanente (no caso dos hospedeiros definitivos) ou acidental (para os
hospedeiros intermediários). Em relação à especificidade parasitária, os organismos que
parasitam espécies de vertebrados muito próximos são os chamados estenoxenos, enquanto
que aqueles que parasitam espécies de vertebrados muito diferentes denominam-se
eurixenos (NEVES; DE MELO; LINARDI, 2005).

Ainda de acordo com os autores acima citados, atingindo o homem e agindo como
corpo estranho que se instala e cresce nos tecidos humanos, o parasita começa a alimentar-
se à custa do hospedeiro, metabolizando suas reservas nutritivas para cobrir as próprias
necessidades metabólicas. O grau de intensidade da doença parasitária depende de vários
fatores, tais como: o número de formas infectantes, sua virulência (severidade e rapidez
para provocar infecções), a idade e o estado nutricional do hospedeiro, os órgãos atingidos,
a associação de um parasita com outras espécies e o grau de resposta imune ou inflamatória
desencadeada. Dito isto, percebe-se que a ação dos parasitas é muito variável, se
apresentando das seguintes formas:

a) ação espoliativa: quando o parasita absorve nutrientes, e até sangue, do


hospedeiro;
b) ação tóxica: resulta da introdução de secreções (toxinas ou metabólitos) dos
parasitas que podem lesar o hospedeiro;
c) ação traumática: ação exercida em nível de células e tecidos. Os vermes
ancilostomídeos, com suas peças bucais, arrancam pedaços da mucosa intestinal
provocando ulcerações sangrantes;
d) ação irritativa: deve-se à presença constante do parasita que, sem produzir lesões
traumáticas, irrita o local parasitado;
e) ação obstutriva: algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou
absorção alimentar.

6.2.1 Protozoários

Os protozoários são organismos microscópicos, unicelulares que podem ser de vida


livre ou parasitas na natureza. Eles são capazes de se multiplicar em seres humanos, que
contribuem para a sua sobrevivência e permitem também desenvolver infecções graves a
partir de apenas um único organismo. A transmissão de protozoários que vivem em um
intestino humano para outro ser humano normalmente ocorre por meio de uma via fecal-
oral (por exemplo, comida ou água contaminada ou contato de pessoa a pessoa). Os
protozoários que vivem no sangue ou tecidos de seres humanos são transmitidos a outros
seres humanos por um vetor artrópode (por exemplo, a partir da picada de um mosquito).

Os protozoários que causam doença em humanos podem ser classificados em


quatro grupos baseados em seu modo de locomoção, conforme descrito a seguir:

a) Sarcodina: a ameba (Entamoeba);


b) Mastigophora: os flagelados (Giardia, Leishmania);
c) Ciliophora: os ciliados (Balantidium);
d) Sporozoa: os organismos cuja fase adulta não é móvel (Plasmodium,
Cryptosporidium).

6.2.2 Amebíase

A amebíase é uma doença causada pelo parasita Entamoeba histolytica. Ele pode
afetar qualquer pessoa, embora seja mais comum naquelas que vivem em áreas tropicais
com condições sanitárias precárias. O diagnóstico pode ser difícil, porque outros parasitas
podem parecer muito parecidos quando visto sob um microscópio. As manifestações clínicas
da amebíase são variáveis decorrentes da ação direta do parasita. As pessoas infectadas
nem sempre se tornam doentes (forma assintomática). As formas sintomáticas envolvem
infecções intestinais (colite desintérica, colite necrotizante, ameboma, colite não
desintérica) e extraintestinais (amebíase hepática, pulmonar, cutânea e outras localizações).

Quanto ao ciclo de vida da amebíase, observam-se os seguintes passos, uma vez os


Cistos e trofozoítos são passados nas fezes: (1) os cistos são geralmente encontrados em
fezes formadas, enquanto trofozoítos são normalmente encontrados em fezes diarreicas.
Infecção por Entamoeba histolytica ocorre pela ingestão de cistos maduros na comida
contaminada com fezes, água ou mãos; (2) a mudança da fase de cisto (3) ocorre no
intestino delgado e trofozoítos (4) são liberados, que migram para o intestino grosso; os
trofozoítos se multiplicam, então, por divisão binária e produzem novos cistos e, em ambas
as fases são passados nas fezes (1). A Figura 8 a seguir ilustra o ciclo de vida da amebíase.

Figura 8 - Ciclo de vida da amebíase

Fonte: CDC (2013a)

Por causa da proteção conferida por suas paredes, os cistos podem sobreviver a
dias ou semanas no ambiente externo e são responsáveis pela transmissão. Os trofozoítos
nas fezes são rapidamente destruídos quando fora do corpo, e, se ingeridos, não
sobreviveriam à exposição ao ambiente gástrico.

Como profilaxia, observa-se o seguinte:

a) tratamento dos casos sintomáticos;


b) detecção e tratamento de portadores assintomáticos (manipuladores de
alimentos);
c) identificação das fontes de infecção;
d) educação sanitária (não ingerir alimentos suspeitos, manter sanitários limpos,
lavar as mãos antes da refeição e após defecação);
e) saneamento;
f) uso de água filtrada ou fervida.

6.2.3 Giardíase

A giardíase é uma doença diarreica causada por parasita microscópico Giardia


intestinalis, Giardia lamblia ou Giardia duodenalis. É uma doença global que infecta cerca de
2% dos adultos e 6 a 8% das crianças nos países desenvolvidos. Quase 33% das pessoas nos
países em desenvolvimento tiveram giardíase. O parasita é encontrado em superfícies ou em
terra, alimentos ou água que foi contaminada com fezes dos seres humanos ou animais
infectados.

Os cistos são as formas infectantes, sendo, portanto, responsáveis pela


disseminação. São muito resistentes, permanecendo viáveis durante dois meses no meio
externo. O tratamento da água com cloro, bem como aquecimento até 60o C, não são
suficientes para sua destruição. A água fervida por cinco minutos é efetiva na inativação dos
cistos. A água é o método mais comum de transmissão. A disseminação está associada,
também, a vários fatores, tais como: verduras, legumes, frutas cruas contaminadas pelos
cistos; alimentos contaminados por manipuladores parasitados; contato direto pessoa a
pessoa, riachos e reservatórios contaminados pela presença de animais parasitados.

A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. Os sintomas, quando


presentes, caracterizam-se por: diarreia aguda com cólicas intestinais difusas; constipação
intestinal; náuseas e vômitos; gases; falta de apetite; azia; digestão difícil. A Figura 9 a seguir
ilustra o ciclo de vida da giardíase.
Figura 9 - Ciclo de vida da giardíase

Fonte: CDC (2013b)

Cistos são formas resistentes e são responsáveis pela transmissão da giardíase.


Ambos os cistos e trofozoítos podem ser encontrados nas fezes (fase de diagnóstico) (1). Os
cistos são resistentes e podem sobreviver vários meses em água fria. A infecção ocorre pela
ingestão de cistos em água contaminada, alimentos, ou pela via fecal-oral (com as mãos) (2).
No intestino delgado, perde-se a membrana cística e liberam-se os trofozoítos (cada cisto
produz dois trofozoítos) (3). Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal,
permanecendo no lúmen do intestino delgado proximal, onde podem ser livres ou ligados à
mucosa por um disco suctorial ventral (4). Encistamento ocorre enquanto o parasita transita
em direção ao cólon. O cisto é a fase mais comumente encontrada nas fezes não diarreicas.
Pode-se evitar a contaminação com procedimentos tais como: fervura da água para
uso doméstico, pois a cloração é ineficiente para a destruição dos cistos; saneamento básico;
educação sanitária e higiene pessoal; combate aos artrópodes (moscas e baratas).

6.2.4 Tricomoníase

A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST) que acomete tanto


homens como mulheres, embora os sintomas sejam mais comuns em mulheres. Estima-
se que 7,4 milhões de novos casos ocorrem a cada ano em mulheres e homens.

A tricomoníase é causada pelo parasita protozoário unicelular, Trichomonas


vaginalis, tendo a vagina como local mais comum de infecção em mulheres, e a uretra (canal
da urina), como o local mais comum de infecção para os homens. O parasita é sexualmente
transmissível, seja do pênis para a vagina, vulva-coito ou a vulva em contato com um
parceiro infectado.

A maioria dos homens com tricomoníase não apresenta sinais ou sintomas, no


entanto, alguns deles podem temporariamente ter uma irritação no interior do pênis, leve
corrimento, ou leve ardor após a micção ou a ejaculação. Algumas mulheres têm sinais ou
sintomas de infecção, que incluem um corrimento vaginal amarelo-esverdeada com odor
forte. A infecção também pode causar desconforto durante as relações sexuais e ao urinar,
assim como irritação e coceira na área genital feminina. Em raros casos, dor abdominal pode
ocorrer. Os sintomas geralmente aparecem em mulheres dentro de 5 a 28 dias de exposição.

Estudos publicados em CDD (2013c) dão conta de que a inflamação genital causada
por T. vaginalis pode aumentar a susceptibilidade da mulher à infecção pelo HIV, se ela for
exposta ao vírus. Mulheres grávidas com tricomoníase podem dar à luz um bebê prematuro
e com baixo peso ao nascer. De um modo geral, a tricomoníase pode ser curada com
medicamentos prescritos, metronidazol ou tinidazol, administrados por via oral em dose
única. Os sintomas da tricomoníase em homens infectados podem desaparecer dentro de
algumas semanas sem tratamento. No entanto, um homem infectado, mesmo um homem
que nunca teve sintomas ou que os sintomas tenham padao, pode continuar a infectar ou
reinfectar a parceira, até que ele tenha sido tratado. Portanto, ambos os parceiros devem
ser tratados ao mesmo tempo para eliminar o parasita. Pessoas em tratamento para
tricomoníase devem evitar sexo até que eles e seus parceiros sexuais recebam o tratamento
completo e não apresentem mais os sintomas. O metronidazol pode ser utilizado por
mulheres grávidas.

É imporatante salientar, que, após o sucesso do tratamento, as pessoas podem


ainda ser suscetíveis à reinfecção. O caminho mais seguro para evitar a transmissão de
doenças sexualmente transmissíveis é abster-se de contato sexual, ou estar em um
relacionamento de longo prazo mutuamente monogâmica com um parceiro que foi testado
e é conhecido por não ser infectado. O uso de preservativos pode reduzir a transmissão da
tricomoníase.
6.2.5 Leishmaniose

A leishmaniose é uma doença transmitida pela picada de inseto, o flebótomo, ou


mosquito-palha. Este é o vetor da doença, que é causada por protozoários do gênero
Leishmania. A infecção humana é causada por cerca de 21 das 30 espécies que infectam
mamíferos. A leishmaniose inclui duas das principais doenças, a leishmaniose cutânea e a
leishmaniose visceral.

Muitas espécies de Leishmania infectam animais, assim como os seres humanos. A


distribuição é mundial, mas 90% dos casos de leishmaniose visceral ocorrem na Índia,
Bangladesh, Nepal, Sudão, Etiópia e Brasil, enquanto 90% dos casos de leishmaniose cutânea
ocorrem no Afeganistão, Argélia, Irã, Arábia Saudita, Síria, Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia.

A forma mais comum de leishmaniose é a cutânea, que geralmente aparece como


uma ou mais úlceras indolores. A leishmaniose visceral é uma doença febril, com perda de
peso, aumento do baço e do fígado, e diminui a produção de células sanguíneas que podem
levar a hemorragias, anemia e infecções com outros microrganismos. Sem tratamento, esta
forma da doença é quase sempre fatal. A leishmaniose tegumentar é uma forma rara da
doença que pode ocorrer meses ou anos após a cura de uma úlcera de leishmaniose
cutânea. Esta forma da doença pode afetar o septo nasal, o palato e outras partes da
nasofaringe.

A melhor maneira para os viajantes para evitar a infecção é para se proteger de


mordidas de insetos. Para diminuir o risco de ser mordido, devem-se evitar atividades ao ar
livre, especialmente desde o anoitecer ao amanhecer, quando flebotomíneos geralmente
são os mais ativos. Ao ar livre, deve-se minimizar a quantidade de pele exposta. Na medida
em que o clima permite, devem-se usar camisas de mangas compridas, calças compridas e
meias. É importante que se aplique repelente na pele exposta, e sob as extremidades das
mangas e pernas. Quando em ambientes fechados, é recomendável manter-se em áreas
com telas para evitar a entrada dos insetos.

6.2.6 Doença de Chagas

A doença de Chagas foi nomeada pelo médico brasileiro Carlos Chagas, que
descobriu a doença em 1909. É causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, transmitida para
animais e pessoas por insetos vetores que são encontrados somente nas Américas
(principalmente, nas zonas rurais da América Latina, onde a pobreza é generalizada). Doença
de Chagas (infecção por T. cruzi) é também referida como a tripanossomíase americana.

A infecção é geralmente adquirida por meio do contato com as fezes de


triatomíneos infectados (ou "barbeiro"), um inseto sugador de sangue, que se alimenta de
humanos e animais. Os triatomíneos prosperam em condições precárias de moradia (por
exemplo, paredes de barro, telhados de palha). Portanto, em países endêmicos, pessoas que
vivem em áreas rurais correm o maior risco de contrair a infecção.

Ao longo dos anos, os esforços de saúde pública na prevenção da transmissão da


doença de Chagas diminuíram o número de pessoas infectadas e anularam completamente
os vetores de transmissão em algumas áreas. Entretanto, a infecção adquirida a partir de
produtos derivados de sangue, transplante de órgãos ou transmissão congênita continua a
representar uma ameaça.

O Trypanosoma cruzi é um protozoário heteroxênico com um ciclo de vida


complexo que envolve pelo menos quatro formas evolutivas e dois hospedeiros, um inseto
vetor e o hospedeiro vertebrado mamífero. Durante seu ciclo de vida, o parasita sofre
alterações morfológicas, ultraestruturais e bioquímicas. A Figura 10 a seguir apresenta o
ciclo de vida da doença.

Figura 10 - Ciclo de vida da doença de Chagas

Fonte: CDC (2013d)

A doença de Chagas tem uma fase aguda e uma crônica. Se não for tratada, a
infecção ocorre ao longo da vida. A fase aguda ocorre imediatamente após a infecção e pode
durar até algumas semanas ou meses, e os parasitas podem ser encontrados no sangue
circulante. A infecção pode ser leve ou assintomática. Pode haver febre ou inchaço ao redor
do local da inoculação (onde o parasita entrou na pele ou mucosas). Raramente, a infecção
aguda pode resultar em uma grave inflamação do músculo do coração ou do cérebro e
membranas que envolvem o cérebro (CDC, 2013d).

Após a fase aguda, a maioria das pessoas infectadas entra em uma forma
prolongada assintomática da doença (chamada "crônica indeterminada"), durante a qual os
parasitas poucos ou nenhuns são encontrados no sangue. Neste período, a maioria das
pessoas não tem conhecimento de sua infecção. Muitas pessoas podem permanecer
assintomáticas por toda a vida e nunca desenvolver sintomas relacionados à doença. No
entanto, uma estimativa de 20 - 30% das pessoas infectadas desenvolverão os sintomas,
acarretando sérios problemas ao longo da vida, com o risco de vir a óbito.

As complicações da doença de Chagas crônica podem incluir: arritmia cardíaca, que


pode levar à morte súbita; um coração dilatado que não bombeia sangue bem; uma
dilatação do esôfago ou do cólon, levando à dificuldade de comer ou defecar. Em pessoas
que têm sistemas imunológicos debilitados (por exemplo, devido à AIDS ou quimioterapia), a
doença de Chagas pode ser reativada com parasitas no sangue circulante.

As formas mais comuns de prevenção da doença são:

a) a prevenção primária corresponde às ações que impeçam a transmissão do


parasita ao indivíduo suscetível. Envolve o controle do vetor por combate
químico (inseticidas), a melhoria da habitação e educação sanitária. O exame
prévio do sangue do doador, com pelo menos duas técnicas sorológicas de alta
sensibilidade, que permitem o controle da transmissão transfusional. Podem-se
citar também o controle da transmissão congênita e o controle das transmissões
acidentais e por transplantes de órgãos;
b) a prevenção secundária trata-se de instituir corretamente o tratamento
específico nos casos indicados e manter em boas condições os doentes, evitando
a evolução da cardiopatia crônica;
c) cabe ao nível terciário de prevenção a readequação do paciente e aminimização
da incapacidade instalada.

6.2.7 Toxoplasmose

A toxoplasmose é causada pelo parasita protozoário Toxoplasma gondii,


pertencente ao reino protista, que infecta naturalmente o homem, os animais selvagens e
domésticos e também os pássaros. De acordo com Kawazoe (2005 apud FIALHO; TEIXEIRA;
ARAÚJO, 2009), os hospedeiros definitivos são os felídeos, dado que apenas neles ocorre o
ciclo sexuado do parasito, com a eliminação de oocistos, que esporulam no ambiente,
tornando infectantes. Nos Estados Unidos estima-se que 22,5% da população de 12 anos
foram infectadas com toxoplasma. Em vários lugares em todo o mundo, 95% de algumas
populações foram infectadas com toxoplasma. A infecção é mais frequentemente em áreas
que têm climas quentes, úmidos e baixas altitudes.

De acordo com Fialho; Teixeira; Araújo (2009), a patogenia e sinais clínicos são bem
variados. Ocorrem alguns casos benignos, apresentando febre e discreto aumento
ganglionar e também ocorrem os casos graves, compromentendo o sistema nervoso central,
alterações oculares, provocando cegueira ou aborto.

A toxoplasmose não é transmitida de pessoa para pessoa, exceto em casos de mãe


para filho (congênita), transfusão de sangue ou de transporte e transplante de órgãos.
Geralmente, as pessoas são infectadas por três principais vias de transmissão: por alimentos,
de animais para humanos (zoonótica), de mãe para filho (congênita).

A transmissão por alimentos ocorre por: ingestão de comida mal cozida, de carne
contaminada (especialmente carne de porco e cordeiro), ingestão acidental de carne mal
cozida contaminada depois de manuseá-la e não lavar bem as mãos (toxoplasma não pode
ser absorvido pela pele intacta), comer o alimento que foi contaminado por facas, utensílios,
tábuas de corte, ou outros alimentos que tiveram contato com matérias-primas, de carne
contaminada.

Na transmissão de animais para humanos (zoonótica), os gatos têm um papel


importante na disseminação da toxoplasmose, quando infectados pela ingestão de roedores
infectados, aves ou outros animais pequenos. Os gatos podem lançar milhões de oocistos
em suas fezes, durante três semanas após a infecção. As pessoas podem ser infectadas por:
ingestão acidental de oocistos após tocar ou ingerir qualquer coisa que tenha entrado em
contato com fezes de um gato que contêm Toxoplasma; ingestão acidental de oocistos
presentes no solo (por exemplo, não lavar as mãos depois de jardinagem ou de comer frutas
ou vegetais não lavados de um jardim); beber água contaminada com o parasita
Toxoplasma; mãe para filho de transmissão (congênita); uma mulher que é recém-infectada
com Toxoplasma durante a gravidez pode passar a infecção para o feto (infecção congênita).

A mulher pode não ter sintomas, mas pode haver consequências graves para o feto,
tais como doenças do sistema nervoso e os olhos; raros casos de transmissão (receptores de
transplantes de órgãos podem ser infectados por receber um órgão de um doador
Toxoplasma positivo). Raramente, as pessoas também podem ser infectados por receber
sangue infectado por meio de transfusão. Laboratório de trabalhadores que lidam com
sangue infectado também pode adquirir a infecção por inoculação acidental.

6.2.8 Ascaridíase

De acordo com estudos publicados por Cromptom e Keiser e Utzinger (1999, 2009
apud SOUZA, 2010) estima-se que aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas estejam
infectadas por Ascaris lumbricoides em todo mundo. Embora estes parasitos tenham
preferência por locais mais quentes e úmidos, se pode dizer que eles têm uma distribuição
cosmopolita, encontrando-se dispersos em praticamente todas as partes do globo terrestre.
A intensidade da infecção é um fator-chave na sintomatologia e gravidade da doença
causada por estes parasitos, quando estabelecida, donde se pode concluir que a maior parte
da população é portadora assintomática da infecção, segundo os autores.

Ascaris, ancilostomídeos, Trichuris são conhecidos como os helmintos (vermes


parasitas). Juntos, eles representam maior carga da doença em todo o mundo. O parasita
vive no intestino e seus ovos são passados nas fezes de pessoas infectadas. Se a pessoa
infectada defeca fora (arbustos perto, num jardim ou no campo) ou se as fezes de uma
pessoa infectada são usadas como fertilizantes, os ovos são depositados no solo e eles
podem se transformar em uma forma que é infecciosa. Ascaridíase é causada pela ingestão
de ovos. Isso pode acontecer quando as mãos ou os dedos são contaminados pela sujeira
conduzida à boca ao se consumirem vegetais ou frutas que não foram cuidadosamente
cozidos, lavados ou descascados.

As pessoas infectadas com Ascaris muitas vezes não apresentam sintomas. Quando
ocorrem sintomas podem ser leves e incluem desconforto abdominal. Infecções pesadas
podem causar obstrução intestinal e prejudicar o crescimento em crianças. Outros sintomas,
como tosse, é devido à migração dos vermes pelo corpo. A Ascaridíase é tratável com
medicação prescrita pelo médico. A Figura 11 a seguir apresena o ciclo de vida da
ascaridíase.

Figura 11 - Ciclo de vida da ascaridíase

Fonte: CDC (2013e)

Como se observa na Figura acima ilustrada, os vermes adultos (1) vivem no lúmen
do intestino delgado. Uma fêmea pode produzir cerca de 200 mil ovos por dia, que são
passados junto com as fezes (2). Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são
infectantes. Os ovos férteis e embrionados tornam-se infectantes após 18 dias a várias
semanas (3), dependendo das condições ambientais (terra úmida, quente e sombreado).
Depois que os ovos infectantes são ingeridos (4), as larvas invadem a mucosa intestinal, e
são carreadas pela circulação sistêmica para os pulmões . As larvas maduras ainda nos
pulmões (10 a 14 dias) penetram pelas paredes dos alvéolos, sobem a árvore brônquica até
a garganta, e são engolidos (7). Ao chegar ao intestino delgado, que se transformam em
vermes adultos (1). Entre 2 e 3 meses são necessários a partir da ingestão dos ovos
infectantes para ovoposição por fêmea adulta. Os vermes adultos podem viver 1-2 anos.

A sintomatologia e patologia manifestam-se da seguinte forma:

a) fase de invasão larvária;


b) síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia, pneumonia);
c) fase intestinal;
d) má digestão, dores abdominais, perda de peso, irritabilidade, obstrução
intestinal;
e) enovelamento de vermes adultos;
f) migração de vermes adultos para outros locais (apêndice, fígado) – detectável
por raios X.

Os vermes adultos podem sair pelo nariz, boca ou ânus. A melhor maneira de
prevenir a ascaridíase é evitando a ingestão de alimentos que venham de solo que podem
estar contaminados com fezes humanas, quando a matéria fecal humana ("esterco") ou de
águas residuais é utilizada para fertilizar as plantações; lavar as mãos com água morna e
sabão antes de manipular alimentos; ensinar as crianças a importância de lavar as mãos para
evitar infecção; lavar, descascar ou cozinhar todos os vegetais crus e frutas antes de comer,
principalmente aquelas que foram cultivadas em solo que foi adubado com esterco.

6.2.9 Malária

A malária é uma doença grave, e por vezes fatal, causada por um parasita que
acomete mais comumente um determinado tipo de mosquito que se alimenta de sangue
humano. Pessoas que contraem malária apresentam febre alta, calafrios, e síndrome gripal.
Embora possa ser uma doença mortal, a malária geralmente pode ser prevenida.

Onde a malária é encontrada depende, principalmente, de fatores climáticos como


temperatura, umidade e precipitação. A malária é transmitida em áreas tropicais e
subtropicais, onde os mosquitos do gênero Anopheles podem sobreviver e se multiplicar. Os
parasitas da malária podem completar seu ciclo de vida no mosquito (período de incubação
extrínseca). Em temperaturas abaixo de 20°C, o Plasmodium falciparum (agente etiológico
da malária) não pode completar seu ciclo de vida no mosquito, e assim não pode ser
transmitido. Em muitos países com malária endêmica, a transmissão não ocorre em todas as
partes. Mesmo em áreas tropicais e subtropicais, a transmissão não irá ocorrer: em altitudes
muito elevadas, durante as estações mais frias em algumas áreas, em desertos (excluindo os
oásis), em alguns países onde a transmissão foi interrompida por meio de controle de
sucesso/programas de eliminação.

Geralmente, nas regiões mais quentes, mais perto do equador, a transmissão é mais
intensa e a malária é transmitida durante todo o ano. A maior transmissão é encontrada na
África ao Sul do Saara e em partes da Oceania, como Papua Nova Guiné. Em regiões mais
frias, a transmissão é menos intensa e mais sazonal. Lá, P. vivax pode ser mais prevalente,
pois é mais tolerante e com menor temperatura ambiente.

Em muitas áreas temperadas, como a Europa Ocidental e os Estados Unidos, o


desenvolvimento econômico e de medidas de saúde pública conseguiram eliminar a malária.
No entanto, a maioria dessas áreas tem mosquitos Anopheles, que podem transmitir a
malária e a reintrodução da doença é um risco constante. Após a picada infecciosa pelo
mosquito Anopheles, um período de tempo (o "período de incubação") passa antes do
aparecimento dos primeiros sintomas. O período de incubação na maioria dos casos varia de
7 a 30 dias. Os períodos mais curtos são observados com maior frequência por P. falciparum
e os mais longos com P. malarie.

A forma clássica da malária dura de 6 a 10 horas. É consttuída por uma fase fria
(sensação de frio, tremores), uma fase quente (febre, dores de cabeça, vômitos, convulsões
em crianças pequenas) e, finalmente, uma fase de sudorese (suor, volta à temperatura
normal, cansaço). Classicamente, mas raramente observada, os ataques ocorrem a cada dois
dias com a "febre terçã" parasitas (P. falciparum, P. vivax e P. ovale) e a cada três dias com o
"quartã" parasita (P. malariae).

Mais comumente, o paciente apresenta uma combinação dos seguintes sintomas:


febre, calafrios, suores, dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores no corpo, mal-estar geral.
Em países onde os casos de malária são raros, estes sintomas podem ser atribuídos à gripe,
resfriado, ou outras infecções comuns, especialmente se a malária não é suspeita. Em
contrapartida, em países onde a malária é muito frequente, os moradores geralmente
reconhecem os sintomas como a malária e tratam-se sem pedir a confirmação de
diagnóstico ("tratamento preventivo"). Os achados físicos podem incluir: temperaturas
elevadas, transpiração, fraqueza, aumento do baço, icterícia moderada, alargamento do
fígado.

Na malária grave, ocorrem as infecções complicadas, tais como falência de órgãos


ou anomalias graves no sangue do paciente ou no seu metabolismo. As manifestações da
malária severa incluem: a malária cerebral, com comportamento anormal, perda da
consciência, convulsões, coma, ou outras anormalidades neurológicas; a anemia grave
devido à hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos); hemoglobinúria (hemoglobina na
urina), devido à hemólise; a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), uma
reação inflamatória nos pulmões, que inibe a troca de oxigênio, que pode ocorrer mesmo
após a contagem de parasitas diminuírem em resposta ao tratamento; anormalidades na
coagulação do sangue; pressão arterial baixa, causada por colapso cardiovascular;
insuficiência renal aguda; hiperparasitemia, onde mais de 5% das células vermelhas do
sangue são infectadas por parasitas da malária; a acidose metabólica (excesso de acidez no
sangue e fluidos do tecido), muitas vezes em associação com hipoglicemia; a hipoglicemia
(baixa glicose no sangue). A hipoglicemia também pode ocorrer em mulheres grávidas com
malária não complicada, ou depois do tratamento com quinino. A malária grave é uma
emergência médica e deve ser tratada urgentemente e de forma agressiva.

As drogas antimaláricas tomadas para a profilaxia por viajantes podem retardar o


aparecimento de sintomas de malária por semanas ou meses, muito tempo depois que o
viajante tenha deixado a área endêmica da malária. Isto pode acontecer especialmente com
P. vivax e P. ovale, os quais podem produzir parasitas em estágio dormente no fígado,
reativando as fases da doença meses após a picada do mosquito infectante.
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