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6.2.9 Modernismo.................................................................................. 24
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1 O QUE É LITERATURA
A literatura (do latim littera, que significa “letra”) é uma das manifestações
artísticas do ser humano, ao lado da música, dança, teatro, escultura, arquitetura,
dentre outras.
Ela representa comunicação, linguagem e criatividade, sendo considerada a
arte das palavras.
Trata-se, portanto, de uma manifestação artística, em prosa ou verso, muito
antiga que utiliza das palavras para criar arte, ou seja, a matéria prima da literatura
são as palavras, tal qual as tintas é a matéria prima do pintor.
De tal maneira, o conceito de literatura também pode compreender o conjunto
de estórias fictícias inventadas por escritores em determinadas épocas e lugares,
sejam poemas, romances, contos, crônicas, novelas.
Os textos literários possuem uma função muito importante para o ser humano,
de forma que provocam sensações e produzem efeitos estéticos, os quais nos fazem
entender melhor nós mesmos, nossas ações bem como a sociedade em que vivemos.
Segundo o crítico literário Afrânio Coutinho: "A Literatura é, assim, a vida, parte da
vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras
literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos
os homens e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana."
Nesse sentido, devemos lembrar que o conceito de literatura foi se alterando
ao longo do tempo, e seu significado tal qual conhecemos hoje, é diferente da visão
clássica de antanho.
Para o filósofo Grego Aristóteles, um dos primeiros a focar nos estudos sobre
essa arte: “A Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra”.
Com efeito, o conceito de literatura foi se ampliando e abrangendo assim,
diversos textos que englobam os gêneros literários que hoje conhecemos: literatura
infantil, literatura de cordel, literatura marginal, literatura erótica, dentre outros.
2 FUNÇÃO DA LITERATURA
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seu sentido conotativo (figurado) para oferecer maior expressividade, subjetividade e
sentimentos ao texto.
Fonte: gabsartor.blogspot.com
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De acordo com o esquema proposto por Aristóteles, os gêneros literários eram
divididos em: Lírico (“palavra cantada”), Épico (“palavra narrada”) e Dramático
(“palavra representada”).
Atualmente, o gênero épico, que envolvia as narrativas históricas baseado nas
lendas e na mitologia, foi substituído pelo gênero narrativo. Sendo assim, os gêneros
literários são classificados em:
Gênero Lírico: possui um caráter sentimental com presença do eu-lírico, por
exemplo, as poesias, odes e sonetos.
Gênero Narrativo: possui um caráter narrativo, ou seja, envolve narrador,
personagens, tempo e espaço, por exemplo, os romances, contos e novelas.
Gênero Dramático: possui um caráter teatral, ou seja, são textos para serem
encenados, por exemplo, tragédia, comédia e farsa.
Nem todo texto possui uma linguagem literária, ou seja, não possui um caráter
ficcional, subjetivo e cheio de significados (plurissignificação), emoções, sensações e
desejos. Para compreender melhor essa diferença vejamos os exemplos abaixo:
Exemplo 1
Exemplo 2
Fonte: www.sanatduvari.com
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Extraído do link: homoliteratus.com
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Gutenberg, no século 15, vulgarmente conhecido como livro, permitiu a disseminação
massiva dos conteúdos literários.
A propósito, quem milita com Literatura neste mundo de coisas utilitárias de
hoje em dia, às vezes se vê instigado a responder de pronto: para que serve mesmo
a Literatura? A resposta parece óbvia, mas na hora de responder assim de chofre e
de forma objetiva, acaba-se caindo em apuros.
Em primeiro lugar, para se dar uma resposta que convença minimamente, será
preciso admitir que há, ainda hoje, certos fatores que entram na composição das
forças do mundo que são, digamos, sutis. Como a força do Papa, que não tem
nenhuma divisão de brigada, mas conseguiu interferir em muitas guerras e questões
relevantes ao longo da História. Inclusive agora, recentemente, com o Papa Francisco
protagonizando sutilmente o reatamento diplomático entre os Estados Unidos e Cuba,
que viviam um embargo por mais de cinco décadas. São forças não passíveis de
avaliação imediatamente em números, peso, medida ou valor monetário. São coisas
que não entram no cálculo do PIB, nem no superávit primário, mas são primordiais.
Como o ar que respiramos, que ninguém calcula o seu preço, mas sem ele não
existiríamos para dar preço às outras coisas. Com uma diferença significativa: o ar é
natural; a Literatura é invenção humana, no desenrolar de sua cultura. Seja como for,
valendo-me inclusive de um ensaio de Umberto Eco, aí vão alguns exemplos de
utilidade da Literatura que consegui elencar:
1º — A Literatura contribui para a formação, estabilização e desenvolvimento
de uma língua, como patrimônio coletivo. O que seria da língua portuguesa sem Luís
de Camões? O que seria do italiano sem Dante Alighieri? O que seria do espanhol
sem Cervantes? O que seria do inglês sem Shakespeare? O que seria da civilização
e da língua grega sem Homero? O que seria da língua russa sem Puchkin? É bom
lembrar que impérios que não tiveram uma Literatura que sobressaísse entraram em
decadência sem alcançar o apogeu, como o vasto império mongol de Genghis Khan,
o maior em extensão territorial da história.
2º — A Literatura mantém o exercício, o arejamento, o frescor da língua, que é
o principal fator de criação de identidade, de noção de comunidade, do sentimento de
pátria e pertencimento a uma placenta cultural que nos acolhe e nos dá sentido à vida
tanto individual quanto coletivamente.
3º — A Literatura proporciona o aprendizado, de uma forma lúdica e segura, ao
mesmo tempo em que permite o acesso das novas gerações aos valores acumulados
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pelo processo civilizatório e universalmente aceitos como válidos, como a
honestidade, o respeito ao próximo, a importância da cultura, enfim a transmissão de
valores morais, bons ou ruins e o senso crítico de escolha dentre eles ou até de rejeitá-
los por inteiro.
4º — A Literatura expande a rede neural do leitor, possibilitando a diversidade
das ideias, a capacidade de reflexão, a noção de flexibilidade e a tolerância para com
o diferente, proporciona a empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro — pré-
condição para a existência da ética na sociedade), prevenindo as pessoas contra o
sectarismo político, o fanatismo, a submissão cega a líderes maliciosos, a ideologias
e a religiões.
5º — A Literatura enseja o surgimento e a disseminação de valores estéticos,
aguça a sensibilidade, introduzindo na vida das pessoas o verdadeiro sentido do belo,
distinguindo-nos da fauna geral, onde gosto não se discute.
6º — A confabulação da literatura nem sempre segue o caminho retilíneo
desejado pelo leitor, possibilitando a ele entrar em contado com a frustração ficcional,
como exercício de amadurecimento para o enfrentamento das frustrações reais
impostas pela vida de fato, às quais é bom que resista e supere.
7º — A Literatura, como toda arte, estimula o cruzamento de informações,
possibilita a sinergia do pensamento, amplia a visão da realidade e até cria realidade
nova.
8º — A Literatura faz a aproximação entre a ciência e a vida. No dizer de Roland
Barthes: “A ciência é grosseira, a vida é sutil, e é para corrigir essa distância que a
literatura nos importa”.
9° — A Literatura cria as pré-condições para que os atos e os fatos ganhem
dimensão simbólica. E é na dimensão simbólica das coisas que a vida ganha sentido.
Afinal, como diz o axioma histórico: “Os atos e os fatos não existem por si, mas
nascem do sentido que lhes é atribuído”.
10° — Pelo que foi listado, a Literatura não é uma panaceia — remédio para
todos os males —, mas a base, a plataforma de lançamento de cidadãos melhores,
numa sociedade portadora de um clima onde pessoas de boa vontade possam ver
implantados seus ideais de paz, respeito, leveza, cordialidade, lisura, honestidade,
preservação e desenvolvimento sustentado.
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Certamente o leitor verá na Literatura “utilidades” diferentes ou mesmo
complementares a estas aqui apresentadas.4
Fonte:ww.grupoescolar.com
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Extraído do link: www.revistabula.com
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4.2 Origem do Dia da Literatura Brasileira
5 LITERATURA INFANTIL
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Extraído do link: www.spectrumgothic.com.br
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Fonte: www.google.com
A leitura literária é importante na infância por vários motivos, mas vou citar
quatro razões que considero essenciais. Pensando especificamente na primeira
infância, podemos dizer que a leitura literária – aqui entendida de modo amplo,
incluindo textos produzidos oralmente, como canções, cantigas de ninar, parlendas,
trava-línguas – é uma das primeiras experiências de comunicação poética que a
criança tem, o que pode proporcionar sensações de bem-estar e fortalecimento da
subjetividade importantes para o desenvolvimento emocional, por exemplo, além de
desafios cognitivos lúdicos, considerando-se que a comunicação poética convida a
um instigante jogo com o sentido das palavras e com os sentidos da percepção.
O ritmo do texto poético falado ou cantado, a sonoridade das palavras, a
constância de um determinado timbre de voz e suas entonações comunicam
sentimentos específicos e ampliam a capacidade de percepção e interação da criança,
inclusive em se tratando de bebês. É por isso que, mesmo em contextos em que o
livro como objeto está ausente, mas a palavra literária é de alguma forma criada e
compartilhada oralmente, podemos dizer que há leitura literária porque há uma
interação marcada pela intenção de se comunicar de forma singular com a criança,
tendo a palavra poética como principal recurso. Além disso, avançando um pouco
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mais, a leitura literária na infância é necessária para garantir o acesso da criança à
cultura escrita, sobretudo, o acesso à cultura escrita em sua expressão artística.
A leitura literária pode ser, por exemplo, um dos primeiros contatos da criança
com uma obra de arte, se considerarmos a literatura como linguagem artística. Essa
imersão na cultura escrita adquire ainda mais valor, pensando-se no que ela pode
proporcionar socialmente. Integrar uma comunidade de leitores, desde cedo, mesmo
antes de saber ler convencionalmente, pode ser uma experiência coletiva
extremamente formativa: ouvir a leitura de um adulto, falar sobre os livros, discutir
preferências e pontos de vista, buscar sentidos implícitos, construir e validar
interpretações de forma partilhada são experiências que a leitura literária pode
proporcionar.
O direito à fabulação, como nos ensinou o mestre Antonio Candido, é mais um
aspecto que torna a leitura literária tão necessária, desde a infância. Fabular ou buscar
modos simbólicos de compreender e recriar a realidade é condição para o
desenvolvimento humano porque permite encontrar formas cada vez mais elaboradas
de compreensão de si, do outro e do meio social em que se vive. A leitura dos
chamados contos maravilhosos e das narrativas míticas, que tanto atraem as
crianças, são meios potentes de exercitar a fabulação. Por fim, uma quarta razão que
torna a leitura literária na infância necessária é a experiência de alteridade que ela
proporciona (tão em falta no tempo que vivemos!), ou seja, a capacidade de se colocar
no lugar do outro, de estabelecer uma relação de empatia e respeito com outras
experiências humanas, em distintos contextos culturais. Como diz a espanhola Teresa
Colomer, especialista em literatura infanto-juvenil, a literatura nos permite “ser outro,
sem deixar de ser a gente mesmo”.8
A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que
acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era
Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação
política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias ou
estilos de época.
A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a
1601), o Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo ou Arcadismo
(de 1768 a 1836).
A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de 1836 a 1881), o
Realismo-Naturalismo e o Parnasianismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a
1922), o Pré-Modernismo (de 1902 a 1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir
daí o que está em estudo é a contemporaneidade da literatura brasileira.
6.2.1 Quinhentismo
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Nesse contexto, predominaram duas vertentes literárias: a informativa,
representada por Pero Vaz de Caminha, e a catequética (ou jesuítica), representada
pelo padre José de Anchieta (1534-1597).
6.2.2 Barroco
Fonte: portugues.uol.com.br
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6.2.3 Arcadismo
6.2.4 Romantismo
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6.2.5 Realismo e Naturalismo
O Realismo e Naturalismo no Brasil tem como marco inicial o ano de 1881, com
a publicação de duas obras fundamentais: O mulato, de Aluísio Azevedo (naturalista),
e Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (realista).
Os autores desses estilos têm a tendência de privilegiar a visão racional do
mundo e da sociedade humana, o que os leva a desenvolverem, via de regra, uma
arte engajada, ou seja, uma arte de compromisso com a dignidade do ser humano e
com a justiça social.
Essa intenção é implementada por meio das denúncias que fazem em suas
obras dos chamados crimes sociais, cometidos cotidianamente por instituições oficiais
ou não, ou por grupos alojados no poder político e/ou econômico, ou mesmo por ações
de um indivíduo qualquer contra outro, socialmente mais frágil.
O Naturalismo é considerado um complemento do Realismo, nele há um
determinismo, em que se afirma que a obra de arte seria determinada por três fatores:
meio, momento e raça. Além, ainda, do cientificismo, que aparece como grande
influência dos autores da vertente naturalista.
Os principais representantes foram Machado de Assis, Aluísio Azevedo, Raul
Pompéia, Adolfo Caminha, Júlio Ribeiro e Inglês de Souza.
6.2.6 Parnasianismo
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6.2.7 Simbolismo
6.2.8 Pré-Modernismo
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6.2.9 Modernismo
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Uma tentativa de mescla de gêneros, em que o romance, o conto, a crônica de
costumes e o relato documental se misturam;
Uma narrativa mais direta, sem rodeios, que estabelece um realismo cru.
Em algumas produções na prosa, por vezes, há o resgate ou a superação de
alguns aspectos da recente tradição literária brasileira. Em outras, são trilhadas
veredas ainda não seguidas por nenhum escritor brasileiro, à semelhança da narrativa
bruta e obsessivamente objetiva de Rubem Fonseca (1925) ou dos contos mínimos
de Dalton Trevisan (1925).
Fonte:www.google.com
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como Ariano Suassuna (1927), Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) e Dias Gomes
(1922-1999), entre outros.9
Tão antigas quanto a própria produção literária são as teorias que a estudam.
Atualmente temos ao alcance uma série de teorias que tentam definir a função e o
funcionamento da literatura, e seguem elas por diversas vertentes, cada uma
estudando um objeto específico, ou até estudando o mesmo objeto, mas sob pontos
de vista diferentes. Mas, afinal, o que vem a ser essas teorias e para que servem?
Para responder a essas perguntas é válido conhecer um pouco da história da crítica
literária e como ela se transformou ao longo do tempo e das culturas.
Muito pouco se registrou sobre a história da crítica, apesar do termo ser
bastante utilizado, não apenas quando se refere à literatura, já que ela também pode
estar ligada à filosofia, à política, à música, à arte, etc. René Wellek (1970) afirma que
as Histórias da crítica abordam questões de estética, poética e teoria literária,
entretanto não discutem, ou abordam suscintamente, a teoria da própria crítica.
Num passeio pelas diversas abordagens críticas encontraremos o
termo krineín (julgar) e derivando dele teremoskritikós (juiz de literatura), que se
confundia com o termo gramatikós, ambos se dedicavam ao estudo dos escritores
clássicos, mas era um estudo de caráter pedagógico. Posteriormente encontraremos
no latim o termo criticus também em contraposição com grammaticus, sendo o
primeiro menos frequente e utilizado para designar o indivíduo que buscava
aprofundamento na interpretação dos textos e palavras.
O termo em questão foi cultivado por filósofos e retóricos e hoje corresponde
ao que chamamos de crítica literária.
Durante a Idade Média a palavra crítica vai ganhar a conotação de doença, mas
vai reaparecer entre os humanistas como uma subdivisão da gramática com objetivo
limitado à correção e valoração dos textos. Também durante o Renascimento haverá
a distinção dos termos gramático, crítico e filólogo, o que já oferece grande abertura
para o que viria ser a crítica literária na era moderna.
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Extraído do link: www.coladaweb.com
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Desde o século XVIII observamos um crescente desenvolvimento de várias
teorias. Nos últimos três séculos crítica ocidental parece ter encontrado terrenos
férteis para discussões pertinentes no ramo literário. Em certo momento ganhou tal
importância que passou a preceder a própria produção literária, não mais buscavam
sua base na obra, eram a base da obra. Seguem adiante algumas das teorias mais
importantes que exemplificam os métodos de análise que podem ser tomados no
estudo literário.
O formalismo Russo, fundamentado nas teorias de Jakobson e Chklovski, foi
uma das teorias mais difundidas no ocidente. Buscava explicar os fatores
determinantes para se considerar um texto como obra literária, concentrava-se na
distinção entre a linguagem prosaica e a linguagem poética. Chklovski defende que a
arte se diferencia das demais linguagens pelo seu procedimento de construção e pela
desautomatização da percepção. Segundo esta teoria, a linguagem prosaica é
automatizada, não há reflexão acerca das palavras pronunciadas ou escritas, nos
acostumamos ao uso de certas palavras em certas situações e seguindo determinada
ordem. Para a linguagem se tornar poética é necessário que ela cause um
estranhamento, que novos sentidos e sonoridades sejam percebidos e que a
experiência de entrar em contato com essa nova linguagem seja ímpar. No formalismo
Russo o objeto de estudo não é o texto literário em si, mas a sua literariedade.
Seguindo o mesmo pensamento dos formalistas, encontramos o New
Criticismo americano, que se desenvolveu durante a primeira metade do século XX
no sul dos Estados Unidos e fundamenta-se nas obras de Samuel Taylor Coleridge.
Defende a análise minuciosa dos elementos internos do texto, tomando-o como um
fenômeno autônomo, portanto livre de influências exteriores, tais como referências
sociais, intencionalidade do autor, biografismos, etc. Os novos críticos se concentram
no estudo das técnicas de que tornam possível a materialidade linguística do texto e
o efeito provocado na articulação de cada partícula textual no conjunto da obra.
O Estruturalismo também se concentra na análise do discurso textual, da forma
e da estrutura que acoplam a obra de arte. Seu método se baseia m técnicas
interpretativas através das quais se depreende padrões estruturais dos textos
literários. Quando se estuda um texto em particular é com o objetivo de estabelecer o
padrão, um modelo geral. Para os estruturalistas forma e conteúdo não se separam
no texto literário, pois o significado depreendido do texto é dependente da maneira
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como ele ganhou materialidade. As teorias estruturalistas, assim como o formalismo
e o new criticismo, recusa a participação do indivíduo na produção de sentido do texto.
Diferente das teorias anteriores, a teoria sociológica busca as relações entre o
texto literário e a sociedade. Agora as peculiaridades internas serão relegadas e os
fatores externos ganham destaque na análise textual. Os estudiosos dessa tendência
veem na literatura um reflexo da sociedade e da época em que foi produzida. Os
estudos da teoria sociológica darão maior abertura para a participação do autor e do
leitor na interpretação do texto.
A psicanálise foi criada por Sigmund Freud também exerceu importante papel
na crítica literária. Freud formulou muitas de suas ideias baseando-se em
personagens literários. Os conceitos de Id, ego, superego, inconsciente, complexo de
Édipo entre outros serviram de base para analisar os textos literários, traçar perfis
psicológicos através dos personagens, ou até mesmo desvendar resquícios
biográficos do autor em seus textos.
Podemos ainda citar outras tendências críticas, tais como a marxista, a
feminista, a estética da recepção, a cultural, a filosófica, a linguística e estilística, a
mítica, e inúmeras outras. O que se percebe é que cada teoria crítica apresenta um
ponto de vista diferente sobre a literatura, cada uma avalia um objeto diferente. Não
há como dizer que uma crítica é mais válida que outra, todas elas apresentam pontos
falhos, mas também têm sua parcela de acertos, cada teoria tem seu valor dentro da
análise literária. É válido lembrar também que as teorias críticas surgem em
consonância com outras, de certa maneira uma nova teoria terá resquícios de uma
teoria anterior. Assim como na química nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma, funciona também a crítica literária: uma teoria “adormece” enquanto outra
ganha espaço, esta por sua vez, tem influência de outra que outrora também tinha
sido esquecida.
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A princípio destacam-se alguns termos já utilizados para definir a natureza do
estudo literário, tais como as expressões “erudito” e “filologia”. Entretanto, ambas
apresentam limitações e vagueza diante do conceito ao qual se pretende relacioná-
las. O termo “erudito” é criticável por apresentar um sentido muito restrito e assim
excluir a ideia de criticismo, além de reduzir a prática ao caráter acadêmico. Por outro
lado, o termo “filologia” é amplo demais pois pode se referir a todos os estudos
literários e linguísticos ou qualquer outro estudo das produções humanas, embora,
atualmente, tal estudo se efetive como pesquisa e análise linguística. Um terceiro
termo apresentado e configura vago demais para ser uma definição do estudo literário,
a “pesquisa” seria um termo muito superficial, pois se limita também ao caráter
acadêmico.
Partindo de uma perspectiva mais restrita ao processo, depreendem-se três
distinções caras ao estudo da literatura: a teoria literária, o criticismo e a história da
literatura. À primeira, cabe o estudo dos princípios da literatura e as categorias dos
seus critérios e matérias semelhantes, aos dois últimos caberia o estudo das obras
concretas, tomando-as isoladamente ou inseridas num segmento cronológico.
Embora pouco se discuta a respeito, os três métodos estão vinculados entre si,
toma-los como estudos isolados seria impraticável. Ao se fazer um estudo baseado
na teoria literária, recorre-se a fundamentos da crítica e da história literária, da mesma
forma se segue com os demais métodos: teoria, crítica e história literária coadunam-
se na análise da obra literária. Mesmo que alguns estudiosos rejeitem essa ideia, é
patente que essas relações existem dentro do estudo, sejam elas explícitas ou
implícitas, tanto que algumas vezes é possível haver confusões quanto à classificação
da abordagem adotada em uma determinada análise, os conceitos são muito tênues
e um sempre leva ao outro.10
9 TEORIAS DE LEITURA
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Fonte: revistaemilia.com.br
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dimensão estética e criativa estimuladas pela leitura de obras literárias e poéticas.
Somam-se a essas funções específicas, uma outra tão importante como as anteriores
– a função social. A leitura possibilita ao indivíduo a abertura de uma visão de mundo
ampliada, tornando-o receptivo ao intercâmbio com outras pessoas, avança além das
paredes da sala de aula, conscientizando-o do seu papel social na sociedade em que
se acha inserido. (Márquez p. 16).
Os estudos sobre leitura e compreensão vêm passando por várias propostas
entre elas o processamento ascendente (botton-up) em que o leitor sintetiza e analisa
indutivamente as informações visuais construindo o significado; processamento
descendente (top-down) é uma abordagem em que o leitor faz uso do processo
analítico dedutivo das informações usando o seu conhecimento do mundo, da
linguagem e das informações contidas no texto. As hipóteses levantadas pelo leitor
levam-no empreender uma busca no sentido de confirma-las ou refutá-las. Uma outra
visão foi formulada a partir das duas anteriores, a visão interativa em que uma
conciliação entre os modelos anteriores é proposta sendo que o processamento da
informação se dá tanto de maneira ascendente como descendente, um modelo em
que o ato de ler é visto como interação entre leitor e autor. (Márquez p. 29).
Concluindo, qualquer que seja o modelo proposto, retrata um tipo de processo
de leitura que depende das condições individuais e subjetivas, grau de maturidade do
sujeito como leitor, nível de complexidade, estilo individual e o gênero literário.
Conforme o nível de complexidade do texto o leitor aplicará o modelo mais adequado.
A leitura de um texto puramente teórico exigirá do leitor o funcionamento de sistemas
cognitivo e linguístico mais apurado do que um texto do gênero literário ou ainda um
texto bíblico ou jurídico ou ainda um manual de instruções. Os textos bíblicos e
jurídicos não são compreendidos, são interpretados. Não se leem manuais de
instruções como se fora um romance e antes, não são redigidos como tal. Para cada
tipo de publicação um estilo, para cada leitor o texto adequado.11
11 O ATO DE LER
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informativa. Para que se faça leitura interpretativa é necessário que se conheçam
determinadas capacidades de conhecimento. ” (p.22).
O ato de ler auxilia no desenvolvimento das habilidades de produção textual e
análise linguística do texto. Quando o aluno adquire o hábito de leitura, além de
expandir o horizonte cultural, tende a favorecer a interpretação de textos (de todas as
áreas), pois a leitura expande o universo linguístico do leitor, tanto em vocabulário
quanto em aspectos culturais. Quanto mais lemos, mais facilidade temos para
perceber aquilo que está implícito, aquilo que extraímos de uma leitura mais
aprofundada do texto. Dessa forma, o educando deixa de ser passivo na leitura e
torna-se ativo e interferente, levando-se em consideração que o conhecimento resulta
de um processo de construção.
Todavia, não há como falarmos sobre o ato de ler, sem falarmos sobre a
importância que a Literatura exerce no universo do leitor. Em outras palavras, Silva e
Zilberman (1990, p. 24) expressam “há que se ler literatura para romper o silêncio,
desentravando, aceitando e retroalimentando os sentimentos e a inteligência do
mundo”. Neste contexto, “a literatura se associa então à leitura. ” (p.18). É primordial
observar que a leitura literária é um instrumento de capacitação do sujeito em relação
às demais proficiências e, ademais, permite o pleno exercício da cidadania, posto que
por meio dela é possível assumir uma postura mais crítica do mundo.
Fonte: donorbox.org
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12 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE LITERATURA E LEITURA EM SALA DE
AULA
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Diante disso, podemos dizer a que a habilidade desenvolvida a partir da leitura
diversificada e a cultura literária proporcionam um leque de oportunidades na vida do
educando enquanto leitor, escritor e cidadão com pensamentos universais.
Para a formação de leitores a Literatura contribui na medida em que é
desenvolvida, pois não há formalidades e limites para o seu desenvolvimento.
Segundo Bordini e Aguiar (1988, p.17), o papel da escola é decisivo no
processo de formação do leitor habitual, mas para isso é preciso cumprir certos
requisitos como “dispor de uma biblioteca com livros diversos de temas diferentes na
área da literatura, com bibliotecários que provam o livro literário, professores leitores
com fundamentação teórica e metodológica e projetos de ensino que valorizem a
literatura”.
Além disso, Martins (2005) expressa que o livro didático só contribui para o
desinteresse pela leitura, uma vez que tentam manipular seus leitores na intenção de
transmitir valores, costumes, princípios e linguagens de uma cultura elitizada em vez
de comtemplar textos que explorem o contexto socioeconômico e cultural do aluno.
É preciso considerar que os materiais didáticos têm que ser utilizados em sala
de aula, mas tem que ter outros materiais para que as aulas não fiquem em um
resumo.
Ainda os discentes perdem o interesse pela leitura literária pelo fato dos livros
didáticos apresentarem fragmentos e textos com exercícios mecânicos que não
estimulam a criatividade, prazer e a reflexão das obras literárias e os demais materiais
literários.
39
Fonte: www5.usp.br
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mensagem, o discente precisa ler, necessita estar preparado para a leitura, conforme
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), “a leitura do texto literário é um
acontecimento que provoca reações, estímulos, experiências múltiplas e variadas”
(2006, p.67). Porém, cada pessoa ao fazer uma leitura tem uma reação diante do texto
quando compreende, faz uma análise crítica, avaliativa e etc.
Freire define seus ensinamentos para o professor desempenhar um importante
papel na formação de seus alunos.
Castro, (1993) define as características da obra literária. Assim, ao analisar
uma obra literária, “é preciso levar em conta dois aspectos: seu conteúdo (as ideias,
os conceitos, a significação das palavras, etc.) e sua forma (os sons das palavras, sua
rima, sua disposição gráfica no papel, etc.) ” (p.60). Estes dois aspectos formam o
todo que compõe um texto literário.
A respeito disso, há necessidade urgente de capacidade em leitura e
estratégias e planejamento das práticas trabalhadas em sala de aula, é preciso fazer
uma aliança com a literatura, já que não é possível falar em literatura sem falar em
leitura.
Para que os alunos possam ter um aprendizado melhor, não é necessário
somente ter acesso aos livros didáticos e à leitura de obras literárias, tem que haver
algo mais provocador, sem a dinâmica à sistematização da aula faz-se rotineiramente
pelo estabelecimento do contexto político-social, contra o qual se destacam as
circunstâncias biográficas dos autores e suas obras. Assim estudam fragmentos
escolhidos pelos autores dos livros, que nem sempre têm a necessidade da clareza
quanto à necessidade de explorar a literalidade dos textos selecionados.
O PCNs (2006) afirma que “letramento literário”, consiste em: “[…] empreender
esforços no sentido de adotar o educando da capacidade de se apropriar da literatura”
e de ter a “experiência literária” proporcionada pelo “contato efetivo com o texto”.
(p.55). Esse ensino é ministrado nas séries iniciais, mesmo a Literatura sendo um
conteúdo implícito.
De acordo com Resende (2010) de vital importância são os estudos que
discutem a importância da Literatura, como e de que forma tem sido o seu
desenvolvimento dentro das salas de aula, quais os métodos utilizados pelos
professores e quais influências a leitura tem ocasionado nos estudantes das diferentes
turmas, dentro e fora da instituição.
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Para o desenvolvimento da prática da leitura, é necessária a construção da
identidade do aluno leitor, de forma que este crie suas competências e habilidades
necessárias para se formar leitores. Segundo os PCN’s, um leitor competente deve:
Perceber as diferenças entre textos literários e não literários;
Identificar características do autor através dos indícios gramaticais;
Reconhecer, reproduzir, compreender e avaliar sua produção textual e alheia;
Desenvolver o domínio pleno do discurso através da argumentação oral por
meio de diversos gêneros, ampliando suas possibilidades de participação
social no exercício da cidadania.
Comparar textos literários, observando as linguagens verbais ou não verbais,
analisando os recursos expressivos de cada um dele.
É preciso considerar que são muitas as habilidades e competências que o aluno
deve desenvolver no Ensino Médio, portanto, o educador precisa estimular o aluno à
criatividade, à capacidade de ler, compreender, interpretar e indagar sobre os diversos
gêneros textuais que circulam no meio que os cerca.
Jordão e Oliveira (2006, p.69) afirmam que os dois textos tratam do mesmo
tema: o amor. “Os autores são modernos e contemporâneos e produziram suas obras
na mesma época, por volta da primeira metade do século XX”. Entretanto ambos
manifestam concepções bastante diferentes sobre o tema.
Além dos livros didáticos, muitos outros materiais podem e devem ser usados
em sala de aula para ser ter uma prática pedagógica e desenvolver uma prática leitora
mais consistente nos alunos.
Há muito já se sabe que o professor não deve se habituar apenas com
ensinamento baseado somente nos livros e sim, trabalhar com revistas, jornais,
aparelhos de televisão e vídeos, retroprojetores, data show, etc… O professor tem
que ser renovador, para ser possível ver na sala coisas novas, relacionadas ao
conteúdo trabalhado. Assim, o docente com adequada aprendizagem dos alunos,
fundamentado numa determinada concepção do papel do profissional, pode levar os
alunos a refletirem a respeito de valores e padrões da sociedade.
Além disso, a atividade de leitura na escola deve ser mais que um ensino
literário, deve ser uma prática que possa contribuir para a formação do discente, uma
possibilidade que contribua para suas realizações como é descrito nos PCN’s, ˝que
possa constituir também objeto de aprendizagem, […] que faça sentido para o aluno;
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isto é, a atividade de leitura deve responder do seu ponto de vista, a objetos de
realização imediata […] (2006, p.55).
A pesquisa mostrou também que, para o aluno, a escola continua sendo o
espaço indicado para desenvolver e consolidar a prática leitora. Isso se evidencia nos
aspectos apontados pelos alunos a respeito de quem incentiva a leitura. A escola foi
apontada por 26% dos alunos, aparecendo em seguida a família 24%, 13% o
professor e os demais alunos apontaram todos os meios de comunicação. Esse dado
leva à reflexão do papel da família como um importante ponto de referência para o
hábito da leitura; atividade que pode ser iniciada desde a infância, com contação de
história, a prática de ler com os filhos e outras atividades que podem ser realizadas
em casa, sem a necessidade de técnicas mais avançadas.
A esse respeito, Libâneo (1999) afirma que […]˝ os métodos de ensino, portanto
não se reduzem a quaisquer medidas, procedimentos e técnicas. ” (p.51) e ainda
Resende (2010, p. 60) afirma que: “Quanto mais profundamente o receptor se
apropriar do texto e a ele se entregar, mais rica será a experiência estética, isto é,
quanto mais letrado literariamente o leitor, mais crítico, autônomo e humanizado será”
(p.60).
Finalizando o questionário com os alunos, indagou-se a eles a respeito da
interação com o que é lido; se no decorrer da leitura alguém sentiu vontade de mudar
a história. 43% mostraram-se desejosos apenas de conhecer a história; 43% de mudar
apenas o final da história e 14% disseram sentir o desejo de mudar completamente o
lido. Freire (2003) enfatiza a importância de permitir essa interação entre a obra e o
leitor. Ele fala sobre isso ao valorizar “as liberdades dos alunos, (…) reinventando o
ser humano na aprendizagem de sua autonomia” (p.105). Neste contexto, abrem-se
as portas para a busca e formação de conceitos ofertados pelo aspecto moral que a
literatura oferece.
Ainda reforçando esta questão, perguntou-se aos discentes depois da leitura
de um livro, qual a atitude diante dos questionamentos. Verificou-se que as leituras
têm influenciado poucos deles, pois 43% responderam que não tomam posição
alguma e apenas 26% disseram modificar o modo de pensar e agir. Outros alunos
responderam debater o lido com os colegas e que recomendam a leitura para outras
pessoas.
A pesquisa revelou que a professora tem suas aulas planejadas
bimestralmente, o que se evidencia como um aspecto favorável. É importante salientar
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que o planejamento é fundamental, porém deve ser modificado a qualquer momento,
uma vez que nada impede o surgimento do que não estava no plano de aula. Como
afirma Libâneo (1999) “O planejamento é um processo de racionalização e
coordenação da ação docente, articulado à atividade escolar e à problemática”.
(p.222).
Questionou-se se o ensino de literatura e português podem ser trabalhados
separadamente. A professora respondeu que em alguns momentos elas podem ser
estudadas juntas. Por outro lado, a professora disse que são disciplinas para serem
estudadas separadamente.
Partindo desse pressuposto, buscou-se verificar os recursos utilizados pela
professora nas aulas de Leitura Literária e perguntou-se a eles qual a melhor forma
de se trabalhar o ensino da Literatura no Ensino Fundamental. A professora apontou
os filmes, poemas e o livro didático como recursos preferidos por ele. Quando
questionados a respeito das dificuldades no ensino da Leitura Literária a professora
apontou a falta de material adequado como a principal dificuldade e mais o
desinteresse dos alunos. Verifica-se que o livro didático permanece em destaque
entre os professores e mantendo no leitor a falta de conhecimento que pode ser obtido
com outros materiais. Porém, para que haja a compreensão do texto é preciso o
docente levar o discente a identificar e decodificar os signos linguísticos.
Dentro dessa perspectiva, observa-se com claridade que ]…[״os professores
precisam desenvolver intimidade com os textos adotados e possuir justificativas para
a sua a doação […]˝(SILVA, 2007, p. 49) as práticas direcionadas à atividade leitora
na escola ˝não nascem do acaso, e nem do autoritarismo ao nível da tarefa, mas sim
de uma programação envolvente e devidamente planejada, que incorpore no seu
trajeto de execução, as necessidades, as inquietações e os desejos dos alunos-
leitores (״idem, 50).
Ademais, a insatisfação e o desinteresse dos alunos pela leitura pode ser
decorrente da falta de material adequado que faz com que os alunos não tenham
contato com materiais diversificados e significativos.
Professores e escola precisam repensar suas práticas e ter novas atitudes para
que possam obter meios para atingir os objetivos do ensino da leitura literária com
eficácia e eficiência. Destarte, os PCN’s definem que ]…[״. Um projeto educativo
comprometido com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a
responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos
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necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. ˝ (PCN’s,2006,
p.23).
Diante dos dados levantados, faz-se necessário esclarecer alguns pontos da
pesquisa. Percebe-se que a prática docente, em geral é precária, já que os
professores pesquisados trabalham com livros didáticos praticamente todo o
conteúdo, sem apresenta uma prática mais significante.
Percebeu-se que, como dito por uma professora, quando possível, prefere
trabalhar a literatura junto com outros conteúdos outras disciplinas, pois a literatura
funciona como uma ligação desse aluno com um mundo exterior, enquanto os
conteúdos diversos estão presentes em todo contexto.
Porém, é necessária a valorização dessa arte que concebe o pensamento
humano, transforma o leitor em cidadão crítico e conhecedor da própria história. Não
se pode gostar daquilo que não conhece e conhecer algo significa conhecer suas
particularidades, características e um pouco das suas funções. E, no caso da leitura
literária, ela pode trazer um mundo de descobertas, pois como bem explica Coutinho
(1978, p.08) a expressão literária é uma arte ilimitada ˝não visa informar, ensinar,
doutrinar, pregar, documentar. Secundariamente ela pode conter História, Filosofia,
Ciências, Religião, […] inclui precisamente o social, o histórico, o religioso, etc., porém
transformando esse material em estético.
Fonte: gestaoescolar.org.br
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Logo, eis a importância do uso consistente, desprendido e significativo do texto
literário, pois esse é uma ferramenta para a formação de opiniões e conceitos;
aspectos imprescindíveis na formação da identidade pessoal.
É importante ressaltar que o docente tem que ter mais conhecimentos dos
conteúdos trabalhados, podendo utilizar outros materiais, que a própria professora
poder sugerir dentro de sala com os alunos, aceitando até mesmo opiniões dos
discentes.
Constatou-se que a leitura literária é pouco trabalhada pelos docentes, ou seja,
a professora não visa à leitura literária, como meio que possa desenvolver nos alunos
um aprendizado significativo com formulações de conceitos. A docente se justifica
diante do questionamento de que a leitura não tem um desenvolvimento por falta de
interesse dos discentes que não gostam de ler. Os alunos leem sem interesse,
somente por obrigação para responder questionários, saindo do Ensino Fundamental
com uma deficiência da leitura.
Constatou-se que a questão da falta de material adequado, mas também a falta
de uma prática pedagógica mais significante, voltada para a leitura literária como
possibilidade de transformação de aprendizagem desses alunos é pouco
desenvolvida.
A respeito disso, para que os docentes possam encontrar soluções para os
problemas da deficiência na leitura, necessitam que todos tenham participação desde
a equipe gestora e todos os funcionários da escola, principalmente os funcionários da
biblioteca e da sala de leitura. Com essa prática procura-se o desenvolvimento do
educando, possibilitando-o a elaborar conceitos e ampliar o seu domínio da linguagem
oral.
Assim valorizando a leitura cria-se oportunidades para que os alunos
descubram o prazer da leitura literária, desenvolvendo habilidades de ler,
compreendendo e interpretando diferentes tipos de leituras e gêneros de textos, com
isso descobrindo os conceitos chaves e compreendendo o que foi lido.
Seguindo esse pressuposto, sabe-se que é responsabilidade da instituição
aplicar um ensino eficiente e de qualidade. Acredita-se que deve haver uma parceria
entre a escola e os participantes deste meio, onde todos trabalhem em prol do
aprimoramento e da autonomia intelectual do educando. A escola tem que
proporcionar condições necessárias para que os alunos possam atuar, desde o início
da escolaridade como leitores, pois a leitura é, antes de tudo, um objeto de ensino e
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para que se constitua também num objeto de aprendizagem é necessário que tenha
sentido de fato para o aluno, o que significa, entre outras coisas, que deve cumprir
uma função para realização de propósitos.
Diante disso, para ensinar Literatura não é necessário somente a
contextualização presente nos livros, mas principalmente a formação do docente e o
compromisso, a competência e a habilidade de desenvolver, estimular e querer
garantir essa formação através do ensino dos conteúdos aplicados em sala de aula.
São várias as habilidades e competências que o discente deve aprender no
Ensino Fundamental, portanto, o educador precisa estimular no aluno à criatividade,
a curiosidade, a capacidade de ler, interpretar e desenvolver conceitos em diferentes
contextos sociais.
Deve haver uma preparação do professor, sendo que o educador precisa estar
apto a aceitar o seu papel dentro e fora da sala de aula, assim associando a sua
obrigação e comprometimento com a necessidade do aluno de ser um leitor. Diante
disso, buscar novas metodologias para ter uma prática de leitura literária mais
motivada, assim os alunos interagem nas aulas.
Diante do que foi dito, a Literatura como instrumento essencial para formação
de leitores não é um foco das disciplinas de Português e Literatura. É caracterizada
uma crise dentro da prática institucional, conforme alunos em questionamento
afirmaram que hábito da leitura não é uma prática cotidiana e também os discentes
relataram que o processo de ensino é através do livro didático somente. Além disso,
a professora também questionou a falta de interesse dos discentes pela leitura, que é
precária, e a falta de materiais adequados para o ensino da Literatura. É dever da
escola oferecer uma biblioteca estruturada, com um acervo adequado às
necessidades do aluno, organizar, desenvolver e executar projetos políticos voltados
para a evolução da instituição com apoio e envolvimento de toda comunidade.12
12
Extraído do link: www.nucleodoconhecimento.com.br
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REFERÊNCIAS BIBLIOPGRÁFICAS
JAKOBSON, Roman. O dominante. In: LIMA, Luiz Costa (Org.). Teoria da literatura
em suas fontes. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. v. 1, p. 511-518.
WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria literária, criticismo literário e história literária
in Teoria da Literatura. Lisboa: Publicações Europa-América. s/d.
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