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“Avaliação Neuropsicológica”
Manual do Formando
Módulo III
Formadora
Manuela Páris
manelaparis_19@live.com.pt
facebook.com/mparisneuropsic
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Índice
I. Objetivos ................................................................................................................... 3
Avaliação Quantitativa............................................................................................... 7
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I-. Objetivos
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II. Instrumentos de Avaliação
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intervenção, os instrumentos neuropsicológicos, por sua vez, permitem explorar
comportamentos e atividades cujas características sejam semelhantes aquelas que
são desenvolvidas habitualmente pelo paciente, o que vai auxiliar a compreensão
do seu funcionamento no quotidiano (Tirapu-Ustárroz, 2007). Um dos grandes
desafios da neuropsicologia, atualmente, é estabelecer a correlação entre o
desempenho nos testes neuropsicológicos e o funcionamento no dia-a-dia de cada
paciente (Verdejo-García, & Bechara, 2010). A esta relação dá-se o nome de validade
ecológica das provas, isto é, em que medida os resultados obtidos pelas provas
neuropsicológicas são próximos e refletem verdadeiramente o nível de
desempenho do paciente nas suas atividades da via diária (Chaytor, & Schmitter-
Edgecombe, 2003).
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problemática apresentada pelo paciente. Para Mäder (1996), ao ser elaborado um
protocolo de avaliação, este deve ser básico e com a possibilidade de
complementar a avaliação com outros testes sobre funções mentais com maior
nível de comprometimento.
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motoras e estados emocionais. Com mais detalhe ainda, as dimensões cognitivas a
avaliar podem inclui: atenção (dividida, sustentada e focalizada); flexibilidade
cognitiva; memória (curto e longo prazo, verbal e visual); processos intelectuais
(raciocínio, abstração e pensamento); funções motoras (movimentos, lateralidade,
entre outros); funções visuais (perceção e discriminação); organização visuoespacial
e organização visuoconstrutiva.
Avaliação Quantitativa:
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em neuropsicologia não será capaz de relacionar as funções psicológicas avaliadas
com o funcionamento cerebral (Mäder, 1996).
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mesmo entre uma hora e a seguinte, o que torna difícil ou quase impossível
estabelecer o humor em termos quantitativo.
Avaliação Qualitativa:
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contexto global dos dados obtidos em toda a investigação
neuropsicológica.
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Como exemplo temos:
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MoCA (Montreal Cognitive Assessment) (Freitas, Simões, Martins,
Vilar & Santana, 2010):
Instrumento breve, criado para a avaliação do défice cognitivo ligeiro. Composto
por uma folha de papel, muito prático e eficaz na discriminação entre o desempenho
de indivíduos que padecem de um processo de envelhecimento normal e indivíduos
com défice cognitivo. Permite a avaliação de estádios intermédios de défices
cognitivos principalmente entre défice cognitivo ligeiro e doença de Alzheimer ligeira e
moderada (Nasreddine et al., 2005). Demora cerca de 10 minutos a ser aplicado. Tem
manual de administração e cotação e a sua pontuação total é de 30 pontos, resultado
da soma de todas as subprovas (Duro, Simões, Ponciano & Santana, 2008). As áreas
cognitivas que comtempla são: função executiva, capacidade visuoespacial, memória,
memória de trabalho, atenção e concentração, linguagem e orientação (Freitas,
Simões, Martins, Vilar & Santana, 2010).
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memória (máximo de 26 pontos), composta por tarefas de evocação
verbal diferida (livre e por reconhecimento), de aprendizagem verbal e
de memória semântica;
fluência verbal (máximo de 14 pontos), avaliada através de uma prova de
fluência fonológica e de uma prova de fluência semântica;
linguagem (máximo de 26 pontos), que incluiu tarefas de compreensão,
repetição, nomeação, leitura e escrita;
capacidades visuoespaciais (máximo de 16 pontos), contemplando
tarefas visuoconstrutivas (e.g.: cópia do cubo, desenho do relógio) e de
perceção.
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o Matrizes Progressivas Coloridas (CPM), composta por 36 itens [12 em
cada série], para crianças entre os 5 e os 11 anos, idosos ou indivíduos
portadores de deficiência mental;
o Matrizes Progressivas Avançadas, constituída por 48 itens [12 numa
série – Set I e 36 noutra – Set II], indicadas para pessoas com
capacidades intelectuais superiores à média;
- Trail Making Teste (TMT) (Partington & Leiter, 1938; versão portuguesa
Cavaco et al, 2013)
avalia atenção dividida, velocidade de processamento, sequência
visuomotora, planeamento e flexibilidade cognitiva;
divide-se em 2 partes que avaliam respetivamente atenção, scanning visual,
coordenação motora e velocidade de processamento de informação (parte
A) e memória de trabalho, funções executivas e capacidade de alternação
entre estímulos (parte B) (Cavaco et al, 2013);
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composto por 2 folhas de prova (parte A e B), é cronometrado e a sua
aplicação demora poucos minutos;
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as duas tarefas são cronometradas – aplicação demora apenas alguns
minutos;
material: folha de registo e uma folha de prova (Spreen & Sprauss, 1998);
avalia atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e controlo inibitório;
Vantagem: aplicação fácil e rápida;
Desvantagem: prova muito curta que dificulta a identificação de défices
atencionais mais subtis (Homack, & Riccio, 2004).
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tempo de aplicação: 90 minutos;
permite fazer a distinção entre défices cognitivos ligeiros, moderados e
graves e é extremamente útil em populações com níveis baixos de
escolaridade (Guerreiro, 1998; Guerreiro, 2019).
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interesse de investigação do aplicador, porém não deve exceder 3
minutos (Rey, 1999).
esta figura complexa é formada por 18 itens, os quais juntos formam o todo
da figura, sendo pontuada de 0 a 36 pontos, que variam de acordo com a
precisão e o bom posicionamento de cada item da figura tanto na memória
quanto na cópia (Rey, 1999).
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Testes psicológicos para avaliação das funções executivas
Cubos de Corsi
atenção, concentração, memória de trabalho, memória
(presente na WMS III – escala
sequencial espacial a curto-prazo
de memória de Wechsler)
atenção seletiva, flexibilidade cognitiva,
Teste de Stroop
controlo inibitório e velocidade de processamento
raciocínio abstrato; capacidade de gerar, modificar e
aplicar uma estratégia cognitiva em função das
Wisconsin Card Sorting Test contingências ambientais mutáveis; a flexibilidade
(WCST)
cognitiva; planeamento estratégico; inibição de respostas
impulsivas
atenção dividida, velocidade de processamento,
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III. Bibliografia
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