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Henrique
Henrique LucasLucas
DuceDuce

Licenciatura em Ensino de Matemática

Diagnóstico psicopedagógico integral

Diagnóstico psicopedagógico integral

Este trabalho surge no âmbito de


avaliação na cadeira de
Licenciatura em Ensino de Matemática
Necessidades Educativas
Especiais. A ser apresentado na
FCNMPós-Laboral
2°Ano, 2°Semestre sob orientação da Prof.
Doutora Ana Paula Sousa.

Universidade Pedagógica

Maputo
Universidade Pedagógica
2021
Maputo

2021
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Índice
1. Introdução...........................................................................................................................4
1.1. Objectivos....................................................................................................................4
1.1.1. Geral.....................................................................................................................4
1.1.2. Específicos...........................................................................................................4
2. O diagnóstico psicopedagógico..........................................................................................5
2.1. Funções e tipo diagnóstico psicopedagógico..............................................................5
2.2. Tipos de diagnóstico....................................................................................................6
2.3. Carácter integral do diagnóstico psicopedagógico......................................................7
2.4. O carácter formativo e evolutivo do diagnóstico psicopedagógico.............................7
2.5. Princípio da objectividade do diagnóstico psicopedagógico.......................................7
2.6. ETAPAS DO DIAGNÓSTICO...................................................................................7
3. Conclusão.........................................................................................................................10
4. Referenciais Bibliográficas..............................................................................................11
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1. Introdução
O presente trabalho da cadeira de necessidades educativas especiais tem como tema:
diagnóstico psicopedagógico, sabendo que o processo de ensino-aprendizagem visa dar
ensino de qualidade daí que as necessidades educativas vêm como uma unidade específica
para complementar esta componente de qualidade educativa.

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Compreender o diagnóstico psicopedagógico

1.1.2. Específicos
 Conceptualizar o diagnóstico psicopedagógico e suas funções
 Descrever os tipos de diagnóstico e suas etapas;
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2. O diagnóstico psicopedagógico
O termo diagnóstico vem das partículas gregas, que significam “através”, e gnose, o que
significa “conhecimento’’. Quer dizer, seu significado etimológico é “conhecimento de
alguma característica usando meios ao longo do tempo ou ao longo de um processo”.
(BUISAN MARIN, 1987: 13).

O diagnóstico psicopedagógico

Estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo, portanto, um carácter


preventivo e terapêutico.

Preventivamente deve actuar não só no âmbito escolar, mas alcançar a familiar e


comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam
compreender e entender suas características evitando assim cobranças de atitudes ou
pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente psicopedagógica deve
identificar, analisar, planejar, intervir das etapas de diagnóstico e tratamento.

O diagnóstico como processo pedagógico permite conhecer os alunos individualmente, em


grupos e família; as particularidades de aprendente, suas necessidades, motivos, capacidades,
hábitos, habilidades, conhecimento, auto-estima, potencialidades e diferenças. O
diagnóstico psicopedagógico deve-se inserir numa perspectiva ampla, oferecendo
informações sobre o contexto do aluno e sua consequente influência para o progresso de seu
aprendizado. Dessa maneira, a compreensão global da aprendizagem e seus desvios solicita
uma análise

Diagnóstico psicopedagógico é o processo pelo qual procura-se conhecer ou identificar os


distúrbios e dificuldades da aprendizagem, partindo da observação dos sintomas apresentados
pelo aluno. A psicopedagogia é uma área de actuação profissional que, busca da identidade e
requer uma formação de nível interdisciplinar, o que já é sugerido no próprio termo
psicopedagogia ou seja, a psicopedagogia refere-se a um saber existencial, às condições
subjectivas e relacionadas, especialmente á família e á escola.

2.1. Funções e tipo diagnóstico psicopedagógico


Uma das funções do psicopedagógico é definir e caracterizar seu trabalho de forma dinâmica
levando em consideração o processo ensino-aprendizagem, portanto a meta é poder ajudar
aquele que por diferentes razões não pode nem consegue aprender formal ou informal.
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O diagnóstico psicopedagógico terá uma função dependendo dos objectivos (BUISÁN e


MARÍN, 1987). BRUECKER e BOND (1981) identificam três objectivos fundamentais do
processo de diagnóstico.

 Verificar o progresso do aluno em direcção a objectivos educacionais anteriormente


estabelecidos nos aspectos cognitivos, afectivos e psicomotor.
 Identificar os factores da situação de ensino e aprendizagem que pode interferir com o
desenvolvimento individual ideal.
 Adaptar a situação de ensino aprendizagem às características e necessidades de cada
aluno para assegurar seu desenvolvimento e ajudá-lo a superar dificuldades e/ ou
atrasos.

Tendo em conta estes objectivos, observam Buisán e Marín (1987) como principais
funções do diagnóstico psicopedagógico, o seguinte:

 Função preventiva e preditiva: trata-se de conhecer as possibilidades e limitações


do indivíduo para antecipar o desenvolvimento e aprendendo.
 Função para identificar o problema e sua seriedade: entende para verificar as
causas pessoais ou ambientais que o desenvolvimento do aluno para modificá-los
ou corrigi-los.
 Função de orientação: o objectivo é propor directrizes para intervenção, de acordo
com as necessidades decretadas.
 Função correctiva: consiste em reorganizar a situação actual através da
implementação da intervenção e recomendações.

2.2. Tipos de diagnóstico


BRUECKER e BOND (1981) distinguem três tipos de diagnóstico a saber:

Diagnóstico geral ou colectivo: É um diagnóstico genérico aplicável a todos os assuntos e


consiste em colectar informações em diferentes áreas e em diferentes momentos, através de
diferentes técnicas, para identificar possíveis e propor soluções para elas. Através deste
diagnóstico, pretende-se conhecer todos os alunos e especialmente detectando necessidades.
É, portanto, um diagnóstico de natureza preventiva.

Diagnóstico analítico: O objectivo deste diagnostico é identificação, tanto do grupo quanto


do individuo, das anomalias, problemas e/ou dificuldades em aprender um assunto ou
domínio. O diagnóstico analítico tem mais específico ao geral e orientado para a tomada de
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decisões. Propor acções concretas, como melhorar alguns processos de deficitário ou


optimizar uma determinada habilidade.

Diagnóstico individual: É um que efeito para um único aluno com ordem para obter
informações mais completas do seu funcionamento, quer porque apresenta dificuldades ou
falhas continuada ou generalizada, ou porque você quer saber o seu desempenho académico
mais profundo. Nesses casos, o diagnóstico terá uma função descritiva e correctiva No que o
diagnóstico foi feito para um aluno sem qualquer tipo de problema, falamos de uma acção
preventiva ou previsão do diagnóstico.

2.3. Carácter integral do diagnóstico psicopedagógico


O princípio refere-se á necessidade do alcance total (quanto possível) de todas as questões ao
serviço do diagnóstico psicopedagógico – particularidades psicológicas (esfera cognitivas),
aproveitamento pedagógico, a personalidade, o nível de desenvolvimento das habilidades
cognitivas e profissionais de todos os intervenientes de actividade pedagógica. De acordo ao
este princípio, os serviços de diagnóstico psicopedagógico devem abranger toas as áreas e
componentes do processo de ensino de aprendizagem.

2.4. O carácter formativo e evolutivo do diagnóstico psicopedagógico


O princípio do carácter formativo e evolutivo do diagnóstico psicopedagógico orienta para o
desenvolvimento da personalidade do cidadão sócia, incluindo neste, valores socialmente
aceites e altas qualidades profissionais.

2.5. Princípio da objectividade do diagnóstico psicopedagógico

O princípio da objectividade do diagnóstico psicopedagógico exige que os resultados de toda


a actividade de diagnóstico sejam ao máximo objectivo. Segundo este princípio os resultados
do diagnóstico devem reflectir, com precisão, as particularidades dos educandos,
características do processo de ensino aprendizagem e activamente influenciá-lo.

2.6. ETAPAS DO DIAGNÓSTICO


O diagnóstico psicopedagógico é composto de várias etapas que se distinguem pelo objectivo
da investigação. Desta forma, temos a anamnese só com os pais ou com toda a família para a
compreensão das relações familiares e sua relação com o modelo de aprendizagem do sujeito;
a avaliação da produção escolar e dos vínculos com os objectivos de aprendizagem escolar; a
avaliação de desempenho em teste de inteligência e viso-motores; a análise dos aspectos
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emocionais por meio de testes e sessões lúdicas, entrevistas com a escola ou outra instituição
em que o sujeito faça parte; etc. Esses momentos podem ser estruturados dentro de uma
sequência diagnóstica estabelecida. Existem diferentes modelos de sequência diagnóstica,
sendo que nos deteremos no modelo desenvolvido por Weiss (1992). As etapas que compõem
o modelo e o caracterizam:

 Entrevista Familiar Exploratória Situacional (E.F.E.S.);


 Entrevista de anamnese;
 Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças);
 Provas e Testes (quando necessário);
 Síntese diagnóstica – Prognóstico;
 Entrevista de Devolução e Encaminhamento.

Estas etapas podem ser modificadas quanto a sua sequência e maneira de aplicá-las, de
acordo com cada prática psicopedagógica.

Entrevista Familiar Exploratório Situacional (E.F.E.S.)

Visa a compreensão da queixa nas dimensões da escola e da família, a captação das relações
e expectativas familiares centradas na aprendizagem escolar, a expectativa em relação ao
psicopedagogia, a aceitação e o engajamento do paciente e de seus pais no processo
diagnóstico e o esclarecimento do que é um diagnóstico psicopedagógico. Nesta entrevista,
pode-se reunir os pais e a criança. É importante que nessa entrevista sejam colhidos dados
relevantes para a organização de um sistema consistente de hipóteses que servirá de guia para
a investigação na próxima sessão.

Entrevista de Anamnese

É uma entrevista, com foco mais específico, considerada como um dos pontos cruciais de um
bom diagnóstico, visando colher dados significativos sobre a história do sujeito na família,
integrando passado, presente e projecções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste
na sua família e a influência das gerações passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese,
são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica,
história da família nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar. A
psicopedagogia deverá deixá-los à vontade “... para que todos se sintam com liberdade de
expor seus pensamentos e sentimentos sobre a criança para que possam compreender os
pontos nevrálgicos ligados à aprendizagem” (Weiss, 1992, p. 62).
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Sessões lúdicas centradas na aprendizagem (para crianças)

São fundamentais param a compreensão dos processos cognitivos, afectivos e sociais, e sua
relação com o modelo de aprendizagem do sujeito. A actividade lúdica fornece informações
sobre os esquemas do sujeito. Winicott expressa assim sua opinião entre o brincar e a
autodescoberta: “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode
ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo
descobre o eu” (1975, p. 80).

Provas e testes

As provas e testes podem ser usadas, se necessário, para especificar o nível pedagógico,
estrutura cognitiva e/ou emocional do sujeito. O uso de provas e testes não é indispensável
em um diagnóstico psicopedagógico, representa um recurso a mais a ser utilizado quando
necessário. É uma complementação que funciona com situações estimuladoras que provocam
reacções variadas.

Síntese diagnóstica

“Uma vez recolhida toda a informação (...) é necessário avaliar o peso de cada factor na
ocorrência do transtorno da aprendizagem” (PAÍN, 1992, p. 69). A síntese diagnóstica é o
momento em que é preciso formular uma única hipótese a partir da análise de todos os dados
colhidos no diagnóstico e suas relações de implicância, que por sua vez aponta um
prognóstico e uma indicação. Essa etapa é muito importante para que a entrevista de
devolução seja consciente e eficaz.

Entrevista de devolução e encaminhamento

É o momento que marca o encerramento do processo diagnóstico. “... Talvez o momento


mais importante desta aprendizagem seja a entrevista dedicada à devolução do diagnóstico,
entrevista que se realiza primeiramente com o sujeito e depois com os pais” (PAÍN, 1992, p.
72). É um encontro entre sujeito, psicopedagogia e família, visando relatar os resultados do
diagnóstico, analisando todos os aspectos da situação apresentados, seguindo de uma síntese
integradora e um encaminhamento.
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3. Conclusão
Conclui-se no entanto que o processo de ensino aprendizagem o diagnóstico psicopedagógico
é indispensável para a medição do conhecimento ou nível de apreensão dos conteúdos que o
pedagogo lecciona durante a sua tarefa, também que chega-se a conclusão que o diagnóstico
psicopedagógico é o processo pelo qual procura-se conhecer ou identificar os distúrbios e
dificuldades da aprendizagem, partindo da observação dos sintomas apresentados pelo aluno.
A psicopedagogia é uma área de actuação profissional que, busca da identidade e que requer
uma formação de nível interdisciplinar, o que já é sugerido no próprio termo psicopedagogia,
ou seja, psicopedagogia refere-se a um saber existencial, às condições subjectivas e
relacionais, especialmente á família e á escola.
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4. Referenciais Bibliográficas
CYPEL, S. Déficit de Atenção e Hiperatividade e as Funções Executivas: Atualização para
pais, professores e profissionais da saúde. 3° Edição. São Paulo: Lemos Editorial, 2007.

BARKLEY, Russell A. Transtorno de déficit de Atenção/Hiperatividade. Manual para


diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre. Artmed. 2008.

BENCZIK, E. P. B. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Atualização


Diagnóstica e terapêutica. Um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do
Psicólogo. 2006.

CIASCA, S. M., RODRIGUES, S., SALGADO, C. A. TDAH: Transtorno do Déficit de


Atenção e Hiperatividade. Rio de Janeiro: Editora: Revinter, 2010.

MATTOS, P. No Mundo da Lua. Perguntas e Respostas sobre o Transtorno do Déficit de


Atenção com Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos. São Paulo: Lemos
Editorial. 2004.

MIRANDA, M. C.. Cabeça nas Nuvens. Revista Mente&Cérebro. Março 2008.

PHELAN, T. W. TDA/TDAH. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Sintomas,


Diagnósticos e Tratamentos. Crianças e Adultos. São Paulo: M. Books do Brasil Editora,
2005.

BOSSA, Nádia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2.


ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

COLL, César; MARTÍN, Emília. O construtivismo na sala de aula. 6. Ed. Itapecerica: Editora
Ática, 2006.

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