Você está na página 1de 15

Agnes da Nélia António

Armando Silvestre Mundlhovo


Eminencia Deolinda Matola
Estrela Timóteo Nhacuongue
Idalécio Lazaro Mário Silvestre
Mileidy Djenisse José Manuel

Licenciatura em Psicologia Educacional


4˚ Ano, Laboral

Universidade pedagógica de Maputo


Maputo
2022
Agnes da Nélia António
Armando Silvestre Mundlhovo
Eminencia Deolinda Matola
Estrela Timóteo Nhacuongue
Idalécio Lazaro Mário Silvestre
Mileidy Djenisse José Manuel

Licenciatura em Psicologia Educacional

4˚ Ano, Laboral

Sessão livre diagnóstica: Selecção, administração dos testes e técnicas adequadas

Trabalho a ser entregue na Faculdade de


Educação e Psicologia (FEP), na cadeira
de Psicodiagnóstico para efeitos de
avaliação, sob orientação do Mestre
Paulo Massango.

Universidade pedagógica de Maputo


Maputo
2022

Índice
Introdução............................................................................................................................................3
Objectivo geral.................................................................................................................................4
Objectivos especificos......................................................................................................................4
1. Fundamentação teórica...............................................................................................................4
1.1 Sessão livre diagnóstica: Selecção, administração dos testes e técnicas adequadas..............4
2. Secção livre diagnóstica...............................................................................................................6
2.1 O jogo de rabisco.......................................................................................................................7
2.2 A hora do jogo............................................................................................................................8
2.3 O Procedimento de Desenhos-Histórias...................................................................................9
3. Administração de testes psicológicos e técnicas adequadas....................................................10
3.1 Condições para administração de um teste psicológico........................................................11
4. Técnicas adequadas na administração de testes psicológicos.............................................12
5. Conclusão...................................................................................................................................13
6. Referencias bibliograficas.........................................................................................................14

Introdução
Os testes psicológicos são de grande importância para a atuação do psicólogo. Podemos
assinalar que os testes objetivam identificar, descrever, qualificar e mensurar características
psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de observação e descrição do
comportamento humano, nas suas diversas formas de expressão.
Os testes psicológicos também permitem a operacionalização de diferentes hipóteses teóricas
(Borsa & Damásio, 2017; Primi, 2010), favorecendo a consolidação das teorias psicológicas.
.Os dados obtidos através da bateria de testes e técnicas deverão ser analisados, interpretados
e integrados com as informações da observação, da história clínica e pessoal, chegando ao
diagnóstico e prognóstico do caso. A partir daí os resultados são comunicados a quem de
direito. a tarefa do psicóloga, num psicodiagnóstico, não se restringe à de um psicometrista,
assim como também é um erro crasso vê-lo tão-somente como um aplicador de técnicas
projetivas. Mesmo quando o objetivo do psicodiagnóstico parece bastante simples, o
psicólogo não pode perder de vista a dimensão global da situação de avaliação, levando em
conta todos os padrões de interação que se estabelecem. Portanto, é essencial enfati?ar a
necessidade de o psicólogo estar consciente, atento e alerta tanto para as suas próprias
condições psicológicas, para ouso que faz de seus recursos criativos e expressivos, como para
as reações o manifestações do paciente, percebendo a qualidade do vínculo que se cria e
levando em conta todos esses
Nesse contexto o presente trabalho visa abordar de forma minuciosa a questão do
psicodiagnóstico num contexto da sessão livre diagnostica naquilo que e a Seleção,
administração dos testes e técnicas adequadas a partir de revisões bibliográficas arroladas ao
longo do texto com destaque ao manual da Jurema Alcides Cunha PSICODIAGNÓSTICO-V
5ª edição revisada e ampliada.

Objectivo geral
 Comprender a Sessão livre diagnóstica: Selecção, administração dos testes e
técnicas adequadas.

Objectivos especificos
 Descrever a sessao livre diagnostica nas suas diferentes abordagens
 Identificar testes e técnicas adequadas para uma sessao livre diagnostica
1. Fundamentação teórica
1.1 Sessão livre diagnóstica: Selecção, administração dos testes e técnicas adequadas
Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes
psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de
pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e
prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são
propostas soluções, se for o caso. (CUNHA, 2000, p. 26).

O psicodiagnóstico é diferente de diagnóstico psicológico, pois todo psicodiagnóstico


pressupõe a utilização de testes, enquanto no diagnóstico psicológico esses instrumentos nem
sempre são necessários ou pertinentes. ARZENO (1995)

O objetivo do processo psicodiagnóstico segundo OCAMPO (1981), é descrever e


compreender a personalidade total do paciente, os aspectos do passado, presente e futuro. É
um processo limitado no tempo que enfatiza a investigação dos sintomas e as características
da indicação, através de técnicas como: entrevista semidirigida, técnicas projetivas, entrevista
de devolução.

Um psicodiagnóstico completo e corretamente administrado, na visão de ARZENO (1995),


permite estimar o prognóstico do caso e a estratégia e/ou abordagem terapêutica mais
adequada para ajudar o cliente. As entrevistas diagnósticas vinculares familiares são de
grande utilidade para decidir entre a recomendação de um tratamento individual, vincular ou
familiar.

O psicodiagnóstico para CUNHA (2000), deve partir de um levantamento de hipóteses a


serem confirmadas ou refutadas, através de um processo pré-determinado e objetivos
específicos. O processo estabelece um plano de avaliação, num tempo previamente
contratado entre paciente ou responsável e o psicólogo. Este plano define os instrumentos
necessários, como testes e técnicas, de que forma e quando utilizá-los, baseado nas hipóteses
formuladas inicialmente.

Os dados obtidos através da bateria de testes e técnicas, deverão ser analisados, interpretados
e integrados com as informações da observação, da história clínica e pessoal, chegando ao
diagnóstico e prognóstico do caso. A partir daí os resultados são comunicados a quem de
direito.
Segundo VAN KOLCK (1984), as técnicas projetivas devem ser consideradas como um
instrumento para o diagnóstico psicológico. Defende que uma técnica não vai trazer em si o
diagnóstico, mas poderá representar importante contribuição. Outros procedimentos como
observação e entrevistas, também devem ser considerados.

O reconhecimento da qualidade do psicodiagnóstico tem relação com a escolha adequada dos


instrumentos, com a capacidade de análise e a inter-relação dos dados quantitativos e
qualitativos, tendo como ponto de referência às hipóteses iniciais e os objetivos do processo.
Isso aponta para a competência do profissional, que é o psicólogo clínico e é fundamental que
ele consiga exercer bem essa tarefa.

Ao elaborar um psicodiagnóstico é imprescindível considerar as verdadeiras razões que um


bom diagnóstico clínico está na base de qualquer trabalho, segundo ARZENO (1995).
Diagnóstico pode ser compreendido sempre que se explicita a compreensão sobre um
fenômeno. Se o psicoterapeuta é consultado, fica caracterizada a existência de um problema,
alguém sofre ou está incomodado e a verdadeira causa deve ser investigada.

Segundo VAN KOLCK (1984), o objetivo do diagnóstico é buscar uma compreensão efetiva
e humana da pessoa por meio de uma descrição dinâmica, em que a etiologia do quadro
também seja considerada.

Diagnosticar é discernir os aspectos, características e relações que compõe um todo. “Quando


procuramos ler determinado fato a partir de conhecimentos específicos, estamos realizando
um diagnóstico no campo da ciência ao qual esses conhecimentos se referem”. (TRINCA,
1984, p. 01).

Identificar e explicitar o modo de existência do sujeito no seu relacionamento com o


ambiente, em determinado momento, é uma forma de diagnosticar. “O diagnóstico procurará
dizer em que ponto de sua existência o indivíduo se encontra e que feixe de significados ele
constrói em si e no mundo”. (AUGRAS, 1981, p. 12).

O cliente ou o paciente manifesta a sua realidade de várias maneiras diferentes. Para


AUGRAS (1981), a manifestação se dá a partir da sua fala, onde são trazidas as suas
vivências, a sua história, o seu corpo, a sua estranheza, o seu fazer-se. O diagnóstico apreende
o indivíduo em sua realidade e esse processo é fruto da co-autoria entre cliente e
psicoterapeuta.
Diagnosticar é uma condição do conhecimento e não uma opção. Para VAN KOLCK (1984),
é importante chegar a um todo integrado de significados que forneçam uma compreensão
dinâmica da personalidade do indivíduo.

2. Secção livre diagnóstica


Os trabalhos de Klein (1997) são um marco no que dizem respeito à importância dada ao
brincar, tomado como uma manifestação potente da criança, semelhante ao que a linguagem
falada representa ao adulto. Dessa forma, tornou-se possível dispor um olhar analítico ao
comportamento lúdico, valendo-se de suas manifestações para conduzir um trabalho
terapêutico.

O brincar explora e conhece seu mundo por meio do lúdico, e tende a entender melhor
conceitos trabalhados com brincadeiras. O desenvolvimento como um todo, portanto, parece
ser beneficiado pelo brincar. Tal relação foi apontada por diversos autores no campo da
psicologia (PEREIRA; AMPARO; ALMEIDA, 2006; QUEIROZ; MACIEL; BRANCO,
2006).

2.1 O jogo de rabisco


Winnicott (2005a) dava especial atenção às entrevistas diagnósticas, daí a sua preocupação
em desenvolver uma técnica – o jogo do rabisco – para explorar ao máximo o material das
primeiras entrevistas. Para distingui-las do trabalho da psicoterapia e da psicanálise, ele as
denominou de “consultas terapêuticas”.

As primeiras entrevistas ou consultas terapêuticas são, para Winnicott (2005b), momentos de


avaliação diagnóstica, intervenção e ajuda psicológica, os quais se dão a partir da
comunicação significativa que se estabelece entre o terapeuta e a criança, no brincar mútuo.
Nesse jogo interacional, o paciente tem total liberdade para escolher as formas de
comunicação que podem ser:

 Desenho,
 Jogos,
 Brinquedos em caso de ser criança.
 Diálogo.

Esta técnica (apresentada como jogo, o jogo do rabisco) facilita a comunicação de aspectos
profundos do psiquismo e tem valor diagnóstico e terapêutico. É de fácil apreensão e muito
bem-aceita pelas crianças. O fato de o terapeuta jogar livremente com a criança, na troca dos
desenhos, tem grande importância para o sucesso da técnica, pois não dá à criança a
impressão de que está sendo avaliada, como ocorre, com frequência, quando lhe é aplicado
um teste psicológico.

Não há regras, no jogo do rabisco, de sorte que as instruções são bastante simples, como diz
Winnicott (2005a, p. 232):

Este tipo de sessão diagnostica pode produzir varias situações que de forma gradual, vão se
tornando cada vez mais significativos, onde o paciente expressa, no seu conjunto, os
conflitos, os medos e as angústias vividos por ele. O jogo do rabisco é usado na primeira
sessão, ou, no máximo, em duas ou três. Por sua flexibilidade, ele permite ao terapeuta
utilizar os resultados de acordo com o conhecimento que tem da criança.

2.2 A hora do jogo


Esse procedimento consiste em uma entrevista diagnóstica que tem como base o brincar livre
e espontâneo da criança. Foi originalmente apresentado por Aberastury (1992), a partir de
observações feitas durante o primeiro contato com a criança. Ela observou que a criança
estrutura, por meio dos brinquedos, a representação de seus conflitos básicos, suas principais
defesas e fantasias, permitindo, dessa forma, o aparecimento de uma perspectiva ampla a
respeito do seu funcionamento mental. Ao brincar, a criança desloca para o exterior seus
medos, angústias e problemas internos, dominando-os desse modo. Todas as situações
excessivas para seu ego débil são repetidas no jogo, o que permite à criança um maior
domínio sobre os objetos externos, tornando ativo o que sofreu passivamente.

O valor do jogo e do brincar como formas de expressão de conflitos e desejos é reconhecido


por diversos autores. Freud (1969b), observando um bebê de 18 meses brincando, descobriu o
significado psicológico da atividade lúdica e compreendeu que a criança não brincava
somente com o que lhe dava prazer, mas também jogava, repetindo situações dolorosas,
elaborando assim o que era excessivo para o seu ego. Klein (1997), ao usar o jogo como meio
de acesso ao inconsciente infantil, reafirma essa compreensão de que a criança expressa, por
meio do jogo e no brincar, suas fantasias, desejos e experiências, de forma simbólica.

A sala onde se realiza a observação diagnóstica deve ser um lugar razoavelmente amplo,
seguro e fácil de limpar, de maneira que dê liberdade à criança para se expressar. Os
brinquedos são colocados à sua disposição, para usá-los como quiser. Eles devem ser bastante
variados, incluindo bonecos de plástico, animais domésticos e selvagens, carrinhos,
caminhões e aviões de plástico, tinta de diversas cores, papel sulfite, lápis (preto e de cores),
pincel, tesoura sem ponta, cola, barbante, argila, bacia ou pia com água etc. É importante
observar como a criança dá início à estruturação do seu brincar – qual a sequência dos jogos,
brinquedos preferidos, comentários verbais etc. A primeira ação que ela realiza, na hora do
jogo, e o tempo que transcorre até seu início denotam sua atitude perante o mundo. O grau de
inibição no jogo manifesta a gravidade da sua neurose. Por isso, a primeira sessão é tão
importante, pois nela a criança mostra sua fantasia inconsciente de enfermidade e de cura e,
também, como aceita ou rejeita o papel do terapeuta.

A maior dificuldade da “hora do jogo diagnóstico” está na sua avaliação. Por ser um
procedimento não estruturado, depende da experiência clínica do psicólogo e da sua
capacidade de observação e interpretação. Na análise, levam-se em conta os aspectos
evolutivos (desenvolvimento da criança, segundo a idade), desenvolvimento emocional,
inibição/sociabilidade, bem como os conteúdos inconscientes expressos nos jogos – defesas,
fantasias, ansiedades, agressividade e a capacidade adaptativa, criativa e simbólica da
criança.

2.3 O Procedimento de Desenhos-Histórias


O desenho livre é um recurso auxiliar da entrevista, muito utilizado para levantar informações
sobre vários aspectos da personalidade. Quando associado a estórias, como propõe Trinca
(1997), torna-se um método de investigação diagnóstica extremamente útil na prática clínica.

O Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E) é uma técnica não estruturada, baseada no


método da associação livre, que dá liberdade ao paciente para criar e associar. É um
procedimento clínico de investigação diagnóstica, o qual emprega recursos das técnicas
gráficas e temáticas, a fim de construir uma nova abordagem da vida psíquica. Formado
basicamente pela associação de processos expressiva motores (entre os quais se inclui o
desenho livre) e processos aperceptivo-dinâmicos (verbalizações temáticas), o D-E consiste
de cinco unidades de produção, realizadas pelo examinando, cada uma composta de um
desenho livre, estória, inquérito e título.

A técnica de aplicação é bastante simples, assim como o material: folhas de papel em branco,
sem pauta, tamanho ofício, lápis de cor e lápis preto nº 2. O material é espalhado sobre a
mesa, onde devem estar sentados, frente a frente, o aplicador e o examinando. Uma vez
estabelecido um bom rapport, coloca-se diante do sujeito uma folha de papel na posição
horizontal e pede-se a ele para fazer um desenho livre – o que quiser e como quiser. Em
seguida, solicita-se ao examinando para, olhando o desenho, criar uma estória sobre ele – o
que acontece, quem são seus personagens etc. Concluída a estória, faz-se um inquérito, com a
finalidade de esclarecer os aspectos que não ficaram claros, no desenho ou na estória. O
inquérito é importante na interpretação do material produzido, já que estimula o surgimento
de novas associações. Ao final do inquérito, pede-se ao examinando para dar um título à sua
produção. Se uma sessão não for suficiente para as cinco produções, pode-se marcar outra
sessão para completá-las. Os desenhos podem ser cromáticos ou acromáticos. Durante a
aplicação, toma-se nota detalhada da estória, das verbalizações do sujeito enquanto desenha,
da ordem das figuras desenhadas, dos recursos auxiliares utilizados por ele, das perguntas e
respostas na fase do inquérito, do título, bem como de todas as reações expressivas,
verbalizações paralelas e outros comportamentos observados.

Na análise é importante levar em conta os diversos componentes das cinco produções –


aspectos do conjunto dos desenhos e estórias – em que o examinando expressa suas fantasias,
angústias básicas e desejos. Cada unidade oferece um ângulo analítico. A análise pode
começar pelos movimentos gráficos e verbais do conjunto da produção, seguida da análise de
cada produção sobre os conflitos, defesas usadas e recursos adaptativos.

O Procedimento de Desenhos-Estórias possibilita investigar aspectos fundamentais do


funcionamento mental do paciente, ou seja, suas fantasias e ansiedades básicas, pontos de
regressão e fixação, recursos defensivos, capacidade elaborativa do ego, tipo de relações
objetais etc., para a obtenção de uma visão dinâmica da personalidade.

Por ser um procedimento de fácil aplicação, pode ser empregado em condições nas quais o
psicólogo dispõe de pouco tempo ou de parcos recursos técnicos para avaliação. Na análise
dos resultados, é relevante ter em mente a integração dos diversos dados em um todo
coerente. De um modo geral, é aconselhável que, em cada caso, o psicólogo possa relacionar
as queixas e outras dificuldades com os conteúdos latentes apresentados nos Desenhos-
Estórias.

Quando surgiu, o D-E era usado com crianças e adolescentes entre 5 e 15 anos. Com o tempo,
ele mostrou-se útil também com adultos. Posteriormente, Trinca (1984b) desenvolveu uma
versão para investigação diagnóstica das relações familiares (DF-E).
3. Administração de testes psicológicos e técnicas adequadas
Segundo Nunes (1992) a administração dos testes caracteriza um momento fundamental do
processo de avaliação devido à possibilidade de obter dados sobre a pessoa em questão, a fim
de conhecer sua história mais detalhadamente, assim como buscar informações relacionadas
ao desenvolvimento, à escolaridade, às relações familiares, aos aspectos profissionais,
sociais.

Na administração de testes, por vezes é importante a determinação da posição do paciente em


relacção à do examinando. Se há instruções específicas, estas devem ser seguidas para que a
situação de teste seja padronizada. Noutros casos, há apenas sugestões neste sentido. Em
relacção ao teste de Rorschach, por exemplo, há auctores que consideram preferível que o
examinando fique ao lado do examinador, e não à sua frente, para diminuir a interferência de
mensagens faciais, gestuais ou posturais deste (Exner, 1980).

Os procedimentos na aplicação dos testes têm como objectivo garantir a sua validade, porque,
mesmo dada a sua condição técnica e científica, um teste pode produzir resultados inválidos
se formal aplicado. Assim, deve seguir a risca as instruções e recomendações que explicitam
os seus manuais. Sem, entretanto,assumir uma postura estereotipada e rígida. Como se espera
saber o nível de aptidão ou as preferências do testando, este deve se sentir na sua melhor
forma para agir de acordo com as suas habilidades, e não sob a interferência de distratores
ambientais. No processo de aplicação levam-se em consideração alguns aspectos
indispensáveis para a realização satisfatória dessa atividade: Qualidade do ambiente físico;
Qualidade do ambiente psicológico; e Material de testagem (Alchieri & Cruz, 2003).

3.1 Condições para administração de um teste psicológico


Como regra geral, a administração de testes deve ser realizada em ambiente de:

 Boa iluminação
 Privacidade,
 Aeração,
 Silêncio.

Ainda que, para muitos testes, não haja restrições quanto à iluminação artificial, no caso do
material de teste envolver cores, como no Rorschach, a iluminação deve ser natural. Além
disso, deve-se ter cuidado para que o examinando se coloque em posição adequada em
relação à mesa, sentado de forma que possa trabalhar confortavelmente, especialmente no
caso de crianças e de técnicas que exijam maior precisão nos movimentos. Por outro lado, se
o desempenho envolve cópia gráfica de figuras, ou desenho, é essencial que a superfície da
mesa não tenha aspereza. Se tiver, aconselha-se colocar um papelão sob a folha de trabalho
ou várias folhas de papel.

Geralmente, não há qualquer problema quanto à manutenção de uma situação padronizada


quando a administração de testes é realizada no consultório do psicólogo.

Outro é o caso quando a testagem deve ser levada a efeito em outro ambiente, como num
hospital ou numa escola. Então, torna-se mais difícil manter condições ideais, sobretudo
evitar ruídos e interrupções. Convém que, antecipadamente, o psicólogo tome as providências
cabíveis para evitar, ao máximo, as interferências. A situação padronizada na aplicação de um
teste garante, em parte, a fidedignidade de seus resultados. Portanto, as instruções devem ser
seguidas cuidadosamente.

Dadas às instruções, geralmente não é prevista uma ajuda extra (a não ser quando
explicitamente permitida), exceto um reasseguramento por meio de estímulos neutros. É
preciso um máximo de cautela para que tais “estímulos neutros” não se transformem em
indícios que podem ser percebidos como sugestões sobre a maneira de agir. Isto é observável,
especialmente, na aplicação de alguns testes, em que, inadvertidamente, o psicólogo pode
reforçar a produção de determinadas categorias de respostas. A propósito, um procedimento
preventivo em relação a tal comportamento é a gravação de algumas administrações durante
o período de treinamento. Mas o psicólogo deve estar atento para suas intervenções
involuntárias, já que nem todos os “vícios” são adquiridos durante o treinamento e, inclusive,
podem ocorrer seletivamente com determinados tipos de pacientes pelo fenômeno
contratransferêncial.
A contratransferência pode acontecer na situação de testagem, como na terapia, porque a
administração de testes pressupõe uma binteração clínica e, consequentemente, pode suscitar
respostas inconscientes do psicólogo a aspectos do comportamento do paciente. Assim, se o
psicólogo percebe em si certas reacções afectivas, como intolerância, enfado, ansiedade,
raiva, entre outros, frente a comportamentos do seu examinando, deve procurar que não
interfiram, ainda que de forma sutil, no contexto da testagem, mas, antes, deve utilizá-las
como fonte de informação para o melhor entendimento dinâmico do caso.
4. Técnicas adequadas na administração de testes psicológicos.
A administração dos tetes deve ocorrer em situações adequadas e obedecer critérios para que
se evitem resultados não fidedignos dos mesmos, por isso faz-se necessário a observação de
algumas técnicas que podemos destacar as seguintes:

 Condições de trabalho
As condições podem alterar totalmente os resultados de um teste psicológico, por isso é
importante garantir que nenhum fator externo possa contaminar a aplicação das
avaliações. Alguns testes são individuais e outros em grupo, mas, independentemente do
teor, é relevante que sejam feitos em um local apropriado.

 A Escolha De um ambiente Favorável

Considerando que não se trata de uma prova, ou seja, não existe certo e errado, apenas as
características que mais se alinham ao que a empresa procura para contratação. Procure
então deixar o funcionário à vontade para responder da maneira mais honesta possível e
estar ciente de que esse teste é apenas uma fase de um processo seletivo maior e mais
complexo.

 Demanda

É preciso pensar quais são as demandas da empresa e quais as competências necessárias


para exercer determinada função. Assim o RH terá um perfil em que se basear e poderá
fazer a seleção considerando todas essas características.
5. Conclusão
O que podemos perceber da Sessão livre diagnósticanas quanto a sua selecção, administração
dos testes e técnicas adequadas., é que dentre várias abordagens é importante que se chegue a
um todo integrado de significados que forneçam uma compreensão dinâmica da
personalidade do indivíduo, para tal, é necessário que se utilizem técnicas adequadas para que
não haja nenhum erro na intervenção e interpretação. A administração de teste sendo uma
área sensível do próprio processo de psicodiagnóstico deve acontecer com a observância de
todos critérios de fiabilidade e fidedignindade necessárias.
6. Referencias bibliograficas
 ABERASTURY, A. Psicanálise da criança. Teoria e técnica. 8. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1992. 287 p.
 ADRADOS, I. Manual de Psicodiagnóstico e Diagnóstico Diferencial. Petrópolis:
Vozes, 1980.
 ANCONA-LOPES, M. Contexto geral do diagnóstico psicológico. In: TRINCA, W.
Diagnóstico Psicológico. São Paulo: EPU, 1984.
 ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico Clínico: novas contribuições. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.
 AUGRAS, M. O ser da compreensão: fenomenologia da situação de
psicodiagnóstico. Petrópolis: Vozes, 1981.
 CUNHA, J. A. Psicodiagnóstico-V. 5a. Ed. rev. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
 OCAMPO, M. L. S. O Processo Psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São
Paulo: Martins Fontes, 1981.
 ROSA, M. D. Considerações sobre a polêmica do diagnóstico na psicologia.
Psicologia Revista. São Paulo, set. 1995.
 TRINCA, W. Diagnóstico Psicológico. São Paulo EPU, 1984.
 TRINCA, W. O pensamento clínico em diagnóstico da personalidade. Petrópolis:
Vozes, 1983. 213 p.
 YONTEF, G. M. Processo, Diálogo e Awareness. São Paulo: Summus, 1998.
 VAN KOLCK, O. L. Testes projetivos gráficos no diagnóstico psicológico. São
Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda. – EPU, 1984.
 WINNICOTT, D. W. O jogo do rabisco. In: _____. Explorações psicanalíticas. 2. ed.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2005a. p. 230-243.

Você também pode gostar