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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

Relatório Final do Curso Psicologia Clínica


Por:

Juscelino Castanho Cavalata

Luanda, 2022
O presente relatório curricular do curso de
psicologia clínica, cumpre-se com o propósito de ser
apresentado dentro do programa de Licenciatura do
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade
Agostinho Neto, para obtenção de notas na
disciplina de Estágio Curricular do ano 2022.

ORIENTADOR; Liubal Noa Salvazán, professor


Catedrático

Instituição: Instituto de Ciências da Saúde-UAN

Orientador: PhD. Liubal Noa Salvazán, professor Catedrático

Assinatura:_______________________________

Luanda, 2022
DEDICATÓRIA

Ao eterno colega Lourenço, cuja morte súbita encarregou de leva-lo tão precoce no
meio da dolorosa e eterna caminhada do aprendizado em que estamos.
AGRADECIMENTO

Atenciosamente, eterna gratidão aos professores (as), Adriana Gomes, Laurinda


Mendes, Liubal Noa Salvazán, Félix Mizé, Felizardo Bandeira, pela paciência, atenção,
motivação e coragem que de forma notável ofereceram-me este eterno aprendiz. Minha
gratidão eterna, meus maestros, que não se cansem de fazer o bem enquanto tiverem
oportunidade. Obrigado por acreditarem em mim.
QUADRO DE PACIENTES ATENDIDOS

MESES MAIO TOTAL

Nº de paciente 2 2

Acompanhantes 2 4
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ............................................................................................................... 3
AGRADECIMENTO ....................................................................................................... 4
QUADRO DE PACIENTES ATENDIDOS .................................................................... 5
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
OBJECTIVOS .................................................................................................................. 9
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ICISA-UAN ......................................................... 10
DADOS HISTÓRICOS .................................................................................................. 10
CURSOS EM FUNCIONAMENTO .............................................................................. 10
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................ 11
ACTIVIDADE REALIZADAS NO ESTÁGIO ............................................................ 12
DIFICULDADES QUE SE ENFRENTOU AO LONDO DO ESTÁGIO ..................... 16
SUGESTÕES ................................................................................................................. 16
APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS ................................................................. 17
FICHA TÉCNICA .......................................................................................................... 23
SEGUNDO CASO ......................................................................................................... 24
FICHA TÉCNICA .......................................................................................................... 30
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 32

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INTRODUÇÃO

O presente relatório aqui apresentado, foi elaborado com a finalidade de reportar


de forma pormenorizada e resumida elementos chaves mais destacados ao longo da
realização do estágio curricular pelos estudantes de psicologia clínica da Universidade
Agostinho Neto, através da unidade orgânica Instituto de Ciências. O dicionário
Aureliano de Língua Portuguesa, nos oferece uma definição genérica de estágio como
sendo: aprendizado, prática, tirocínio de um determinado profissional. O Estágio
Curricular é um processo de avaliação curricular que conferirá ao aluno a obtenção de
grau de licenciatura em Psicologia Clínica. Neste sentido, os objetivos primordiais
consistiram em proporcionar a aplicação das diferentes abordagens teóricas nos diversos
contextos da prática psicológica, promover o contacto e a aprendizagem de boas práticas
de maneira a desenvolver competências profissionais apropriadas e autónomas, e facultar
a formação adicional ao nível do uso de instrumentos de avaliação psicológica em termos
de aplicação, cotação, e interpretação dos resultados.

Entretanto, em Psicologia Clínica, sendo uma área de actuação socialmente reconhecida,


o futuro profissional necessita de estar munido de ferramentas que lhe vão auxiliar no
exercício desta mesma profissão e em nosso entender, essa jornada começa com uma
preparação técnica científica, e com um profissional altamente qualificado e com
experiências de modo que possa passar ao futuro psicólogo.

Tal como defende alguns autores, como Isabel Leal, Filipa Pimenta, Marta
Marques, no livro” intervenção em psicologia clínica e da saúde: modelos e práticas” “a
prática profissional da Psicologia - o ser psicólogo – é atualmente uma prática socialmente
reconhecida. Esse reconhecimento tem sido conquistado ao longo dos anos mediante, por
um lado, a sistematização e clarificação daquilo que é o corpo científico do conhecimento
desta ciência e, por outro lado, através do desempenho de profissionais competentes e
eficazes em inúmeros contextos. “ Entretanto, através deste relatório, iremos relatar as
actividades cumprindas, elementos essencialmente chaves, crítica e sugestões outrossim,
vamos apresentar os casos de pacientes que foram assistidos.

A Psicologia Clínica da Saúde foi, assim, definida como a aplicação dos


conhecimentos e métodos de todos os campos práticos da Psicologia, na promoção e
manutenção da saúde física e mental do indivíduo e na prevenção, avaliação e tratamento
de todas as formas de perturbação mental e física, nas quais as influências psicológicas

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podem ser usadas ou podem contribuir para aliviar o mau funcionamento ou «distress».
(Ribeiro e Leal, 1996). A Psicologia Clínica em seus inícios apareceu associada ao
modelo médico e a expressão Clínica tem sido utilizada pelos profissionais de psicologia
conferindo um sentido próximo do que lhe é dado na medicina, ou seja, um atendimento
do doente, individualizado, personalizado e prático.

A Psicologia Clínica, mais do que referida a uma população ou a uma nosologia,


descreve uma metodologia de intervenção que privilegia o relacional, quer dizer, a
qualidade de relação entre o Psicólogo e o seu utente. Neste sentido, o Psicólogo Clínico,
seja qual for o quadro teórico que utilize e que lhe permite referenciar e descodificar o
que lhe é trazido como sofrimento, malestar ou desadaptação, persegue delineamentos de
intervenção capazes de implicar uma diminuição, desvalorização ou reequacionação dos
problemas que lhe são apresentados. A característica definidora da Clínica reside na
possibilidade de utilização de todos os informes psicológicos na resolução de uma
problemática colocada por um indivíduo, um grupo, ou uma população, tomado como
objeto de análise e Intervenção Clínica. LEAL, Et al, 2012, pg 16.

Portanto, o supervisor no sentido de fazer compreender os estudantes estágiarios


em Psicologia Clínica elementos essenciais para a profissão, utilizou, para tecnica de
refrescamento de ideias já aprendidas e depois aplicou modelos práticos. O estágio teve
grande importância porque permitiu aos futuro profissionais uma visão prática daquilo
que é o modelo de intervenção do psicólogo no contexto hospitalar ( simulado ), e de
certo modo, a experiência colhida trará um grande impacto na vida dos estudantes e na
maneiras que os mesmos passarão actuar com seus futuros pacientes.

Este estágio, que não excede os 4 meses correspondentes a um ano lectivo 2022,
e é feito por razões de ordem prática numa única instituição ou serviço que faremos a sua
caracterização nas páginas que se segue, permite um conhecimento razoável daquilo que
é a intervenção do psicólogo nesse âmbito específico hospitalar mas, claro, deixa todos
os outros campos de atuação do psicólogo noutras instituições e noutros contextos numa
espessa penumbra. Na primeira parte da secção deste relatório,.será segmentada ao leitor
os objectivos do estágios, posteriormente, vamos apresentar a caracterização geral da
Instituição em que decorreu o estágio curricular, actividades decorridas e
consequentemente apresentaremos casos clínico, sugestão e finalmente conclusão.

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OBJECTIVOS

Objectivo Geral:

Conhecer os elementos fundamentais e necessárias usados na intervenção do profissional


em Psicologia Clínica.

Estimular os estudantes a terem um raciocínio clínico na área de psicologia Clínica.

Objectivo Específico: que ao final do estágio, os estudantes saibam utilizar técnicas


psicologicas como:

Habilitar a fazer uma Avaliação Psicológica, Orientação Psicológica, dar palestras de


psicoeducação à utentes dos serviços de psicologia no âmbito hospitalar, ou consultoro

Adquirir copetências técnicas para conduzir uma psicoterapia individual, grupal.

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CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ICISA-UAN

ICISA, popularmente chamado, é um anagrama que constitui o “ Instituto de Ciências da


Saúde”. Pertecente como uma das Unidades Orgânicas da Universidade Agostinho Neto.
Geográficamente, o ICISA, está situado a Sul da Cidade de Luanda, no Bairro Morro
Bento II, Município de Belas distrito da Samba, paralelo à Clínica Multiperfil, a cerca de
10 Km de Luanda, cujo acesso se faz através da estrada da Samba e da Avenida 21 de
Janeiro. Telefone n.º 222011862 / 222011861/ 998607367 / 934988051 Caixa Postal n.º
2195 E-mail: iscisauan@gmail.com Rua 21 de Janeiro s/nº Bairro Morro BentoII (ao lado
da Clínica Multiperfil) L U A N D A - A N G O L A. Anteriormente foi chamado de
Instituto Superior de Ciências da Saúde até o ano de 2022.

Tem como foco: Ensino, Investigação e Produção.

DADOS HISTÓRICOS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 20/01/1990: Simbolisa a criação do Instituto


Superior de Enfermagem ao abrigo do decreto – lei n.º 5 do Conselho de Ministros da
República de Angola, Publicado no Diário da República I.ª Série, n.º 5/ 1990; De 1989 a
2001: O Ministério da Saúde foi responsável pela garantia dos recursos humanos,
materiais e financeiros indispensáveis ao normal funcionamento dos programas de
formação do ISE; Em 2001: foi integrado na Universidade Agostinho Neto. Em 2009:
extinto o Instituto Superior de Enfermagem e criado o Instituto Superior de Ciências de
Saúde (ISCISA), à luz do Decreto 7/09 de 12 de Maio do Conselho de Ministros, com
uma projecção de abertura de 18 cursos na área das tecnologias de saúde

CURSOS EM FUNCIONAMENTO

❖ Ciências de Enfermagem

❖ Ciências Farmacêuticas

❖ Análises Clínicas e Saúde Pública

❖ Psicologia Clínica

❖ Psicologia Escolar

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ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Assembleia do Instituto PRESIDENTE

Prof.ª Antonieta Josefina Sabina Baptista

Conselho de Direcção DIRECÇÃO DECANA

Prof.ª Maria da Conceição Martins da


Silva VICE–DECANA

Conselho Científico VICE–DECANA PARA A ÁREA


ACADÉMICA

Prof.ª Leopoldina da Silva Araújo

Conselho Pedagógico VICE–DECANO PARA A ÁREA


CIENTÍFICA

Prof. Doutor. Manuel Simão

Departamentos de Ensino e Investigação

Departamentos Administrativos

Repartições Administrativas

Secções Administrativas

CORPO DOCENTE O corpo docente é constituído por um número total de 120, dos quais
56 nacionais em tempo integral, 56 nacionais em regime de colaboração e 8 estrangeiros

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ACTIVIDADE REALIZADAS NO ESTÁGIO

14-04-2022

Marca-se um encontro gerais com os estudantes finalistas no intuito de se abordar assunto


relacionado com o estágio curricular 2022. O Encontro aconteceu em uma quinta-feira,
manifestou-se a vontade da realização deste estágio, onde foi indicado Instituto de
ciências da Saúde da Universidade Agostinho Neto como local onde poderia se
desenvolver o estágio., neste encontro, a Instituição esteve repreentada pela regência ou
departamento do curso de Psicologia da Universidada, encabeçada por Dr. Carlinhos
Zassala, coadjuvado pelo seu coordenar do estágio Felix Mizé. Neste encontro ditou-se
as regras do estágio, tendo com destaques a pontualidade, e a vestimenta obrigatória para
a participação do estágio uma jaleca devidamente identificado com o logo da Instituição
de ensino. Destacou-se critérios de gerais do estágios. Tais como: Assiduidade,
Pontualidade, Responsabilidade.

19-04-2022

No dia 19 do mês de Abril, é datificado como o primeiro dia do estágio. Onde o


orientador, fez uma introdução verbal das teorias que seriam associadas à prática do
estágio. Fazendo menção assim, as disciplinas chaves como: Psicopatologia geral,
Psicologia Clínica, Acompanhamento Psicológico etc, que os estudantes teriam que
recapitular para associarem à prática. Destaca-se nesse encontro, os níveis do
funcionamento da pessoa explicada pelor professor: Nivel normal, nivel neurótico, nível
psicótico, nível deficitário, nivel psicopático.

Neste encontro, nessáriamente serviu como um refrescamento que o orientador fez com
a turma.

21-04-2022

No dia 21 é marcado como segundo dia de estágio, onde o orientador apresentou a


conceitualização de teorias, e teve-se uma simulação de entrevista clínica, onde foi
orientado aos estudantes as etapas que se constituem em uma entrevista clínica.

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26-04-2022

No dia vinte e seis do presente ano, registra-se como o quarto dia de estágio, no qual
sequenciou-se o tema anterior “Entrevista Clínica”, no entanto, neste dia dois estudantes
estagiários da turma do 4ª -5ª ano do curso, entraram em acção terapêutica simulada. Onde
a essência, foi: avaliar o nível de entendimento dos estudantes no procedimento de uma
entrevista clínica. Fez-se no final uma avaliação global dos aspectos positivos e negativos
que ocorreu no atendimento da primeira paciente ( simulação ) pelo terapeuta estagiário
desde o rapport até ao encerramento da sessão. Neste dia, ocorreu dois casos de
simulações de entrevista.

28-04-2022

No dia vinte e oito, data-se o acontecimento do quinto dia de estágio, e neste dia realizou-
se, a simulação de uma entrevista clínica com os estudantes. O objectivo desta sequência
de entrevista clínica, serviu-se como uma estratégia pedagógica do orientador de modo
que pudesse facilitar a sistematização prática aos estagiários como podem monitorar uma
entrevista clínica, e também que envolvesse o maior número de estudantes possível.
Essencialmente, com esta prática de entrevista captou os pontos cruciais que devem
obedecer em uma entrevista clínica tais como: A identificação geral e descrição geral do
paciente, impressões iniciais, laudo do psicodiagnóstico, motivos da consulta e sintomas
apresentados, Resumo da história progressão e actual, hipóteses de trabalho etc… Todos
esses pormenores podem ser colhidos no processo da anamnese. Foram no total dirigidas
quatro entrevistas simuladas em dias diferentes, e que terminou com esta última.

03-05-2022

O mês de maio, especificamente no dia três marca-se o 6º dia de estágio, iniciou a prática
de desenvolvimento das habilidades de comunicação, através de simulações de
Psicoeducação no formato de palestra. Onde, os estudantes foram exigidos para procurar
temas que seriam abordados no contexto hospitalar com um público diversificado. O tema
proposto para investigar foi sobre o alcoolismo. Neste dia o orientador, subsidiou o tema,
explicando quando é que o profissional em psicologia deve diagnosticar o nível de
alcoolismo. Explicando a demência alcoólatra como doença, o bêbado ocasional ou
Excepcional, bêbado social, o bêbado problemático. Etc. Além deste tema, neste dia
também uma das estudantes palestrou com o tema: Depressão, e no final da actividade, o

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orientador, fez considerações gerais sobre os temas apresentados pelos estudantes
estagiários. Como regra, o orientador estabeleceu 15 minutos como tempo para cada
palestrante. Neste dia, o orientador explicou à turma como se deveria executar o relatório
do fim do estágio e quais são as características que entrariam na mesma estrutura.

5-05-2022

No sétimo dia do estágio, deu-se a sequência da dinâmica de palestras com os estudantes


estagiários. Foi apresentado dois temas, teve como preletora a estagiária Maria Diogo que
abordou sobre Depressão. Dentro deste programa, abordou-se também tema como
Ansiedade que seguiu com a mesma dinâmica de apresentações.

10-05-2022

Não ocorreu o estágio como nos dias habituais porque ocorreu uma actividade

10-05-2022

No dia dez de maio, fez a simulação de um caso clínico, que tinha como objectivo avaliar
o pensamento clínico dos estudantes.

12-05-2022

No dia doze, prosseguiu-se com a sequência de apresentações de casos clínico pelos


estudantes. Neste dia, apresentou-se um caso do estagiário Cesar dos Santos, e de certo
modo, fez as observações de alguns aspectos do Transtorno Depressivo Maior, após uma
breve apresentação do estagiário, o orientador, fez reparos do quadro clínico que se
apresentou. E o estágio seguiu-se com o orientador, que durante uma hora, explanou-se
da necessidade de o terapeuta derivar um paciente quando se notar limitado no ato da
psicoterapia. Onde realçou-se, da necessidade de tornar-se um verdadeiro profissional,
começando por deixar as interpretações pessoais para atrás. Nesse dia, os estudantes
aproveitaram tirar dúvidas que se debatiam com elas, e o orientador explicou vários
assuntos voltado a dúvida que os estagiários apresentaram. E em estes temas, o orientador,
incentivou aos futuros psicólogos a abordarem estes temas de natureza psicossociais na
comunicação social. “Somos vítimas de nossos valores culturais tradicionais” Professor
doutor: Liubal Noa.

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17-05-2022

No dia dezassete, marcou-se como um dia reservado para aplicação do teste psicométrico
de Reven. No qual o orientador, orientou aos estagiários autoaplicarem o teste de modo
que possam conhecer o modo da aplicação e também conhecerem-se. O teste de Rave tem
como essência avaliar a inteligência de forma quantitativa.

19-05-2022

No dia dezanove, fez-se a aplicação do segundo teste psicométrico de Well, e também


explicou-se a forma de classificação de cada itens que contem nas provas. 24-05-2022 No
dia vinte e quatro, os estudantes fizeram análise de dois casos clínicos. O orientador,
apresentou dois casos, e pediu que os estudantes resolvessem os casos, e posteriormente
realizou-se a análise dos mesmos casos.

26-05-2022

Neste dia, prosseguiu-se com a dinâmica de palestras, onde dois estudantes, Juscelino
Castanho, e Ciel Leandro apresentam temas diferentes. A primeira palestra abordou-se
sobre o Autismo e a segunda sobre a saúde mental. E os demais estudantes, participaram
fazendo análise da apresentação dos preletores.

31-05-2022

No dia trinta e um, a actividade que se desenvolveu foi de uma psicoterapia em grupo.
Onde participaram 12 estudantes, divididos entre pacientes, e a equipa psicoterapeuta. A
equipa esteve divida entre terapeuta principal, observador, coterapeuta, e membro activo.
Nesta actividade, fez-se a divisão do de grupo dos participantes, e explorou-se um dos
temas conforme a aceitação de cada participante, e conclui-se depois com uma explicação
para os demais participantes da turma.

02-06-2022

No dia dois, do mês de junho, decorreu uma psicoterapia grupal simulada com os
estudantes estagiários. O modelo de psicoterapia grupal não diferiu da anterior, o
objectivo era avaliar a maneira que os estudantes participantes, especificamente a maneira
ou forma de actuação da equipe psicoterapêutica.

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07-06-2022

No dia sete, encerrou-se as actividades práticas, e orientador, esclareceu algumas dúvidas


sobre a elaboração do relatório que aqui se apresenta.

DIFICULDADES QUE SE ENFRENTOU AO LONDO DO ESTÁGIO

Notamos que, apesar de ter sido um sucesso a realização da presente edição de estágio de
psicologia clínica 2022, resprectivamente na aprendizagem tanto teórica e prática tendo
em conta a grande experiência e paciencia que se notou do orientador, a falta de um
espaço espefífico onde os estagiarios tiveram suas actividades serviu também como uma
interferência em alguns momentos do estágio. Houve momento em que o estágio teria
começado mais cedo, porque havia estagiários pronto, orientador pronto mas não havia
sala de estágio pronta porque estava ocupada. E por tanto isso motivava, os estagiários a
emigrar daqui acolá à procura de sala.

Por exemplo, no dia 7-06-2022, chegou a se realizar actividade de esclarecimento de


dúvida do relaório por debaixo de uma árvore da Instituição. E para começar, levou cerca
de mas de 15 munutos de espera…

SUGESTÕES

Para prevenir que os demais estudantes de psicologia não passem pelo mesmo que o grupo
que acabou de estagiar, recomendamos que o departamento de psicologia deve fazer o
máximo esforço de traçar políticas estratégicas em conformidade com a direção do ICISA
de modo que permita ter grandes parcerias com empresas privadas ou públicas para
receberem estagiarios de psicologia.

Se não haver essa flexibilidade por parte das empresas privadas ou públicas, a escola pode
mesmo abrir, uma Clínica-Escola, onde haveria possibilidade de os estudantes passar a
estagiar nessa clínica-escolar que estaria à disposição do público em geral. Pensamos que
com a implementação de um projecto como este, a escola arecadaria receita, e os
estudantes ganhariam mais experiencia por se tratar de casos não simulados mas sim real,
e isso terminaria com o problema da falta de espaço que notou-se nesta edição.

E por último, ter testes psicológicos com melhores condições e diversificados.

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APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS

Foram selecionados dois casos clínicos, dos quais puderam beneficiar acompanhamento
psicológico no decorrer dos mês de Maio de 2022. Apresentaremos em seguida os
procedimentos de avaliação e posteriormente a intervenção. Tendo em conta o código de
ética, nestes dois casos, não faremos menção aos nomes Verdadeiros dos pacientes de
modo que possamos a preservar a sua identidade. Portanto, vamos apresentar nomes com
fictício.

PRIMEIRO CASO

Intervenção Psicológica Individual: Caso Clínico

História Clínica

Dados de identificação geral do paciente

Nome PSM S M
Idade 34 anos
Estado civil Solteiro
Filho Cccc Não x Sim
Morada Morro Bento IIº Município : Belas
Escolaridade Nível Superior concluído
Data Maio 23 2022

PSM, é um jovem adulto de 34 anos vive em um do anexo da casa dos pais. É solteiro,
tem filho com uma mulher que vive separada dele. PSM, tem formação superior em
contabilidade, e há oito ( 8) meses trabalhava em um dos Bancos Comerciais de Luanda.

Motivo da consulta

PSM, foi encorajado a procurar o serviço de psicologia, para ser avaliado, que segundo o
relato familiar, PSM, de acordo com o relato familiar, foi-lhe diagnosticado recentemente
como seropositivo (VIH SIDA), PSM. não está a lidar bem com a doença, sente-se com
raiva de si mesmo, refugia-se em no seu quarto onde não quer estar com ninguém e nem
sair, não quer frequentar o local de trabalho, refere que tem se sentido muito irritado com
qualquer pessoa, chora com frequência, não sente mais o valor da vida e anda muito triste

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e sente-se feio, e abandonou a medicação antirretrovirais, e um dos irmão, relatou que ao
bater na porta do quarto do paciente, quase foi agredido fisicamente sem ter feito nada de
errado, e há momento que ele fica mais calmo, e outros fica muito violento.

Quadro Clínico

Sintomas psicológicos: incluem humor disfórico na forma miserabilismo, sentimentos de


culpa, pessimismo, desamparo. Há uma proeminência de irritabilidade, isolamento, perda
de prazer ( anedonia ) apresenta alguns sintomas depressivos como tristeza, não quer sair
de casa, prefere ficar isola, evita estar com as pessoas, e evita o contacto com o trabalho.

História do problema

Há um ano, em 2021,PSM, foi diagnosticado como seropositivo no hospital Esperança


de Luanda, município de Luanda. Desde que soube do diagnostico, segundo o relato do
paciente, teve um decepção consigo mesmo, por sentir-se insuportável, o médico que o
consultou, preveniu a contar para sua namorada, e esta quando soube, desistiu dele, e
falou para outras pessoas. PSM, relatou que quando tentava sair de casa, sentia que as
pessoas o descriminavam, e ninguém queria ficar ao lado dele. Relata que sentia-se
desamparado, e um vazio o consumia por dentro. PSM, apresenta alguns sintomas
depressivos como tristeza, não quer sair de casa, sensação de vazio e desamparo, tem,
evita estar com os colegas do trabalho, e familiares próximos, e se recusa a comer em
alguns dias. “ O meu irmão menor, bate a porta do meu quarto para ficar comigo para me
dar o seu apoio, mas não tenho tido coragem de abrir, e digo apenas que ok, estou bem,
não precisas ficar preocupado.” PSM, alega, que quando trabalha sentia-se ao voltar para
casa muito cansado, mas essa sensação até aqui continua. Já se fez alguns exames, que os
médicos não detetaram nada.

História biopsicossocial

Quanto ao período-natal e desenvolvimental extraiu-se o seguinte relato: foi uma gravidez


desejada, e normal sem complicações. PSM, é o primeiro filho, tem 8 irmãos, teve o peso
de 3, kg. Quando criança foi uma criança que não apresentava muito problemas de saúde
do tipo físico, a mãe, disse que apenas era uma criança traquina e os professores do ensino
primário e primeiro ciclo apresentavam a mesma reclamação dele quanto alguns
comportamentos de impulsividade e briga com colegas da sua classe. PSM, não teve
acesso ao jardim da primeira infância. Quanto suas relações interpessoais, o paciente

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relatou que “ Sempre fui alguém que tive vários amigos, desde o ensino médio, mesmo
na faculdade, mas no local de serviço tenho ( dois ) amigos com os quais, antes de ficar
neste, saíamos todas às sextas e frequentávamos bares e festas de Luanda. Na
adolescência, o paciente informou que praticava Bullying, e era popular. Quanto à vida
sexual, o paciente relata que teve sua primeira experiência sexual aos 12 anos, e a vida
sexualmente activa iniciou aos 15 anos. Já trocou várias vezes de namoradas na
adolescência, o mesmo acontece na sua vida adulta. Começou a beber aos 17 anos, quando
começou a cantar música no estilo rapper, e actualmente bebe e fuma.

Antecedente Psicológico Pessoal e familiar

Segundo PSM, seu pai de 65 anos é hipertenso e já teve depressão. PSM, fora dado como
uma criança déficit de atenção e hiperatividade.

Observação clínica

O utente veio à clínica Socorro Mental por indicação de uma amiga, estava acompanhado
de sua mãe e seu irmão de 28 anos. Apresentava um visual com roupas limpas, e com
muito cabelo e barba não arrumada. Na escrivania, nota-se, que gaguejava em alguns
momentos, e tinha um rosto e corpo muito magro. Os dentes, notava-se meio amarelado
e abafado. Mas necessitava do apoio do irmão para caminhar numa postura equilibrada.
Quanto aos aspecto cognitivo, o utente usava um vocabulário académico, com uma
fluência gramatical, mas nalguns momentos escapava-lhe gírias angolana, mas que
indicava um discurso organizado, com coerência e sequência lógica. O tom de voz rouca,
era de uma pessoa que parecia infeliz e vazia por dentro. E seus olhos magros que se
curvavam para dentro, proclamavam a cristalização de lágrimas contidas. Os dedos sobre
a mesa, intranquilos, sugeriam um sinal de ansiedade leviana.

ocular.

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Avaliação psicológica

A avaliação psicológica é compreendida como um amplo processo de investigação, no


qual se conhece o avaliado e sua demanda, com o intuito de programar a tomada de
decisão mais apropriada do psicólogo. Et al, HUTZ, BANDEIRA, Psicodiagnóstico, pág.
24. Editora Artmed.

Tendo em conta, os padrões lógicos para se proceder à avaliação psicológica, ao paciente


PSM, foram aplicados os seguintes instrumentos: Escala de Depressão de Beck, Escala
de Depressão de Hamilton. HAD-M

Inventário de Depressão de Beck o paciente obteve um total de 21 pontos, sugerindo


presença de sintomas depressivo moderado como o resultado do diagnostico.

No inventário de Depressão de Hamilton, o PSM, obteve um escore entre 18-20,


apontando para um diagnostico moderadamente deprimido.

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Discussão do Diagnostico

O paciente PSM, lhe foi atribuído o diagnostico Depressão moderada devido ao


VIH com Características Depressivas justifica-se tendo em conta a relação
psicossomática, em que uma patologia fisiológica, pode ser um facto para a manifestação
de transtornos psicológico, neste caso, específico, nota-se que sintomas que justificam a
presença da depressão, o paciente TSM, está com característica episódica de tristeza, ao
fazer menção disso, há presença de irritabilidade, e falta de interesse em outras dimensões
socias e laborais. Fica com vulnerabilidade de irritação com quase todo mundo (Critério
A) do DSM-5, explosões de raiva (Critério C) para além de outros sintomas como
sentimentos de vazio e inutilidade que acentuam a presença de indicadores depressivo.
No entanto, não cumpre todos os critérios para se atribuir um diagnóstico de episódio
depressivo major, apenas tem características depressivas. Há a evidência a partir da
história clínica, e exame físico de que a perturbação é consequência fisiológica direta de
um estado físico VIH (Critério B).

Intervenção psicológica

Cada pessoa é um ser único, que reage à doença de uma forma individualizada,
reação essa que depende de variados fatores, entre eles: experiência de vida; expectativas
criadas relativas ao percurso de vida; compreensão da doença; formas de estar perante a
saúde/doença; potencial próprio para reagir e gerar mecanismos de coping e suporte social
(Soares, 2002) Nesse sentido, elaborou-se, na sessão seguinte um conjunto de estratégia
que seriam desenvolvidas pelo paciente, PSM.

Tipo de abordagem Psicoterapia Cognitiva Comportamental

A terapia Cognitiva Comportamental geralmente é vocacionada para alterar padrões


habituais de comportamentos negativo que contribuem para o humor depressivo. É tão
eficaz quanto o tratamento com fármacos, nas formas moderadas ou ligeiras da depressão.

Modalidade de intervenção Psicoterapia Individual


Planejamento das sessões Terça-feira- Quinta-feira

Estratégias terapêuticas 1º semana Psicoeducação, Autocontrole, D-Sistemática

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Segundo Carver e Scheier (1998), e Vohs e Baumeister (2004) a autorregulação é
uma abordagem facilitadora para os indivíduos alterarem os seus pensamentos,
sentimentos, desejos e ações, na perspetiva de alcançar os seus objetivos. O termo
autorregulação refere-se à forma como os sistemas atuam no sentido de alcançar
determinados fins, assim como às estratégias e recursos mobilizados para tal. Os objetivos
da autorregulação são as experiências concretas e percecionadas, os sintomas físicos e
sensações, as disposições e emoções, os sentimentos de vigor e competência gerados
pelos determinantes biológicos e psicossociais da pessoa.

Através da Psicoeducação da doença que se realizará ao longo do


acompanhamento, vai possibilitar ao paciente uma maior aceitação e atribuição de sentido
ao problema, acedendo assim às cognições que tem sobre a doença.

Recomendações pontuais:

✓ Retornar à medição sugerida pelo médico de modo que possa tirar proveito
deles para viver.
✓ Fazer um exame psiquiátrico.

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FICHA TÉCNICA

Inventário de Depressão Infantil, versão portuguesa

Escala de Depressão de Hamilton

Observação Clínica

Entrevista semiestruturada ( Anamnese )

23
SEGUNDO CASO

Intervenção Psicológica Individual: Caso Clínico

História Clínica

Dados de identificação geral do paciente

Nome JVP S F
Idade 3
Estado civil Solteiro
Filho Cccc
Morada Estalagem Município : Viana
Escolaridade Jardim de infância
D.N Agosto 04 2019

JVP, é uma criança de 3 anos, do sexo feminino, os pais procuraram o serviço de


psicologia Socorro Mental por indicações de um neuropediatra. JVP, frequenta o jardim
de infância, é filha casula, tem uma irmã e mora com seus pais, no município de viana,
no bairro estalagem.

Motivo da consulta

Segundo os pais, a filha tem três anos e até aqui não demonstra interesse em brincar com
outras crianças, e apresenta dificuldade em se comunicar. A mãe relatou que a filha,
quando completou 1 ano, falava algumas palavras, mas depois deixou de emitir tal
comportamento e parece que não lhe presta atenção, e tem brincadeiras muito fora do
comum, e gosta de objecto giratório, e brinca apenas com um único brinquedo. Veio
procurar ajuda, porque não consegue juntar a filha mais velha de 5 anos para brincar a
irmã menor. O pai, acrescentou no relato que, tem vezes que a criança fica irritada e
ninguém consegue lhe controlar, e não gosta de lavar os dentes, e simplesmente só gosta
de fazer o que ela quer. Os pais relatam também que o filho tem dificuldades em seguir
regras e que não para quieto, no jardim da primeira infância, JVP, as vezes bate nos
coleguinhas e não pratica as actividades ditadas pela educadora.

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Quadro Clínico

Sintomas psicológicos: Quanto à nível do comportamento, constata-se os sinais de


Irritação, agressividade, interesse pelo mesmo objecto, inflexibilidade, obsessão.

No aspecto comunicativo, JVP, demonstra ter atraso na fala, e usa as mãos de um adulto
como uma ferramenta para alcançar o que ela quer. Regressão na fala.

Quando ao aspecto da interação social, JVP, demonstra pouco interesse pelo outro, não
tem iniciativas para iniciar uma brincadeira. EE prefere, brincar sozinha. O conjunto
destes sinais sugerem alguns traços de autismo.

História do problema

A mãe reportou que desde que JVP nasceu, notava-o um pouco estranho, ao amamentar,
sua filha pouco ria ou sustentava o contacto ocular para ela mesmo que ela tentasse essa
aproximação. Quando completou dois anos de idade, a falta de verbalização começo a
deixar preocupada, e na escola, actualmente na sua escola, tem se comportado de forma
agressiva com as outras crianças, e praticamente está assim desde que nasceu.

Antecedente Psicológico Pessoal e familiar

Há relatos de familiares, primos, tanto da parte materna como paterna com dificuldades
de comunicação e linguagem. A falta de comunicação e linguagem do filho, acrescida da
dificuldade em ficar quieto foram os motivos para os pais buscarem a avaliação
psicológica, e também a orientação da escola.

Observação clínica

Durante o período de avaliação, observou-se a mãe tinha um discurso coerente e lógico,


dedos das mãos entrecruzadas, postura corporal rígida. A criança, não ficou sereno, face
aos estímulos (brinquedo) emigrava de uma brincadeira para outra, não atendia pelo
chamado de seu nome, e parecia agitado. Quando o terapeuta, estimulou ele com toque,
a criança parecia alheia quanto ao ambiente, preferia ficar no seu canto a explorar a sala.
JVP, não verbaliza, quando queria um brinquedo, usou o terapeuta como ferramenta.

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Avaliação Psicológica:

A avaliação ocorreu em dois dias, o primeiro na companhia dos pais de JVP e o segundo
na presença da babá, o tempo de duração foi de 50 minutos em cada sessão. A primeira
parte da avaliação consistiu na entrevista com os pais (anamnese) e nas primeiras
interações da avaliadora com a criança. A segunda sessão, foi organizada em provas
espontâneas com recurso a brinquedos como bolas macias, carrinhos, bonecos de pano,
blocos lógicos e cartões de figuras comuns no dia-a-dia como alimentos e objetos, como
banana, limão, pintainho e gato. Houve ainda, o preenchimento pelos pais do M-chat e
do Questionário de Comportamentos da Criança – CBCL 2 a 3 anos. Os questionários
ajudaram na descrição do perfil comportamental, cognitivo e psicoemocional de JVP.
Resultados: Durante os dois encontros maioritariamente, JVP, demonstrou-se pouco
colaborativa e bastante dispersa, não acatando aos comandos/orientações. JVP, durante o
segundo dia de avaliação, demonstrou comportamento variado, inicialmente com pouca
abertura para contacto, mais tímida e arredia, recorrendo ao chupar o dedo e a choramingo
diante das tentativas de aproximação do avaliador, porém aos poucos foi ficando mais
calmo e passou a aceitar alguma interação, ela aceitou brincar com o carrinho por algum
tempo, com predomínio do girar as rodinhas do mesmo, sem o brincar simbólico, bem
como sem dar função para o brinquedo. A paciente, a maior parte do tempo, segunda
sessão, repetia a brincadeira de colocar os bloquinhos dentro do compartimento da
cadeirinha plástica, ou tentava fugir para o colo da babá. Não foi percebido intenção de
comunicação ou resposta a identificação de objectos ou figuras apresentadas.

JVP, tentou subir nos banquinhos, demonstrando não ter noção de perigo. JVP fica
dispersa e envolvida naquilo que lhe apetece, não demonstra iniciativa de interação com
as outras pessoas, assim como, não atende ao chamado de seu nome. Ela não olhou nos
olhos do avaliador e nem imitou gestos como “chau e “Dar Culer”. A partir das respostas
atribuídas pela mãe no CBCL, identificou-se com alguma frequência os comportamentos
plasmados nas seguintes afirmações:

- Age de maneira demasiado infantil para a sua idade;

- Não olha de frente (na cara) as outras pessoas;

- Não consegue concentrar-se, não consegue estar atento muito tempo;

- Não é capaz de estar sentada, em sossego; é muito activa ou irrequieta;

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- Os seus desejos (pedidos) têm que ser imediatamente satisfeitos;

- Não responde quando alguém fala com ela;

- Não fica com outras crianças;

- Magoa-se muito, tem tendência para acidentes;

- Mesmo castigada não muda o seu comportamento;

- Grita muito;

Fica de olhar fixo ou parece preocupada;

- É birrenta ou exaltada;

- Fica perturbado com pessoas ou situações estranhas;

- Requer muita atenção;

- É choramingão.

Discussão do Diagnostico

JVP, de 03 anos não busca estabelecer contacto visual ou demonstra intenção de


comunicação oral com o seu interlocutor. Ela mantém-se dispersa e a explorar o que lhe
interessa, migrando de uma exploração para a outra, em intervalos curtos de tempo, o que
revela hiperatividade. Ela não olha nos olhos do interlocutor, bem como não atende ao
chamado do seu nome. Ela também não imita gestos socialmente aceitos. JVP apresenta
dificuldades em responder aos comandos verbais, chora quando é contrariado e apresenta
movimento estereotipado de chupar o dedo e movimento giratório. Contudo, com o passar
do tempo e com alguma persistência a menina aceita alguma aproximação, ou seja, ela
necessita de mais tempo para confiar nas outras pessoas. Há momento que não consegue
lidar com o “ não” e fruto fica frustrada e agressiva.

Em todos estes sinais identificado a partir da observação clínica, nas duas sessões,
identificamos alguns sinais do Trastorno Espectro Autista, contudo, o diagnostico não é
aberto, apenas, há presença de sinais claro de TEA. Segundo o DSM-5,as características
essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo persistente na comunicação
social recíproca e na interação social (Critério A) e padrões restritos e repetitivos de

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comportamento, interesses ou atividades (Critério B). Esses sintomas estão presentes
desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário (Critérios C e
D). O estágio em que o prejuízo funcional fica evidente irá variar de acordo com
características do indivíduo e seu ambiente.

Pelo exposto acima, entende-se que JVP pode se beneficiar de (re)habilitação em


Psicologia, a fim de ajudá-la a superar a hiperactividade, défice de atenção e foco e défice
nas habilidades sociais. Por fim, sugere-se ainda que JVP possa ser avaliada por um
fonoaudiólogo, e iniciar uma terapia ocupacional, bem como continuar a ser seguido por
um médico neuropediatra para obter o seu diagnóstico médico.

Intervenção psicológica

Tipo de abordagem Modelo D.I.R

Modalidade de intervenção Reabilitação Psicológica Individual


Planejamento das sessões Segunda-feira- e Quarta-feira

A abordagem Floor-time é um modo de intervenção interactiva não dirigida, que tem


como objectivo envolver a criança numa relação afectiva. Os seus princípios básicos são:
- Seguir a actividade da criança;

- Entrar na sua actividade e apoiar as suas intenções, tendo sempre em conta as diferenças
individuais e os estádios do desenvolvimento emocional da criança;

- Através da nossa própria expressão afectiva e das nossas acções, levar a criança a
envolver-se e a interagir connosco;

- Abrir e fechar ciclos de comunicação (comunicação recíproca), utilizando estratégias


como o «jogo obstrutivo»;

- Alargar a gama de experiências interactivas da criança através do jogo;

- Alargar a gama de competências motoras e de processamento sensorial;

- Adaptar as intervenções às diferenças individuais de processamento auditivo e visuo- -


espacial, planeamento motor e modulação sensorial.

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- Tentar mobilizar em simultâneo os seis níveis funcionais de desenvolvimento emocional
(atenção, envolvimento, reciprocidade, comunicação, utilização de sequências de ideias
e pensamento lógico emocional) (Greenspan, 1992b; Greenspan & Wieder, 1998)

Estratégias terapêuticas 1º semana

Recomendações pontuais:

✓ Consultar um neuropediatra
✓ Consultar um fonoaudiólogo
✓ Iniciar uma terapia ocupacional
✓ Começar a reabilitação psicológica.
✓ Ajustar um programa de rotina de casa, escola.

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FICHA TÉCNICA

Inventário de comportamentos para crianças versão brasileira

“child behavior checklist for 2-3 ages ”

M-CHAT

Entrevista semiestruturada

Observação Clínica

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CONCLUSÃO

A realização deste estágio, constituiu um desafio e que por excelência serviu de grande
experiência para sistematizar os conhecimentos teóricos à prática. Como na vida, para se
chegar à perfeição, há que se fazer muito trabalho de prática, dedicação, pesquisas
constantes. No entanto podemos afirmar, que de certo modo, houve um grande ganho, e
que certamente, este passo, e o modelo de tudo que se aprendeu servirá como uma grande
referência psicoterapêutica para os estudantes de psicologia do ICISA. Grandes foram as
expectativas que por meio da efetivação prática, serviu também como uma psicoterapia a
quem experienciou, de modo que possa ajudar a regular e contribuir no autoconhecimento
do futuro psicólogo clínico angolano.

Reitero que o local de estágio nas próximas edições, devem melhorar as melhores
condições, tanto de espaço, material, para que possa contribuir significativamente na
plena realização do profissional. Aos organizadores, há que se parabenizar pela iniciativa,
a vontade e sobretudo, o rigor no controle de qualidade dos futuros profissionais de saúde
mental. Sem controle, não há qualidade.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A.P.A. (2014). DSM 5. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais.


(5ª

Material de apoio de Psicoterapia – ( 2020 ) Liubal NOA

Caballo, V. E. (2005). Manual de Psicologia Clínica Infantil e do Adolescente. São


Paulo: Santos Editora.

CORDIOLI, A. V. Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre: Artmed, 2008.

HUTZ, Manual de PSICODIAGNOSTICO, Porto Alegre : Artmed,2016

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INTRODUÇÃO

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