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CASOS PRÁTICOS

CASO 1

O “João” é um aluno de 10 anos que é avaliado à entrada do 5º ano de escolaridade no


sentido de melhor compreender as dificuldades atuais no rendimento académico.

É um aluno que está ao abrigo do decreto-lei 54/2018 com medidas adicionais de apoio
à educação inclusiva.

Manteve uma atitude colaborante e interessada durante toda a avaliação psicológica.

É possível perceber que não sabe ler e escrever.

WISC-III Perfil de Resultados Obtidos

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Resultados Obtidos Valor Médio


WISC-III Perfil de Resultados por Fatores

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14 Valor Médio
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8 Resultados Obtidos F.
7 Compreensão Verbal
6
5
4
3 Resultados Obtidos F.
2
1 Organização Perceptiva

Resultados Obtidos F.
Velocidade de
Processamento

Quocientes de Inteligência Obtidos


QI Classificação Qualitativa
Verbal 59 Muito Inferior
Realização 56 Muito Inferior
Escala Completa 55 Muito Inferior
Índice Fatorial Classificação Qualitativa
Compreensão Verbal 65 Muito Inferior
Organização Percetiva 55 Muito Inferior
Velocidade de Processamento 71 Inferior

Após a aplicação do teste, podemos constatar que os resultados indicam um perfil


intelectual muito inferior para o esperado para a idade.

Podemos observar uma grande variabilidade no desempenho nas diversas provas,


embora aquando do somatório para obter o QI o “João” tenha um perfil consistente
apresentando uma classificação “Muito Inferior” em todos os QI.

Dentro dos índices fatoriais, a área mais forte é a “Velocidade de Processamento”,


ainda que mesmo neste domínio o desempenho seja “Inferior”.

A prova onde teve o desempenho mais alto foi a prova Semelhanças, desempenho que
pode ser justificado por ser uma competência bastante trabalhada em acompanhamento
em Terapia da Fala, valência na qual teve bastante intervenção devido às dificuldades que
teve na aquisição da linguagem oral.

Apresenta, por isso, características congruentes com o quadro clínico de “perturbação


do desenvolvimento intelectual”.
CASO 2

A “Maria” é uma menina de 8 anos e frequenta o 2º ano de escolaridade. Manifesta


dificuldades em acompanhar o grupo-turma nas aquisições académicas e daí ter sido
avaliada.

Durante a avaliação é possível perceber que a Maria manifesta estereotipias motoras,


um discurso sem intenção comunicativa e ecolália imediata e tardia.

WISC-III Perfil de Resultados Obtidos

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Resultados Obtidos Valor Médio


WISC-III Perfil de Resultados por Fatores

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14 Valor Médio
13
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10
9
8 Resultados Obtidos F.
7
6 Compreensão Verbal
5
4
3
2 Resultados Obtidos F.
1
Organização Perceptiva

Resultados Obtidos F.
Velocidade de
Processamento

Quocientes de Inteligência Obtidos


QI Classificação Qualitativa
Verbal 58 Muito Inferior
Realização 92 Médio
Escala Completa 67 Muito Inferior
Índice Fatorial Classificação Qualitativa
Compreensão Verbal 60 Muito Inferior
Organização Percetiva 100 Médio
Velocidade de Processamento 77 Inferior

Após a aplicação do teste, podemos constatar que os resultados indicam um perfil


intelectual muito inferior para o esperado para a idade. Contudo, há que notar que existe
uma diferença significativa do QI verbal para o QI de realização, sendo o primeiro bastante
mais baixo do que o segundo. Este facto é influenciado pelas suas características de
relacionamento interpessoal uma vez que em tarefas verbais a Maria parece não se
interessar em participar em atividades de troca de turnos, o que afeta a tarefa e
consequentemente o resultado obtido.

Em tarefas estruturadas de realização de ações em que não é necessário ajustar o seu


comportamento ao parceiro comunicativo, parece ter mais facilidade.
Apresenta características congruentes com o diagnóstico de “Perturbação do Espectro
do autismo”.
CASO 3

O Salvador é um aluno de 9 anos que frequenta o 4º ano de escolaridade. Manifesta


dificuldades no rendimento escolar e por isso foi encaminhado para a avaliação psicológica.

As sessões de avaliação decorreram em contexto escolar, especificamente no intervalo


da hora do almoço, tendo o Salvador que ser retirado do recreio onde brincava com os
amigos para vir às sessões de avaliação.

Durante as sessões perguntava várias vezes quanto tempo faltava para terminar a
sessão porque queria ir jogar à bola com os amigos.

WISC-III Perfil de Resultados Obtidos

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Resultados Obtidos Valor Médio


WISC-III Perfil de Resultados por Fatores

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15
14 Valor Médio
13
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8 Resultados Obtidos F.
7 Compreensão Verbal
6
5
4
3 Resultados Obtidos F.
2
1 Organização Perceptiva

Resultados Obtidos F.
Velocidade de
Processamento

Quocientes de Inteligência Obtidos


QI Classificação Qualitativa
Verbal 65 Muito Inferior
Realização 69 Muito Inferior
Escala Completa 63 Muito Inferior
Índice Fatorial Classificação Qualitativa
Compreensão Verbal 63 Muito Inferior
Organização Percetiva 70 Inferior
Velocidade de Processamento 92 Médio

Como podemos constatar nos gráficos acima, o Salvador (WISC-III), obteve scores
considerados muito inferiores em quase todos os Quocientes, à exceção do factor
“Velocidade de processamento”. Isto pode significar que o aluno tem relativa facilidade em
processar a informação rapidamente embora manifeste dificuldade em compreende-la.

A única prova, dentro da subescala verbal, onde manifestou um desempenho dentro da


média foi a prova semelhanças que permite avaliar a capacidade de reconhecer aspetos em
comum entre dois conceitos.

A prova onde teve o resultado mais baixo foi a Compreensão. Esta prova avalia os
conhecimentos de aspetos do quotidiano, área onde o Salvador parece revelar muitas
dificuldades. Aparentemente não tem conhecimentos acerca de aspetos simples tais como
o porquê de atravessarmos a rua na passadeira, o que fazer no caso de vermos um
incêndio, ou o porque de os jogos terem regras.

Apesar de ter características congruentes com o diagnóstico de “Perturbação do


desenvolvimento intelectual” levanta-se a hipótese de os resultados obtidos não
corresponderem às suas competências e serem influenciados negativamente pela falta de
motivação e por querer terminar as tarefas para ir brincar.
CASO 4

O Gustavo foi encaminhado para avaliação psicológica devido às dificuldades de


aprendizagem que apresenta.
Durante as sessões de avaliação foi possível observar que o Gustavo apresenta uma
postura introvertida e colaborante. O seu discurso é bastante lentificado e por vezes parece
não compreender algumas instruções que lhe são dadas. Também a nível motor se verifica
a lentificação na medida em que parece ser difícil seguir o ritmo de outras pessoas na
marcha, levando-o inclusivamente a chegar às aulas algum tempo depois dos seus colegas e
existem registos de que demora mais tempo que os colegas a retirar o material da mochila
e colocá-lo pronto a utilizar nas diversas disciplinas

WISC-III Perfil de Resultados Obtidos

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Resultados Obtidos Valor Médio


WISC-III Perfil de Resultados por Fatores

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17
16
15 Valor Médio
14
13
12
11
10
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8 Resultados Obtidos F.
7
6 Compreensão Verbal
5
4
3
2 Resultados Obtidos F.
1
Organização Perceptiva

Resultados Obtidos F.
Velocidade de
Processamento

Quocientes de Inteligência Obtidos


QI Classificação Qualitativa
Verbal 66 Muito Inferior
Realização 77 Inferior
Escala Completa 67 Muito Inferior
Índice Fatorial Classificação Qualitativa
Compreensão Verbal 70 Inferior
Organização Percetiva 78 Inferior
Velocidade de processamento 77 Inferior

Como podemos constatar nos gráficos acima, o Gustavo apresenta valores de QI


considerados Muito Inferiores na Escala Verbal e Escala Completa.
Na área de Realização, a prova onde teve um resultado mais baixo com o
Completamento de Gravuras, que envolve competências verbais também. Desta forma,
este resultado baixo teve impacto no somatório que permite aferir o QI de Realização. Se
retirássemos esta prova e fizéssemos o cálculo proporcional só para 4 provas, o resultado
do QI subia para a classificação de Médio Inferior. O mesmo se podia verificar na
“Organização Percetiva” onde o resultado baixo do subteste indicado anteriormente
também está incluído.
Podemos assim concluir que o Gustavo parece apresentar dificuldades nas áreas
verbais e na velocidade de processamento.
O aluno foi encaminhado para consulta de neurodesenvolvimento para melhor
compreender as suas dificuldades.

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