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TEORIAS DA NARRATIVA

PROFA. ANGELA CRISTINA


UNIDADE I (AULA 1) - Narrativas literárias
RESSIGNIFICAÇÃO, IMAGINAÇÃO, INVENÇÃO
• Rupturas em nossos sistemas políticos e afetivos de organização
íntima e coletiva.
• Memória – contadores de história – texto literário (registros da
história).
• Autor – lugar de fala (contexto) – ressignificação da realidade.
• Desejo humano de ser ver teatralizado.
• Efeitos causados no leitor.
• Barthes: somos fruto de histórias narradas. As narrativas erguem
nossas construções simbólicas.
• Deleuze: literatura é informe, é um devir, é um processo =
excesso de realidade ou de imaginação; fragmentos de mundo
reais e inventados.
UNIDADE I (AULA 2) – Mimese
PRODUÇÃO DO REAL E DO FICCIONAL
• Mimese: imitação da natureza – tarefa dos poetas – poiesis
(“criação”)
• Na Antiguidade Clássica, o poeta era o responsável por
despertar no leitor ou espectador sensações como espanto,
comoção, terror.
• Platão (Livro X, A República): expulsão dos poetas.
• Aristóteles: catarse.
• Deleuze: a literatura não imita a realidade, mas inventa outros
modos de existência, de sentir, de pensar e de agir.
• O conceito de “representar” é problematizado a partir dos anos
1960, com o pós-estruturalismo de Deleuze, Barthes e
Compagnon.
UNIDADE I (AULA 3) – Personagem
QUESTÕES SUBJETIVAS QUE ENVOLVEM O LEITOR

• O leitor reconhece as “máscaras” do personagem e


com quais se identifica.
• O leitor mergulha no universo profundo do
personagem.
• O personagem desdobra-se diante do leitor em sua
realidade cotidiana.
UNIDADE II (AULA 1) – Narrativas modernas
e contemporâneas - A questão do gênero
• Afastamento do mundo real (“essências”, conforme Platão).
• Desestabilização dos modelos aristotélicos: gênero dramático
(tragédia ou comédia); gênero épico; gênero lírico.
• Segundo Bakhtin, os gêneros são tipos relativamente estáveis
de enunciados, delimitados pelo contexto comunicacional.
• Nas narrativas contemporâneas, prevalece o hibridismo.
• Permanência das formas clássicas em narrativas lineares.
• Enredos não lineares: estranhamento provocado no leitor.
• Recursos de narrativas não lineares: intertextualidade,
dialogismo, polifonia.
UNIDADE II (AULA 2) – Narrativas modernas
e contemporâneas - Tempo / Espaço
• O tempo pode ser repleto de lacunas ou inapreensível,
especialmente no gênero “novela”.
• Tempo cronológico: linearidade dos fatos, com princípio,
meio e fim.
• Tempo psicológico: modos de perceber e sentir o mundo a
partir do “lugar de fala” e da ótica do narrador.
• Os espaços podem ser múltiplos ou escassos, obedecendo à
dinâmica da narrativa.
• Os espaços são definidos pelos contextos socioeconômicos,
políticos e subjetivos e têm funções específicas na história.
UNIDADE II (AULA 3) – Narrativas modernas
e contemporâneas - Voz narrativa
• Narrador: relata os acontecimentos, revela pensamentos e emoções
dos personagens, emite opiniões.
• O narrador oferta ao leitor perspectivas sobre a história narrada e
sobre os personagens. Em paralelo, no cinema, a voz narrativa é a
câmera.
• O narrador onisciente possui pleno conhecimento sobre os fatos e os
personagens, incluindo pensamentos e sentimentos.
• O narrador-personagem vivencia as experiências no tempo e espaço
apresentados na narrativa;
• A figura do narrador não deve ser confundida com a figura do
escritor.
• Há poemas com tendência narrativa, mas a “voz” do poema é o
sujeito lírico.
TEORIAS DA NARRATIVA
PROFA. ANGELA CRISTINA
UNIDADE III (AULA 1) – Autor, narrador,
leitor – Quem assina uma obra?
• Para os filósofos gregos, o autor só tinha
importância se sua obra servisse à vida prática.
• A importância da assinatura de uma obra tem a
medida da responsabilidade do autor na criação de
mundos e formas de vida.
• Reflexão: se não é possível identificar uma obra
como inteiramente original, de quem é a assinatura?
• A relação entre diversos textos é chamada de
intertextualidade.
UNIDADE III (AULA 1) – Autor, narrador,
leitor – Quem assina uma obra?

• “Valor do texto”: conceito exterior à obra, formado por nomes


e instituições que constroem a imagem do autor e conferem
relevância artística e política à obra.
• Roland Barthes reconhece “a morte do autor” como pessoa de
domínio absoluto sobre a obra, pois ele já não a cria sozinho.
• O próprio autor, quando se torna leitor de sua obra, não a
consegue explicá-la com a mesma autoridade que pensava ter
quando de sua criação.
• Tal proposta representa uma rasura do pensamento iluminista
de domínio da razão e justifica-se com os estudos de Freud
sobre o inconsciente.
UNIDADE III (AULA 2) – Autor, narrador,
leitor – O narrador e o leitor

• A cumplicidade entre o leitor e a narrativa ocorre quando o estado de


acomodação é quebrado e já não é possível retornar ao estado inicial
da leitura.
• O narrador contemporâneo não mais atua como quem transmite
saberes ao leitor; seu papel é o de lançar o leitor em um
entrecruzamento de experiências desestabilizadoras.
• Walter Benjamin identificou que a narrativa, como ato de contar história,
extingue-se com o romance moderno, que desloca a narrativa da
oralidade para o livro.
• Benjamin também viu como ameaça à narrativa tradicional a
substituição do saber pela informação.
• Nas narrativas contemporâneas, autor, narrador e leitor participam de
um jogo de linguagem em que a relação dialógica é fundamental.
UNIDADE III (AULA 3) – Autor, narrador,
leitor – Egografias

• Walter Benjamin, em “O Narrador – Considerações sobre a


obra de Nicolai Leskov”, reflete sobre como o narrador
mescla as histórias aprendidas com suas próprias
experiências.
• Nas linguagens artísticas, a subjetividade torna-se
instrumento da criação.
• Friedrich Nietzsche, em Além do Bem e do Mal, defende que
o “eu” deve ser expresso de forma estratégica, pois que a
todo instante se transforma.
• Reflexão: quando se narra em primeira pessoa, mais se torna
público ou mais se esconde o que se pensa e sente?
UNIDADE III (AULA 3) – Autor, narrador,
leitor – Egografias

• Silviano Santiago: “autoficção” = invenção.


• O conceito de “autoficção” diferencia-se do
conceito de “autobiografia”, pois este reflete a
vontade de apreensão da realidade.
• Egografias: a vida grafa sobre as múltiplas
existências. A obra inventa formas de viver.
UNIDADE IV (AULA 1) – Formas de narrativa:
narrativas expandidas – Romance

• O romance é um gênero narrativo que desdobra o tempo e o


espaço, revelando a história em detalhes.
• No romance moderno, a fronteira entre narrador e leitor é
rompida, pois ambos participam das experiências narradas.
• Segundo Anatol Rosenfeld, os gêneros entrecruzam-se,
retirando elementos uns dos outros para compor sua força
expressiva. Assim, muitas narrativas evidenciam o lirismo em
seu texto.
• Os romances modernos apresentam uma “polifonia” que se
caracteriza como “carnavalização”, um território particular que
expressa o estado emotivo do narrador (Walter Benjamin e
UNIDADE IV (AULA 2) – Formas de narrativa:
narrativas expandidas – Diferentes formas
de narrar
• Traços estilísticos: utilização de nuances que
caracterizam um texto, independente do gênero ao qual
pertença.
• Escritas expandidas: as narrativas contemporâneas
não possuem formas fixas. Elas se expandem a partir
de diversos pontos de contato com outros textos.
• “Pós-autonomia”: conceito proposto por Josefina
Ludmer, que define a escrita contemporânea como uma
“rasura” nas especificidades dos gêneros literários, e a
utilização de suportes diversos além do livro.
UNIDADE IV (AULA 3) – Crônica – Apreensão
do cotidiano

• Crônica: referência ao tempo (kronos).


• Temas e práticas do cotidiano.

Bons estudos!

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