Questão de aula

BIOLOGIA
Questão de aula Grupos sanguíneos

Nome ______________________________________________ Turma _____ N.o ___ Data ___ /___ /____

Em cada item sem instrução, selecione a opção correta.

Texto A
O sistema Rh (de Rhesus) foi descrito por Landsteiner e Wiener, em 1941. Estes investigadores, após
injetarem sangue de macaco Rhesus em coelhos, observaram a formação de anticorpos específicos
(aglutininas) que aglutinaram os eritrócitos do macaco. O fator Rh refere-se à presença ou ausência de
antigénios D na membrana dos eritrócitos. O sangue que não aglutina na presença de anticorpos é
classificado como Rh-, enquanto o sangue que reage na presença de anticorpos é classificado como Rh+. O
fator Rh é determinado geneticamente e segue um padrão comum de herança genética. O alelo Rh+ é
dominante e basta a presença de um alelo Rh+ para conferir o fenótipo Rh+. Ou seja, a ausência deste alelo
Rh+ determina a ausência de antigénios D na membrana dos eritrócitos, o que confere o fenótipo Rh-.
Determinar o grupo sanguíneo e o fator Rh é fundamental para identificar possíveis dadores e recetores de
sangue, bem como mulheres sujeitas a desenvolver sensibilização e doença hemolítica do feto e do recém-
nascido, também conhecida como eritroblastose fetal, como resultado de aglutinação e reações semelhantes
às que ocorrem quando há incompatibilidade pelo sistema ABO. A presença dos antigénios nos eritrócitos é
determinada por hereditariedade dos alelos. A compatibilidade sanguínea relativamente ao sistema ABO é
determinada por um conjunto de três alelos. No entanto, apenas dois estão presentes em cada indivíduo.
Num único locus, pode existir uma das três formas alélicas possíveis (IA, IB e Io).
Adaptado de Damacena, M. I. et al. (2022). Frequência Fenotípica, Alélica e Genotípica dos
Grupos Sanguíneos ABO e Rh entre os moradores da Comunidade Novo Cruzeiro,
Alta Floresta/MT. Ensaios e Ciências, 26(1), 105-111
Texto B
Nas etapas finais da gestação, principalmente no parto, pode ocorrer passagem de sangue fetal para a
circulação materna. Ao entrar em contato com eritrócitos que contêm o fator Rh, o sistema imunitário da
mãe irá produzir anticorpos anti-Rh, tornando-a sensibilizada. Numa próxima gestação, se for gerado um feto
Rh+, pode ocorrer passagem desses anticorpos para a circulação fetal, ocorrendo hemólise dos eritrócitos do
feto, o que é conhecido como a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (Fig. 1). Num mecanismo
compensatório, a medula óssea, local de produção de eritrócitos, começa a lançar na circulação fetal células
imaturas, designados eritroblastos, razão pela qual a doença também é conhecida como eritroblastose fetal.
A sensibilização materna e a produção de anticorpos em decorrência da incompatibilidade de Rh podem ser
prevenidas com a administração de imunoglobulina anti-D (Rh) à mulher. Essa preparação contém altos
níveis de anticorpos anti-Rh, os quais neutralizam os eritrócitos fetais Rh+.
Adaptado de www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/ginecologia-e-
obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/eritroblastose-fetal

Fig. 1 A doença hemolítica do feto e do recém-nascido está relacionada com o sistema Rh.

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Questão de aula

1. Identifique os fenótipos e os respetivos genótipos possíveis no sistema ABO.

2. Classifique a relação de dominância entre os alelos IA e IB. Justifique a sua resposta.

3. Das seguintes afirmações, relativas ao sistema ABO, selecione as duas verdadeiras.

I. Um indivíduo do grupo sanguíneo B pode receber sangue de indivíduos dos grupos B e AB e doar
sangue a indivíduos dos grupos A e O.
II. Um casal em que o pai é do grupo sanguíneo AB e a mãe do grupo O, pode ter um filho com sangue
do grupo A.
III. Indivíduos do grupo sanguíneo A apresentam anticorpos anti-B, que reagem com o antigénio A.
IV. Indivíduos do grupo sanguíneo A possuem antigénios B.
V. Os indivíduos do grupo sanguíneo AB são recetores universais enquanto os do grupo O são dadores
universais.

4. Se numa segunda gestação ocorrer a doença hemolítica do feto e do recém-nascido, sabe-se que,
relativamente ao fator Rh, a mãe é
(A) Rh+, o pai é Rh+ e o feto é Rh–. (C) Rh+, o pai é Rh– e o feto é Rh+.
(B) Rh–, o pai é Rh+ e feto é Rh+. (D) Rh–, o pai é Rh– e o feto é Rh+.

5. Relativamente à eritroblastose fetal, pode-se afirmar que

(A) o sangue do feto desenvolve fatores que promovem a aglutinação dos eritrócitos da mãe.
(B) é mais frequente durante uma primeira gestação, como resultado da sensibilização da mãe.
(C) para o desenvolvimento da doença, é condição obrigatória que o pai seja Rh-.
(D) para o desenvolvimento da doença, é condição obrigatória que o pai seja Rh+.

6. Considere as afirmações seguintes relativas à eritroblastose fetal. Selecione a opção que as avalia
corretamente.
I. Os anticorpos não são transferidos através da placenta.
II. Os anticorpos anti-Rh só serão produzidos se a mulher tiver sido sensibilizada, ou seja, se tiver sido
exposta a eritrócitos Rh+.
III. Um dos tratamentos possíveis é a utilização de uma imunoglobulina anti-D (Rh), que destrói os
eritrócitos Rh+ que tiverem penetrado na circulação da mulher.
(A) I, II e III são verdadeiras. (C) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(B) I e II são verdadeiras; III é falsa. (D) II e III são verdadeiras; I é falsa.

7. Faça corresponder a cada conceito da coluna I uma das afirmações da coluna II.
Coluna I Coluna II
(1) Proteínas existentes no plasma sanguíneo, específicas para determinados
aglutinogénios.
(2) Substâncias estranhas, geralmente proteínas, que podem desencadear a
(a) Antigénios
produção de aglutininas específicas.
(b) Anticorpos
(3) Pequenos fragmentos de uma célula produzida pela medula óssea que atuam
(c) Alergénios
no processo de coagulação sanguínea.
(4) Presentes em leucócitos do macaco Rhesus e da maioria das pessoas.
(5) Substâncias de origem ambiental ou alimentar que podem induzir uma reação
de hipersensibilidade.

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Questão de aula

8. O sangue de um determinado casal, com um filho do tipo sanguíneo O–, foi testado com a utilização dos
soros anti-A, anti-B e anti-Rh (anti-D). Os resultados são apresentados na figura 2. O sinal «+» significa
aglutinação de eritrócitos e o sinal «–» significa ausência de reação.

Fig. 2 Resultados dos testes realizados com soros anti-A, anti-B e anti-Rh (anti-D).

Determine a probabilidade de este casal vir a ter um filho que seja AB+.

9. Pedro, que é do tipo sanguíneo A–, e cujo pai é do grupo A e a mãe do grupo B, recebeu uma transfusão
de sangue compatível quanto ao sistema ABO da sua mulher, Márcia, que é filha de pais do grupo B.
Sabendo que Márcia teve eritroblastose fetal ao nascer, calcule a probabilidade de o casal vir a ter um
filho com tipo sanguíneo A+.

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Questão de aula

Propostas de solução
Questão de aula 1
1. Tipo A: IAIA; IAIO; Tipo B: IBIB, IBIO; Tipo AB: IAIB; Tipo O: IOIO.
2. A relação é de codominância, uma vez que ambos os
alelos se expressam de forma independente.
3. II, V
4. (B)
5. (D)
6. (D)
7. (a) – (2); (b) – (1); (c) – (5)
8. Pelo teste realizado no sangue, a mulher é A– e o homem
é B+. Como o casal tem um filho O– (IOIO, Rh–Rh–), conclui-se
que a mulher tem genótipo IAIO, Rh–Rh– e o homem IBIO,
Rh+Rh–. A probabilidade de esse casal vir a ter um filho do
grupo sanguíneo AB+ é: P (IAIB, Rh+Rh–) = ¼ × ¼ = 1/8.
9. Se o Pedro é do mesmo grupo que o seu pai, então foi
do pai que herdou o alelo dominante (IA); da mãe só pode
ter herdado o alelo IO, já que a mãe é do grupo B e tem de
ser heterozigótica para ter um filho de um grupo sanguíneo
diferente do seu. Se a Márcia lhe deu sangue, então tem de
ser do grupo O (IOIO), uma vez que sabemos que os seus pais
são do grupo B. Como teve eritroblastose fetal, a Márcia é
Rh+ e a sua mãe Rh–, ou seja, a Márcia tem apenas um alelo
Rh+, herdado do pai, e o Pedro não tem nenhum; ou seja,
existem 50% de probabilidades de cada filho deste casal
herdar um alelo Rh+ da mãe. Também existem 50% de
probabilidades de os filhos deste casal serem do grupo O ou
do grupo A. Em conclusão, a probabilidade de este casal ter
uma criança do grupo A+ será : ½ x ½ = ¼ = 0,25 ou 25%.

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