Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Luanda, 2022
O presente relatório curricular do curso de
psicologia clínica, cumpre-se com o propósito de ser
apresentado dentro do programa de Licenciatura do
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade
Agostinho Neto, para obtenção de notas na
disciplina de Estágio Curricular do ano 2022.
Assinatura:_______________________________
Luanda, 2022
DEDICATÓRIA
Ao eterno colega Lourenço, cuja morte súbita encarregou de leva-lo tão precoce no
meio da dolorosa e eterna caminhada do aprendizado em que estamos.
AGRADECIMENTO
Nº de paciente 2 2
Acompanhantes 2 4
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... 3
AGRADECIMENTO ....................................................................................................... 4
QUADRO DE PACIENTES ATENDIDOS .................................................................... 5
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 7
OBJECTIVOS .................................................................................................................. 9
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ICISA-UAN ......................................................... 10
DADOS HISTÓRICOS .................................................................................................. 10
CURSOS EM FUNCIONAMENTO .............................................................................. 10
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................ 11
ACTIVIDADE REALIZADAS NO ESTÁGIO ............................................................ 12
DIFICULDADES QUE SE ENFRENTOU AO LONDO DO ESTÁGIO ..................... 16
SUGESTÕES ................................................................................................................. 16
APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS ................................................................. 17
FICHA TÉCNICA .......................................................................................................... 23
SEGUNDO CASO ......................................................................................................... 24
FICHA TÉCNICA .......................................................................................................... 30
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 32
6
INTRODUÇÃO
Tal como defende alguns autores, como Isabel Leal, Filipa Pimenta, Marta
Marques, no livro” intervenção em psicologia clínica e da saúde: modelos e práticas” “a
prática profissional da Psicologia - o ser psicólogo – é atualmente uma prática socialmente
reconhecida. Esse reconhecimento tem sido conquistado ao longo dos anos mediante, por
um lado, a sistematização e clarificação daquilo que é o corpo científico do conhecimento
desta ciência e, por outro lado, através do desempenho de profissionais competentes e
eficazes em inúmeros contextos. “ Entretanto, através deste relatório, iremos relatar as
actividades cumprindas, elementos essencialmente chaves, crítica e sugestões outrossim,
vamos apresentar os casos de pacientes que foram assistidos.
7
podem ser usadas ou podem contribuir para aliviar o mau funcionamento ou «distress».
(Ribeiro e Leal, 1996). A Psicologia Clínica em seus inícios apareceu associada ao
modelo médico e a expressão Clínica tem sido utilizada pelos profissionais de psicologia
conferindo um sentido próximo do que lhe é dado na medicina, ou seja, um atendimento
do doente, individualizado, personalizado e prático.
Este estágio, que não excede os 4 meses correspondentes a um ano lectivo 2022,
e é feito por razões de ordem prática numa única instituição ou serviço que faremos a sua
caracterização nas páginas que se segue, permite um conhecimento razoável daquilo que
é a intervenção do psicólogo nesse âmbito específico hospitalar mas, claro, deixa todos
os outros campos de atuação do psicólogo noutras instituições e noutros contextos numa
espessa penumbra. Na primeira parte da secção deste relatório,.será segmentada ao leitor
os objectivos do estágios, posteriormente, vamos apresentar a caracterização geral da
Instituição em que decorreu o estágio curricular, actividades decorridas e
consequentemente apresentaremos casos clínico, sugestão e finalmente conclusão.
8
OBJECTIVOS
Objectivo Geral:
9
CARACTERIZAÇÃO GERAL DO ICISA-UAN
DADOS HISTÓRICOS
CURSOS EM FUNCIONAMENTO
❖ Ciências de Enfermagem
❖ Ciências Farmacêuticas
❖ Psicologia Clínica
❖ Psicologia Escolar
10
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Departamentos Administrativos
Repartições Administrativas
Secções Administrativas
CORPO DOCENTE O corpo docente é constituído por um número total de 120, dos quais
56 nacionais em tempo integral, 56 nacionais em regime de colaboração e 8 estrangeiros
11
ACTIVIDADE REALIZADAS NO ESTÁGIO
14-04-2022
19-04-2022
Neste encontro, nessáriamente serviu como um refrescamento que o orientador fez com
a turma.
21-04-2022
12
26-04-2022
No dia vinte e seis do presente ano, registra-se como o quarto dia de estágio, no qual
sequenciou-se o tema anterior “Entrevista Clínica”, no entanto, neste dia dois estudantes
estagiários da turma do 4ª -5ª ano do curso, entraram em acção terapêutica simulada. Onde
a essência, foi: avaliar o nível de entendimento dos estudantes no procedimento de uma
entrevista clínica. Fez-se no final uma avaliação global dos aspectos positivos e negativos
que ocorreu no atendimento da primeira paciente ( simulação ) pelo terapeuta estagiário
desde o rapport até ao encerramento da sessão. Neste dia, ocorreu dois casos de
simulações de entrevista.
28-04-2022
No dia vinte e oito, data-se o acontecimento do quinto dia de estágio, e neste dia realizou-
se, a simulação de uma entrevista clínica com os estudantes. O objectivo desta sequência
de entrevista clínica, serviu-se como uma estratégia pedagógica do orientador de modo
que pudesse facilitar a sistematização prática aos estagiários como podem monitorar uma
entrevista clínica, e também que envolvesse o maior número de estudantes possível.
Essencialmente, com esta prática de entrevista captou os pontos cruciais que devem
obedecer em uma entrevista clínica tais como: A identificação geral e descrição geral do
paciente, impressões iniciais, laudo do psicodiagnóstico, motivos da consulta e sintomas
apresentados, Resumo da história progressão e actual, hipóteses de trabalho etc… Todos
esses pormenores podem ser colhidos no processo da anamnese. Foram no total dirigidas
quatro entrevistas simuladas em dias diferentes, e que terminou com esta última.
03-05-2022
O mês de maio, especificamente no dia três marca-se o 6º dia de estágio, iniciou a prática
de desenvolvimento das habilidades de comunicação, através de simulações de
Psicoeducação no formato de palestra. Onde, os estudantes foram exigidos para procurar
temas que seriam abordados no contexto hospitalar com um público diversificado. O tema
proposto para investigar foi sobre o alcoolismo. Neste dia o orientador, subsidiou o tema,
explicando quando é que o profissional em psicologia deve diagnosticar o nível de
alcoolismo. Explicando a demência alcoólatra como doença, o bêbado ocasional ou
Excepcional, bêbado social, o bêbado problemático. Etc. Além deste tema, neste dia
também uma das estudantes palestrou com o tema: Depressão, e no final da actividade, o
13
orientador, fez considerações gerais sobre os temas apresentados pelos estudantes
estagiários. Como regra, o orientador estabeleceu 15 minutos como tempo para cada
palestrante. Neste dia, o orientador explicou à turma como se deveria executar o relatório
do fim do estágio e quais são as características que entrariam na mesma estrutura.
5-05-2022
10-05-2022
Não ocorreu o estágio como nos dias habituais porque ocorreu uma actividade
10-05-2022
No dia dez de maio, fez a simulação de um caso clínico, que tinha como objectivo avaliar
o pensamento clínico dos estudantes.
12-05-2022
14
17-05-2022
No dia dezassete, marcou-se como um dia reservado para aplicação do teste psicométrico
de Reven. No qual o orientador, orientou aos estagiários autoaplicarem o teste de modo
que possam conhecer o modo da aplicação e também conhecerem-se. O teste de Rave tem
como essência avaliar a inteligência de forma quantitativa.
19-05-2022
26-05-2022
Neste dia, prosseguiu-se com a dinâmica de palestras, onde dois estudantes, Juscelino
Castanho, e Ciel Leandro apresentam temas diferentes. A primeira palestra abordou-se
sobre o Autismo e a segunda sobre a saúde mental. E os demais estudantes, participaram
fazendo análise da apresentação dos preletores.
31-05-2022
No dia trinta e um, a actividade que se desenvolveu foi de uma psicoterapia em grupo.
Onde participaram 12 estudantes, divididos entre pacientes, e a equipa psicoterapeuta. A
equipa esteve divida entre terapeuta principal, observador, coterapeuta, e membro activo.
Nesta actividade, fez-se a divisão do de grupo dos participantes, e explorou-se um dos
temas conforme a aceitação de cada participante, e conclui-se depois com uma explicação
para os demais participantes da turma.
02-06-2022
No dia dois, do mês de junho, decorreu uma psicoterapia grupal simulada com os
estudantes estagiários. O modelo de psicoterapia grupal não diferiu da anterior, o
objectivo era avaliar a maneira que os estudantes participantes, especificamente a maneira
ou forma de actuação da equipe psicoterapêutica.
15
07-06-2022
Notamos que, apesar de ter sido um sucesso a realização da presente edição de estágio de
psicologia clínica 2022, resprectivamente na aprendizagem tanto teórica e prática tendo
em conta a grande experiência e paciencia que se notou do orientador, a falta de um
espaço espefífico onde os estagiarios tiveram suas actividades serviu também como uma
interferência em alguns momentos do estágio. Houve momento em que o estágio teria
começado mais cedo, porque havia estagiários pronto, orientador pronto mas não havia
sala de estágio pronta porque estava ocupada. E por tanto isso motivava, os estagiários a
emigrar daqui acolá à procura de sala.
SUGESTÕES
Para prevenir que os demais estudantes de psicologia não passem pelo mesmo que o grupo
que acabou de estagiar, recomendamos que o departamento de psicologia deve fazer o
máximo esforço de traçar políticas estratégicas em conformidade com a direção do ICISA
de modo que permita ter grandes parcerias com empresas privadas ou públicas para
receberem estagiarios de psicologia.
Se não haver essa flexibilidade por parte das empresas privadas ou públicas, a escola pode
mesmo abrir, uma Clínica-Escola, onde haveria possibilidade de os estudantes passar a
estagiar nessa clínica-escolar que estaria à disposição do público em geral. Pensamos que
com a implementação de um projecto como este, a escola arecadaria receita, e os
estudantes ganhariam mais experiencia por se tratar de casos não simulados mas sim real,
e isso terminaria com o problema da falta de espaço que notou-se nesta edição.
16
APRESENTAÇÃO DE CASOS CLÍNICOS
Foram selecionados dois casos clínicos, dos quais puderam beneficiar acompanhamento
psicológico no decorrer dos mês de Maio de 2022. Apresentaremos em seguida os
procedimentos de avaliação e posteriormente a intervenção. Tendo em conta o código de
ética, nestes dois casos, não faremos menção aos nomes Verdadeiros dos pacientes de
modo que possamos a preservar a sua identidade. Portanto, vamos apresentar nomes com
fictício.
PRIMEIRO CASO
História Clínica
Nome PSM S M
Idade 34 anos
Estado civil Solteiro
Filho Cccc Não x Sim
Morada Morro Bento IIº Município : Belas
Escolaridade Nível Superior concluído
Data Maio 23 2022
PSM, é um jovem adulto de 34 anos vive em um do anexo da casa dos pais. É solteiro,
tem filho com uma mulher que vive separada dele. PSM, tem formação superior em
contabilidade, e há oito ( 8) meses trabalhava em um dos Bancos Comerciais de Luanda.
Motivo da consulta
PSM, foi encorajado a procurar o serviço de psicologia, para ser avaliado, que segundo o
relato familiar, PSM, de acordo com o relato familiar, foi-lhe diagnosticado recentemente
como seropositivo (VIH SIDA), PSM. não está a lidar bem com a doença, sente-se com
raiva de si mesmo, refugia-se em no seu quarto onde não quer estar com ninguém e nem
sair, não quer frequentar o local de trabalho, refere que tem se sentido muito irritado com
qualquer pessoa, chora com frequência, não sente mais o valor da vida e anda muito triste
17
e sente-se feio, e abandonou a medicação antirretrovirais, e um dos irmão, relatou que ao
bater na porta do quarto do paciente, quase foi agredido fisicamente sem ter feito nada de
errado, e há momento que ele fica mais calmo, e outros fica muito violento.
Quadro Clínico
História do problema
História biopsicossocial
18
relatou que “ Sempre fui alguém que tive vários amigos, desde o ensino médio, mesmo
na faculdade, mas no local de serviço tenho ( dois ) amigos com os quais, antes de ficar
neste, saíamos todas às sextas e frequentávamos bares e festas de Luanda. Na
adolescência, o paciente informou que praticava Bullying, e era popular. Quanto à vida
sexual, o paciente relata que teve sua primeira experiência sexual aos 12 anos, e a vida
sexualmente activa iniciou aos 15 anos. Já trocou várias vezes de namoradas na
adolescência, o mesmo acontece na sua vida adulta. Começou a beber aos 17 anos, quando
começou a cantar música no estilo rapper, e actualmente bebe e fuma.
Segundo PSM, seu pai de 65 anos é hipertenso e já teve depressão. PSM, fora dado como
uma criança déficit de atenção e hiperatividade.
Observação clínica
O utente veio à clínica Socorro Mental por indicação de uma amiga, estava acompanhado
de sua mãe e seu irmão de 28 anos. Apresentava um visual com roupas limpas, e com
muito cabelo e barba não arrumada. Na escrivania, nota-se, que gaguejava em alguns
momentos, e tinha um rosto e corpo muito magro. Os dentes, notava-se meio amarelado
e abafado. Mas necessitava do apoio do irmão para caminhar numa postura equilibrada.
Quanto aos aspecto cognitivo, o utente usava um vocabulário académico, com uma
fluência gramatical, mas nalguns momentos escapava-lhe gírias angolana, mas que
indicava um discurso organizado, com coerência e sequência lógica. O tom de voz rouca,
era de uma pessoa que parecia infeliz e vazia por dentro. E seus olhos magros que se
curvavam para dentro, proclamavam a cristalização de lágrimas contidas. Os dedos sobre
a mesa, intranquilos, sugeriam um sinal de ansiedade leviana.
ocular.
19
Avaliação psicológica
20
Discussão do Diagnostico
Intervenção psicológica
Cada pessoa é um ser único, que reage à doença de uma forma individualizada,
reação essa que depende de variados fatores, entre eles: experiência de vida; expectativas
criadas relativas ao percurso de vida; compreensão da doença; formas de estar perante a
saúde/doença; potencial próprio para reagir e gerar mecanismos de coping e suporte social
(Soares, 2002) Nesse sentido, elaborou-se, na sessão seguinte um conjunto de estratégia
que seriam desenvolvidas pelo paciente, PSM.
21
Segundo Carver e Scheier (1998), e Vohs e Baumeister (2004) a autorregulação é
uma abordagem facilitadora para os indivíduos alterarem os seus pensamentos,
sentimentos, desejos e ações, na perspetiva de alcançar os seus objetivos. O termo
autorregulação refere-se à forma como os sistemas atuam no sentido de alcançar
determinados fins, assim como às estratégias e recursos mobilizados para tal. Os objetivos
da autorregulação são as experiências concretas e percecionadas, os sintomas físicos e
sensações, as disposições e emoções, os sentimentos de vigor e competência gerados
pelos determinantes biológicos e psicossociais da pessoa.
Recomendações pontuais:
✓ Retornar à medição sugerida pelo médico de modo que possa tirar proveito
deles para viver.
✓ Fazer um exame psiquiátrico.
22
FICHA TÉCNICA
Observação Clínica
23
SEGUNDO CASO
História Clínica
Nome JVP S F
Idade 3
Estado civil Solteiro
Filho Cccc
Morada Estalagem Município : Viana
Escolaridade Jardim de infância
D.N Agosto 04 2019
Motivo da consulta
Segundo os pais, a filha tem três anos e até aqui não demonstra interesse em brincar com
outras crianças, e apresenta dificuldade em se comunicar. A mãe relatou que a filha,
quando completou 1 ano, falava algumas palavras, mas depois deixou de emitir tal
comportamento e parece que não lhe presta atenção, e tem brincadeiras muito fora do
comum, e gosta de objecto giratório, e brinca apenas com um único brinquedo. Veio
procurar ajuda, porque não consegue juntar a filha mais velha de 5 anos para brincar a
irmã menor. O pai, acrescentou no relato que, tem vezes que a criança fica irritada e
ninguém consegue lhe controlar, e não gosta de lavar os dentes, e simplesmente só gosta
de fazer o que ela quer. Os pais relatam também que o filho tem dificuldades em seguir
regras e que não para quieto, no jardim da primeira infância, JVP, as vezes bate nos
coleguinhas e não pratica as actividades ditadas pela educadora.
24
Quadro Clínico
No aspecto comunicativo, JVP, demonstra ter atraso na fala, e usa as mãos de um adulto
como uma ferramenta para alcançar o que ela quer. Regressão na fala.
Quando ao aspecto da interação social, JVP, demonstra pouco interesse pelo outro, não
tem iniciativas para iniciar uma brincadeira. EE prefere, brincar sozinha. O conjunto
destes sinais sugerem alguns traços de autismo.
História do problema
A mãe reportou que desde que JVP nasceu, notava-o um pouco estranho, ao amamentar,
sua filha pouco ria ou sustentava o contacto ocular para ela mesmo que ela tentasse essa
aproximação. Quando completou dois anos de idade, a falta de verbalização começo a
deixar preocupada, e na escola, actualmente na sua escola, tem se comportado de forma
agressiva com as outras crianças, e praticamente está assim desde que nasceu.
Há relatos de familiares, primos, tanto da parte materna como paterna com dificuldades
de comunicação e linguagem. A falta de comunicação e linguagem do filho, acrescida da
dificuldade em ficar quieto foram os motivos para os pais buscarem a avaliação
psicológica, e também a orientação da escola.
Observação clínica
25
Avaliação Psicológica:
A avaliação ocorreu em dois dias, o primeiro na companhia dos pais de JVP e o segundo
na presença da babá, o tempo de duração foi de 50 minutos em cada sessão. A primeira
parte da avaliação consistiu na entrevista com os pais (anamnese) e nas primeiras
interações da avaliadora com a criança. A segunda sessão, foi organizada em provas
espontâneas com recurso a brinquedos como bolas macias, carrinhos, bonecos de pano,
blocos lógicos e cartões de figuras comuns no dia-a-dia como alimentos e objetos, como
banana, limão, pintainho e gato. Houve ainda, o preenchimento pelos pais do M-chat e
do Questionário de Comportamentos da Criança – CBCL 2 a 3 anos. Os questionários
ajudaram na descrição do perfil comportamental, cognitivo e psicoemocional de JVP.
Resultados: Durante os dois encontros maioritariamente, JVP, demonstrou-se pouco
colaborativa e bastante dispersa, não acatando aos comandos/orientações. JVP, durante o
segundo dia de avaliação, demonstrou comportamento variado, inicialmente com pouca
abertura para contacto, mais tímida e arredia, recorrendo ao chupar o dedo e a choramingo
diante das tentativas de aproximação do avaliador, porém aos poucos foi ficando mais
calmo e passou a aceitar alguma interação, ela aceitou brincar com o carrinho por algum
tempo, com predomínio do girar as rodinhas do mesmo, sem o brincar simbólico, bem
como sem dar função para o brinquedo. A paciente, a maior parte do tempo, segunda
sessão, repetia a brincadeira de colocar os bloquinhos dentro do compartimento da
cadeirinha plástica, ou tentava fugir para o colo da babá. Não foi percebido intenção de
comunicação ou resposta a identificação de objectos ou figuras apresentadas.
JVP, tentou subir nos banquinhos, demonstrando não ter noção de perigo. JVP fica
dispersa e envolvida naquilo que lhe apetece, não demonstra iniciativa de interação com
as outras pessoas, assim como, não atende ao chamado de seu nome. Ela não olhou nos
olhos do avaliador e nem imitou gestos como “chau e “Dar Culer”. A partir das respostas
atribuídas pela mãe no CBCL, identificou-se com alguma frequência os comportamentos
plasmados nas seguintes afirmações:
26
- Os seus desejos (pedidos) têm que ser imediatamente satisfeitos;
- Grita muito;
- É birrenta ou exaltada;
- É choramingão.
Discussão do Diagnostico
Em todos estes sinais identificado a partir da observação clínica, nas duas sessões,
identificamos alguns sinais do Trastorno Espectro Autista, contudo, o diagnostico não é
aberto, apenas, há presença de sinais claro de TEA. Segundo o DSM-5,as características
essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo persistente na comunicação
social recíproca e na interação social (Critério A) e padrões restritos e repetitivos de
27
comportamento, interesses ou atividades (Critério B). Esses sintomas estão presentes
desde o início da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário (Critérios C e
D). O estágio em que o prejuízo funcional fica evidente irá variar de acordo com
características do indivíduo e seu ambiente.
Intervenção psicológica
- Entrar na sua actividade e apoiar as suas intenções, tendo sempre em conta as diferenças
individuais e os estádios do desenvolvimento emocional da criança;
- Através da nossa própria expressão afectiva e das nossas acções, levar a criança a
envolver-se e a interagir connosco;
28
- Tentar mobilizar em simultâneo os seis níveis funcionais de desenvolvimento emocional
(atenção, envolvimento, reciprocidade, comunicação, utilização de sequências de ideias
e pensamento lógico emocional) (Greenspan, 1992b; Greenspan & Wieder, 1998)
Recomendações pontuais:
✓ Consultar um neuropediatra
✓ Consultar um fonoaudiólogo
✓ Iniciar uma terapia ocupacional
✓ Começar a reabilitação psicológica.
✓ Ajustar um programa de rotina de casa, escola.
29
FICHA TÉCNICA
M-CHAT
Entrevista semiestruturada
Observação Clínica
30
CONCLUSÃO
A realização deste estágio, constituiu um desafio e que por excelência serviu de grande
experiência para sistematizar os conhecimentos teóricos à prática. Como na vida, para se
chegar à perfeição, há que se fazer muito trabalho de prática, dedicação, pesquisas
constantes. No entanto podemos afirmar, que de certo modo, houve um grande ganho, e
que certamente, este passo, e o modelo de tudo que se aprendeu servirá como uma grande
referência psicoterapêutica para os estudantes de psicologia do ICISA. Grandes foram as
expectativas que por meio da efetivação prática, serviu também como uma psicoterapia a
quem experienciou, de modo que possa ajudar a regular e contribuir no autoconhecimento
do futuro psicólogo clínico angolano.
Reitero que o local de estágio nas próximas edições, devem melhorar as melhores
condições, tanto de espaço, material, para que possa contribuir significativamente na
plena realização do profissional. Aos organizadores, há que se parabenizar pela iniciativa,
a vontade e sobretudo, o rigor no controle de qualidade dos futuros profissionais de saúde
mental. Sem controle, não há qualidade.
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
33
34
INTRODUÇÃO
35