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Índice

1. Introdução.....................................................................................................................1

1.1. Objectivos do Trabalho............................................................................................2

1.1.1. Objectivo Geral.....................................................................................................2

1.1.2. Objectivos Específicos..........................................................................................2

1.2. Metodologias............................................................................................................2

2. Revisão de Literatura...................................................................................................3

2.1. História do Transtorno de Ansiedade.......................................................................3

2.1.1. Transtorno de Ansiedade - Definição e Diagnóstico............................................4

2.1.2. Tipos de Transtornos de Ansiedade......................................................................5

2.1.3. Estudos Epidemiológicos......................................................................................6

2.2. Os Sintomas dos Transtornos de Ansiedade.............................................................7

2.2.1. Ajuda Psicológica em Transtornos de Ansiedade.................................................8

3. Conclusão...................................................................................................................10

4. Literatura Citada.........................................................................................................11
1. Introdução

Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado


por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou
estranho. Em crianças, por exemplo o desenvolvimento emocional influi sobre as causas e a
maneira como se manifestam os medos e as preocupações tanto normais quanto patológicos.
Diferentemente dos adultos, crianças podem não reconhecer seus medos como exagerados ou
irracionais, especialmente as menores.

A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são


exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se
observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto
emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Tais reacções exageradas ao estímulo
ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição
neurobiológica herdada.

Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou
seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicoses, transtornos do
desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.). Sintomas ansiosos (e não os transtornos
propriamente) são frequentes em outros transtornos psiquiátricos.

É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do transtorno primário (exemplos: a


ansiedade do início do surto esquizofrênico; o medo da separação dos pais numa criança com
depressão maior) e não constitui um conjunto de sintomas que determina um transtorno
ansioso típico (descritos a seguir consoante neste trabalho de pesquisa).

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1.1. Objectivos do Trabalho

O sucesso de qualquer trabalho de pesquisa depende em parte da clareza na definição


dos objectivos que se pretendem alcançar. Para o presente trabalho definem-se os seguintes
objectivos:

1.1.1. Objectivo Geral


 O objectivo geral do trabalho é conhecer os transtornos da ansiedade.
1.1.2. Objectivos Específicos

Como objectivos específicos cabem destacar três principais a serem tratados no


presente trabalho de pesquisa:

 Identificar os tipos de transtornos de ansiedade;


 Caracterizar cada tipo de transtornos da ansiedade;
 Dizer acerca dos transtornos de ansiedade.
1.2. Metodologias

A metodologia aplicada a esta pesquisa foi bibliográfica com abordagem da revisão


sistemática deu os determinados critérios que a compõem. Assim, a pesquisa sistemática,
“como o nome sugere, tais revisões são sistemáticas na abordagem e usam métodos explícitos
e rigorosos para identificar textos, fazer apreciação crítica e sintetizar estudos relevantes”
(Lopes & Fracolli 2008, p.2).

Toda pesquisa necessita de procedimentos adequados para uma investigação planeada,


desenvolvida de acordo com as normas técnicas, quanto aos fins, meios e tipo de pesquisa.

Nesse sentido, o método utilizado foi a pesquisa bibliográfica, por ter sua relevância
para este estudo:

“Como a pesquisa bibliográfica tem sido um procedimento bastante


utilizado nos trabalhos de caráter exploratório descritivo, reafirma-se
a importância de definir e de expor com clareza o método e os
procedimentos metodológicos (tipo de pesquisa, universo
delimitado, instrumento de coleta de dados) que envolverão a sua
execução, detalhando as fontes, de modo a apresentar as lentes que
guiaram todo o processo de investigação e de análise da proposta”
(Lima & Mioto, 2007, p.3).

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2. Revisão de Literatura
2.1. História do Transtorno de Ansiedade

O conceito de ansiedade tem sua origem no termo “neurose”, que surgiu no fim do
século XVIII. Nas décadas seguintes, esse conceito vai sendo apurado e atinge o seu auge
através da psicanálise. Quase no final do século XX, o conceito desaparece e surgem outros
diagnósticos, entre eles o de fobia social, hoje, transtorno de ansiedade social (Cordás, 2014).

O influente médico escocês William Gullen (1710-1790) expoente do iluminismo,


define a neurose como uma alteração da função nervosa, claramente de delimitação física. No
século XIX, o termo neurose afasta-se da definição original em razão dos trabalhos com
hipnose de Jean-Martin Charcot e Hippolyte Bernheim, na França.

Por meio do trabalho deles, as neuroses passaram a ser ligadas às questões da história
pessoal dos indivíduos e a sua forma de lidar com os problemas relacionais, de modo que não
teriam mais uma origem orgânica.

“Os trabalhos de Janet e, sobretudo, os de Freud acentuaram a necessidade de


diferenciar uma psiquiatria dos asilos e hospitais de uma psiquiatria menos médica, mais
psicológica, no estudo e no tratamento das neuroses” (Cordás, 2014, p.16).

Enquanto a história dos conceitos de neurose, histeria, hipocondria e transtorno


obsessivo-compulsivo recebeu maior atenção, os transtornos de ansiedade generalizada, de
pânico e de ansiedade social, em especial esse último, eles tiveram pouca iluminação.

De acordo com Cordás (2014, p.19) “o transtorno de ansiedade mantém-se um


constructo não totalmente claro, com limites pouco precisos, com formas mais circunscritas
de transtornos de ansiedade e de personalidade”.

Hipócrates foi o primeiro a relatar o transtorno de ansiedade, ao citar o caso de um


indivíduo que não era reconhecido por suas qualidades filosóficas por causa de seu
comportamento recolhido e isolado.

Segundo ele, esse indivíduo acreditava que todas as pessoas o observavam, por conta
disso ele não caminhava. Ele também não convivia com as pessoas por medo de ser mal-
interpretado pelos cidadãos de Atenas (Cordás, 2014).

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2.1.1. Transtorno de Ansiedade - Definição e Diagnóstico

Segundo Castillo (2000) a ansiedade é um sentimento de medo vago e desagradável,


caracterizado por um desconforto ou tensão derivado de uma antecipação de perigo, de algo
desconhecido ou estranho.

Por vezes desagradável, no entanto Grazziano e Bianchi (2004) afirmam que a


ansiedade primária, é um fenômeno adaptativo necessário ao homem para o enfrentamento
das situações cotidianas, a intensidade e duração variam de indivíduo para indivíduo de
acordo com as diferentes situações. Sua função adaptativa, segundo Assumpção (2009) é
também marcante, uma vez que se encontra ligada a mecanismos de sobrevivência,
aparecendo, portanto, ligada a mecanismos de defesa territorial, seleção de companheiro e
mecanismos de ataque-defesa.

Considera-se medo quando existe um estímulo desencadeados externo óbvios que


provoca comportamento de fuga e evitação, enquanto a ansiedade é um estado emocional
aversivo sem desencandadores claros que, obviamente, não podem ser evitados (Baptista et
al., 2005).

Skinner (2000 citado em Arruda, 2006) define ansiedade como uma condição emo-
cional complexa e aversiva que é condicionada como resultado de um emparelhamento de
estímulos. Um único evento aversivo pode levar uma condição de ansiedade a ficar sob o
controle de estímulos incidentais. Quando uma pessoa é submetida a uma situação a qual foi
desagradável, provocando um enorme grau de ansiedade, então quando submetido a situações
parecidas irá associar o sentimento de ansiedade com o evento ocorrido. A exposição de
estímulos aversivos produz uma resposta de ansiedade, juntamente com sintomas somáticos,
gerados no sistema nervoso autónomo.

Segundo Torres (2010) o medo condicionado envolve uma forma de condicionamento


Pavloviano em que o sujeito é treinado a associar um estímulo neutro a um estímulo aversivo,
incondicionado. Assim, o medo aprendido não apenas gera respostas de defesa, mas permite
que estímulos ambientais associados também o façam. É o mecanismo por meio do qual
aprendemos temer pessoas, objetos e animais.

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A ansiedade e o medo passam a ser patológicos quando são exagerados, des-
proporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como
norma naquela faixa etária, interferindo na qualidade de vida (Castillo, 2000).

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (American,


2013) muitos dos transtornos de ansiedade surgem durante a infância e se não forem tratados
tendem a persistir, sendo que a maioria ocorre mais em indivíduos do sexo feminino que no
sexo masculino. Castillo (2000) afirma que os transtornos ansiosos são quadros clínicos com
sintomas primários, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressão, psicose,
transtornos de desenvolvimento etc.). Estes são diagnosticados segundo o DSM-V apenas
quando os sintomas não são consequências dos efeitos fisiológicos do uso de
substâncias/medicamento ou de outra condição médica.

2.1.2. Tipos de Transtornos de Ansiedade

Segundo Vorkapic e Rangé (2011) na população adulta em geral os transtornos de


ansiedade vem crescendo exponencialmente. Entre os transtornos psiquiátricos os transtornos
de ansiedade estão entre os mais frequentes, com prevalências de 12,5% ao longo da vida e
7,6% no ano. Os sintomas ansiosos são os mais comuns, podendo ser encontrados em
qualquer pessoa em diferentes períodos da vida.

Alguns dos tipos de transtornos ansiosos segundo o DSM-V são: transtorno de pânico,
agorafobia, transtorno de ansiedade generalizada, fobia social, fobias específicas, transtorno
de estresse pós-traumático e transtorno obsessivo-compulsivo. Abaixo descrever-se-á
brevemente cada um deles.

Segundo o DSM – V o transtorno de pânico refere-se a ataques de pânico ines-


perados, o ataque é um surto de medo ou desconforto intenso, alcançando minutos no qual
ocorrem alguns sintomas como: palpitação, taquicardia, sudorese, coração acelerado, dentre
outros. Segundo Marks & Gelder (1966 citado em Levitan et al., 2008) existe uma frequente
complicação no transtorno do pânico, em que é comum o medo de passar mal nas situações
temidas.

O termo “agorafobia” segundo Levitan e outros autores (2008) significa medo de


lugares abertos, medo de sair de casa ou situações onde o socorro não é possível, indivíduos
com agorafobia evitam questões sociais.

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O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) segundo Clark e Beck (2012 citado
por Engster, 2013) é um estado de ansiedade generalizada que persiste e envolve preocupação
crônica, excessiva e evasiva, acompanhando sintomas físicos ou mentais de ansiedade,
causando prejuízo no funcionamento diário do indivíduo.

A fobia social de acordo com o DSM – V é o medo ou a ansiedade de um indiví duo


frente a uma ou mais situações em que envolvam a avaliação do mesmo por outras pessoas.
Os indivíduos temem aparecer ou agir, demonstrando ansiedade, como tremer e tropeçar às
palavras.

Fobia específica é um dos transtornos de ansiedade caracterizada segundo o DSM – V


pela presença de medo excessivo e sempre relacionado com uma situação ou objeto
específico, podendo ser desenvolvida a partir de um evento traumático.

O medo da separação de pessoas amadas após eventos traumáticos é comum. No


transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) segundo o DSM – V os sintomas referem-se
à esquiva das lembranças dos eventos traumáticos.

O transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado pela presença de obses-


sões/compulsões. Obsessões são eventos mentais como imagens, ideias, impulsos, são criadas
a partir de qualquer substrato da mente. Compulsões são comportamentos ou atos repetitivos,
realizado para diminuir a ansiedade causada pela obsessão ou para evitar a situação (Rosário-
Campos, 2000).

2.1.3. Estudos Epidemiológicos

O transtorno de ansiedade, tem a base em estudos com neuro imagem, pode ser
influenciado e mantido pelo mau funcionamento da estrutura cerebral ou pelos níveis de
neurotransmissores (Schier, Ribeiro, Silva, 2014; Luz, Dias, Bevilaqua, 2014).

Estudos têm destacado o papel da amígdala nesse transtorno, uma vez que ela é
importante para atenção e vigilância em situações aversivas ou ambíguas. Ela permite a
detecção rápida de estímulos no ambiente que representem ameaça ao indivíduo.

Outros estudos sobre o condicionamento de medo em animais e humanos apoiam o


papel crucial da amígdala na aquisição e evocação de memórias de medo. A relação entre a
amígdala e o transtorno de ansiedade deve-se ao facto de que esse transtorno é caracterizado

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por reacções de medo exagerado, por maior vigilância a sinais de perigo em potencial (Luz;
Dias; Bevilaqua, 2014).

Diversos estudos tentam identificar genes específicos relacionados com a TA,


particularmente o gene do transtorno de serotonina (5-HTT) humano. No entanto, esses
resultados não têm sido replicados de modo consistente e têm pontos fracos devido a amostras
pequenas ou à falta de um grupo-controlo. Estudos de hereditariedade por meio da observação
da família e de gêmeos têm-se mostrado mais promissores do que a tentativa de encontrar
uma alteração genética específica, especialmente por esses estudos incluem amostras maiores
e porque ansiedade é um fenômeno multifatorial (Luz; Dias; Bevilaqua, 2014).

A maioria dos estudos epidemiológicos aponta que a fobia social é mais comum em
mulheres do que em homens, inclusive em estudos brasileiros, prevalências de 6,7% e 4,2%,
respectivamente.

Entretanto, a proporção de homens em amostras de pacientes com fobia social é alta


em comparação com outros transtornos psiquiátricos. Em alguns estudos com amostras
clínicas, nem mesmo foram encontradas diferenças entre géneros. Cabe destacar que as
mulheres tendem a se apresentar com mais frequência aos serviços de saúde e solicitar ajuda
médica do que os homens, de modo que a prevalência de fobia social nestes casos pode estar
subestimada (Cordás, 2014).

Algumas pesquisas apresentam correlações sociodemográficas que se podem


estabelecer com o desenvolvimento de fobia social, como classe social mais baixa, pior
situação financeira, nível mais baixo de escolaridade, estar desempregado e ser solteiro.
Contudo, não está esclarecido se essas associações apontam para as causas ou consequências
do diagnóstico desse transtorno (Cordás, 2014).

Estudos epidemiológicos indicam que o transtorno de ansiedade tem grande impacto


funcional negativo, tanto social quanto educacional e ocupacional. A presença do transtorno
causa o abandono escolar e o maior risco de desemprego, além de maior engajamento em
cargos abaixo do nível de qualificação do indivíduo.

2.2. Os Sintomas dos Transtornos de Ansiedade

Os sintomas de ansiedade são diagnosticados em indivíduos que ao longo de suas


vidas desenvolvem os mesmos, em muitos casos tem sua relação com crises emocionais e
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preocupação excessiva (Da Cruz & Primo,2020, p.7). De acordo com Gama (2019 p.6) “a
ansiedade se torna excessiva, quando acontece sem um motivo prévio, ou é desproporcional à
situação que a desencadeia, torna-se patológica, gerando alguns transtornos fóbicos e estados
de ansiedade”. Ainda segundo o autor “em indivíduos com uma predisposição ansiedade pode
apresentar no paciente, sintomas somáticos, somáticos atrasados e motores”. Assim, entende-
se que muitos sintomas podem ser físicos como alteração da frequência cardíaca, tensão, até
problemas respiratórios.

A ansiedade é um estado de medo absoluto que paralisa o sujeito de uma


forma extraordinária. Na maioria das vezes a pessoa perde o controlo das
emoções, sentimentos e comportamento, podendo ter uma percepção de vida
acelerada, mas, ao mesmo tempo não consegue ir a lugar nenhum, uma vez
que, o que acelera na vida da pessoa com ansiedade são seus pensamentos em
relação ao futuro, tendo momentos insuportáveis (Rolin, De Oliveira &
Batista, 2020, p.2).

O transtorno de ansiedade é uma das mais predominantes doenças na atualidade, em


um mundo muito corrido, onde as pessoas devem estar sempre em alerta, o crescimento de
indivíduos ansiogênicos se tornou presente por diversos motivos, porém, com o início da
pandemia as doenças mentais ficaram mais evidentes na população mundial (Rolin, De
Oliveira & Batista, 2020).

Segundo Badaró, Fonseca e Dos Santos (2021) uma pessoa exposta a ansiedade e
preocupação constantes perde a autoconfiança e fica deprimida, o que, por sua vez, aumenta o
estresse no local de trabalho, bem como reduz o desempenho laboral.

Ansiedade patológica é um estado de desequilíbrio mental, emocional,


comportamental, social, físico e outros. Nesse momento a pessoa cria defesas onde
experimentará um desejo de luta ou fuga dependendo da situação exposta, com a ansiedade
em excesso a pessoa tenta lutar contra a situação, mas, não dá conta de controlar tudo que está
sentindo, assim, acaba usando a fuga, evitando lugares, pessoas, animais e situações onde se
sinta ameaçada (Rolin, De Oliveira & Batista, 2020, p.2).

2.2.1. Ajuda Psicológica em Transtornos de Ansiedade

Embora o desenvolvimento dos transtornos de ansiedade seja relativamente complexo,


seu tratamento é bastante objetivo. Estas quererem exercícios estruturados e consistentes com
base na exposição gradual do paciente ao estímulo fóbico. O problema resume-se apenas em
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persuadir o paciente de que a exposição vale à pena, pois será benéfica (Balow, 2010 citado
por Hales et al., 2012).

No tratamento para transtornos existem diversas terapias, sendo que a abordagem


comportamental é a mais utilizada. As práticas terapêuticas mais comuns são as de exposição
ao ambiente real, a imaginativa e mais recentemente, a exposição a ambientes virtuais 3D,
(Wauke et al, 2004).

“As psicoterapias, que são realizadas a partir da interacção entre o paciente e o


terapeuta, buscam conduzir o paciente a um estado de adaptação maior, envolvendo
seus comportamentos e sentimentos, ou seja, restabelecer seu equilíbrio mental”
(Wauke et al., 2004. p. 2).

Os dois grupos de exposição são “in vivo” onde o paciente entra em contato com o
estímulo fóbico na vida real e a exposição “imaginária” o estímulo fóbico é confrontado a
partir das descrições do terapeuta (Hales et al., 2012).

A técnica empregada é a Dessensibilização Sistemática (programa de exposição gradual


ao estímulo) realizada a partir de uma lista hierárquica das situações ou objetos temidos. Este
tratamento segundo Remor (2000) foi desenvolvida por Wolpe (1958) tem sido aplicado no
campo das fobias em geral, com eficácia reconhecida (Masters et al., 1987 citado por Remor,
2000).

Ensina-se o paciente a relaxar e a situação que será enfrentada é descrita pelo terapeuta,
de modo detalhado, respeitando o tempo do paciente até que este imagine a cena de maneira
mais realista possível, até que a ansiedade aos poucos diminua (Mcmullin, 2005).

A técnica chamada de Tensão Aplicada consiste segundo Ost & Sterner (1987) ensinar o
paciente como tencionar e contrair os músculos do corpo ao primeiro sinal de diminuição da
pressão arterial, evitando que a pessoa tenha uma síncope ao entrar em contato com o
estímulo fóbico (D’el Rey e Montiel, 2001).

Estudos sobre o uso de medicações nos transtornos de ansiedade são poucos. Na prática
clínica não tem sido utilizado o tratamento farmacológico para fobias específicas Castillo
(2000). Os medicamentos não demonstram efetividade no tratamento das fobias específicas.
Os ADTs, benzodiazepínicos, β-bloqueadores, não parecem úteis com base no número
limitado de estudos (Hales et al., 2012).

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3. Conclusão

A ansiedade sempre esteve presente em nosso dia a dia, no entanto a sociedade atual
está por muitas vezes sendo considerada a sociedade da ansiedade, devido uma sobrecarga de
prazos, competitividade, consumismo e deveres. Este fardo emocional de agitação acaba
gerando, muitas vezes, transtornos inesperados associados à ansiedade, consequência da fobia
específica. Mesmo sendo uma emoção fundamental para sobrevivência do indivíduo, em
excesso a mesma pode se tornar um fator preocupante, causando-lhe prejuízos significativos.

Com base no estudo realizado, constata-se que grande parte dos indivíduos que
possuem algum tipo de transtorno de ansiedade não procura ajuda psicológica, sendo
necessário destacar a importância de um diagnóstico adequado e específico para que o trata-
mento possa ser realizado de forma eficaz, impedindo que este possa interferir com a vida
pessoal, profissional e social do indivíduo.

De uma forma sintética um factor importante a ser considerado é o de grande parte das
fobias existentes, prevalecerem entre o sexo feminino, o que nos remete a questão de que tal
resultado foi obtido devido à maior parte dos participantes pertencerem ao público feminino.
Devido à grande abrangência do tema é notória a necessidade de mais estudos acerca da
investigação das fobias específicas e transtornos de ansiedade.

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4. Literatura Citada

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