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CURSO INTENSIVO 2023

Curso Intensivo de Biologia


AULA 00
Fundamentos da Biologia

Profª Bruna Klassa

www.estrategiavestibulares.com.br
Curso Intensivo de Biologia

Sumário
1. Biologia, a ciência da vida ................................................................................................................. 7
2. O que é método científico? .............................................................................................................. 7
3. O que é vida? .................................................................................................................................. 10
4. Origem do Universo e da vida na Terra .......................................................................................... 12
4.1 A primeira célula ...................................................................................................................... 16
4.2 Evolução do metabolismo ........................................................................................................ 16
4.4 Radiação da vida ....................................................................................................................... 18
4.5 Organização da vida ................................................................................................................. 19
5. Composição química da vida .......................................................................................................... 19
5.1 Componentes inorgânicos........................................................................................................ 19
5.2 Componentes orgânicos........................................................................................................... 20
6. Lista de questões ............................................................................................................................ 31
7. Gabarito .......................................................................................................................................... 35
8. Lista de questões comentadas ....................................................................................................... 36
Referências ......................................................................................................................................... 43
Folha de versão ................................................................................................................................... 44

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Apresentação
Olá, futuro(a) universitário(a)!
Tudo bem com você? Por aqui, tudo certo!
Eu sou a professora Bruna Klassa e estou aqui
para lhe guiar no caminho das pedras rumo à
universidade. Eu sou bióloga, especialista em
evolução, sistemática, biogeografia e conservação
ambiental, formada pela Unesp de Botucatu. Durante
a graduação, trabalhei com Fisiologia Humana e com
Paleontologia, duas áreas bem diferentes! Depois, fui
fazer mestrado na Universidade Federal do ABC e
trabalhei com história e ensino de Biologia, e logo
emendei meu doutorado na mesma universidade,
porém na área de Evolução e Diversidade Biológica.
Então, como você pode ver, sempre me interessei por
campos variados dentro da Biologia e felizmente tive
a oportunidade de trabalhar em vários deles.
Em minha época de vestibulanda prestei os principais processos seletivos do estado de São
Paulo, e conheci, na pós-graduação, diversas bancas. Atualmente sou uma das professoras
responsáveis pelo curso de Biologia do Estratégia Vestibulares, e montei este curso preparatório
intensivo, um material especial e diferenciado que vai ajudá-lo em sua pontuação na prova.
A nossa proposta, minha e dos demais professores do Estratégia Vestibulares, é oferecer para
você que vai prestar vestibular o melhor e mais completo material do mercado. E a minha missão é
fazer você tirar de letra todos os assuntos de Biologia, economizando tempo de prova para outras
disciplinas e deixando para trás os concorrentes.
Mas veja bem, este é um curso intensivo, e, como tal, o propósito aqui não é ensinar Biologia
do zero. Eu vou ajudá-lo a estudar os principais tópicos de Biologia e você vai ver como eles são
cobrados em uma lista de exercícios. Mas se você precisa de um maior detalhamento, de mais
exercícios, e tem mais tempo para permitir o aprendizado, recomendo-lhe o meu curso Extensivo.
Lá você irá encontrar uma teoria aprofundada e explicações mais minuciosas, ok?!
Então, pessoa querida, dedique-se ao máximo às páginas a seguir, gaste um tempo lendo as
conhecendo a minha metodologia e navegue no site do Estratégia Vestibulares para conhecer os
nossos cursos e ter acesso a outros conteúdos gratuitos. Inscreva-se também nos simulados, pois
eles são excelente termômetro para você avaliar o seu progresso. Fazendo isso, muito em breve
você será calouro na carreira dos seus sonhos em uma universidade top de linha!
Sem mais delongas, deixe-me lhe apresentar o Curso Intensivo de Biologia do Estratégia
Vestibulares!

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Cronograma de aula

Neste curso, estudaremos a Biologia em 22 aulas, sendo que cada aula contempla o i) estudo
teórico, com todos os pontos do edital e com dicas para os assuntos mais importantes, ii) resolução
de questões cobradas nos últimos anos, com gabarito e comentários sobre todas as alternativas,
incluindo as incorretas, iii) videoaulas completas para você acompanhar o seu pdf.
O conteúdo programático de cada aula está elencado abaixo.
Aula Título Descrição do conteúdo
1. O que é Biologia?
2. O que é método científico?
00 Fundamentos da Biologia
3. Origem da vida
4. Composição química da vida
Citologia I: membrana 1. A célula
01
plasmática 2. Membrana plasmática
1. Citoesqueleto
02 Citologia II: citoplasma
2. Organelas citoplasmáticas
1. Respiração celular
Citologia III: metabolismo 2. Fermentação
03
energético 3. Fotossíntese
4. Quimiossíntese
1. Núcleo celular
2. Produção de proteínas
04 Citologia IV: núcleo
3. Duplicação do DNA
4. Mutação
1. Ciclo celular: meiose e mitose
05 Ciclo celular 2. Tipos de reprodução
3. Gametogênese
1. Fecundação
Desenvolvimento
06 2. Desenvolvimento embrionário
embrionário
3. Anexos embrionários
1. Tecido epitelial
2. Tecido conjuntivo
07 Histologia
3. Tecido nervoso
4. Tecido muscular
1. Sistema tegumentar
2. Sistema nervoso
08 Fisiologia humana I 3. Sistema sensorial
4. Sistema endócrino
5. Sistema osteomuscular
1. Sistema digestório
09 Fisiologia humana II 2. Sistema respiratório
3. Sistema circulatório

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4. Sistema linfático e Sistema imune


1. Sistema urinário
10 Fisiologia humana III 2. Sistema genital
3. Reprodução, parto e ISTs
1. Classificação Biológica
2. Sistemática Filogenética
11 Classificação biológica
3. Classificação moderna
4. Classificação dos vírus
1. Vírus
Vírus, Bactérias, 2. Bactérias
12
“Protoctistas” e Fungos 3. “Protoctistas”
4. Fungos
1. Briófitas
2. Pteridófitas
13 Biologia vegetal I
3. Gimnospermas
4. Angiospermas
1. Morfologia vegetal
14 Biologia vegetal II 2. Histologia vegetal
2. Fisiologia vegetal
1. Poríferos
2. Cnidários
3. Platelmintos
4. Nematódeos
15 Animais invertebrados
5. Moluscos
6. Anelídeos
7. Artrópodes
8. Equinodermos
1. Peixes
2. Anfíbios
16 Animais vertebrados 3. “Répteis”
4. Aves
5. Mamíferos
1. Noções gerais de genética
2. 1ª lei de Mendel: a lei da segregação
17 Genética I 3. Heredogramas
4. Padrões de herança
5. Herança ligada aos cromossomos sexuais
1. 2ª lei de Mendel: a lei da segregação independente
2. Interações gênicas
18 Genética II 3. Pleiotropia
4. Herança quantitativa
5. Biotecnologia
1. Surgimento do pensamento evolutivo
2. Evidências da evolução: padrões evolutivos
3. Variabilidade genética e mecanismos evolutivos
19 Evolução 4. Genética de populações e equilíbrio de Hardy-
Weinberg
5. Especiação
6. Tempo geológico e evolução dos grandes grupos

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7. Evolução humana
8. Equívocos comuns sobre a evolução
1. Conceitos gerais de ecologia
2. Cadeia e teia alimentar
20 Ecologia I 3. Energia e matéria nos ecossistemas
4. Ciclos biogeoquímicos
5. Dinâmica de populações
1. Relações ecológicas
2. Sucessão ecológica
21 Ecologia II 3. Biomas do mundo
4. Biomas brasileiros
5. Desequilíbrios ambientais

No Fórum de dúvidas, alguns procedimentos podem acelerar o tempo de resposta:

• sempre que possível, copie a questão por completo quando for tirar uma dúvida. Isso evita que o
professor tenha que buscá-la na aula. Lembre-se que temos materiais personalizados por
universidade, e nem sempre encontrar uma questão é uma tarefa rápida;
• você pode anexar arquivos também sempre que julgar necessário;
• nosso fórum ainda não conta com um sistema que dá sequência às mensagens enviadas
previamente. Assim, ao fazer referência a uma pergunta feita há alguns dias, retome o assunto por
completo. Isso economiza tempo para o professor e para sua resposta.

Agora é a sua vez! Concentre-se, arregace as mangas e prepare aquele café:


Confie em mim e vamos juntos buscar sua aprovação! Boa aula!

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1. BIOLOGIA, A CIÊNCIA DA VIDA


Biologia (do grego bios, que significa vida, e logos, que significa estudo) é a ciência que estuda
a vida, ou seja, os padrões e os processos que permitem compreendê-la e como eles interagem
entre si e com o meio. Esse estudo divide-se em áreas menores, embora a compreensão dessas
áreas deva ser holística (visão do todo), já que “estar vivo” implica em uma série de relações
complexas que não podem acontecer isoladamente.
Desde organismos unicelulares até os organismos multicelulares, com milhares de células,
todo ser vivo foi gerado a partir da divisão de uma única célula. Portanto, a célula é o veículo para
toda informação hereditária que define cada espécie, e os processos vitais de cada organismo são
realizados por conjuntos complexos e específicos de células, reunidas em estruturas definidas.
Assim, um ser vivo pode ser definido como um sistema que cresce e se reproduz, graças ao seu
metabolismo constante e contínuo, e que muda com o ambiente ao longo de um período,
mantendo sua individualidade.

2. O QUE É MÉTODO CIENTÍFICO?


Okay. A Biologia é uma ciência que busca entender a vida em toda a sua complexidade. E
como se estuda essa ciência? Realizamos uma forma de investigação baseada no método científico.
Ao conduzir uma pesquisa, os cientistas coletam evidências empíricas1 mensuráveis para
testar uma hipótese prévia visando a apoiar ou a contradizer uma teoria.
O método científico é, então, uma rotina de procedimentos para averiguar uma ideia (uma
“receita passo a passo”) e chegar a uma conclusão cientificamente aceita. Nas pesquisas científicas,
existem alguns passos a serem seguidos:
1) Faça uma ou mais observações a respeito de um fenômeno.
2) Pesquise o que já existe de informação em relação a esse assunto.
3) Formule uma hipótese: uma tentativa de descrição do fenômeno que foi observado e faça
previsões baseadas nessa hipótese.
4) Essa é a parte mais divertida! Crie um teste ou procedimento para descobrir se sua hipótese está
correta. Colete dados e teste suas previsões em um experimento que possa ser reproduzido. É
importante que você anote o passo a passo para que outras pessoas também realizem o seu
experimento e testem sua hipótese.
5) Analise os dados.
6) Tire suas conclusões.
Se sua hipótese estava errada, isso não é ruim, porque você ainda descobriu alguma coisa!
Você descobriu que a luz vermelha influencia mais o crescimento da planta específica que você
estudou e não a luz verde. Não era o que você esperava, mas é um resultado!
7) Próximos passos: você pode modificar suas variáveis no experimento e testá-lo novamente.

1 Baseado na experiência e na observação.

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8) Reproduza o experimento até que não haja discrepâncias entre observações e teoria. Você e os
demais interessados no fenômeno devem ser capazes de seguir o passo a passo do experimento e
reproduzi-lo. Se os testes forem sempre congruentes, com variações não significativas, fica mais fácil
elaborar então uma teoria sobre o assunto.

Mas para que o método científico seja aplicado corretamente, é necessário que haja um
grupo controle, isto é, um padrão de referência.

Hora de praticar!

(FUVEST SP/1998) No texto a seguir, reproduzido do livro Descobertas acidentais em ciências,


de Royston M. Roberts (Campinas, Papirus, 1993), algumas frases referentes a etapas
importantes na construção do conhecimento científico foram grifadas e identificadas por um
numeral romano:
“Em 1889, em Estrasburgo, então Alemanha, enquanto estudavam a função do pâncreas
na digestão, Joseph Von Mering e Oscar Minkowski, removeram o pâncreas de um cão. No dia
seguinte, um assistente de laboratório chamou-lhes atenção sobre o grande número de
moscas voando ao redor da urina daquele cão.
I. Curiosos sobre porque as moscas foram atraídas à urina, analisaram-na e observaram
que esta apresentava excesso de açúcar.

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II. Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes. Von Mering e Minkowski perceberam
que estavam vendo pela primeira vez a evidência da produção experimental de diabetes em
um animal.
III. O fato de tal animal não ter pâncreas sugeriu a relação entre esse órgão e o diabetes.
[…] Muitas tentativas de isolar a secreção foram feitas, mas sem sucesso até 1921. Dois
pesquisadores, Frederick G. Bating, um jovem médico canadense, e Charles H. Best, um
estudante de medicina, trabalhavam no assunto no laboratório do professor John J. R.
MacLeod, na Universidade de Toronto. Eles extraíam a secreção do pâncreas de cães.
IV. Quando injetaram os extratos (secreção do pâncreas) nos cães tornados diabéticos pela
remoção de seu pâncreas, o nível de açúcar no sangue desses cães voltou ao normal, e a urina
não apresentava mais açúcar”.
A alternativa que identifica corretamente cada uma das frases grifadas com cada uma das
etapas de construção do conhecimento científico é:
I II III IV
a) Hipótese Teste da hipótese Fato Observação
b) Fato Teoria Observação Teste da hipótese
c) Observação Hipótese Fato Teste da hipótese
d) Observação Fato Teoria
e) Observação Fato Hipótese Teste da hipótese

Comentários
A afirmativa I é relativa à observação de um fenômeno. Eles estavam curiosos com as
moscas rondando a urina e então analisaram a composição da urina.
A afirmativa II é um fato. Açúcar na urina é um sinal comum de diabetes e ponto.
A alternativa III é uma hipótese. Talvez o cachorro tenha desenvolvido diabetes porque
não tinha pâncreas.
A afirmativa IV é o teste, o experimento. Vamos injetar a secreção pancreática nele e ver
o que acontece com o nível de açúcar na urina.
Gabarito: E.

(UFMG/2008) Um estudante decidiu testar os resultados da falta de determinada vitamina na


alimentação de um grupo de ratos. Colocou então cinco ratos em uma gaiola e retirou de sua
dieta os alimentos ricos na vitamina em questão. Após alguns dias, os pelos dos ratos
começaram a cair. Concluiu então que esta vitamina desempenha algum papel no crescimento
e manutenção dos pelos. Sobre essa experiência podemos afirmar:
a) A experiência obedeceu aos princípios do método científico, mas a conclusão do estudante
pode não ser verdadeira.
b) A experiência foi correta e a conclusão também. O estudante seguiu as normas do método
científico adequadamente.
c) A experiência não foi realizada corretamente porque o estudante não usou um grupo de
controle.
d) O estudante não fez a experiência de forma correta, pois não utilizou instrumentos
especializados.
e) A experiência não foi correta porque a hipótese do estudante não era uma hipótese passível
de ser testada experimentalmente.

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Comentários
O estudante esqueceu de usar um grupo controle. O método científico necessita de um de
referência (no caso, um grupo que receberia dieta completa com a vitamina estudada) e um
grupo experimental (que receberia dieta com carência da vitamina alvo).
Fora a dieta, as demais condições (como abrigo, bebida, temperatura, exposição à luz,
entre outras) devem ser iguais para os dois grupos. Além disso, os dois grupos devem ser
compostos por animais da mesma espécie. Esta informação não foi dita no texto e é
importantíssima. Animais (ou plantas) de espécies diferentes respondem de maneira
diferentes aos estímulos. Para se comparar o efeito de algum fator, devemos usar espécies
iguais.
Assim, as alternativas A e B estão erradas porque o estudante não seguiu o método
científico, deixando de lado o grupo controle. A alternativa D está errada porque a retirada da
vitamina é um método possível de se realizar o experimento. A alternativa E está errada porque
a hipótese é sim testável, o que faltou foi um delineamento experimental melhor.
Delineamento experimental é o nome dado a todo o planejamento de como um
experimento vai acontecer: quais grupos serão necessários, onde eu vou fazer, durante quanto
tempo, o que eu vou precisar para realizar o experimento, etc.
Assim, a alternativa C é a correta.
Gabarito: C.

3. O QUE É VIDA?
O que caracteriza um ser como vivo? Tanto seres vivos quanto materiais inanimados são
constituídos por átomos, contudo, existem seis elementos químicos que são mais frequentes e
essenciais na composição dos seres vivos: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N),
fósforo (P) e enxofre (S). O CHONPS! O CHONPS é importante porque representa os seis elementos
que formam as moléculas orgânicas. Assim, todo ser vivo apresenta o CHONPS abundantemente.
E quais são essas moléculas orgânicas formadas pelo CHONPS?
A associação entre o hidrogênio, o oxigênio e o carbono formam os carboidratos e os lipídios,
enquanto a associação entre hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio forma as proteínas e os
ácidos nucleicos (que contém a informação genética dos organismos).

Além do CHONPS, as características fundamentais dos seres vivos são:


a) Organização celular. Todos os seres vivos estão organizados em células, que podem ser
procariotas (sem compartimentos internos e sem membrana delimitando o material genético) ou
eucariotas (mais complexas, com inúmeros compartimentos internos).

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b) Metabolismo. A obtenção de energia suficiente para a manutenção da vida graças à constante


degradação e reconstrução de moléculas orgânicas.
c) Crescimento e reprodução. Os organismos crescem (seja pelo aumento do tamanho da célula ou
pelo aumento do número de células do corpo) e se reproduz.
d) Movimentação. Capacidade de movimentar-se ativamente (correr, nadar, voar) permite explorar
o ambiente à procura das melhores condições para sobrevivência.
e) Hereditariedade. Capacidade de transmitir o material genético para os seus descendentes.
f) Mudança e adaptação. Capacidade de mudar e desenvolver ajustes (funcionais, fisiológicos,
anatômicos, etc.), ao longo de milhares de anos, garantindo maior sobrevivência e maior taxa de
reprodução.
Portanto, não existe uma definição do que é vida, mas sim um conjunto de características
que permitem diferenciar o vivo do não-vivo.

Hora de praticar!

(FUVEST/2009) Analise as afirmações abaixo referentes aos seres vivos.


I. Relacionam-se e modificam o meio.
II. Reproduzem-se sexualmente.
III. Respondem aos estímulos do meio.
IV. Usam gás carbônico na produção de matéria orgânica.
São características comuns a todos os seres vivos:
a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Comentários
A afirmativa I está correta. Vimos que uma das características de estar vivo é relacionar-se
com o meio, modificando-se e modificando-o.
A afirmativa II está errada. Veremos que os seres vivos podem se reproduzir de maneira
sexuada e assexuada. A reprodução sexuada é uma forma de reprodução que se realiza por
meio da fusão de dois tipos de células reprodutoras especializadas chamadas gametas. Nos
animais que se reproduzem sexuadamente essas células especializadas são o óvulo e o
espermatozoide. A reprodução assexuada é um tipo de reprodução que ocorre sem a
conjugação de material genético. Existe um único progenitor que se divide por mitose. Os seres
provenientes deste tipo de reprodução são geneticamente iguais ao organismo que os
originou (a não ser que haja mutações) e são denominados clones.
A afirmativa III está correta. Ela está de acordo com a afirmativa I.
A afirmativa IV está errada. Nem todos os seres vivos usam CO 2 para produzir alimentos,
apenas as plantas.
Gabarito: C.

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4. ORIGEM DO UNIVERSO E DA VIDA NA TERRA


A teoria mais bem fundamentada da origem do nosso universo está centrada em um evento
conhecido como o Big Bang.

Figura 1. Formação do universo. Fonte: Shutterstock.

Nos primeiros 10 a 43 segundos de sua existência, o universo era muito compacto, com
tamanho muito inferior a um único átomo. Acredita-se que, em um estado energético tão
incompreensivelmente denso, quatro forças fundamentais – gravidade, eletromagnetismo e as
forças nucleares fortes e fracas – uniram-se em uma única força. A partir daí, as primeiras partículas
do universo teriam se misturados e se acomodado na mesma temperatura, e, em uma fração
inimaginável de um segundo, toda essa matéria e energia teria se expandido mais ou menos
uniformemente, com pequenas variações. A expansão continuou por muito tempo, mas a um ritmo
mais lento, até que quando a matéria se resfriou, diversos tipos de partículas começaram a se
formar. Essas partículas se condensaram, constituindo as estrelas e galáxias do nosso universo atual,
incluindo a Via Láctea, galáxia onde o sistema solar está inserido.
Embora o universo tenha surgido há aproximadamente 14 bilhões de anos, a vida (como
conhecemos) só surgiu na Terra há 3,5 bilhões de anos.
A teoria da geração espontânea ou abiogênese foi aceita até meados do século XIX para
explicar a origem de vários organismos e propunha que a vida ou os organismos vivos poderiam ser
"gerados espontaneamente" a partir de matéria não viva. Contudo, alguns cientistas dessa época
contestaram tal ideia, entendendo a vida só poderia surgir de outro ser vivo pré-existente, teoria
que chamamos de biogênese.
Então, como teria surgido o primeiro ser vivo? Existem algumas hipóteses que tratam sobre
esse assunto:

• Origem extraterrestre: também conhecida como panspermia, segundo a qual a vida na Terra teve
origem a partir de seres vivos ou de substâncias precursoras da vida proveniente de outros locais
do cosmo.

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• Origem criacionista: segundo a qual os seres vivos forma criados individualmente por uma
divindade.
• Origem por evolução química: segundo a qual a vida surgiu da matéria não viva, a partir de
associações entre moléculas, formando substâncias cada vez mais complexas. Essa hipótese foi
levantada na década de 1920 e é atualmente a mais aceita.
A teoria da evolução química, de Aleksandr Oparin e J.B.S. Haldane, indica que na atmosfera
primitiva havia gás hidrogênio, vapor d’água, amônia e metano. A partir da combinação dessas
moléculas e pela ação constante de descargas elétricas e radiação ultravioleta na Terra recém-
formada, alguns compostos orgânicos teriam se originaram e foram carregados para o oceano
primitivo, tornando-os verdadeiras “sopas nutritivas”. Nesse oceano surgiu então os primeiros
sistemas vivos – os coacervados.
Coacervados são conjuntos de moléculas orgânicas reunidas em grupos e envoltas por
moléculas de água. Eles não eram seres vivos, mas uma organização de substâncias orgânicas em
um sistema semi-isolado do ambiente, podendo trocar substâncias com o meio externo e
possibilitando a ocorrência de inúmeras reações químicas em seu interior.
Em 1950, Stanley Miller e Harold Urey desenvolveram um aparelho que simulava as
condições supostas para a Terra primitiva de Oparin-Haldane. A ideia era testar se as moléculas
biológicas precursoras da vida poderiam ter sido criadas por descargas elétricas na atmosfera da
Terra primitiva. Eles observaram como resultado a formação dos aminoácidos alanina e glicina.
Posteriormente, novas pesquisas obtiveram outros aminoácidos e vários compostos de carbono.

Figura 2. Experimento de Miller-Urey. Um aparelho com uma mistura de gases simulava a atmosfera primitiva, que foi submetida a descargas
elétricas por vários dias. Um condensador resfriava essa atmosfera úmida e a água condensada escorria pelos tubos de vidro do aparelho
(simulando a chuva e formação dos mares primitivos). Um aquecedor novamente fervia e evaporava a água, simulando a superfície quente do
planeta recém-formado. Miller examinou o líquido acumulado e percebeu a formação dos aminoácidos alanina e glicina.

O experimento de Miller-Urey, juntamente com a descoberta da estrutura do DNA, levou a


um grande otimismo nos anos 50 sobre a descoberta de um caminho químico para a vida.

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Hora de praticar!

(UECE/2019) Relacione, corretamente, as teorias sobre a origem da vida com suas respectivas
características, numerando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação:
1. Abiogênese
2. Biogênese
3. Panspermia
4. Evolução molecular
( ) Afirma que a vida na Terra teve origem a partir de seres vivos ou de substâncias
precursoras da vida proveniente de outros locais do cosmo.
( ) Surgiu a partir de evidências irrefutáveis de testes rigorosos realizados por Redi,
Spallanzani, Pasteur e outros que chegaram à conclusão de que seres vivos surgem somente
pela reprodução de seres da sua própria espécie.
( ) Considera que a vida surgiu por mecanismos diversos como, por exemplo, a partir da lama
de lagos e rios, além da reprodução.
( ) A vida é resultado de um processo de evolução química em que compostos inorgânicos se
combinam, originando moléculas orgânicas simples que se combinam produzindo moléculas
mais complexas, até o surgimento dos primeiros seres vivos.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) 4, 1, 3, 2.
b) 3, 2, 1, 4.
c) 1, 4, 2, 3.
d) 2, 3, 4, 1.

Comentários
Logo na primeira afirmativa podemos “matar” esta questão. A ideia de que a vida surgiu
em outros locais do Universo e chegou até a Terra “de carona” em meteoros e meteoritos é a
panspermia. O apoio à ideia se baseia no fato de que os cientistas já encontraram matéria de
natureza orgânica em meteoroides e meteoritos, e na existência de organismos microscópicos
conhecidos suficientemente resistentes, que poderiam suportar uma viagem espacial até a
Terra (os chamados extremófilos). Um exemplo de organismos extremófilos são os
tardígrados, animais microscópicos segmentados, relacionados com os artrópodes, que
podem sobreviver a temperaturas variando desde pouco mais do que o zero absoluto (-272,15
°C) até os 150°C, a pressões de 6 mil atmosferas e a 5.000 Gy de radiação, cerca de 1000 vezes
mais do que um ser humano pode suportar.
Os experimentos de Redi (moscas que “surgem” na carne em putrefação são originadas de
ovos nela depositados), Spallanzani (a fervura completa de caldos nutritivos mata os
microrganismos e impede sua proliferação) e Pasteur (experimento do frasco com gargalo
“pescoço de cisne”, que prova definitivamente que os microrganismos surgem a partir de
outros preexistentes) favorecem a teoria da biogênese. Já a ideia de que a vida surge a partir
da matéria inanimada corresponde a teoria da abiogênese.
A evolução química é a teoria mais aceita para explicar o surgimento da vida, e afirma que
a combinação de compostos inorgânicos na atmosfera primitiva, alguns anos após o

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surgimento do planeta, teria dado origem a moléculas orgânicas que, ao longo do tempo, se
modificaram até o aparecimento dos primeiros seres vivos.
Gabarito: B.

(PUC RS/2016) Com base na foto abaixo, que apresenta uma réplica do experimento de Miller-
Urey, exposta no Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT-PUCRS).

Sobre a experiência conduzida por esses dois cientistas, é correto afirmar:


a) Com a experiência, tentou-se comprovar a hipótese de Francesco Redi sobre a inexistência
da geração espontânea.
b) O experimento contribuiu para uma melhor compreensão da teoria da Panspermia
Cósmica, pois o aparelho simula as condições iniciais do espaço sideral.
c) Como resultado do experimento, os cientistas obtiveram moléculas orgânicas complexas,
sendo estas produto da reação entre gás carbônico, gás oxigênio, amônia e água na forma de
vapor.
d) Ao tentar reproduzir as condições da Terra primitiva, propostas por Oparin, os produtos
da reação química conduzida pelo experimento foram obtidos a partir de gás metano, amônia,
gás hidrogênio e água na forma de vapor.
e) Segundo as conclusões de Miller e Urey, os coacervados obtidos como produtos do
experimento representam os possíveis primeiros seres vivos que habitaram o planeta, por
terem metabolismo próprio, além de capacidade de autorreprodução.

Comentários
Oparin formulou uma hipótese sobre a origem dos primeiros seres vivos, segundo a qual
moléculas orgânicas simples teriam sido formadas a partir de gases simples submetidos a calor
e descarga elétrica. Essas moléculas teriam sido carregadas para o oceano primitivo, e lá teria
surgido a primeira célula. Miller e Urey, em 1953, reproduziram tais condições da atmosfera
primitiva e obtiveram como produto um líquido cheio de moléculas orgânicas ausentes no
início, fornecendo provas de que a vida poderia surgir a partir da combinação dos gases
presentes no surgimento do planeta, como propôs Oparin.
Gabarito: D.

Não se sabe ao certo como a primeira célula teria surgido a partir dos coacervados. Supõe-se
que, assim como esse conjunto de moléculas orgânicas surgiu espontaneamente, outras estruturas
também poderiam surgir, como uma membrana primitiva formada por lipídios e proteínas contendo
em seu interior uma molécula de ácido nucleico.

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4.1 A primeira célula


Os coacervados muito provavelmente foram a primeira forma de vida a surgir, com origem
aproximada de 1200 milhões de anos. Ao longo do tempo, eles teriam se desenvolvido em
organismos coloniais semelhantes aos atuais coanoflagelados. Essa é a explicação mais plausível
para as evidências que temos atualmente.
Alguns coanoflagelados vivem como células simples, enquanto outros formam colônias.
Supõe-se que o grupo que reúne todos os animais teria surgido de uma colônia cujos integrantes se
diferenciaram entre células somáticas (corporais) e células reprodutivas. Essa diferenciação teria
permitido uma maior capacidade para realizar funções como percepção, alimentação ou defesa.

Figura 3. O primeiro ser vivo teria sido um monoflagelado ancestral, de vida colonial, que evoluiu para um organismo primitivo com
organização semelhante aos atuais coanoflagelados.

Após a diferenciação entre células somáticas e reprodutoras, esses organismos primitivos


teriam começado a copiar seu material genético e passá-lo para seus descendentes, através de um
RNA auto replicador – uma molécula de RNA capaz de se copiar. Muitos cientistas apoiam essa
hipótese de que o RNA, e não o DNA, foi o primeiro material genético, porque ele armazenaria
informações genéticas, se auto copiaria e executaria funções metabólicas básicas como
catalizador.
A auto replicação abriu as portas para a seleção natural, tornando esses organismos
superreplicadores cada vez mais comuns. Com o tempo, o próximo passo na evolução dessas
moléculas replicadoras foi tornarem-se inclusas em uma membrana celular. A evolução de uma
membrana ao redor do material genético ofereceu duas grandes vantagens: os produtos do material
genético puderam ser mantidos por perto; e o ambiente interno dessa célula primitiva pôde se
diferenciar do meio externo. Esse avanço teria dado origem a um organismo muito parecido com
uma bactéria atual.
Em algum momento então, alguma célula ou grupo de células evoluiu para o uso do DNA (que
é mais estável que o RNA) como material genético, proteínas responsáveis pelo metabolismo básico
da célula e o RNA foi rebaixado ao papel de mensageiro, carregando informações do DNA para os
centros construtores de proteínas da célula. As células que incorporaram essas inovações
desenvolveram diferentes funções e puderam dar origem à primeira linhagem de organismos
multicelulares.

4.2 Evolução do metabolismo


Existem duas hipóteses sobre qual seria a alimentação das primeiras formas de vidas. A
primeira diz que o primeiro ser vivo do planeta era uma célula simples que não produzia o próprio

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alimento por não possuir a maquinaria necessária para essa produção. Essa hipótese é conhecida
como hipótese heterotrófica. A energia seria então retirada das moléculas orgânicas acumuladas
nos mares primitivos e consumida em um processo semelhante à fermentação. Na fermentação,
moléculas orgânicas são quebradas, originando compostos orgânicos mais simples e gerando
energia, que é utilizada no metabolismo.
A segunda hipótese, mais aceita atualmente, defende que os seres vivos primordiais eram
capazes de fabricar seu próprio alimento. Ela é conhecida como hipótese autotrófica. Seu
argumento principal é de que na Terra primitiva não havia moléculas orgânicas em quantidade
suficiente para sustentar os primeiros seres vivos. Eles, então, produziam seu alimento a partir da
energia liberada por reações químicas entre os componentes inorgânicos da superfície terrestre.
Eles seriam quimiolitotróficos.
4.2.1 Origem da fotossíntese
A fotossíntese foi, portanto, um passo importante para a história da vida na Terra.

No início, o sulfeto de hidrogênio era o provável reagente junto com o gás carbônico. Por
utilizarem substâncias simples e energia solar, bactérias fotossintetizantes puderam se espalhar por
toda o planeta e a consequência disso foi um aumento brusco na concentração de oxigênio na
atmosfera terrestre, fazendo com que ele funcionasse como um poluente atmosférico para a
maioria dos seres que já habitavam o planeta. Por volta de 2 bilhões de anos atrás, esses seres que
ainda não possuíam proteção contra o oxigênio acabaram extintos. Essa extinção foi chamada de
holocausto do oxigênio.
4.2.2 Origem da respiração aeróbica
Mesmo com todo o caos introduzido pela nova concentração de oxigênio no ambiente
primitivo, os seres ancestrais das cianobactérias desenvolveram sistemas químicos antioxidantes, e
passaram a aproveitar o poder oxidante do gás oxigênio para quebrar moléculas as orgânicas que
elas mesmas produziam e convertê-las em energia. Essa oxidação garantia alta eficiência, dando
origem à respiração aeróbica.

Outra implicação da presença de gás oxigênio na atmosfera terrestre foi a formação de uma
camada de gás ozônio (O3) na estratosfera.

4.3 História geológica da Terra

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Após a origem da nossa galáxia, foram necessários milhões de anos para que a superfície
terrestre se resfriasse e enrijecesse, originando uma crosta rochosa. Há mais ou menos 225 milhões
de anos, essa crosta rochosa formava um único supercontinente chamado Pangeia, cercado pelo
oceano primitivo chamado Pantalassa.
Há 200 milhões de anos, essas placas estavam se afastando umas das outras e a Pangeia se
fragmentou em dois continentes: a Laurásia e a Gondwana. Por volta de 70 milhões de anos, a Terra
já apresentava a configuração dos seis continentes que temos hoje. Essa ideia de que os continentes
nem sempre ocuparam a mesma posição e configuração que ocupam hoje é chamada de Teoria da
Deriva Continental, proposta em 1912 por Alfred Wegener.

Figura 4. Deriva continental. Fonte: Shutterstock.

4.4 Radiação da vida


Já temos uma ideia de como os primeiros seres vivos surgiram. Mas como eles se modificaram
nas variadas formas de vida que temos hoje?
Registros fósseis de organismos multicelulares datam de cerca de 600 milhões de anos, e
mostram configurações e corpos curiosos, muito parecidos com pequenas folhas, outros com
formas de disco, que provavelmente permaneciam fixos no solo do fundo dos mares ou suspensos
na coluna d’água. Esses animais foram nomeados de fauna ediacariana, por terem sido descobertos
em Ediacara, na Austrália. Eles são considerados os primeiros exemplos de organismos
multicelulares complexos a surgirem na Terra.
Há cerca de 530 milhões de anos,
contudo, uma vasta variedade de animais
apareceu repentinamente no cenário
evolutivo em um evento denominado de
Explosão Cambriana. Em possivelmente
mais ou menos 10 milhões de anos, animais
marinhos evoluíram a maioria dos formatos
básicos de corpo que vemos hoje em grupos
modernos. Entre os organismos
preservados em fósseis desse tempo há
parentes de crustáceos e estrelas-do-mar,
esponjas, moluscos, vermes, cordados e Figura 5. Alguns animais do período Cambriano: (1) Anomalocaris, (2)
Opabinia, (3) Hallucigenia. Fonte: Shutterstock.
algas.

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4.5 Organização da vida


Desde organismos unicelulares, formados por apenas uma célula, até os organismos
multicelulares, formados por milhares de células, todo ser vivo foi gerado a partir da divisão de uma
única célula. Isso é o que chamamos de teoria celular, um dos princípios básicos da biologia.
Assim, podemos classificar toda forma de vida em três grandes domínios, baseando-nos
inicialmente na estrutura celular que apresentam: domínio Bacteria, domínio Archaea e domínio
Eukarya. Os organismos dos domínios Bacteria e Archaea são procariontes unicelulares, como por
exemplo as bactérias e as bactérias extremófilas (que vivem em condições extremas). Já os
organismos do domínio Eukarya são eucariontes, uni ou pluricelulares. Pertencem a esse domínio
os “protozoários”, as “algas”, os fungos, os animais e as plantas.

5. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA VIDA


As moléculas orgânicas são aquelas que possuem átomos de carbono em sua composição. Já
as moléculas inorgânicas não apresentam átomos de carbono, exceto o dióxido de carbono
(também conhecido como gás carbônico – CO2).
A maior parte dos átomos de carbono presente nas células está incorporada em grandes
moléculas poliméricas – cadeias formadas por subunidades químicas ligadas umas às outras pelas
extremidades – formando macromoléculas (2% de polissacarídeos, 15% de proteínas, 1% de DNA e
6% de RNA). Além disso, a composição química da vida conta com 70% de água. Isso é importante
porque quase todas as reações químicas ocorrem em soluções aquosas. Sais minerais e outros
elementos em menor quantidade também constituem os organismos vivos.
5.1 Componentes inorgânicos
Vimos que a vida muito provavelmente se originou na água. Isto porque sua presença garante
que todos os processos bioquímicos celulares ocorram, uma vez que todas as reações acontecem
em meio aquoso. Por isso costumamos dizer que a água é a molécula fundamental da vida.

5.1.1 Água
A água, classificada como inorgânica, é a molécula mais abundante nas
células, representando 70-85% ou mais da massa celular total. Sua molécula
é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O). Os dois
átomos de hidrogênio (H) se ligam ao átomo de oxigênio (O) por ligações
covalentes, estabelecendo uma distribuição desigual de elétrons na
molécula: uma carga negativa no O e uma carga positiva nos H. Esta
desigualdade de cargas torna a molécula polar.
Por causa dessa polaridade, as moléculas de água permanecem unidas entre si, formando
ligações (ou pontes) de hidrogênio. Os átomos de hidrogênio de uma molécula de água são atraídos
pelo átomo de oxigênio de sua molécula vizinha. Como resultado, íons e moléculas polares são
facilmente solúveis em água (hidrofílicos). Em contraste, moléculas não polares não podem interagir
com a água e são pouco solúveis em um ambiente aquoso (hidrofóbicas).

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As ligações de hidrogênio mantêm as moléculas de água unidas umas às outras pela coesão,
e essa coesão fica evidente quando observamos a superfície de uma gota de água: as moléculas
fortemente unidas formam uma espécie de película relativamente resistente. Esse comportamento
da água chama-se tensão superficial.

Figura 6. Tensão superficial da água. Fonte: Shutterstock.

A coesão da água explica também o seu alto calor específico, ou seja, necessita de grande
quantidade de energia (calor) para aumentar sua temperatura e suas moléculas se separarem. Isso
também vale para a diminuição da temperatura, onde é necessária grande perda de calor. Ainda, as
moléculas de água, por serem polares, tendem a se aderir às superfícies igualmente polarizadas.
Essa propriedade chama-se adesão.

5.1.2 Sais minerais


Os íons inorgânicos da célula constituem 1% ou menos da sua massa e são essenciais para os
organismos.

SAIS MINERAIS FUNÇÃO


Sódio (Na) Importante para a transmissão nervosa, contração muscular e
equilíbrio de fluidos no organismo.
Potássio (K) Importante para a transmissão nervosa, contração muscular e
equilíbrio de fluidos no organismo. Sintomas de deficiência de
potássio incluem fraqueza muscular, desorientação e fadiga.
Cálcio (Ca) Participa da composição dos dentes e ossos.

Ferro (Fe) Principal componente da hemoglobina, molécula que permite a


absorção e o transporte de oxigênio pelo corpo; a sua falta pode
causar problemas relacionados a respiração celular.
Fósforo (P) Importante na produção de energia juntamente com o cálcio. A
energia química do corpo é armazenada em combinações de fosfato
de alta energia (ATP).
Magnésio (Mg) Atua principalmente nos músculos e ossos, onde ajuda na
concentração muscular e metabolismo energética. Ativa reações
químicas que produzem energia na célula.
Zinco (Zn) Ajuda a manter o sistema imunológico sadio, facilita a cicatrização
de machucados e a recuperação de lesões.

5.2 Componentes orgânicos

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Agora que vimos os componentes inorgânicos da célula, vamos estudar os componentes


orgânicos. As macromoléculas constituem as principais unidades que formam as células e os
componentes que conferem as características mais distintivas dos seres vivos. Elas são polímeros
construídos por ligações covalentes entre pequenas moléculas orgânicas (chamadas de
monômeros), formando cadeias longas. São elas os carboidratos, os lipídios, as proteínas e os ácidos
nucleicos.

5.2.1 Carboidratos
Os carboidratos são compostos orgânicos conhecidos como açúcares. Também chamados de
sacarídeos ou glicídios, são constituídos principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e
oxigênio. Eles constituem as macromoléculas mais abundantes no planeta Terra e são a principal
fonte de energia para os seres vivos (como veremos em aula futura). Apresentam ainda importante
função na formação de elementos estruturais (como a parede celular de células vegetais e o
exoesqueleto de artrópodes) e na participação do reconhecimento entre as células. De acordo com
seu tamanho, classificam-se em monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
Monossacarídeos são moléculas simples de carboidratos, que possuem fórmula geral
(CH2O)n, onde n representa o número de átomos de carbono que a molécula possui, que varia de 3
a 7 átomos. A glicose (C6H12O6), frutose, galactose, maltose e a lactose são exemplos.
Dissacarídeos se formam pela união de dois monossacarídeos, através de uma reação de
desidratação: um monossacarídeo perde um hidrogênio, (–H), e o outro perde um grupo hidroxila,
(–OH). Eles se unem através de uma ligação glicosídica, produzindo uma molécula de água. A
sacarose, principal açúcar presente na cana-de-açúcar, é um dissacarídeo formado pela união de
uma molécula de glicose a uma de frutose. Outros exemplos são a lactose, formada a partir da união
de uma glicose com uma galactose e a maltose, formadas da união de duas glicoses.
Polissacarídeos são macromoléculas constituídas por 21 a centenas ou milhares de açúcares
simples (monossacarídeos). Glicogênio e amido são polissacarídeos com estruturas e função
similares: armazenar glicose. O glicogênio é o principal carboidrato de reserva animal e é encontrado
no fígado e no músculo esquelético. O amido é o principal carboidrato de reserva vegetal. A quitina
é o polissacarídeo que constitui o exoesqueleto de diversos animais, entre eles os artrópodes. Já a
celulose é o principal componente estrutural da parede celular da planta.

5.2.2 Lipídios
Os lipídios são compostos orgânicos também conhecidos como gorduras. Eles representam
de 2 a 3% da composição química celular e têm como característica principal a insolubilidade em
água (como suas moléculas não formam cargas negativas e positivas, eles são insolúveis em água –
apolares). Dentre suas funções, destacam-se sua atuação como fonte de armazenamento
energético, papel estrutural das membranas celulares, participação da produção de hormônios e
do processo de fotossíntese, atuação como isolante térmico e impermeabilizante.
Os principais tipos de lipídios são os glicerídeos (óleos e gorduras de origem vegetal e animal),
os fosfolipídios (componentes das membranas celulares) e os esteroides (colesterol e hormônios
animais).

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Os glicerídeos são os lipídios mais abundantes na natureza, conhecidos popularmente como


óleos e gorduras, e constituem a principal fonte de energia dos organismos animais. São constituídos
por moléculas de glicerol ligadas a uma, duas ou três moléculas de ácidos graxos.
Os fosfolipídios são os principais constituintes da membrana plasmática dos animais e
consistem em um glicerídeo combinado com um grupo fosfato. Todos os fosfolipídios têm cabeças
hidrofílicas ou polar (formada pelo glicerol e o grupo fosfato) e caudas hidrofóbicas ou apolares
(formadas pelas duas cadeias de hidrocarbonetos dos ácidos graxos). Como o fosfato possui carga
negativa, consequentemente, os fosfolipídios são moléculas anfipáticas, parcialmente solúveis em
água e parcialmente insolúveis em água. Essa propriedade dos fosfolipídios é a base para a formação
de membranas biológicas.
Em solução aquosa, as caudas apolares se atraem, ficando interiorizadas e formando uma
estrutura em bicamada lipídica, onde as cabeças polares ficam voltadas para o exterior e em contato
com a água.

Os fosfolipídios se
arranjam em micelas
na água, constituindo a
base para formação
das membranas
biológicas.

Os esteroides são moléculas compostas por quatro anéis de carbono interligados, os quais se
ligam a outros átomos, como hidrogênio e oxigênio. O exemplo de esteroide mais comum é o
colesterol. Este esteroide é anfipático, encontrado nas membranas plasmáticas das células animais
e nas membranas das organelas celulares (exceto da mitocôndria). A função principal do colesterol
é reduzir a fluidez das membranas biológicas e conferir a elas maior estabilidade. Ainda, ele é
precursor dos sais biliares e de diversos hormônios sexuais.

5.2.3 Proteínas
As proteínas são as unidades fundamentais das células e desempenham a maior parte dos
trabalhos celulares voltados para a estrutura, função e regulação dos tecidos e órgãos do corpo,
como:
✓ exercem função estrutural, participando da manutenção da arquitetura celular (através dos
filamentos proteicos – actina e miosina – do citoesqueleto);
✓ atuam no transporte de moléculas entre as células;
✓ realizam atividade contrátil;
✓ participam do metabolismo celular através dos hormônios insulina e glucagon, ou coordenando
processos biológicos entre diferentes células, como o hormônio do crescimento;
✓ estão envolvidas na defesa do corpo, produzindo anticorpos para antígenos específicos;

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✓ atuam como catalisadores, influenciando na velocidade das reações químicas (através das
reações químicas) e na formação de novas moléculas através da leitura da informação genética
contida no DNA.
As proteínas são formadas por centenas de aminoácidos, ligados em sequência em longas
cadeias. Existem 20 tipos diferentes de aminoácidos que podem ser combinados para formar uma
proteína. A sequência de aminoácidos determina a estrutura tridimensional única de cada proteína
e sua função específica. Os aminoácidos são, portanto, os monômeros que compõem as proteínas.
Um aminoácido é uma molécula orgânica formada por
átomos de carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e, por vezes,
enxofre e, dependendo da forma como estes átomos se ligam, um
aminoácido diferente é formado. Genericamente, os aminoácidos
compartilham uma estrutura básica que consiste em um átomo de
carbono central, também conhecido como carbono alfa (α), ligado
a um grupo amino (NH2), a um grupo carboxila (COOH) e a um
átomo de hidrogênio. Cada aminoácido também tem outro átomo
ou grupo de átomos ligados ao átomo central, conhecido como o
radical R (cadeia lateral), que determina a sua identidade. Por
exemplo, se o radical R é um átomo de hidrogênio, então o
aminoácido é glicina, mas se o radical R for um metil (CH3), o
aminoácido então é alanina.
Os aminoácidos de uma proteína são ligados aos seus vizinhos por ligações covalentes
conhecidas como ligações peptídicas, na qual o grupo carboxila do aminoácido que se encontra no
final da cadeia polipeptídica reage com o grupo amino de um aminoácido que entra para a cadeia
em crescimento, liberando uma molécula de água. A ligação resultante entre aminoácidos é uma
ligação peptídica e as moléculas resultantes são chamadas de peptídeos.

Figura 7. Ligação peptídica.

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Um organismo possui 20 tipos de aminoácidos, formados por 20 tipos diferentes de cadeias


laterais. Nós, humanos, só conseguimos produzir 11 deles. Os 9 restantes são considerados
essenciais, e devem ser obtidos através da alimentação. Os 20 aminoácidos que participam da
estrutura das proteínas estão listados na tabela abaixo.

Aminoácidos não essenciais Aminoácidos essenciais

Alanina (Ala) Fenilalanina (Phe)


Arginina (Arg) Histidina (His)
Asparagina (Asn) Isoleucina (Ile)
Aspartato (Asp) Leucina (Leu)
Cisteína (Cys) Lisina (Lys)
Glutamato (Glu) Metionina (Met)
Glutamina (Gln) Treonina (Thr)
Glicina (Gly) Triptofano (Trp)
Prolina (Pro) Valina (Val)
Serina (Ser)
Tirosina (Tyr)
Algumas das cadeias laterais que formam os aminoácidos podem ter natureza apolar,
enquanto outras, natureza polar. Dessa forma, diferentes tipos de interações entre as moléculas de
aminoácidos podem ocorrer, fazendo com que a estrutura espacial (tridimensional) das proteínas
seja bastante variada.
O nível mais simples de estrutura proteica é a estrutura primária, a sequência linear de
aminoácidos em uma cadeia polipeptídica. Por exemplo, o hormônio insulina tem duas cadeias
polipeptídicas, A e B, e cada cadeia tem seu próprio conjunto de aminoácidos, reunidos em uma
ordem específica.

O próximo nível de estrutura proteica é a estrutura secundária, resultante do enovelamento


do filamento proteico sobre si mesmo. As interações por pontes de hidrogênio entre os aminoácidos
fazem o filamento proteico se enrole em um padrão de repetição, que pode ser em forma de hélice
ou em forma de folha plissada. A estrutura alfa-hélice assemelha-se a um fio de telefone – possui
enovelamento helicoidal. A estrutura folha-beta assemelha-se a uma folha plissada.

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Figura 8. A) Estrutura proteica em forma de hélice. B) Estrutura proteica em forma de folha plissada. Fonte: Shutterstock.

A cadeia polipeptídica helicoidal geralmente dobra-se sobre si mesma, formando um novo


nível de enrolamento chamado de estrutura terciária. Esse padrão de dobramento tridimensional
deve-se à atração e à repulsão que os radicais dos aminoácidos exercem sobre as moléculas de água
circundantes.

Figura 9. Estrutura terciária de uma proteína. Fonte: Shutterstock.

Algumas proteínas são formadas por duas ou mais cadeias unidas, apresentando uma
estrutura quaternária. Geralmente a estrutura quaternária apresenta também um grupo
conjugado ligado a ela. O exemplo mais comum é a hemoglobina, formada por quatro cadeias
polipeptídicas, cada uma delas contendo um grupo heme (que contém o sal mineral ferro,
responsável pelo transporte de oxigênio pelo corpo).

Figura 10. Proteína hemoglobina presente nas hemácias e constituídas por 4 cadeia polipeptídicas, cada uma possuindo um grupo heme
contendo ferro. Fonte: Shutterstock.

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Se a temperatura ou o pH do ambiente de uma proteína for alterado, ou se ela for exposta a


substâncias químicas, as interações entre seus radicais podem ser interrompidas, fazendo com que
a proteína perca sua estrutura tridimensional e volte a se transformar em uma cadeia não
estruturada de aminoácidos. Quando uma proteína perde sua estrutura de ordem superior, mas não
sua sequência primária, diz-se que ela está desnaturada. Proteínas desnaturadas geralmente não
são funcionais.

Enzimas
As enzimas são proteínas especializadas em catalisar reações biológicas, ou seja, aumentam
a velocidade de uma reação química sem interferir no processo. Elas formam um encaixe chamado
de sítio ativo, onde as moléculas que devem ser modificadas, os substratos, se ligam para que a
reação aconteça. Essa ligação da enzima ao substrato é extremamente específica. Quando se ligam,
enzima e substrato formam um complexo e a enzima age acelerando a reação. Ao terminar, ela se
solta do substrato e continua perfeita, em sua forma, para novas atividades.

Figura 11. Complexo enzima substrato. Fonte: Shutterstock.

O aumento da velocidade ocorre pelo fato de a energia necessária para a ativação da reação
ser menor nas reações catalisadas por enzimas. Observe:

Os fatores que podem inibir a ação das enzimas são a temperatura e o pH do meio, podendo
levar a desnaturação da enzima. Cada enzima tem um pH ótimo para que sua atividade seja máxima.
Alterando-se a faixa de pH, a enzima deixa de atuar adequadamente. A pepsina, por exemplo,
produzida no estômago humano, atua em pH fortemente ácido (em torno de 2).

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O mesmo ocorre com a temperatura. A variação brusca pode causar a desnaturação da


proteína, uma vez que ligações de hidrogênio e outras interações fracas, fundamentais para a
manutenção de sua estrutura, são desfeitas facilmente. Isso ocorre porque a elevação na
temperatura causa maior agitação entre as moléculas, aumentando as probabilidades de contato e
de reação entre elas.

5.2.4 Ácidos nucleicos


Os ácidos nucleicos recebem esse nome devido ao seu caráter ácido. Eles são as moléculas
orgânicas responsáveis pelo armazenamento e transmissão das informações genéticas, podendo do
tipo DNA ou RNA. Tais moléculas são polímeros (assim como os carboidratos e as proteínas)
formados por monômeros chamados de nucleotídeos.
Os nucleotídeos são as unidades básicas dos ácidos nucleicos. De maneira geral, os
nucleotídeos são constituídos por três unidades: um grupo fosfato, uma pentose (molécula de
açúcar com cinco carbonos) e uma base nitrogenada (que contêm nitrogênio em sua fórmula).
Segundo o tipo de açúcar formado, tem-se o ácido ribonucleico (RNA), formado pela combinação
com uma ribose, ou o ácido desoxirribonucleico (DNA), formado pela combinação com uma
desoxirribose.

Existem cinco tipos diferentes de bases nitrogenadas: adenina (A), timina (T), citosina (C),
guanina (G) e uracila (U). As quatro primeiras são encontradas no DNA. Já no RNA, a timina é
substituída pela uracila. Denominam-se bases púricas aquelas que são constituídas por adenina e
guanina, enquanto as bases pirimídicas são aquelas constituídas por citosina, timina e uracila.
O DNA é o material genético de todas as células vivas do planeta. Ele está presente nas
bactérias, disperso no citoplasma, e no núcleo das células eucariótica, além de ser encontrado nas
mitocôndrias e nos cloroplastos. Ele é o principal componente dos cromossomos e onde se localizam
os genes (a informação genética propriamente dita).
As moléculas de DNA são constituídas por duas cadeias polinucleotídicas enroladas uma
sobre a outra formando uma estrutura helicoidal. Elas são longas, contendo até milhões de
nucleotídeos unidos em sequência. As duas cadeias mantêm-se unidas por ligações de hidrogênio
entre pares de base específicos: a adenina emparelha-se com a timina por duas ligações de
hidrogênio (A=T), e a guanina emparelha-se com a citosina por três ligações de hidrogênio (C≡G).
Por isso, dizemos que essas cadeias são complementares.
A linguagem da vida baseia-se em um sistema de codificação bioquímica em que cada trinca
de bases nitrogenadas de uma das cadeias do DNA corresponde a um aminoácido na proteína.
Existem 64 trincas possíveis a partir da combinação dessas quatro bases nitrogenadas, mas somente

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61 correspondem a aminoácidos. As três trincas restantes são usadas como ponto final, indicando
quando a célula deve terminar de codificar a proteína.
Já em relação ao açúcar, trata-se de uma pentose cujos carbonos são denominados 1’, 2’, 3’,
4’ e 5’. O carbono 1’ está sempre ligado à uma das bases nitrogenadas, enquanto o carbono 5’ está
sempre ligado ao grupo fosfato. Quando se forma a cadeia de DNA com os vários nucleotídeos, o
grupo OH do carbono 3’ se liga ao grupo fosfato do carbono 5’ do açúcar vizinho. Essa ligação entre
os nucleotídeos é chamada de ligação fosfodiéster. É importante notar aqui que a adição de novos
nucleotídeos à fita acontece sempre no sentido 5’→3’. É dessa maneira que os nucleotídeos se
unem formando uma fita de DNA.
Além disso, as fitas de DNA têm disposição antiparalela, ou seja, uma fica de “ponta cabeça”
em relação a outra. Isso acontece porque os grupos fosfatos possuem uma alta carga negativa e se
posicionam em lados opostos das cadeias de DNA.
Já as moléculas de RNA são formadas por cadeia única, que se enrola sobre si mesma pelo
emparelhamento entre bases dessa cadeia polinucleotídica. Além disso, diferentemente do DNA, o
RNA possui a uracila, que se emparelha com a adenina.
Apesar do DNA conter todas as informações genéticas dos organismos, é a molécula de RNA
que interpreta e executa essas informações. Dessa forma, o RNA está envolvido em diversas
funções, como na síntese de proteínas, as quais estão diretamente envolvidas na defesa do corpo,
no transporte através de membranas, na contração muscular, entre outras.
Três tipos de moléculas de RNA podem ser produzidos:
✓ RNA ribossômico (RNAr): ocorre associado a proteínas, formando os ribossomos;
✓ RNA transportador (RNAt): é o menor RNA da célula e leva os aminoácidos até os ribossomos;
✓ RNA mensageiro (RNAm): leva a informação dos genes para a produção de polipeptídeos no
citoplasma.

Figura 12. Esquema das moléculas de RNA e DNA. A diferença entre as moléculas é uma base nitrogenada. No lugar de uma timina tem-se uma
uracila. Fonte: Shutterstock.

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5.2.5 Vitaminas
As vitaminas são compostos orgânicos que exercem papel fundamental nas atividades
metabólicas das células, no entanto, não são produzidas naturalmente pelos animais
heterotróficos e devem ser incorporadas através da dieta. Podemos dividi-las em hidrossolúveis (por
exemplo, as vitaminas do complexo B e vitamina C) e lipossolúveis (por exemplo, vitaminas A, D, E
e K).
VITAMINA FUNÇÃO
Tiamina (B1) Co-enzima na respiração celular, no metabolismo de carboidrato,
gorduras e proteínas.
Riboflavina (B2) Auxilia na respiração celular e dos tecidos, no crescimento e na
regeneração das células vermelhas do sangue. Protege a pele e as
córneas.
Niacina (B3) Protege a pele e auxilia na digestão.
Ácido pantotênico (B5) Regulariza o metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras, e
produz colesterol e os hormônios sexuais. Combate o estresse.
Vitamina B6 Indispensável para o bom funcionamento da célula. Previne a
formação de coágulos, e ajuda no funcionamento do cérebro.
Combate doenças como pelegra, beribéri, epilepsia e Parkinson.
Biotina (B7) Co-enzima na síntese e metabolismo da gordura, glicogênio,
carboidratos e aminoácidos. Importante para os músculos, no
combate ao estresse e fadiga.
Ácido fólico (B9) Síntese da purina e pririmidina. Co-enzima no metabolismo do ácido
nucleico. Importante na gestação, prevenindo má formação do feto.
Essencial para formação dos glóbulos vermelhos e brancos.
Vitamina B12 Previne a anemia. Regenera as células dos músculos e dos tecidos,
além de estimular a medula na formação, crescimento e maturação
das células vermelhas no sangue.
Vitamina C Ajuda no combate das infecções, é cicatrizante, antioxidante e
combate os radicais livres. Previne o escorbuto. Aumenta o
metabolismo dos ossos e melhora a absorção do ferro de origem
vegetal.
Vitamina A Auxilia a visão noturna, é responsável pela elasticidade e hidratação
da pele e mucosas, ajuda no desenvolvimento embrionário, no
crescimento, reprodução e na função imunológica do organismo.
Ajuda na formação dos ossos e dentes.
Vitamina D Associada aos raios ultravioletas do Sol, permite a absorção e
utilização do cálcio para o intestino, e do cálcio e do fósforo nos ossos
e dentes. Previne o raquitismo.
Vitamina E Antioxidante, retarda o envelhecimento das células, protege os
vasos e os glóbulos vermelhos, auxilia no metabolismo e aumenta a
fertilidade.
Vitamina K Co-enzima na síntese de muitas proteínas envolvidas na coagulação
do sangue e metabolismo dos ossos. Combate a hemorragia.

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Hora de praticar!

(Mackenzie/2011) Um estudo publicado recentemente revelou que as amostras de alimentos


preparados em domicílios apresentavam teores de ferro abaixo do recomendado, mas
quantidade excessiva de sódio. O estudo mostrou, também, quantidades insuficientes de
lipídios nesses alimentos, alertando para a necessidade desse nutriente na maturação do
sistema nervoso. A respeito desses fatos, considere as afirmativas abaixo.
I. As crianças que recebem esses alimentos podem apresentar quadros de atraso de
desenvolvimento devido à falta de oxigenação dos tecidos.
II. O sódio é necessário para o funcionamento dos neurônios, mas, em excesso, pode prejudicar
o funcionamento dos rins.
III. No processo de maturação do sistema nervoso, há produção de mielina, um lipídio
responsável por acelerar a condução do impulso.
IV. A falta de lipídios pode também acarretar doenças provocadas pela falta de vitaminas, uma
vez que algumas delas são lipossolúveis e somente são absorvidas se dissolvidas em lipídios.
Assinale
a) se todas estiverem corretas.
b) se somente II e III estiverem corretas.
c) se somente I, II e IV estiverem corretas.
d) se somente II e IV estiverem corretas.
e) se somente I e III estiverem corretas.

Comentários
A afirmativa I está certa. O desenvolvimento do sistema nervoso (e dos demais sistemas)
depende do bom funcionamento do organismo, que por sua vez necessita de uma dieta com
níveis adequados dos componentes químicos essenciais (sais minerais, vitaminas, lipídios,
carboidratos e proteínas) para as células.
A afirmativa II está certa. O sódio é importante para a transmissão dos impulsos nervosos.
Contudo, seu excesso prejudica a função renal, já que o sangue é filtrado nos rins para produzir
urina. Veremos os detalhes do funcionamento do sistema nervoso em uma aula dedicada à
fisiologia dos sistemas humanos.
A afirmativa III está certa. A bainha de mielina presente nos axônios das células nervosas
é composta por esfingolipídios. Ela atua como um isolante elétrico que aumenta a eficiência
da condução os impulsos nervosos. Veremos os detalhes do funcionamento do sistema
nervoso em uma aula dedicada à fisiologia dos sistemas humanos.
A afirmativa IV está certa. Vimos que as vitaminas podem ser solúveis em água
(hidrossolúveis) ou lipídios (lipossolúveis). Dessa forma, muitas delas necessitam de lipídios
para serem devidamente absorvidas pelo organismo.
Gabarito: A.

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6. LISTA DE QUESTÕES
1. (UECE/2019)
As moléculas de água permanecem unidas entre si por uma propriedade chamada de
a) adesão.
b) capilaridade.
c) coesão.
d) tensão superficial.

2. (UNEB BA/2018)
A riqueza energética do hidrogênio deve-se à sua capacidade de transferir facilmente elétrons
para outros compostos, como o oxigênio, e liberar energia. Esse processo é descrito, de modo um
tanto confuso, como “redução química”. Os cientistas suspeitavam havia tempos que gases
reduzidos desempenhavam papel importante na origem da vida na Terra. Na década de 20, o
bioquímico russo Alexander Oparin e o evolucionista britânico J.B.S. Haldane sugeriram, isolada e
independentemente, que a atmosfera primitiva da Terra pode ter sido muito rica em gases
redutores, como metano, amônia e hidrogênio. E, nessas concentrações elevadas, os ingredientes
químicos necessários para a vida podem ter-se formado espontaneamente.
A ideia ganhou credibilidade décadas mais tarde, com o famoso experimento dos químicos
Stanley Miller e Harold Urey, da University of Chicago, em 1953. Ao aquecer e descarregar faíscas
em uma mistura de gases redutores, os cientistas conseguiram criar uma gama de compostos
orgânicos (a maioria contendo carbono e hidrogênio), inclusive aminoácidos, os blocos de
construção das proteínas, vitais para todas as formas de vida terrestre. Entretanto, nos anos
subsequentes ao experimento, geólogos concluíram que a atmosfera ancestral não era nem de
longe tão redutora como a dupla havia pensado. Segundo eles, as condições que formaram
aminoácidos e outros compostos orgânicos em sua experiência provavelmente nunca existiram
na atmosfera. (BRADLEY, 2017).

Analisando-se o texto e com base nos conhecimentos sobre a origem da vida, é correto afirmar:
01. Com o experimento de Miller e Urey, foi ratificada a teoria de Oparin e Haldane por conta da
descoberta de seres vivos simples e sem histonas no interior da estrutura montada para
simular a Terra primitiva.
02. Independente dos eventos que precederam a origem do primeiro ser vivo, a presença de
elementos, como carbono, oxigênio e nitrogênio na Terra primitiva, foi imprescindível.
03. A elucidação dos eventos e dos processos que proporcionaram a origem do primeiro ser vivo
foi decisiva para a construção dos conceitos que até hoje são aceitos como verdades
imutáveis.
04. Os gases presentes na atmosfera primitiva, segundo Oparin e Haldane, reagiram sob
condições abióticas que viabilizaram, a todo instante, a origem e sobrevivência de qualquer
ser vivo.
05. Após a origem do primeiro ser vivo, foi possível a formação de uma membrana que
proporcionou a existência de um citoplasma com uma composição bioquímica específica e
distinta do meio externo.

3. (UFSC/2018)

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Uma nova ferramenta de edição genética capaz de mudar completamente o mundo que
conhecemos está deixando de ser uma possibilidade e tornando-se realidade. Ela reúne
características que surpreendem até mesmo os biólogos mais experientes. Simplificadamente, é
possível eliminar partes indesejadas do genoma e, se necessário, inserir novas sequências no
local. Nessa técnica, uma nuclease corta as duas fitas da dupla hélice do DNA, abrindo espaço
para a inserção, se for o caso, de um novo trecho de DNA, sendo possível também a edição de
uma única “letra” no genoma.
Sobre os assuntos relacionados ao texto, é correto afirmar que:
01. a “letra” mencionada no texto é uma referência ao tipo de açúcar (ribose ou desoxirribose)
presente no DNA.
02. as duas fitas do DNA mencionadas no texto são formadas por três sequências paralelas de
nucleotídeos.
04. os vírus podem atuar de maneira semelhante a uma etapa da técnica, pois a informação
presente nos trechos de seu material genético pode ser inserida no DNA da célula hospedeira.
08. para a síntese de proteínas, participam do processo apenas o DNA, o RNA mensageiro e o
RNA transportador.
16. alterações de apenas uma “letra” no gene não podem levar à inativação da proteína formada.
32. os alelos são variações na sequência dos nucleotídeos de um gene.

4. (ENEM/2017)
Sabendo-se que as enzimas podem ter sua atividade regulada por diferentes condições de
temperatura e pH, foi realizado um experimento para testar as condições ótimas para a atividade
de uma determinada enzima. Os resultados estão apresentados no gráfico.

Em relação ao funcionamento da enzima, os resultados obtidos indicam que o(a)


a) aumento do pH leva a uma atividade maior da enzima.
b) temperatura baixa (10°C) é o principal inibidor da enzima.
c) ambiente básico reduz a quantidade de enzima necessária na reação.
d) ambiente básico reduz a quantidade de substrato metabolizado pela enzima.
e) temperatura ótima de funcionamento da enzima é 30°C independentemente do pH.

5. (UECE/2017)
A água é uma substância que possui funções importantes e essenciais para a sobrevivência dos
organismos vivos. Uma função da água nas células vivas é
a) metabolizar lipídeos e proteínas provenientes da alimentação nos organismos.
b) catalisar reações enzimáticas no meio interno ou externo às células dos seres vivos.
c) proteger algumas estruturas do corpo, como, por exemplo, as meninges.

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d) dissolver moléculas orgânicas como carboidratos, lipídeos, proteínas, sendo por esse motivo
denominada solvente universal.

6. (IFCE/2016)
Sobre as proteínas e sua formação, é correto afirmar-se que
a) leite, ovos e pão são reconhecidos como alimentos ricos em proteínas.
b) as ligações peptídicas, que formam as proteínas, ocorrem entre os grupos carboxila de
aminoácidos diferentes.
c) são formadas pela união de vários aminoácidos por meio de ligações glicosídicas.
d) não apresentam função energética.
e) apresentam função plástica, também conhecida como função construtora.

7. (FATEC SP/2016)
Durante a realização de exercícios físicos intensos de média duração, como uma corrida de 400
metros, a principal fonte energética utilizada para a contração dos músculos de um atleta é a
reserva de carboidratos que se encontra no interior de suas células musculares.
Essa reserva de carboidratos, no interior das células mencionadas, corresponde a moléculas de
a) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos.
b) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose.
c) ácidos graxos, os quais são sintetizados a partir da ligação de aminoácidos.
d) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose.
e) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos.

8. (UESB BA/2014)
Quando os cientistas descobriram pela primeira vez o papel do RNA na célula, na década de 1960,
poucos pensaram que ele poderia ter sido o material primordial da vida. Entregando informações
dos genes para as fábricas construtoras de proteínas, ele parecia um mensageiro inferior. Mas,
em 1982, Thomas Cech, então trabalhando na Universidade do Colorado, descobriu que o RNA é
na verdade uma espécie de híbrido molecular. De um lado, ele pode carregar informações em
seu código. Por outro lado, Cech descobriu que ele também pode atuar como uma enzima, capaz
de alterar outras moléculas. (ZIMER, 2009, p.177).
ZIMMER, Carl. O livro de ouro da Evolução: O triunfo de uma ideia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

A partir das informações do texto e do conhecimento científico atualmente aceito a respeito das
características estruturais e fisiológicas dos primeiros seres vivos, é correto afirmar:
01. O padrão eucarionte dos seres protobiontes favoreceu o estabelecimento de um material
genético de RNA envolvido em uma carioteca primitiva.
02. A interação entre estruturas coacervadas, membranas lipoproteicas, RNA e mitocôndrias
possibilitou a formação dos primeiros seres vivos com natureza heterotrófica.
03. A ação enzimática do RNA favoreceu o controle metabólico das reações químicas no interior
dos seres coacervados de forma independente da presença de uma membrana lipoproteica.
04. Seres que apresentavam RNA como material genético foram preservados pela seleção natural
em detrimento dos seres de DNA, o que justifica o grande sucesso evolutivo que esse grupo
apresentou ao longo da história da vida.

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05. O RNA presente nas células primordiais deveria apresentar tanto uma função replicadora,
como também uma ação catalítica junto às reações químicas já presentes no interior dos
protobiontes.

9. (ENEM/2010)
Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações químicas. A seguir, destacam-se três
exemplos no contexto da preparação e da conservação de alimentos:
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva por muito mais tempo quando submetidos à
refrigeração. Esse procedimento diminui a rapidez das reações que contribuem para a
degradação de certos alimentos.
2. Um procedimento muito comum utilizado em práticas de culinária é o corte dos alimentos para
acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma panela de pressão.
3. Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias produtoras de enzimas que
aceleram as reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.

Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a rapidez das transformações químicas
relacionadas aos exemplos 1, 2 e 3, respectivamente?
a) Temperatura, superfície de contato e concentração.
b) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
e) Temperatura, concentração e catalisadores.

10. (FUVEST/2007)
Os carboidratos, os lipídios e as proteínas constituem material estrutural e de reserva dos seres
vivos. Qual desses componentes orgânicos é mais abundante no corpo de uma planta e de um
animal?
a) Proteínas em plantas e animais.
b) Carboidratos em plantas e animais.
c) Lipídios em plantas e animais.
d) Carboidratos nas plantas e proteínas nos animais.
e) Proteínas nas plantas e lipídios nos animais.

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7. GABARITO

1. C
2. 02
3. 36
4. D
5. C
6. E
7. D
8. 05
9. C
10. D

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8. LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


1. (UECE/2019)
As moléculas de água permanecem unidas entre si por uma propriedade chamada de
a) adesão.
b) capilaridade.
c) coesão.
d) tensão superficial.
Comentários
As moléculas de água permanecem unidas entre si, formando ligações (ou pontes) de
hidrogênio. Os átomos de hidrogênio de uma molécula de água são atraídos pelo átomo de oxigênio
de sua vizinha. Essas interações, apesar de mais fracas do que as ligações covalentes, mantêm as
moléculas bastante coesas e dificultam a separação entre elas. As pontes de hidrogênio mantêm as
moléculas de água unidas umas às outras pela coesão. A natureza coesiva da água é responsável por
muitas propriedades incomuns, como por exemplo, a tensão superficial e o calor específico.
Gabarito: C.

2. (UNEB BA/2018)
A riqueza energética do hidrogênio deve-se à sua capacidade de transferir facilmente elétrons
para outros compostos, como o oxigênio, e liberar energia. Esse processo é descrito, de modo um
tanto confuso, como “redução química”. Os cientistas suspeitavam havia tempos que gases
reduzidos desempenhavam papel importante na origem da vida na Terra. Na década de 20, o
bioquímico russo Alexander Oparin e o evolucionista britânico J.B.S. Haldane sugeriram, isolada e
independentemente, que a atmosfera primitiva da Terra pode ter sido muito rica em gases
redutores, como metano, amônia e hidrogênio. E, nessas concentrações elevadas, os ingredientes
químicos necessários para a vida podem ter-se formado espontaneamente.
A ideia ganhou credibilidade décadas mais tarde, com o famoso experimento dos químicos
Stanley Miller e Harold Urey, da University of Chicago, em 1953. Ao aquecer e descarregar faíscas
em uma mistura de gases redutores, os cientistas conseguiram criar uma gama de compostos
orgânicos (a maioria contendo carbono e hidrogênio), inclusive aminoácidos, os blocos de
construção das proteínas, vitais para todas as formas de vida terrestre. Entretanto, nos anos
subsequentes ao experimento, geólogos concluíram que a atmosfera ancestral não era nem de
longe tão redutora como a dupla havia pensado. Segundo eles, as condições que formaram
aminoácidos e outros compostos orgânicos em sua experiência provavelmente nunca existiram
na atmosfera. (BRADLEY, 2017).

Analisando-se o texto e com base nos conhecimentos sobre a origem da vida, é correto afirmar:
01. Com o experimento de Miller e Urey, foi ratificada a teoria de Oparin e Haldane por conta da
descoberta de seres vivos simples e sem histonas no interior da estrutura montada para
simular a Terra primitiva.
02. Independente dos eventos que precederam a origem do primeiro ser vivo, a presença de
elementos, como carbono, oxigênio e nitrogênio na Terra primitiva, foi imprescindível.
03. A elucidação dos eventos e dos processos que proporcionaram a origem do primeiro ser vivo
foi decisiva para a construção dos conceitos que até hoje são aceitos como verdades
imutáveis.

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04. Os gases presentes na atmosfera primitiva, segundo Oparin e Haldane, reagiram sob
condições abióticas que viabilizaram, a todo instante, a origem e sobrevivência de qualquer
ser vivo.
05. Após a origem do primeiro ser vivo, foi possível a formação de uma membrana que
proporcionou a existência de um citoplasma com uma composição bioquímica específica e
distinta do meio externo.
Comentários
A alternativa 01 está errada, porque o experimento de Miller e Urey confirmou que moléculas
orgânicas (como os aminoácidos alanina e glicina) poderiam ter surgido a partir de compostos
inorgânicos presentes na atmosfera terrestre primitiva.
A alternativa 02 está certa.
A alternativa 03 está errada, porque os eventos e processos acerca da origem da vida não
foram elucidados. O que se existe são hipóteses bem corroboradas por evidências e experimentos.
Além disso, a ciência não admite verdades imutáveis. Toda hipótese é passível de questionamento.
A alternativa 04 está errada, porque os gases presentes na atmosfera primitiva viabilizaram,
mediante a ação de descargas elétricas e radiações UV, a formação de pequenas moléculas
orgânicas.
A alternativa 05 está errada, porque após a origem do primeiro ser vivo, levaram-se milhares
de anos para que uma célula com composição bioquímica específica surgisse.
Gabarito: 02.

3. (UFSC/2018)
Uma nova ferramenta de edição genética capaz de mudar completamente o mundo que
conhecemos está deixando de ser uma possibilidade e tornando-se realidade. Ela reúne
características que surpreendem até mesmo os biólogos mais experientes. Simplificadamente, é
possível eliminar partes indesejadas do genoma e, se necessário, inserir novas sequências no
local. Nessa técnica, uma nuclease corta as duas fitas da dupla hélice do DNA, abrindo espaço
para a inserção, se for o caso, de um novo trecho de DNA, sendo possível também a edição de
uma única “letra” no genoma.
Sobre os assuntos relacionados ao texto, é correto afirmar que:
01. a “letra” mencionada no texto é uma referência ao tipo de açúcar (ribose ou desoxirribose)
presente no DNA.
02. as duas fitas do DNA mencionadas no texto são formadas por três sequências paralelas de
nucleotídeos.
04. os vírus podem atuar de maneira semelhante a uma etapa da técnica, pois a informação
presente nos trechos de seu material genético pode ser inserida no DNA da célula hospedeira.
08. para a síntese de proteínas, participam do processo apenas o DNA, o RNA mensageiro e o
RNA transportador.
16. alterações de apenas uma “letra” no gene não podem levar à inativação da proteína formada.
32. os alelos são variações na sequência dos nucleotídeos de um gene.
Comentários
A afirmativa 01 está errada, porque a letra mencionada referencia uma das bases
nitrogenadas: A, T, C, G.

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A afirmativa 02 está errada, porque as fitas de DNA são formadas por inúmeras sequências
nucleotídicas, sendo que cada uma codifica um aminoácido diferente e a cada três aminoácidos,
uma proteína é formada.
A afirmativa 04 está certa. Veremos os mecanismos de replicação viral mais adiante no curso,
porém, de forma sucinta, o vírus consegue se aderir e penetrar a célula hospedeira e inserir seu
genoma no DNA dela.
A afirmativa 08 está errada, porque a síntese proteica envolve os ribossomos, que são
fundamentai para o processo. Veremos isso mais adiante no curso.
A afirmativa 16 está errada, porque a alteração de apenas um aminoácido pode alterar a
proteína sintetizada, inativando-a ou apenas modificando a proteína final.
A afirmativa 32 está certa.
Gabarito: 36.

4. (ENEM/2017)
Sabendo-se que as enzimas podem ter sua atividade regulada por diferentes condições de
temperatura e pH, foi realizado um experimento para testar as condições ótimas para a atividade
de uma determinada enzima. Os resultados estão apresentados no gráfico.

Em relação ao funcionamento da enzima, os resultados obtidos indicam que o(a)


a) aumento do pH leva a uma atividade maior da enzima.
b) temperatura baixa (10°C) é o principal inibidor da enzima.
c) ambiente básico reduz a quantidade de enzima necessária na reação.
d) ambiente básico reduz a quantidade de substrato metabolizado pela enzima.
e) temperatura ótima de funcionamento da enzima é 30°C independentemente do pH.
Comentários
A alternativa A está errada, porque o aumento do pH leva a uma menor atividade enzimática.
A alternativa B está errada. Observe que à temperatura de 10°C e em pH 7 a enzima teve um
melhor desempenho em relação à temperatura de 10ºC e ph > 8. Logo, o fator limitante principal
não é a temperatura.
A alternativa C está errada, porque o ph (e a temperatura) não alteram a quantidade de
enzimas e sim sua atividade.
A alternativa D está certa. De acordo com o gráfico, o aumento no pH de 7 para 8 reduziu a
atividade enzimática, independentemente da temperatura. Quando a atividade enzimática é
reduzida, uma menor quantidade de substrato metabolizada.
A alternativa E está errada, porque à 30°C e pH 7 a atividade da enzima foi maior em relação
ao ph 8. Logo, o funcionamento da enzima é dependente do ph do meio.
Gabarito: D.

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5. (UECE/2017)
A água é uma substância que possui funções importantes e essenciais para a sobrevivência dos
organismos vivos. Uma função da água nas células vivas é
a) metabolizar lipídeos e proteínas provenientes da alimentação nos organismos.
b) catalisar reações enzimáticas no meio interno ou externo às células dos seres vivos.
c) proteger algumas estruturas do corpo, como, por exemplo, as meninges.
d) dissolver moléculas orgânicas como carboidratos, lipídeos, proteínas, sendo por esse motivo
denominada solvente universal.
Comentários
A alternativa A está errada, porque a é o meio em que as reações ocorrem (meio aquoso). Ela
não participa ativamente dos processos metabólicos de lipídios e proteínas.
A alternativa B está errada, porque a função de catalisar reações é das enzimas.
A alternativa C está certa. Dentre as várias funções que a água possui estão a proteção e
formação de fluidos corporais. O líquido cefalorraquidiano que protege as meninges (membranas
que revestem o sistema nervoso) é constituído majoritariamente de água.
A alternativa D está errada, porque a denominação de solvente universal é um título genérico
da água utilizado pelos biólogos, já que a maioria das reações químicas dos organismos acontecem
em meio aquoso. Mas ela não dissolve, por exemplo os lipídios.
Gabarito: C.

6. (IFCE/2016)
Sobre as proteínas e sua formação, é correto afirmar-se que
a) leite, ovos e pão são reconhecidos como alimentos ricos em proteínas.
b) as ligações peptídicas, que formam as proteínas, ocorrem entre os grupos carboxila de
aminoácidos diferentes.
c) são formadas pela união de vários aminoácidos por meio de ligações glicosídicas.
d) não apresentam função energética.
e) apresentam função plástica, também conhecida como função construtora.
Comentários
A alternativa A está errada, porque somente o leite e os ovos são ricos em proteínas. O pão
é um alimento rico em carboidratos.
A alternativa B está errada, porque as ligações peptídicas entre os aminoácidos ocorrem
entre o grupo amino de um aminoácido e o grupo carboxila do outro aminoácido vizinho.
A alternativa C está errada, porque as ligações formadas entre os aminoácidos são ligações
peptídicas, não glicosídicas. As ligações glicosídicas ocorrem entre os monossacarídeos (monômeros
que formam os carboidratos).
A alternativa D está errada, porque as proteínas possuem função energética, além de várias
outras.
A alternativa E está certa e é o nosso gabarito.
Gabarito: E.

7. (FATEC SP/2016)

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Durante a realização de exercícios físicos intensos de média duração, como uma corrida de 400
metros, a principal fonte energética utilizada para a contração dos músculos de um atleta é a
reserva de carboidratos que se encontra no interior de suas células musculares.
Essa reserva de carboidratos, no interior das células mencionadas, corresponde a moléculas de
a) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos.
b) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose.
c) ácidos graxos, os quais são sintetizados a partir da ligação de aminoácidos.
d) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose.
e) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos.
Comentários
Todos os organismos possuem uma reserva de energia guardada no interior celular. Nas
plantas, essa reserva de carboidratos é o amido. Nos animais, é o glicogênio (encontrado no fígado
e no músculo esquelético). O amido e o glicogênio são polissacarídeos com estruturas e função
similares: armazenar glicose. O glicogênio fornece energia instantânea para os músculos durante a
atividade física, sendo o principal recurso dos atletas de corridas de velocidade.
Gabarito: D.

8. (UESB BA/2014)
Quando os cientistas descobriram pela primeira vez o papel do RNA na célula, na década de 1960,
poucos pensaram que ele poderia ter sido o material primordial da vida. Entregando informações
dos genes para as fábricas construtoras de proteínas, ele parecia um mensageiro inferior. Mas,
em 1982, Thomas Cech, então trabalhando na Universidade do Colorado, descobriu que o RNA é
na verdade uma espécie de híbrido molecular. De um lado, ele pode carregar informações em
seu código. Por outro lado, Cech descobriu que ele também pode atuar como uma enzima, capaz
de alterar outras moléculas. (ZIMER, 2009, p.177).
ZIMMER, Carl. O livro de ouro da Evolução: O triunfo de uma ideia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

A partir das informações do texto e do conhecimento científico atualmente aceito a respeito das
características estruturais e fisiológicas dos primeiros seres vivos, é correto afirmar:
01. O padrão eucarionte dos seres protobiontes favoreceu o estabelecimento de um material
genético de RNA envolvido em uma carioteca primitiva.
02. A interação entre estruturas coacervadas, membranas lipoproteicas, RNA e mitocôndrias
possibilitou a formação dos primeiros seres vivos com natureza heterotrófica.
03. A ação enzimática do RNA favoreceu o controle metabólico das reações químicas no interior
dos seres coacervados de forma independente da presença de uma membrana lipoproteica.
04. Seres que apresentavam RNA como material genético foram preservados pela seleção natural
em detrimento dos seres de DNA, o que justifica o grande sucesso evolutivo que esse grupo
apresentou ao longo da história da vida.
05. O RNA presente nas células primordiais deveria apresentar tanto uma função replicadora,
como também uma ação catalítica junto às reações químicas já presentes no interior dos
protobiontes.
Comentários
A alternativa 01 está errada, porque os primeiros seres (protobiontes) eram procariontes, ou
seja, possuíam uma célula de arquitetura mais simples, sem compartimentos ou núcleo delimitando
o material genético.

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A alternativa 02 está errada, porque os primeiros seres vivos devem ter sido microscópicos,
envoltos por uma membrana, e que em seu interior ocorriam diversas reações químicas que eram
ordenadas e controladas por informações genéticas. Provavelmente a energia para seu crescimento
e reprodução seria retirada das moléculas orgânicas acumuladas nos mares primitivos e consumida
em um processo semelhante à fermentação.
A alternativa 03 está errada, porque a ação enzimática do RNA, dentre as outras funções por
ele desempenhadas no início da vida, levaram à seleção de moléculas replicadoras inclusas em uma
membrana celular.
A alternativa 04 está errada, porque com o tempo, o DNA foi selecionado como ácido nucleico
preferencial.
A alternativa 05 está certa.
Gabarito: 05.

9. (ENEM/2010)
Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações químicas. A seguir, destacam-se três
exemplos no contexto da preparação e da conservação de alimentos:
1. A maioria dos produtos alimentícios se conserva por muito mais tempo quando submetidos à
refrigeração. Esse procedimento diminui a rapidez das reações que contribuem para a
degradação de certos alimentos.
2. Um procedimento muito comum utilizado em práticas de culinária é o corte dos alimentos para
acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma panela de pressão.
3. Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias produtoras de enzimas que
aceleram as reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.

Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a rapidez das transformações químicas
relacionadas aos exemplos 1, 2 e 3, respectivamente?
a) Temperatura, superfície de contato e concentração.
b) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
e) Temperatura, concentração e catalisadores.
Comentários
A afirmativa I está certa. A diminuição da temperatura reduz a degradação dos alimentos.
A afirmativa II está certa. O corte dos alimentos diminui a superfície de contato entre as
moléculas, aumentando a probabilidade de choque entre elas com o progressivo aumento da
temperatura de cozimento. Logo, os alimentos são cozidos maus rapidamente.
A afirmativa III está certa. As enzimas são catalisadores de reação, ou seja, diminuem a
energia de ativação necessária para que determinadas reações aconteçam.
Portanto, são fatores que aceleram a velocidade das reações químicas celulares o aumento
da temperatura, o aumento da superfície de contato e a presença de enzimas.
Gabarito: C.

10. (FUVEST/2007)

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Curso Intensivo de Biologia

Os carboidratos, os lipídios e as proteínas constituem material estrutural e de reserva dos seres


vivos. Qual desses componentes orgânicos é mais abundante no corpo de uma planta e de um
animal?
a) Proteínas em plantas e animais.
b) Carboidratos em plantas e animais.
c) Lipídios em plantas e animais.
d) Carboidratos nas plantas e proteínas nos animais.
e) Proteínas nas plantas e lipídios nos animais.
Comentários
Veremos nas próximas aulas que as plantas possuem externamente à membrana plasmática
uma parede celular, formada por celulose. A celulose, como vimos, é um polissacarídeo (ou seja, um
polímero de glicose). Justamente por revestir todas as células vegetais, a celulose é o maior
constituinte do corpo das plantas.
Já os animais são majoritariamente constituídos de proteínas (quando nos referimos a
substância orgânicas), chegando a aproximadamente 15% de composição proteica. Depois da água,
as proteínas são o principal constituinte do corpo animal, e isso faz sentido já que elas são
responsáveis pela maior parte das funções celulares.
Resposta: D.

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REFERÊNCIAS

▪ ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
▪ AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das células: origem da vida, citologia e histologia,
reprodução e desenvolvimento. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2004.
▪ CARVALHO, H. & RECCO-PIMENTEL, S.M. A célula. 3ª ed. Barueri: Manole, 2013.DAMINELI, A;
DAMINELI, DSC. Origens da vida. Estudos avançados, 21 (59): 263 - 284. 2007.ENCICLOPÉDIA
BRITÂNICA. Disponível em http://britannica.com.br/ Acesso em: 18 de março de 2019.
▪ JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J. Histologia básica. 12ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
▪ LOPES, S. & ROSSO, S. Conecte Bio – volume único. 1ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2014.
▪ PAULINO, W.R. Biologia – volume único (Série Novo Ensino Médio), 8ª ed. São Paulo: Editora Ática,
2002.
▪ SHUTTERSTOCK. https://www.shutterstock.com/

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