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teóricos e clínicos.
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Mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina, psicóloga clínica e
docente do Centro Universitário Filadélfia.
agentes interiores ao organismo que se comporta não esclarece porque a
pessoa se comporta da maneira como o faz.
Buscar a explicação do comportamento dentro do sujeito inviabiliza
conhecer as variáveis que realmente afetaram e afetam a pessoa e que estão
relacionadas ao comportamento observado.
Cabe ressaltar que a Análise do Comportamento aceita e estuda os
chamados eventos mentais, mas sem conferir a eles qualquer tipo de status de
causalidade. Sendo assim, tais eventos também devem ser explicados pela
análise comportamental. O comportamento é produto da sua história e de
variáveis do contexto atual, explicar o comportamento consiste em entender o
seu processo de construção.
“Há circunstâncias práticas sob as quais é útil saber que uma pessoa
se comportará de uma dada maneira mesmo que não precisemos
saber o que ela irá fazer. Ser capaz de prever, por exemplo, que
uma proposta será “recebida favoravelmente” é útil, mesmo que a
forma específica de recepção permaneça desconhecida. Sob certas
circunstâncias tudo o mais acerca do comportamento pode ser
irrelevante, e assim uma descrição em termos de traços é altamente
econômica. Mas termos desse tipo são úteis para uma análise
funcional?” (Skinner, 1953, p. 212)
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As características dos Episódios Depressivos Maiores são: alterações no apetite, sono e atividade
psicomotora, diminuição de energia, sentimentos de desvalia ou culpa, dificuldades para pensar, concentrar-se ou
tomar decisões, ou pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida, planos ou tentativas de suicídio. As
características do Episódio Hipomaníaco refere-se a (necessidade de cumprir três características) auto-estima inflada
ou grandiosidade (não delirante), necessidade de sono diminuída, maior pressão por falar, maior envolvimento em
atividades dirigidas a objetivos ou agitação psicomotora, e envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto
potencial para consequências dolorosas. (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
condições de reprodução e sobrevivência. O paralelo consiste em considerar
que assim como os organismos que sobrevivem são aqueles cujas
características melhor se adaptam ao meio, os comportamentos seguidos por
determinados eventos passam a ter sua classe funcional fortalecida.
Desse modo, o comportamento é entendido como produto de três níveis
de seleção: filogênese, ontogênese e cultura. O nível filogenético refere-se às
características genéticas de uma espécie e a padrões comportamentais que
permitem ao organismo interagir num ambiente razoavelmente estável e
fornece os limites da ontogênese. O aparato biológico, selecionado pelas
contingências filogenéticas, viabiliza o desenvolvimento do operante, visto que
estabelece as condições básicas para que o comportamento aconteça. O
sistema biológico é condição para o comportamento, e não causa. A
ontogênese consiste no segundo nível de seleção pelas conseqüências e
refere-se ao fortalecimento do repertório comportamental do indivíduo pelas
conseqüências reforçadoras que seguiram suas classes funcionais de
comportamento no passado. Neste caso, o que sobrevive é o comportamento,
e não mais a espécie (Andery, 2001).
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O termo união frustrada foi utilizado para se referir aos casamentos com muitas brigas entre a mãe e os maridos
traições do parte deles que culminaram em separações conturbadas.
caso para o comportamento de N escapar de relacionamentos conjugais. Mas
o problema é que essa regra descreveu uma contingência muito particular que
N viveu e que agora não necessariamente descreve outras contingências do
contexto atual. O problema da auto-regra ocorre quando ela não corresponde
às contingências em vigor e também porque ela pode não ser testada, pois
como ressaltam Zettle & Hayes (1982) as pessoas são pouco propensas a
duvidarem delas mesmas. Por isso, uma auto-regra pode continuar sendo
ocasião para uma série de comportamentos, e conduzir a resultados
problemáticos para o sujeito. (Zettle & Hayes, 1982)
Diante do exposto, a tarefa do analista do comportamento não consiste
em nomear um padrão comportamental estabelecido e mantido por questões
idiossincráticas, mas principalmente em entender as relações de
interdependência do comportamento com os contextos em que ele ocorre.
Referências