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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Psicologia Social E Comunitária / Psicologia Das Organizações

PSICOPATOLOGIA GERAL

TIPOS DE PSICODIAGNOSTICO

DISCENTES:
Assucena Alexandre Laita (PSC)

Justina José Seia (PO)

Márcia Calisto Boa (PO)

Yolanda Gulamo Guambe (PO)

Yuna Edmundo Monjane (PSC)

DOCENTES:
Dra. Bernardete Tesoura
Msc. Meque Samboco

Maputo, Março de 2024


Índice

CAPÍTULO – I................................................................................................................................1

1.1. Introdução.............................................................................................................................1

1.2. Objectivos.............................................................................................................................2

1.2.1. Objectivo Geral.............................................................................................................2

1.2.2. Objectivos Específicos..................................................................................................2

1.3. Metodologias........................................................................................................................2

1.4. Estrutura do Trabalho...........................................................................................................2

CAPÍTULO – II...............................................................................................................................3

2.1. Psicodiagnóstico.......................................................................................................................3

2.2. Tipos de Psicodiagnóstico........................................................................................................4

2.2.1. Psicodiagnóstico Sintomatológico.....................................................................................4

2.2.1.1. Subtipos de Psicodiagnóstico Sintomatológico...........................................................4

2.2.2. Psicodiagnóstico Multiaxial...............................................................................................5

2.2.3. Psicodiagnóstico Diferencial..............................................................................................6

2.2.3.1. Passos para o Diagnostico Diferencial........................................................................6

2.2.4. Psicodiagnóstico Estrutural................................................................................................7

2.2.4.1. Tipos de Psicodiagnóstico Estrutural..........................................................................7

CAPÍTULO – III..............................................................................................................................9

3.1. Conclusão.................................................................................................................................9

3.2. Referências.............................................................................................................................10
CAPÍTULO – I

1.1. Introdução
O presente trabalho busca apresentar os tipos de psicodiagnóstico, sendo que o
psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica feita com propósitos clínicos e, portanto, não
abrange todos modelos de avaliação psicológica de diferenças indivíduos. Tem como objetivo
descrever e compreender a personalidade total do paciente, os aspectos passados, presentes e
futuros.

O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica introduzida por Lighter Witmer, em


1896 é criada sob a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica.

É um processo científico que é limitado no tempo, utilizando testes e técnicas


psicológicas em nível individual ou não para entender aspectos específicos, seja para classificar o
caso e prever seu curso e comunicar os resultados, na base dos quais são propostas as soluções.
(Cunha, 2003, p.23).

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1.2. Objectivos
1.2.1. Objectivo Geral
 Compreender os tipos de psicodiagnóstico;
1.2.2. Objectivos Específicos
 Estudar os tipos de psicodiagnóstico;
 Identificar os tipos de psicodiagnóstico;
 Descrever cada tipo de psicodiagnóstico;

1.3. Metodologias
Para a elaboração do trabalho o grupo leu vários livros que tratam desta temática onde
cada uma leu e fez os seus resumos que posteriormente debatemos a fim de produzir trabalho
único.

1.4. Estrutura do Trabalho


O presente trabalho obedece a seguinte estrutura:
 Capa;
 Índice;
 Capítulo I – Introdução, Objectivos, Metodologia, Estrutura do Trabalho;
 Capítulo II – Desenvolvimento do trabalho;
 Capítulo III – Conclusão e Referências.

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CAPÍTULO – II

2.1. Psicodiagnóstico
O Psicodiagnóstico é um processo que envolve a avaliação psicológica de um indivíduo
com o objetivo de compreender sua personalidade, funcionamento psicológico, dificuldades e
potenciais.

Segundo Cunha (2000), o psicodiagnóstico é uma "avaliação sistemática, formal e ampla


das aptidões, habilidades, conhecimentos, actitudes e personalidade de uma pessoa, por meio de
técnicas e instrumentos cientificamente reconhecidos e aceites pela psicologia, com o propósito
de fornecer dados para um julgamento mas preciso e confiável sobre ela". No processo de
psicodiagnóstico, são utilizadas diversas técnicas e instrumentos, como entrevistas, observações,
testes psicológicos e inventários, com o intuito de obter uma visão abrangente do indivíduo.

Segundo Anastasi (1990), "O psicodiagnóstico compreende a seleção e a administração


de testes psicológicos, a avaliação e interpretação dos resultados e a formulação de um
diagnóstico psicológico". É importante ressaltar que o psicodiagnóstico deve ser realizado por
profissionais devidamente qualificados, como psicólogos clínicos ou psiquiatras, e seguir um
rigor ético, respeitando a privacidade e autonomia do avaliado. Além disso, o processo deve
levar em consideração o contexto cultural, social e individual do sujeito avaliado

O Diagnóstico é o elemento principal da prática clínica; este é um processo de recolha de


informações do paciente acerca da situação problemática vivida pelo indivíduo. Considerar
aspectos pessoais, singulares de cada indivíduo sem o diagnóstico aprofundado seria inadequado
ao sofrimento do paciente, e à escolha de estratégias terapêuticas mais adequadas.

O psicodiagnóstico compreende várias etapas que envolvem a entrevista inicial, a


administração dos testes e, por último a entrevista de devolução (Nunes, conforme citado por
Cunha, 2000). A administração dos testes caracteriza um momento peculiar do processo de
avaliação devido à possibilidade de obter dados sobre a pessoa em questão, a fim de conhecer
sua história mais detalhadamente, assim como buscar informações relacionadas ao
desenvolvimento, à escolaridade, às relações familiares, aos aspectos profissionais, sociais, entre
outros.

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2.2. Tipos de Psicodiagnóstico
Os tipos de psicodiagnósticos são: Psicodiagnóstico Sintomatológico, Multiaxial,
Diferencial e Estrutural;

2.2.1. Psicodiagnóstico Sintomatológico


O Psicodiagnóstico Sintomatológico é uma estratégia essencial na prática clínica,
focalizando na identificação e na análise dos sintomas para o diagnostico preciso de transtornos
mentais (First & Tasman, 2014).

O psicodiagnóstico sintomatológico é uma abordagem de avaliação psicológica que se


concentra na identificação e analise dos sintomas relatados pelo paciente, com o objectivo de
diagnosticar transtornos mentais. Essa abordagem, os profissionais de saúde mental avaliam a
natureza, a frequência, a gravidade, e a duração dos sintomas para determinar o diagnostico
adequado. Essa avaliação é geralmente usada por meio de entrevistas clínicas detalhadas e da
utilização de critérios diagnósticos padronizados, como os descritos no manual diagnostico e
estatístico de transtornos mentais (DSM-IV).

2.2.1.1. Subtipos de Psicodiagnóstico Sintomatológico


 Psicodiagnóstico Sintomatológico Breve – é uma avaliação rápida e focalizada dos
sintomas apresentados pelo paciente. O psicodiagnóstico breve é uma abordagem útil em
situações de triagem inicial ou emergências psíquicas (American psychiatric association,
2013).
 Psicodiagnóstico Sintomatológico Estruturado – refere-se a uma abordagem formal e
padronizada que utiliza instrumentos de avaliação especificos para quantificar e
classificar os sintomas apresentados pelo paciente de forma objectiva (First & Tasman,
2014).
 Psicodiagnóstico Sintomatológico Entrevista – uma avaliação detalhada e qualitativa
dos sintomas realizados por meio de entrevistas clínicas em profundidade. A entrevista
clínica é uma parte essencial do psicodiagnóstico sintomatológico permitindo uma
exploração detalhada da natureza e do contexto dos sintomas relatados pelo paciente
(Millon & Davis, 1996).

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 Psicodiagnóstico Sintomatológico Longitudinal – refere-se a uma avaliação que se
estende ao longo do tempo para monitorar a evolução dos sintomas durante o tratamento.
O psicodiagnóstico sintomatológico longitudinal permite ao profissional de saúde mental
monitorar a resposta do paciente ao tratamento e fazer ajustes conforme o necessário
(Strupp & Hadley, 1977).

2.2.2. Psicodiagnóstico Multiaxial


O Psicodiagnóstico Multiaxial é a avaliação psicológica em eixos; cada eixo refere a um
domínio de informação que auxilia o clínico no planeamento do transtorno e predição dos
resultados. Para estabelecer o melhor plano de tratamento possível para determinado doente, o
medico deve saber não só qual ou quais as perturbações mentais presentes, mais também se
existem estados físicos gerais que possam influenciar a evolução da perturbação mental ou a sua
gestão, se existem factores de estresses psicossociais ou ambientais que afectam o doente, e o seu
nível actual de funcionamento. O psicodiagnóstico multiaxial, com os seus 5 eixos, foi
desenvolvido para permitir aos médicos registar todas estas informações de forma concisa.
Permite avaliar as perturbações mentais, incluindo perturbações da personalidade ou
características desadaptadas da personalidade, estados físicos gerais, problemas psicossociais e
ambientais e ao nível de funcionamento (Frances & Ross, 2004).

 Eixo I: Transtornos Clínicos Principais: "O eixo I do psicodiagnóstico multiaxial inclui


transtornos psiquiátricos principais, como depressão e transtorno de ansiedade"
(American Psychiatric Association, 2013);
 Eixo II: Transtornos de Personalidade e Retardo Mental: "Os transtornos de
personalidade e o retardo mental são avaliados no eixo II do psicodiagnóstico multiaxial"
(Strupp & Hadley, 1977);
 Eixo III: Condições Médicas Gerais: "Condições médicas gerais, como doenças
crônicas, são consideradas no eixo III do psicodiagnóstico multiaxial" (American
Psychiatric Association, 2013);
 Eixo IV: Problemas Psicossociais e Ambientais: "Fatores psicossociais e ambientais,
como estresse familiar, são avaliados no eixo IV do psicodiagnóstico multiaxial" (Millon
& Davis, 1996);

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 Eixo V: Avaliação do Funcionamento Global: "O eixo V do psicodiagnóstico multiaxial
fornece uma avaliação do funcionamento global do indivíduo em sua vida diária."
(American Psychiatric Association, 2013).

2.2.3. Psicodiagnóstico Diferencial


O Psicodiagnóstico Diferencial é um método sistemático usado para identificar a
condição, síndrome ou distúrbios causadores dos sintomas e sinais de um paciente. Investiga
irregularidades e inconsistências do quadro sintomático ou dos resultados dos testes para
diferenciar categorias nosológicas níveis de funcionamento (Cunha, 2007).

2.2.3.1. Passos para o Diagnostico Diferencial


1. Excluir uma etiologia relacionada com substâncias, por exemplo (Abuso de drogas,
medicação ou exposição a toxinas). O uso de drogas e de fármacos é omnipresente na
nossa sociedade e o seu papel como causa de psicopatologia é frequentemente
negligenciado. Este passo abrange a recolha cuidadosa da anamnese e provavelmente
também a realização de um exame físico ou analise laboratoriais para verificar se foi
usada qualquer substância. Em caso afirmativo, o medico deve certificar-se que existe
uma relação etiológica entre o abuso de substâncias e os sintomas psiquiátricos e de que
tipo é essa relação (Frances & Ross, 2004).
2. Determinar a perturbação primaria especifica que esta presente. Apos ter excluído as
etiologias relacionadas com o abuso de substâncias ou com um estado físico geral, o
medico deve determinar qual é a perturbação primaria que melhor descreve o quadro
sintomático. O DSM-4/TR fornece três tipos de auxílio nesse processo:
a. 1. Os conjuntos de critérios de muitas das perturbações constantes no manual
indicam critérios de exclusão de outras perturbações com sintomas semelhantes
que devem ser consideradas no diagnostico diferencial (Frances & Ross, 2004).
b. 2. A secção do diagnostico diferencial relativa cada perturbação fornece uma
discussão pormenorizada sobre as demais perturbações que devem ser
consideradas e a forma de as diagnosticar (Frances & Ross, 2004).
c. 3. O apêndice apresenta arvores de decisão para o diagnostico diferencial que
alertam o medico para ter em atenção as perturbações em todas as secções
pertinentes, ao avaliar um certo tipo de sintoma (Frances & Ross, 2004).

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3. Distinguir a perturbação da adaptação das categorias sem outra especialização. Se
os sintomas não preenchem os critérios de um diagnostico científico do DSM-4/TR, mais
o medico julga que existe uma perturbação mental, deve considerar-se o diagnostico de
perturbação da adaptação ou as categorias adequadas sem outra especificação. Será
diagnosticada a perturbação da adaptação no caso de se julgar que os sintomas são uma
resposta desadaptada a um factor de estresse psicossocial (Frances & Ross, 2004).
4. Traçar a fronteira com a inexistência de perturbação mental. Para que o médico
decida que esta em presença de uma perturbação mental, os sintomas devem ser
qualificados como responsáveis por problemas clinicamente significativos. Por esse
motivo, muitos dos conjuntos dos critérios incluem o seguinte critério: a provocação
provoca mal-estar significativo ou défice no funcionamento social, ocupacional ou
noutras áreas. A determinação daquilo que é clinicamente significativo deve basear-se no
próprio julgamento do medico e ter em conta a evolvente ambiental e cultural do
individuo (Frances & Ross, 2004).
5. Excluir a perturbação factícia ou a simulação. Infelizmente, os médicos, não tem uma
particular aptidão para determinar se os doentes estão a forjar ou a provocar
intencionalmente os sintomas. Para ser produtiva, a relação terapêutica entre médico e
doente deve basear-se na colaboração e na confiança. Não obstante, os médicos não
devem ser excessivamente crédulos, especialmente no ambiente em que os doentes
possam intencionalmente provocar sintomas (Frances & Ross, 2004).

2.2.4. Psicodiagnóstico Estrutural


O Psicodiagnóstico Estrutural é uma ferramenta essencial na psicoterapia
psicodinâmica, permitindo uma compreensão mais profunda da estrutura da personalidade do
paciente (Kernberg, 1984).

O psicodiagnóstico estrutural é uma abordagem de avaliação psicológica que se


concentra na compreensão da estrutura da personalidade do indivíduo, explorando seus aspectos
profundos e subjacentes, como dinâmicas inconscientes, conflitos internos e mecanismos de
defesa. Essa abordagem é frequentemente utilizada na psicoterapia psicodinâmica e visa fornecer
uma compreensão mais profunda dos padrões de comportamento, pensamento e emoção do
paciente.

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2.2.4.1. Tipos de Psicodiagnóstico Estrutural
 Psicodiagnóstico Estrutural Dinâmico
É uma abordagem que se concentra na compreensão das dinâmicas inconscientes e dos
processos psicológicos subjacentes que moldam a personalidade do indivíduo.
O psicodiagnóstico estrutural dinâmico, busca compreender as dinâmicas inconscientes
que influenciam o comportamento e os conflitos internos do paciente (Kernberg, 1984).
 Psicodiagnóstico Estrutural Topográfico
É uma abordagem que examina os diferentes níveis da mente, incluindo o consciente, o
pré-consciente e o inconsciente, para compreender a estrutura da personalidade.
O psicodiagnóstico estrutural topográfico investiga os diferentes níveis da mente para
identificar os padrões de funcionamento da personalidade (Freud, 1923).
 Psicodiagnóstico Estrutural Relacional
É uma abordagem que enfoca as relações interpessoais e os padrões de interação do
indivíduo com os outros para compreender sua estrutura de personalidade.
O psicodiagnóstico estrutural relacional analisa as relações interpessoais do paciente para
compreender seus padrões de funcionamento psicológico (Mitchell, 1988).

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CAPÍTULO – III

3.1. Conclusão
Em virtude do que foi mencionado, compreende-se o psicodiagnóstico como processo de
avaliação, de diagnostico dos aspectos psicológicos e emocionais do indivíduo, é uma prática
clínica que envolve a coleta de informações sobre o funcionamento mental, emocional e
comportamental do indivíduo. O psicodiagnóstico é um processo de diagnóstico psicológico, que
envolve a identificação e classificação dos sintomas, transtornos ou condições psicológicas que o
indivíduo apresenta.

Foram abordados no presente trabalho, o psicodiagnóstico diferencial, multiaxial,


sintomatológico e estrutural que seguem as seguintes etapas em sequência: a entrevista inicial, o
levantamento as hipóteses iniciais, plano de trabalho, a criação do plano de avaliação, bateria de
testes e a interpretação e análise de dados.

Em síntese, o psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, cujo objetivo é avaliar e


compreender os sintomas, costumes e comportamento dos pacientes, aprofundar-se neles e
estudá-los, a fim de encontrar um possível diagnóstico psicológico.

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3.2. Referências
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental
disorders (5th ed.). Washington, DC: Author.

Cunha, J. A. (2000). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed.

First, M. B., & Tasman, A. (Eds.). (2014). DSM-5 handbook of differential diagnosis.
Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.

Kernberg, O. F. (1984). Severe personality disorders: Psychotherapeutic strategies. New


Haven, CT: Yale University Press.

Millon, T., & Davis, R. D. (1996). Disorders of personality: DSM-IV and beyond. New
York: Wiley.

Strupp, H. H., & Hadley, S. W. (1977). A tripartite model of mental health and
therapeutic outcomes. In A. M. Cooper & L. P. Shure (Eds.), Psychotherapy research and
practice: Bridging the gap (pp. 237-258). New York: Plenum Press.

Frances. A., & Ross, R. (2004). Casos clínicos: DSM-IV/TR. Guia para o diagnostico
diferencial. Lisboa: Climepsi.

Fauman, M. A. (2002). Study Guide. (J. N. Almeida, Trad.) Washington D.C, Londres, Reino
Unido: CLIMEPSI.
Frances, A. M., & Ross, R. M. (2004). A clinical Guide to Differencial Diagnois. (J. N. Almeida,
Trad.) Lisboa, portugal: CLIMEPSI.

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