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O QUE É LITERATURA?

 “Arte literária é mimese(imitação); é a arte que imita


pela palavra.” (Aristóteles,séc.IV a.C.)
 Assim:
• literatura como imitação da realidade;
• manifestação artística;
• a palavra como matéria-prima;
• manifestação da expressividade humana.
FUNÇÕES DA LITERATURA:

• Função evasiva – fuga da realidade;


• Função lúdica – jogo de experiências sonoras e de
relações surpreendentes;
• Função de “Arte pela arte” – descompromissada das
lutas sociais (Parnasianismo);
• Função de literatura “engajada” – comprometida
com a defesa de certas ideias políticas.
 Nosso interesse está na literatura dita “canonizada” –
conj. de obras escritas e aceitas como artisticamente
valiosas e representativas de nossa herança cultural.
 Ex. “Dom Casmurro”, de Machado de Assis; “Vidas
secas”, de Graciliano Ramos; “A Hora da Estrela”, de
Clarice Lispector, dentre outras.

 LITERATURA É A ARTE DA LINGUAGEM ESCRITA,


QUE EXPLORA TODAS AS POTENCIALIDADES DE
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO E É CAPAZ DE
TRANSPOR LIMITES DE TEMPO E ESPAÇO.
DIFERENÇAS ENTRE UM TEXTO LITERÁRIO E UM
NÃO-LITERÁRIO
Texto Literário:

 ênfase na expressão;
 linguagem conotativa;
 linguagem mais pessoal, emotiva;
 recriação da realidade;
 ambiguidade – recurso criativo.
 Texto não-literário:

• ênfase no conteúdo;
• linguagem denotativa;
• linguagem mais impessoal;
• realidade apenas traduzida;
• normalmente sem ambiguidade ou duplas
interpretações.
Quanto à disposição gráfica, um texto literário pode ser:

 Prosa: em linhas “corridas”.


 Poesia (verso): a cada linha dá-se o nome de verso e ao
conjunto deles, estrofe.

 Estilo individual: é o estilo único de determinado escritor,


ou seja, sua visão única e modo próprio de criação literária.

 Estilo de época: características comuns em obras de


autores diferentes, mas contemporâneos. Ex.: embora
Bernardo Guimarães e José de Alencar tenham estilos
diferentes, ambos pertencem ao Romantismo.
Escolas literárias: (ou estilos de época)
• Quinhentismo – (1500 – 1601)
• Barroco – (1601 – 1768)
• Arcadismo – (1768 – 1836)
• Romantismo – (1836 – 1881)
• Realismo/Naturalismo/Parnasianismo – ( 1881 – 1922)
• Simbolismo – (1893 – 1922)
• Pré-modernismo – (1902 – 1922)
• 1ª ger. Modernista – (1922 – 1930)
• 2ª ger. Modernista – (1930 – 1945)
• 3ª ger. Modernista – (1945 – 1960)
• Literatura contemporânea – (1960 – até nossos dias)
 O TEXTO LITERÁRIO
 Ficção
 Assemelha-se ao mundo real, mas não tem
compromisso com a realidade.
 Inusitado, diferente
 Não há “mentiras”
 O que é dito não é literário, e sim o COMO é dito:
forma diferente de dizer.
 Linguagem não é clara, é OPACA e nebulosa.
 Desvio em relação à linguagem comum, cotidiana.
 Linguagem plurissignificativa.
O modo de organizar o texto, o emprego de certa
linguagem, contribuem para que algo seja considerado
literário. Mas esses elementos não bastam. A
literariedade vem também de elementos externos ao
texto, como nome do autor, mercado editorial, grupo
cultural, critérios críticos em vigor.
Relacionando o texto literário ao não
literário, devemos considerar que o texto
literário tem uma dimensão estética,
plurissignificativa e de intenso
dinamismo, que possibilita a criação de
novas relações de sentido.
É , portanto, um espaço relevante de
reflexão sobre a realidade, envolvendo um
processo de recriação lúdica dessa
realidade.
A produção de um texto
literário implica:
· a valorização da forma;
· a reflexão sobre o real;
· a reconstrução da linguagem;
· a plurissignificação;
Não é o tema, mas sim a maneira como ele é
explorado formalmente que vai caracterizar
um texto como literário. Assim, não há temas
específicos de textos literários, nem temas
inadequados a esse tipo de texto.
Reflexão sobre o real
Em lugar de apenas informar sobre o real, ou
de produzi-lo, a expressão literária é utilizada
principalmente como um meio de refletir e
recriar a realidade, reordenando-a. Isso dá ao
texto literário um caráter ficcional, ou seja, o
texto literário interpreta aspectos da realidade
efetiva, de maneira indireta, recriando o real
num plano imaginário.
Refletindo a experiência
cultural de um povo, o texto
literário contribui para a
definição e para o
fortalecimento da identidade
nacional.
Enquanto atividade de recriação, a
expressão literária se caracteriza pela
conotação , criando novos significados, ao
passo que a expressão não literária se
reconhece pelo seu caráter denotativo .
No texto literário, faz-se igualmente um
amplo uso de metáforas e metonímias,
com o objetivo de despertar no leitor o
prazer estético. Isto é o que define seu
caráter plurissignificativo.
 Segundo Massaud Moisés, a rigor “toda análise
textual é contextual”. Assim ensina a experiência.
Um escrito constitui sempre um ser vivo,
empregando regras, aberto a influências de fora,
da cultura em que foi produzido, da Língua em que
foi elaborado, a sociedade que o motivou, dos
valores em vigência no tempo, etc. Se a tudo isso
que o envolve, que lhe informa a circunstância
originária, se atribuir o nome do contexto, é
imediato depreender que, efetivamente, toda
análise textual acaba sendo contextual. As relações
da análise literária com outras formas de
conhecimento acontecem comumente.
. É preciso se esforçar para evitar atribuir
ao texto aquilo que não possui ou não
pode possuir. Por exemplo, afirmar a
existência de luta de classes nos romances
machadianos, ou deixar de perceber o
conflito social nas obras de Jorge Amado.

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