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NEUROPSICOLÓGICA
1ª Edição
Indaial - 2019
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
SI586a
Silva, Rosi Meri da
Avaliação neuropsicológica. / Rosi Meri da Silva. – Indaial:
UNIASSELVI, 2019.
186 p.; il.
ISBN 978-85-7141-400-6
ISBN Digital 978-85-7141-401-3
1. Neuropsicologia. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
Da Vinci.
CDD 616.8914
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO......................................................................... 05
CAPÍTULO 1
Avaliação Psicológica e Avaliação Neuropsicológica
na Prática Clínica........................................................................07
CAPÍTULO 2
Neuropsicologia: Diagnóstico e Intervenção........................65
CAPÍTULO 3
Funções Neuropsicológicas e as Possíveis Alterações
Clícas em Lesões Cerebrais e Nas Principais Doenças
Neurológicas..............................................................................121
APRESENTAÇÃO
Prezado estudante, o Livro Didático de Avaliação Neuropsicológica faz
parte do curso de Pós-Graduação Lato Sensu EAD em Neuropsicologia da
UNIASSELVI. Tem como finalidade disponibilizar fundamentos que permitam
integrar os conhecimentos teóricos e práticos para planejar, realizar avaliação
neuropsicológica e elaborar relatório (laudo), possibilitando o desenvolvimento de
programas de intervenção, condizentes com os sintomas avaliados em crianças,
adolescentes, adultos e idosos.
Bons estudos!
Saber:
• apresentar teoria e técnica em avaliação psicológica;
• descrever os passos da Avaliação Neuropsicológica;
• apontar as técnicas e instrumentos de avaliação neuropsicológica;
• expor o processo para interpretação dos resultados da avaliação
neuropsicológica;
• demonstrar os processos da avaliação neuropsicológica na prática clínica com
crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Fazer:
• empregar os instrumentos de avaliação neuropsicológica de acordo com as
necessidades apresentadas em cada situação;
• utilizar a avaliação neuropsicológica na prática clínica com crianças,
adolescentes, adultos e idosos.
Avaliação Neuropsicológica
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, discutiremos temas que lhe auxiliarão na prática em
neuropsicologia. Você será levado a pensar de forma técnica e científica, pois
uma boa avaliação neuropsicológica dependerá de você, pois vai exigir estudo,
treino e muita atenção em todos os passos.
2 FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA
No atual contexto, a avaliação psicológica é considerada um procedimento
técnico que possibilita analisar dados da personalidade, aspectos cognitivos,
tomando prováveis manifestações, dificuldades do desenvolvimento, demandas
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Avaliação Neuropsicológica
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
2.1 PSICODIAGNÓSTICO
O psicodiagnóstico é um método científico que se utiliza de técnicas e testes
psicológicos, em nível individual ou coletivo, quer para responder demandas
teóricas, detectar e analisar particularidades ou para identificar o quadro e avaliar
seu possível caminho (CUNHA, 2000).
Passos Especificações
Determinar os motivos da consulta e/ou do encaminhamento
1. e levantar dados sobre a história pessoal (dados de natureza
psicológica, social, médica, profissional, escolar).
Definir as hipóteses e os objetivos do processo de avaliação.
2. Estabelecer o controle de trabalho (com o examinando e/ou
responsável).
Estruturar um plano de avaliação (selecionar instrumentos e/ou
3. técnicas psicológicas).
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Avaliação Neuropsicológica
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
3 PRINCÍPIOS, TÉCNICAS E
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA
Nesta oportunidade, iremos conduzir você ao encontro dos principais
instrumentos e técnicas a serem utilizados em um processo de avaliação
neuropsicológica, tendo como ênfase a entrevista clínica, os testes psicológicos,
testes neuropsicológicos e alguns instrumentos de rastreio. Mas antes de
entrarmos nestes temas específicos, faremos uma breve explanação sobre a
neuropsicologia e suas possibilidades de atuação, tendo como ponto principal a
“avalição neuropsicológica”.
Neuroanatomia
Psicologia
Neurofisiologia Cognitiva
Psicologia
Neurofarmacologia Neuropsicologia Clínica
Psicopatologia Psicometria
Neuroquímica
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Avaliação Neuropsicológica
• Consultório;
• Clínicas especializadas com equipe interdisciplinar;
• Hospitais;
• Ambulatórios;
• Grupos de pesquisa;
• Universidades.
• Auxiliar diagnóstico;
• Prognóstico;
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
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Avaliação Neuropsicológica
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
• escolaridade
Outro ponto a ser considerado antes de iniciar uma avaliação e fatores
neuropsicológica é aprofundar o seu conhecimento no que se refere socioeconômicos;
aos fatores que podem interferir neste processo. Aqui podemos citar: • uso de
medicamentos;
• escolaridade e fatores socioeconômicos; • distúrbios de
memória e de
• uso de medicamentos;
linguagem;
• distúrbios de memória e de linguagem; • cansaço;
• cansaço; • sonolência;
• sonolência; • motivação
• motivação reduzida; reduzida;
• limitações motoras; • limitações motoras;
• depressão e
• depressão e ansiedade.
ansiedade.
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Avaliação Neuropsicológica
Dificuldades Potencialidades
FONTE: A autora
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
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Avaliação Neuropsicológica
Já aprendeu muito até aqui? Vamos lá, agora vamos apresentar para você
algumas sugestões de roteiro para entrevista neuropsicológica nas diferentes
faixas etárias. Os modelos aqui propostos foram adaptados dos modelos
sugeridos por Hutz et al. (2016) e Spreen e Strauss (1998), bem como da prática
clínica da autora.
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Com quem a criança passa a maior parte do tempo: (Nome, idade e vínculo
com a criança): ___________________________________________________
________________________________________________________________
Gravidez
Complicações
Duração da gravidez
Idade materna
Nascimento
Tipo de parto
Complicações
Problemas neonatais
Desenvolvimento inicial
Maturidade psicomotora
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Avaliação Neuropsicológica
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ____________________
________________________________________________________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: ______
________________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
________________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
________________________________________________________________
Como é o desenvolvimento emocional da criança (algum tratamento psicológico
até o momento, motivo do tratamento, ainda está em acompanhamento): _____
________________________________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica:
________________________________________________________________
A criança teve alguma perda significativa durante o seu desenvolvimento (ex.:
falecimento de alguém, separação dos pais, acolhimento institucional): _______
________________________________________________________________
Como são seus hábitos e rotina (o que gosta de fazer, preferências,
alimentação, sono): ________________________________________________
Apresentou alguma alteração nestes hábitos nos últimos tempos:____________
________________________________________________________________
Apresentou alguma alteração ou sintoma físico (descreva):_________________
________________________________________________________________
Apresentou alguma mudança no comportamento nos últimos tempos :________
_______________________________________________________________
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
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Avaliação Neuropsicológica
Gravidez
Complicações
Exposição a substâncias nocivas
Duração da gravidez
Idade materna
Nascimento
Tipo de parto
Complicações
Problemas neonatais
Fatos marcantes durante o
desenvolvimento
Algum fato marcante na
puberdade
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ___________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: _____
_______________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
_______________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
_______________________________________________________________
Como é o desenvolvimento emocional do adolescente (algum tratamento
psicológico até o momento, motivo do tratamento, ainda está em
acompanhamento): _______________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica:
_______________________________________________________________
O adolescente teve alguma perda significativa durante o seu desenvolvimento
(ex.: falecimento de alguém, separação dos pais, acolhimento institucional):___
_______________________________________________________________
Como são seus hábitos e rotina (o que gosta de fazer, preferências,
alimentação, sono): _______________________________________________
Apresentou alguma alteração nestes hábitos nos últimos tempos:___________
_______________________________________________________________
Apresentou alguma alteração ou sintoma físico (descreva):________________
_______________________________________________________________
Apresentou alguma mudança no comportamento após a queixa clínica:______
_______________________________________________________________
Alguma mudança na capacidade de realizar as atividades do dia a dia (vestir-
se, ir à escola, sair de casa): ________________________________________
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Histórico familiar:
Relações Sociais:
Fuga de casa
Uso de drogas
Transtornos alimentares
Isolamento social
Sentimentos de inferioridade
Rebeldia
Rejeição
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Avaliação Neuropsicológica
Solicitante: _______________________________________________________
Motivo do Encaminhamento__________________________________________
________________________________________________________________
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Idade Adulta
Percurso ocupacional: ______________________________________________
________________________________________________________________
Escolha profissional: _______________________________________________
________________________________________________________________
Ocupação e situação atual: __________________________________________
Relações com colegas, chefias, subordinados e ambiente de trabalho: ________
________________________________________________________________
Número de empregos e duração: _____________________________________
________________________________________________________________
Satisfação com o trabalho atual (possíveis problemas, estresse, esgotamento):
________________________________________________________________
Histórico de Saúde:
Alguma doença diagnosticada: Sim ( ) Não ( ) Qual: ___________________
Teve hospitalização, cirurgia e/ou acidentes durante o desenvolvimento: _____
_______________________________________________________________
Fez ou faz uso de medicação (descreva): ______________________________
_______________________________________________________________
É acompanhado por alguma especialidade: Sim ( ) Não ( ) Qual: _________
_______________________________________________________________
Como é o seu desenvolvimento emocional (algum tratamento psicológico até o
momento, motivo do tratamento, ainda está em acompanhamento): _________
_______________________________________________________________
Algum familiar com doença neurológica, desordem emocional e ou psiquiátrica:
_______________________________________________________________
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Avaliação Neuropsicológica
Histórico familiar:
Relações Sociais:
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Dificuldade de expressão
Dificuldade de localização
Dificuldade com a escrita
Dificuldade em ler
Dificuldade em lidar com dinheiro
Como você pôde observar nos modelos propostos, a entrevista clínica vai
guiá-lo no entendimento do que demandou a avaliação neuropsicológica. Na sua
prática profissional, você vai aprimorar os modelos propostos de acordo com o
público atendido ou com o local de atuação, pois caso sua prática venha a ser
desenvolvida em um hospital, por exemplo, você terá que fazer uma entrevista
reduzida.
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Avaliação Neuropsicológica
ATIVIDADE DE ESTUDO:
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Após responder a tais perguntas, você pode dar sequência à escolha dos
testes para compor uma bateria de avaliação neuropsicológica.
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Avaliação Neuropsicológica
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Desenho da
figura humana
Desenho da
Solange
figura humana Individual
Muglia Desenvolvimento Crianças
– avaliação do e coletivo
Wechsler
desenvolvimento
cognitivo infantil
(DFHIV)
Clarissa
Escala de
Marceli Trentini
Inteligência
Denise Balem De 6 a 89
Wechsler Inteligência Individual
Yates anos
Abreviada
Vanessa
(WASI)
StumpfHeck
Acácia
Aparecida
Angeli dos
Santos
Ana Paula
Escala de
Porto Noronha
Inteligência
Fabián Javier De 6 a 16
Wechsler para Inteligência Individual
Marín Rueda anos
Crianças – 4ª
Fermino
edição (WISC-IV)
Fernandes
Sisto
Nelimar
Ribeiro de
Castro
Figura A: a
Maisa dos
Percepção Visual partir de 5
Figura Complexa Santos Rigoni
Memória anos Individual
de Rey Margareth da
Figura B: 4 a
Silva Oliveira
7 anos
33
Avaliação Neuropsicológica
Orientação
têmporo-espacial;
Jerusa
Atenção
Fumagalli de
Concentrada;
Salles
Instrumento Percepção visual;
Maria Alice
de Avaliação Habilidades
de Mattos De 18 a 90
Neuropsicológica Aritméticas;
Pimenta anos
Breve Linguagem oral e
Parente
(NEUPSILIN) escrita;
Rochele Paz
Memória verbal
Fonseca
e visual, praxias
e funções
executivas
Camila Cruz-
Rodrigues
Claudia Berlim
De Mello
Jerusa
Fumagalli De
Instrumento Salles
de Avaliação Maria Alice
Processos De 6 a 12
Neuropsicológica De Mattos Individual
Neuropsicológicos anos
Breve Infantil Pimenta
(NEUPSILIN-Inf) Parente
Mônica
Carolina De
Miranda
Rochele Paz
Fonseca
Thais Barbosa
Blanca Susana
Guevara
Werlang
Clarice
Inventário de pré-
Gorenstein Individual
Depressão de Depressão adolescente
Irani Iracema e Coletivo
Beck (BDI –II) até idoso
de Lima
Argimon
Yuan-Pang
Wang
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Alexandre Luiz
De Oliveira
Serpa
Lucas
Matrizes
Francisco De De 18 a 63 Individual
Avançadas de Inteligência
Carvalho anos e Coletiva
Raven
Maria Márcia
De Oliveira
Nakano
Ricardo Primi
Homens e
mulheres
com idades
variando de
17 a 52 anos,
estudantes
Lucas De universitários;
Matrizes Raciocínio e
Francisco bem como
Progressivas capacidade para Individual
Carvalho homens e
Avançadas de resolução de e Coletiva
Ricardo Primi mulheres
Raven problemas
com idades
variando de 18
a 63 anos com
escolaridade
de Ensino
Médio a pós-
graduação
Carlos
Guilherme
Maciel Furtado
Schlottfeldt
Matrizes Gisele
De 5 anos a
Progressivas Aparecida Da Individual
Inteligência 11 anos e 6
Coloridas de Silva Alves e Coletivo
meses
Raven - CPM Jonas Jardim
De Paula
Leandro
Fernandes
Malloy-Diniz
35
Avaliação Neuropsicológica
Alina Gomide
Vasconcelos
Clauco Piovani
Memória de Elizabeth Do De 18 até 89 Individual
Memória recente
Faces Nascimento anos e Coletivo
Marco
Antônio Silva
Alvarenga
André Rey
Teste de Jonas Jardim
Aprendizagem De Paula Processos Sem
Individual
Auditivo-Verbal Leandro Neuropsicológicos informação
de Rey (RAVLT) Fernandes
Malloy-Diniz
Teste de Dehaut Processos Sem
Cancelamento Joanette Individual
Gauthier Neuropsicológicos informação
dos Sinos
Abigail Benton
Sivan
Clarissa
Marceli Trentini
Claudio Simon Memória visual;
Teste de Hutz De 7 a 30
Percepção visual;
Retenção Visual Denise anos e idosos
Práxia Individual
de Benton Ruschel entre 60 a 75
Bandeira visuoconstrutiva
(BVRT) anos
Jerusa
Fumagalli de
Salles
Joice Dickel
Segabinazi
Irene F.
Almeida de Sá
Leme
Ivan Sant’ana Atenção
Teste de Trilhas Rabelo De 18 até 86
Sustentada e Individual
Coloridas Milena de anos
Oliveira dividida
Rosseti
Sílvia Verônica
Pacanaro
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Fábio de
Vasconcelos
Teste dos Souza De 29 a 69 Individual
Inteligência
relógios (C e C) Suzy Vijande anos e coletivo
Cambraia
Blanca
Guevara
Werlang
Clarissa
Marceli Trentini Raciocínio
Teste Wisconsin Irani de Lima abstrato e De 6 anos
de Classificação Argimon estratégias e meio a 89 Individual
de Cartas Jurema Alcides de solução de anos
Cunha problemas
Margareth da
Silva Oliveira
Rita Gomes
Prieb
Bruna Gomes
Mônego
Clarissa
Marceli Trentini
Irani Iracema
Processos Crianças,
de Lima
Teste Wisconsin Neuropsicológicos; adolescentes,
Argimon
de Classificação Processos adultos e Sem
José Humberto
de Cartas perceptivos/ idosos, a informação
da Silva Filho
(WCST) cognitivos partir de 6 até
Larissa Leite
89 anos
Barboza
Maisa dos
Santos Rigoni
Margareth da
Silva Oliveira
37
Avaliação Neuropsicológica
Blanca
Guevara
Teste Wisconsin Werlang Raciocínio
de Classificação Clarissa abstrato e
A partir de 60
de Cartas – Marceli Trentini estratégias Individual
anos
versão para Irani de Lima de solução de
idosos Argimon problemas
Margareth da
Silva Oliveira
Você já deve ter notado que são muitos testes e escalas que podem ser
utilizados, assim, iremos nos deter ao estudo mais aprofundado da Escala de
Inteligência Wechsler para Adultos –WAIS-III. Para isto, iremos nos basear no
Manual para Administração e Avaliação e Manual Técnico do WAIS-III, bem como
no livro de Cunha (2000).
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Verbal Execução
4. Semelhanças 3. Códigos
6. Aritmética 5. Cubos
Nossa intenção neste momento é a de que você leia atentamente e faça uma
reflexão sobre a importância de conhecer uma escala, um teste ou um instrumento
de avaliação, para que então você possa decidir quais instrumentos utilizará em
cada avaliação neuropsicológica. Você perceberá, neste momento, que cada
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Avaliação Neuropsicológica
40
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
41
Avaliação Neuropsicológica
FONTE: <https://www.valordoconhecimento.com.br/produto/wais-iii-kit-completo-86686>.
Acesso em: 26 jun. 2019.
ATIVIDADE DE ESTUDO:
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
4 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
NA PRÁTICA CLÍNICA COM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Iremos adentrar a uma área bastante delicada no que se refere à avaliação
neuropsicológica: a área da infância. Essa é uma área que requer muita atenção
do neuropsicólogo, pois implica nas questões peculiares ao processo de
desenvolvimento humano. Neste momento, convidamos você a visitar conceitos
que não trabalharemos neste livro devido a sua extensão, que são as fases de
desenvolvimento humano. Para tanto, você deve se debruçar a estudar estes
conceitos e o esperado em cada uma dessas etapas de desenvolvimento, pois
é a partir destes conceitos, junto à queixa da criança, familiares, escola e/ou
cuidadores que o profissional traçará um plano de avaliação.
Sugestão de leitura:
BEE, H. A Criança em Desenvolvimento. 7. ed. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1996.
SALLES, J. F.; HAASE, V. G.; MALLOY-DINIZ, L. F. (Org.).
Neuropsicologia do desenvolvimento: infância e adolescência.
Porto Alegre: Artmed, 2016.
43
Avaliação Neuropsicológica
de cada criança e o que é esperado dela em cada faixa etária, além do que, é
necessário considerar também o contexto em que a criança vive e o nível de
estímulo que recebe.
FONTE: <https://www.auladeanatomia.com/novositesistemas/
sistema-nervoso/telencefalo/>. Acesso em: 26 jun. 2019.
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
• enfermidades neurológicas;
• problemas de desenvolvimento infantil;
• comprometimentos psiquiátricos;
• alterações de conduta;
• dificuldades e distúrbios de aprendizagem;
• TDAH;
• transtorno global do desenvolvimento (autismo);
• transtorno de aprendizagem não verbal;
• deficiência intelectual;
• síndromes genéticas.
45
Avaliação Neuropsicológica
Funções cognitivas a
Testes
serem avaliadas
Escala Wechsler de Inteligência para Inteligência: (Medida da capacidade
Criança - WISC-III; mental geral).
Matrizes Progressivas de Raven.
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Nome:__________________________________________________________
Idade:_________________Escolaridade:______________________________
Lateralidade:______________________Queixa Principal:_________________
Resultado
Teste Percentil Classificação Observações
Bruto
Funções Intelectuais
Vocabulário
(WISC-III)
47
Avaliação Neuropsicológica
Semelhanças
(WISC-III)
Cubos (WISC-III)
QI Total (WISC-III)
Memória
Dígito Direto
(WISC-III)
Dígito Indireto
(WISC-III)
Memória para faces
MEPSY
Figuras de Rey
Informação e
Vocabulário
(WISC-III)
Memória e Aprendizagem
Teste de
recordação livre de
palavras (RAVLT)
Atenção
Teste Wisconsin de
Classificação de
Cartas (WCST)
Teste de trilhas
(Trail Making Test)
Teste do desenho
contínuo (CPT)
Teste AC
Funções Executivas
Cubos (WISC-III)
Armar Objetos
(WISC-III)
Funções Visoespaciais e Visoconstrutivas
Cubos (WISC-III)
Completar Figuras
(WISC-III)
Cópia Formas
NEPSY
48
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Armar Objetos
(WISC-III)
Linguagem e Habilidades Acadêmicas
Vocabulário e
Semelhanças
(WAIS-III)
49
Avaliação Neuropsicológica
50
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
5 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
NA PRÁTICA CLÍNICA COM ADULTOS
Segundo Malloy-Diniz et al. (2016, p. 235), “a avaliação Neuropsicológica
(ANP) do adulto é complexa e pede cuidado, especialmente quando se considera
que se trata de uma faixa etária em que, teoricamente, o indivíduo deveria estar
sadio, fora do “grupo de risco” dos distúrbios da senescência ou daqueles comuns
a infância”.
51
Avaliação Neuropsicológica
52
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Nome:__________________________________________________________
Idade:_________________Escolaridade:______________________________
Lateralidade:______________________Queixa Principal:_________________
Resultado
Teste Percentil Classificação Observações
Bruto
Funções Intelectuais
Vocabulário
(WASI)
Matrizes (WASI)
QI Total (WASI)
Memória
Dígito Direto
(WAIS-III)
Dígito Indireto
(WAIS-III)
RAVLT – total
RAVLT – tardia
RAVLT –
reconhecimento
Teste de retenção
visual (BVRT)
Atenção
Teste AC
Funções Executivas
Teste Wisconsin
de Classificação
(WCST)
Teste de trilhas
coloridas
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Avaliação Neuropsicológica
Funções Visuespaciais
Completar Figuras
(WAIS-III)
Cubos (WAIS-III)
Códigos (WAIS-III)
Compreensão
(WAIS-III)
Informação
(WAIS-III)
Leitura de um
texto (não é teste,
dados qualitativos)
Escrita – elaborar
um texto (não
é teste, dados
qualitativos)
Humor
Inventário de
Depressão de
Beck (BDI-II)
Estado Mental – Teste de Rastreio
Miniexame do
Estado Mental
(MMSE)
FONTE: A autora
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Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
55
Avaliação Neuropsicológica
56
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
57
Avaliação Neuropsicológica
Memória imediata: Eu vou dizer três palavras e você irá repeti-las a seguir:
carro, vaso, tijolo (dê 1 ponto para cada palavra repetida acertadamente na
1º vez, embora possa repeti-las até três vezes para o aprendizado, se houver
erros). Use palavras não relacionadas.
Cálculo: subtração de setes seriadamente (100-7, 93-7, 86-7, 79-7, 72-7, 65).
Considere 1 ponto para cada resultado correto. Se houver erro, corrija-o e
prossiga. Considere correto se o examinado espontaneamente se autocorrigir.
58
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
Repetição: Preste atenção: vou lhe dizer uma frase e quero que você repita
depois de mim: “Nem aqui, nem ali, nem lá”. Considere somente se a repetição
for perfeita (1 ponto)
Comando: Pegue este papel com a mão direita (1 ponto), dobre-o ao meio (1
ponto) e coloque-o no chão (1 ponto). Total de 3 pontos. Se o sujeito pedir
ajuda no meio da tarefa não dê dicas.
59
Avaliação Neuropsicológica
Encaminhamento (demanda)
e demais exames realizados
Elaboração da bateria
(escolha dos instrumentos)
Aspectos Aspectos
cognitivos emocionais
Personalidade
Correção, interpretação e
contextualização dos resultados
Familiares Profissional
Paciente
60
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
ATIVIDADE DE ESTUDO:
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste primeiro capítulo, estudamos um pouco sobre os fundamentos
da avaliação psicológica, identificamos o processo de psicodiagnóstico e os
instrumentos necessários para uma boa avaliação. Neste contexto, podemos
considerar a avaliação psicológica como um processo estruturado de investigação
de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos.
61
Avaliação Neuropsicológica
REFERÊNCIAS
ANDRADE, V. M.; SANTOS, F. H.; BUENO, O. F. A. Neuropsicologia Hoje. São
Paulo: Artes Médicas, 2004.
62
Capítulo 1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA
63
Avaliação Neuropsicológica
64
C APÍTULO 2
NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO
E INTERVENÇÃO
66
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Antes de adentrarmos ao processo de elaboração de documentos e no tema
central deste capítulo, se faz necessário resgatarmos conceitos já discutidos, mas
que precisam ser revisitados a todo o momento, para que você possa entender
que a neuropsicologia se constitui de um processo, a partir do encaminhamento,
da queixa ou demanda, da entrevista, do planejamento do protocolo de testes
e instrumentos de avaliação, das observações qualitativas durante a avaliação
neuropsicológica, do processo de correção dos testes, da análise dos dados, até
o processo de elaboração de relatório, laudo ou parecer, dependendo do local
onde este profissional estiver inserido, e para além deste, também não podemos
deixar de falar da importância da devolutiva, como o fechamento do processo de
avaliação.
Cabe mencionar que este processo pode ser o início de outra possibilidade
de atuação profissional, a intervenção, em que o profissional da neuropsicologia
pode propor estratégias de intervenção de acordo com os resultados extraídos
da avaliação neuropsicológica considerando os pontos fortes e fracos de cada
pessoa.
67
Avaliação Neuropsicológica
Queixa Demanda
Meio ao qual
está inserido
História de Vida Paciente em
Processo de
Avaliação
Neuropsicológica
A partir do momento em que você tiver a clareza de que não basta aplicar
testes e instrumentos em neuropsicologia, você está apto a seguir em frente, pois
se faz necessário lembrar que estamos inseridos no contexto do humano, em
que para além dos dados quantitativos, precisamos nos atentar para os dados
qualitativos, considerando este paciente a partir da sua realidade, ou seja, é
necessário considerar como era a sua vida nos aspectos cognitivos, afetivos e
sociais antes da queixa ou demanda apresentada.
68
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
2 ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO
E DEVOLUTIVA NOS VÁRIOS
CONTEXTOS DE ATUAÇÃO
DA NEUROPSICOLOGIA
Os dados advindos da avaliação neuropsicológica vão gerar resultados
qualitativos e quantitativos que servirão de base para a elaboração documental.
Segundo a Resolução nº 007/2003 do Conselho Federal de Psicologia, os
resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes
históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem
como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação
desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a
conclusão do processo de avaliação psicológica.
1. Declaração;
2. Atestado Psicológico;
3. Relatório laudo psicológico;
4. Parecer psicológico.
69
Avaliação Neuropsicológica
70
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Seção Conteúdo
71
Avaliação Neuropsicológica
72
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
1. Dados do cliente;
2. Motivo do encaminhamento;
3. História relevante;
4. Revisão de relatórios anteriores (relevantes);
5. Preocupações atuais do cliente;
6. Relatório do informante;
7. Observações durante a história e testes;
8. Resultados dos testes.
73
Avaliação Neuropsicológica
11. Recomendações;
12. Implicações vocacionais;
13. Apêndice: testes administrados.
Nome do Paciente:________________________________________________
Idade:_______________________ Escolaridade:_______________________
Lateralidade: ____________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3. METODOLOGIA
Exemplo: para a avaliação neuropsicológica foram realizadas duas sessões de
uma hora e trinta minutos cada, através de entrevista, testes neuropsicológicos,
testes psicológicos, escala de depressão, desesperança e ansiedade. Você
pode descrever todos os testes utilizados ou deixar para incluí-los no anexo do
relatório.
74
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
5. CONCLUSÃO
Neste espaço você deve fazer uma análise de todo processo da avaliação,
comparando os resultados obtidos com a demanda apresentada no início do
processo de avaliação neuropsicológica. Você também deve considerar as
funções preservadas e as funções neuropsicológicas comprometidas, possibil-
itando assim, uma compreensão do funcionamento cognitivo do paciente.
6. DIAGNÓSTICO
Este espaço deve ser utilizado para sugerir ou mesmo encaminhar o paciente,
caso seja necessário a processos de reabilitação cognitiva, psicoterapia, neu-
rologista, fonoaudiólogo, ou outros encaminhamentos necessários.
8. PROGNÓSTICO
Em alguns casos, o neuropsicólogo será demandado a realizar um prognóstico,
então, neste caso, deverá, através dos resultados da avaliação, descrever qual
o percurso que o quadro de alterações cognitivas pode percorrer ao longo do
tempo.
75
Avaliação Neuropsicológica
9. ANEXO
Sugerimos que você inclua uma tabela com os testes aplicados e com os
respectivos resultados, percentuais e classificações.
10. ASSINATURA E REGISTRO PROFISSIONAL
FONTE: A autora
76
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
ATIVIDADE DE ESTUDO:
77
Avaliação Neuropsicológica
• Neuropsicologia Clínica;
• Neuropsicologia Hospitalar – Ambulatorial;
• Neuropsicologia Forense;
• Neuropsicologia Educacional.
78
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Sugestão de Leitura:
ROMARO, R. Ética na psicologia. Petrópolis, Vozes, 2006.
3.1 NEUROPSICOLOGIA NO
CONTEXTO HOSPITALAR E A
DEVOLUTIVA
No espaço hospitalar, o neuropsicólogo atua em atendimento ao paciente
em consultas ambulatoriais ou unidades de internação (enfermaria, pronto
atendimento e unidade de terapia intensiva), na orientação aos cuidadores
(ADDA, 2007).
79
Avaliação Neuropsicológica
Acompanhamento
do quadro clínico
ou tratamento
medicamentoso
Auxílio no
Situação pré e
diagnóstico
pós-operatório
médico
Neuropsicologia
3.2 NEUROPSICOLOGIA NO
CONTEXTO FORENSE E DEVOLUTIVA
A neuropsicologia forense é uma área em que os conhecimentos e
instrumentos neuropsicológicos auxiliarão em processos jurídicos embasando
cientificamente as capacidades cognitivas, funcionais e comportamentais do
paciente.
81
Avaliação Neuropsicológica
Aplicação da
Avaliação Objetivo O que avalia
Neuropsicológica
Incidência de farmacode-
pendência, dúvidas da ve- Verifica a capacidade de
racidade das informações imputação, verificação da
colhidas, incidência de eficácia do processo reed-
insanidade mental e so- ucativo (reinserção social;
Vara criminal licitação de progressão probabilidade de reincidên-
de pena e exame da sus- cia), cessação de periculo-
pensão de medida de se- sidade.
gurança.
Ações de interdição,
ações de anulações de
atos jurídicos, avaliação
da capacidade de testar
(fazer testamento), an-
ulações de casamentos Interdição, danos psíquicos,
e separações judiciais neurofuncionais, psicológi-
Vara cível litigiosas, ações de mod- cos e simulação.
ificação de guarda de fil-
hos, regulamentação de
visitas, avaliação de tran-
stornos mentais em ações
de indenização.
82
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Verificação da capacidade
Acidentários e doenças laboral (médico-legal),
profissionais, doença relação nexo-causal (relação
decorrente das condições entre o fato e o dano físico
de trabalho, indeni- ou psíquico), verificação das
zação, erro ou negligên- condições mentais, de acor-
Vara trabalhista cia médica e hospitalar, do com a legislação vigente
intoxicações (chumbo, para fins de aposentadoria
mercúrio, monóxido de por doença mental, bem
carbono, entre outras). como para o desempenho
de cargos.
ETAPA PROCEDIMENTO
1. Estudos dos documentos
2. Contrato
3. Entrevista psicológica
4. Entrevista de anamnese/objetiva
5. Avaliação cognitiva
6. Elaboração do laudo
84
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
85
Avaliação Neuropsicológica
3.3 NEUROPSICOLOGIA NO
CONTEXTO EDUCACIONAL E
DEVOLUTIVA
No contexto educacional, a neuropsicologia pode contribuir de forma
significativa quando de uma avaliação neuropsicológica, pois pode clarificar as
mudanças comportamentais ou cognitivas que muitas vezes permeiam o ambiente
escolar, sem respostas, gerando angústia, sofrimento para o aluno, professores e
pais. Também pode auxiliar no melhoramento cognitivo através do processo de
habilitação e reabilitação.
86
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
ATIVIDADES DE ESTUDO:
87
Avaliação Neuropsicológica
4 DIAGNÓSTICO, INTERVENÇÕES
E PROGNÓSTICO EM
NEUROPSICOLOGIA
Neste momento, vamos entrar em uma área importante para o
neuropsicólogo(a), iremos contextualizar o processo entre a demanda,
diagnóstico, prognóstico e intervenção. Você será convidado a olhar para os
temas estudados até aqui e realizar uma análise aprofundada entre os resultados
obtidos e os enquadramentos técnicos científicos para poder, então, propor as
intervenções necessárias a cada paciente.
88
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Sugestão de leitura:
4.1 DIAGNÓSTICO EM
NEUROPSICOLOGIA
O diagnóstico neuropsicológico proporcionará entender não somente o
sintoma, mas especialmente sua inserção, modificação e interação nos vários
níveis e nas várias formas dinâmicas em que sintoma e ambiente se articulam
(MIRANDA; MELLO; MUSZKAT, 2006).
O diagnóstico
No século XXI, a neuropsicologia tem expandido neuropsicológico é
para além do diagnóstico, estabelecendo- o procedimento no
se de maneira mais consistente nas áreas de qual são coletados
reabilitação neuropsicológica e compreensão de
dados quanto
aspectos funcionais relacionados às alterações
cerebrais. A mesma autora considera a avaliação
ao desempenho
neuropsicológica como um procedimento do paciente nas
importante no diagnóstico diferencial das áreas biológico,
demências, nas investigações da natureza, grau de cognitivo, afetivo,
extensão dos mais diversos quadros neurológicos familiar e social. O
e psiquiátricos [...] (MIOTTO, 2007, p. 138). seu maior objetivo
é contribuir na
Segundo Malloy-Diniz et al. (2010), ao final da avaliação, o clínico tomada de decisões
será capaz de confirmar que um perfil determinado é indicativo de uma (BARRAQUER-
BORDAS, 1976
alteração, ou somente detalhar os achados cognitivos. Não tendo desta
apud MALLOY-
forma, o propósito de realizar um diagnóstico em si, mas sugeri-los. DINIZ et al., 2016).
89
Avaliação Neuropsicológica
90
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
4.2 PROGNÓSTICO EM
NEUROPSICOLOGIA
Expor os possíveis desdobramentos da condição atual é uma das mais
importantes tarefas da devolução de informações do psicodiagnóstico. Considera-
se que apresentar um prognóstico em curto, médio e longo prazo, de forma clara,
faz parte do dever científico do profissional.
4.3 INTERVENÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA
Através dos achados da avaliação neuropsicológica é possível planejar
uma intervenção direcionada para as funções cognitivas deficitárias e para os
distúrbios psicológicos psiquiátricos, buscando melhorias na condição do paciente
e de sua qualidade de vida (MALLOY-DINIZ et al., 2010).
92
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
93
Avaliação Neuropsicológica
4.4 INTERVENÇÃO DA
NEUROPSICOLOGIA EM
NEUROCIRURGIA E NEUROLOGIA
A neuropsicologia vem gradativamente ampliando sua área de atuação,
auxiliando de maneira considerável no processo de avaliação diagnóstica, em
especial na área da neurologia e neurocirurgia.
4.4.2 Epilepsia
“As epilepsias são síndromes identificadas pela presença de crises
epilépticas que recorrem na ausência de condições tóxico-metabólicas do
organismo, como por exemplo, intoxicação por álcool, hipoglicemia e outros”
(FUENTES et al. 2008, p. 312).
94
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Sugestão de leitura:
Condições
neurológicas
do paciente
Compreender os
Auxiliar na decisão problemas emocionais,
de seu tratamento educacionais e
psicossociais
Avaliação
Neuropsicológica
Impacto dessa
disfunção cognitiva
no dia a dia
95
Avaliação Neuropsicológica
No pré-operatório:
ATIVIDADE DE ESTUDOS:
97
Avaliação Neuropsicológica
Vamos realizar uma breve discussão no que se refere a uma das principais
áreas de atuação da neuropsicologia: a reabilitação, considerando que em TCE é
uma das principais intervenções neuropsicológicas.
98
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
99
Avaliação Neuropsicológica
100
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Sugestão de leitura:
4.6 INTERVENÇÕES DA
NEUROPSICOLOGIA NA ÁREA
DA INFÂNCIA
Segundo Malloy-Diniz et al. (2010), a neuropsicologia infantil divide a sua
área de atuação em duas, se espelhando na:
101
Avaliação Neuropsicológica
Possibilita o acompanhamento
da evolução do quadro
Auxiliar no diagnóstico
patalógico em relação aos
diferencial tratamentos medicamentosos,
cirúrgicos e de reabilitação
Observar o nível de
Localizar alterações sutis
funcionamento operacional
102
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
103
Avaliação Neuropsicológica
ATIVIDADE DE ESTUDO:
104
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
105
Avaliação Neuropsicológica
106
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
Entrevista Inicial
TRATAMENTO
107
Avaliação Neuropsicológica
Terapeuta
ocupacional
Cliente da
Médico Psicólogo
Reabilitação
Fonoaudiólogo
Sugestão de leitura:
108
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
ATIVIDADE DE ESTUDO:
4.8 INTERVENÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA
E REABILITAÇÃO
Neste subtópico, iremos descrever brevemente uma das principais
intervenções em neuropsicologia: a reabilitação neuropsicológica, porém não
vamos aprofundar o tema, considerando que você terá uma disciplina exclusiva
durante sua formação.
109
Avaliação Neuropsicológica
110
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
7. iniciar a intervenção
8. monitorar o progresso
9. mudar de estratégias, se necessário
10. planejar a generalização
Sugestão de Leitura:
111
Avaliação Neuropsicológica
112
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
ATIVIDADE DE ESTUDO:
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, você teve acesso às peculiaridades no que diz respeito à
elaboração de documentos na área da neuropsicologia, sendo levado ao encontro
das normativas vigentes e proposições de escritores de referência na área da
neuropsicologia. Além da elaboração documental, você foi levado a percorrer o
caminho da devolutiva ao paciente, família, responsável e/ou solicitante, em que
foi evidenciada a importância da entrevista de devolutiva nos vários contextos de
atuação da neuropsicologia. Neste aspecto, você teve acesso à contextualizações
do espaço de atuação do neuropsicólogo e das diferentes demandas no momento
de elaboração de relatório, laudo ou parecer, considerando sempre o princípio do
respeito ao direito do paciente.
113
Avaliação Neuropsicológica
REFERÊNCIAS
ABRISQUETA-GOMEZ, J. Avaliação e reabilitação neuropsicológica no idoso. In:
ANDRADE, V. M.; SANTOS, F. H.; BUENO, O. F. A. Neuropsicologia Hoje. São
Paulo: Artes Médicas, 2004.
114
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
115
Avaliação Neuropsicológica
116
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
117
Avaliação Neuropsicológica
118
Capítulo 2 NEUROPSICOLOGIA: DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO
119
Avaliação Neuropsicológica
120
C APÍTULO 3
FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS
POSSÍVEIS ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM
LESÕES CEREBRAIS E NAS PRINCIPAIS
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Saber:
• Relacionar o funcionamento neuropsicológico às estruturas neurológicas;
Fazer:
• Avaliar os níveis de funcionamento das funções neuropsicológicas;
122
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Seja bem-vindo ao terceiro capítulo do livro didático. Neste capítulo, iremos
conduzi-lo ao encontro das funções neuropsicológicas ou funções cognitivas.
A avaliação neuropsicológica possibilita a análise e investigação das funções
neuropsicológicas ou cognitivas, preservadas ou alteradas, por exemplo:
percepção, atenção, linguagem, memória e funções executivas.
2 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS
E/OU FUNÇÕES COGNITIVAS
As funções neuropsicológicas ou funções cognitivas são partes integrantes
de um processo de avaliação neuropsicológica, é através da avaliação detalhada
de cada uma das principais funções que o profissional da neuropsicologia poderá
identificar as funções comprometidas ou preservadas, fazendo uma relação com
os possíveis quadros clínicos no qual podem estar diretamente vinculadas.
Neste capítulo, iremos nos deter ao estudo das funções cognitivas: memória,
atenção, linguagem, percepção e funções executivas. É a partir da relação entre
todas estas funções que entenderemos a maioria dos comportamentos, desde o
mais simples até as situações de maior complexidade e que exigem atividades
cerebrais mais elaboradas.
123
Avaliação Neuropsicológica
FONTE: <www.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Educacao/
Neurociencia_Cognitiva.ppt>. Acesso em: 15 ago. 2019.
124
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Atenção e Concentração
Percepção Sensorial
Aprendizagem e memória
Aptidões
Linguagem visoespaciais e
visoconstrutivas
Formação de Conceitos
Funções executivas
Resposta Motora
125
Avaliação Neuropsicológica
126
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
FONTE: <https://psicologiaparaofuturo.files.wordpress.com/2012
/08/01_thumb.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2019.
FONTE: <https://br.depositphotos.com/59529347/stock-photo-male-
frontal-lobe-brain-anatomy.html>. Acesso em: 15 ago. 2019.
Andrade, Santos e Bueno (2004) relatam que o lobo frontal tem finalidade
significativa nas funções de memória, tanto na memória operacional como na
memória de longo prazo declarativa e episódica.
128
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
A região pré-frontal, de forma estratégica, coordena a
ligação entre as áreas de associação sensoriais e as áreas
límbicas e, portanto, entre as informações do mundo externo
e os processos emocionais e motivacionais, importantes
para a sobrevivência do organismo e para a regulação do
comportamento. O córtex pré-frontal, por meio de seus
circuitos e conexões, coordena as funções executivas, ou
seja, as capacidades de determinar objetivos, estabelecer uma
estratégia comportamental, escolher prioridades e inibir ações
desnecessárias, além de monitorar o comportamento para que
os objetivos sejam alcançados (FUENTES et al., 2014, p. 37).
Luria (1981) coloca que lesões intensas do lobo frontal tendem resultar na
apraxia de ações dirigidas a metas. Essa apraxia traduz-se na inabilidade do
indivíduo para submeter seus movimentos ao objetivo apresentado em fala, na
automatização de projetos organizados, e na alteração de uma atividade racional,
direcionada a metas.
129
Avaliação Neuropsicológica
FONTE: <https://cerebroemente.weebly.com/lobos-
parietais.html>. Acesso em: 15 ago. 2019.
130
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
FONTE: <https://amenteemaravilhosa.com.br/lobo-temporal-afetividade-memoria/>.
Acesso em: 15 ago. 2019.
131
Avaliação Neuropsicológica
Alterações em lesões na
Descrição
região temporal
132
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
133
Avaliação Neuropsicológica
“Há diversas áreas visuais no lobo occipital, cada uma delas especializada
em analisar aspectos específicos de uma cena, incluindo cor, movimento,
localização e forma” (GAZZANIGA et al., 2002 apud STERNBERG, 2008, p. 61).
134
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
FONTE: <https://amenteemaravilhosa.com.br/lobo-occipital-estrutura-e-funcoes/>.
Acesso em: 15 ago. 2019.
ATIVIDADE DE ESTUDO:
135
Avaliação Neuropsicológica
2.2.1 Percepção
“A percepção é o conjunto de processos pelos quais reconhecemos,
organizamos e entendemos as sensações que recebemos dos estímulos
ambientais” (STERNBERG, 2008, p. 117).
136
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
137
Avaliação Neuropsicológica
Déficits Descrição
Resulta em uma deficiência grave na capacidade
de reconhecer rostos humanos. Pode nem
Prosopagnosia
conseguir reconhecer seu próprio rosto no
espelho.
Uma incapacidade de reconhecer objetos,
Agnosia aperceptiva está ligada a um problema no processamento
perceptual.
“O problema não está no processamento
perceptual, e sim nos processos cognitivos
Agnosia associativa associativos que operam sobre as representações
perceptuais” (STERNBERG, 2008, p. 151).
138
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
2.3 ATENÇÃO
A atenção pode ser vista como uma condição primordial para outras funções.
É uma função cognitiva que envolve meios responsáveis pela seleção, inibição,
alternância e sustentação de estímulos.
139
Avaliação Neuropsicológica
140
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
141
Avaliação Neuropsicológica
Flexibilidade
Mental
Abstração e Fluência
categorização Verbal
Memória Resolução
operacional de problemas
Autocontrole Processamento
de informação
Regulação
Estratégias
comportamental
Automonitoramento Planejamento
Controle
Organização
inibitório
142
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
143
Avaliação Neuropsicológica
2.5 CONSEQUÊNCIAS DE
ALTERAÇÕES NAS FUNÇÕES
EXECUTIVAS
As lesões cerebrais podem ser resultado de eventos internos
ou externos, como traumas, acidentes vasculares, tumores,
infecções ou processos demenciais. Os lobos frontais costumam
ser os mais suscetíveis a lesões, sendo seu envolvimento
frequente tanto em traumatismo cranioencefálico (TCE) como
em acidentes vasculares, principalmente os dos territórios das
artérias cerebrais média e anterior, o que representa perigo
direto às FEs (ABREU et al., 2016, p. 280).
Através desta explanação, você pode perceber o quão complexa pode ser
uma alteração nas funções executivas, sendo que estas participam de processos
que permeiam o dia a dia dos seres humanos. Na área da neuropsicologia, essas
funções devem ser priorizadas no processo de avaliação, incluindo testes que
possibilitem a verificação das diferentes habilidades que compõem as funções
executivas.
144
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
2.6 MEMÓRIA
Segundo Spreen e Strauss (1998), a memória é um processo complexo
que nos permite codificar, armazenar e recuperar informações. Se o sistema de
atenção não funciona corretamente, não seremos tão eficientes na realização
dessas ações. Se não prestamos atenção a alguma coisa, não podemos codificar,
armazenar ou recuperar essas informações.
Memória
Memória de Memória de
Curto Prazo Longo Prazo
Memória
Memória Memória Memória
Operacional ou
Imediata Explícita Implícita
de Trabalho
Memória
Episódica
Memória
Semântica
145
Avaliação Neuropsicológica
146
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
147
Avaliação Neuropsicológica
Alterações Descrição
148
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
Pessoas com amnésia por lesões nos lobos temporais mediais apresentam
desempenho bastante pobre em testes de memória explícita que abrange a
recordação consciente. Entretanto, essas pessoas constantemente possuem
desempenho tão bom quanto os sujeitos saudáveis em testes de memória implícita
(quando a recordação consciente não se faz obrigatória) (EYSENCK, 2017).
149
Avaliação Neuropsicológica
2.7 LINGUAGEM
A linguagem se manifesta na fala e na escrita. A linguagem expressa sob a
forma de línguas, que podem ser concebidas como instituições sociais construídas
pelas comunidades humanas são formadas “por um sistema estruturado de signos
que exprimem ideias”, das quais “a fala é a manifestação” (GIL, 2010, p. 22).
150
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
151
Avaliação Neuropsicológica
Designam desorganizações da
linguagem que se referem tanto ao seu
polo expressivo, quanto ao seu polo
receptivo, tanto aos aspectos falados
quanto aos aspectos escritos, e que
Afasias tem ligação com um dano das áreas
cerebrais especializadas nas funções
linguísticas (GIL, 2010, p. 21). Déficits
graves na compreensão e/ou produção
da linguagem causada por lesão cerebral
(EYSENCK, 2017, p. 470).
152
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
153
Avaliação Neuropsicológica
área de
asociación
somatosensorial
aire
área visuelle
prefrontal associative
corteza
visual
Área de Broca
Área de
Wernicke
área de
asociación auditiva
Corteza auditiva
primaria
FONTE: <http://imensoamor01.blogspot.com/2015/10/area-de-broca-e-
area-de-wernicke.html>. Acesso em: 15 ago. 2019.
154
Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
2.8 APRENDIZAGEM
A aprendizagem é um processo heterogêneo que engloba várias funções
cognitivas, além de estar diretamente relacionada às condições internas e
externas de cada pessoa. As pessoas vão aprender a partir das suas vivências
familiares, sociais e acadêmicas na qual estão inseridas.
155
Avaliação Neuropsicológica
Dificuldade ou
Transtorno de Deficiências,
Problema de
Aprendizagem TGD, Síndromes
Aprendizagem
6% 2%
40%
Características de
Termo genérico Termo genérico que natureza física,
que se refere ao descreve o rendimento intelectual, sensorial ou
comprometimento do acadêmico abaixo do genética, as quais, em
desempenho escolar e, esperado para a idade, interação com diversas
por, vezes a problemas nível intelectual e série, barreiras, podem obstruir
de comportamento, os relacionado a um sua participação plena e
quais estão ligados a conjunto de efetiva na sociedade e,
questões situacionais, características. também, influenciar no
processo de
familiares ou contextuais.
aprendizagem.
FONTE: <https://pt.slideshare.net/anaihaeser/cognio-44938336>.
Acesso em: 15 ago. 2019.
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Capítulo 3 FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E AS POSSÍVEIS
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
ATIVIDADES DE ESTUDO:
3 POSSÍVEIS ALTERAÇÕES
CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS
E NAS PRINCIPAIS DOENÇAS
NEUROLÓGICAS
Neste momento, você será levado ao encontro das principais alterações
clínicas que acometem o cérebro e as estruturas do sistema nervoso, ocasionando
alterações nas funções cognitivas estudadas anteriormente. Neste ponto do livro,
você será convidado a retornar aos itens estudados previamente, fazendo a
todo o momento uma correlação entre as lesões cerebrais ou doenças e suas
consequências nas funções neuropsicológicas e/ou cognitivas, assim como nas
principais doenças neurológicas.
Lembre-se de que você deve prestar atenção nas alterações clínicas, nas
alterações das funções cognitivas e comportamentais presentes nos quadros
expostos ao longo deste subtópico, isto porque todos os sintomas podem
interferir no processo de avaliação neuropsicológica e confundir o profissional.
Caso você tenha dúvida, procure estudar o caso antes de realizar a avaliação
neuropsicológica em si. Um dos guias de apoio é o DSM-V, você deve ter este
livro como auxiliar ao seu processo, independentemente da área de atuação.
3.1 TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO (TCE)
O traumatismo cranioencefálico é definido como um acometimento traumático
com lesão anatômica ou comprometimento funcional de couro cabeludo, crânio,
meninges ou encéfalo. Essa lesão pode acontecer devido a um objeto penetrante
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Avaliação Neuropsicológica
e causar uma fratura no crânio, assim como ser causado ou ser ocasionado por
um impacto que gera contusão intracraniana (PEREIRA; HAMDAN, 2014).
Neste sentido, se faz necessário que você conheça um pouco mais sobre a
classificação dos TCEs no que se refere à gravidade e às alterações cognitivas e
comportais relacionadas a cada nível de comprometimento neurológico.
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ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
O TCE pode ser ocasionado por uma contusão focal, no qual a lesão é situada
em uma região do encéfalo, ou difusa, na qual é generalizada. Pode ser primária,
apresentando-se no momento da perturbação, ou secundária, manifestando-se
pouco tempo depois. As lesões secundárias devem ser evitadas e reduzidas,
com intervenções adequadas. O TCE pode ser aberto ou fechado, se o encéfalo
foi exposto ou não (FLANAGAN et al., 2006). Tavares, Vargas e Amaral (2014)
relatam que no TCE aberto ocorre o contato do encéfalo com o meio externo, com
probabilidade de infecção microbiana.
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ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
3.3 AS EPILEPSIAS
A epilepsia é um transtorno cerebral definido por uma tendência do cérebro,
a causar crises epilépticas e pelas implicações neurobiológicas, cognitivas,
psicossociais e sociais desta situação. Os autores relatam que as crises
epilépticas podem dispor de topografias bastante diferentes, visto que dependem
da área do cérebro implicada, podendo afetar regiões específicas, áreas mais
extensas e, inclusive, o cérebro completo (FUENTES et al., 2014).
A maior parte das síndromes epilépticas não possuiu um fator comum. Elas
podem ser divididas conforme sua causa: genética – consequência direta de uma
falha genética conhecida ou suposta, em que as crises são a base da doença;
estrutural/metabólica – epilepsias cujos motivos são determináveis e de causa
desconhecida (sem motivo) (BERG et al., 2010 apud FUENTES et al., 2014).
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Avaliação Neuropsicológica
Fuentes et al. (2014) relatam que há indícios de que pessoas com estes tipos
específicos de epilepsia podem exibir déficits cognitivos graves, e para alguns
indivíduos esses comprometimentos podem ser mais debilitantes do que as crises
epilépticas em si.
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3.4 COMPROMETIMENTOS
COGNITIVOS LEVES (CCL)
“O termo comprometimento cognitivo leve (CCL) é usado para descrever
uma condição sindrômica de transição entre cognição normal e demência. É
uma fase sintomática, porém pré-demencial, de várias condições neurológicas”
(PETERSEN, 2004; PETERSEN et al., 2011 apud CAIXETA; TEIXEIRA, 2014,
p. 145).
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3.5 DEMÊNCIAS
Vamos nos deter neste momento ao estudo das demências e suas
implicações na vida das pessoas, objetivando o seu conhecimento no que se
refere às alterações cognitivas nos diferentes tipos de demência.
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Avaliação Neuropsicológica
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Cálculo Preservado.
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Oliveira e Souza (1998) citam alguns dos sinais e sintomas mais comumente
encontrados em pacientes com esclerose múltipla, tais como: alterações
piramidais que englobam fraqueza, espasticidade e sinais de liberação piramidal,
alterações cerebelares como comprometimento do equilíbrio e da coordenação,
alterações sensitivas, manifestações visuais e esfincterianas.
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Alteração na linguagem e
Redução do controle inibitório.
velocidade de processamento.
Barbosa (2007) é um dos autores que traz à tona este tema, ele
chama a atenção para as alterações neuropsiquiátricas que podem se
manifestar em pacientes com Parkinson, como mudanças cognitivas/
demência, alucinações/delírio/delirium, depressão, distúrbio do sono, mania/
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4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Como podemos observar neste capítulo, as funções neuropsicológicas ou
funções cognitivas são consideradas o centro da avaliação neuropsicológica,
uma vez que é a partir da avaliação destas funções que o profissional da
neuropsicologia descreverá seu relatório e/ou laudo e traçar um plano de
intervenção ou os encaminhamentos necessários.
REFERÊNCIAS
ABREU, N.; MATTOS, P. Memória. In: MALLOY-DINIZ, L. F. et al. Avaliação
Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM LESÕES CEREBRAIS E
NAS PRINCIPAIS DOENÇAS NEUROLÓGICAS
FLANAGAN, S. R. et al. (2006). Traumatic brain injury in the elderly: diagnostic and
treatment challenges. Clinics in Geriatric Medicine, 22(2), 449-68. In: CAIXETA, L.;
TEIXEIRA, A. L. (Org.). Neuropsicologia geriátrica: neuropsiquiatria cognitiva
em idosos [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2014.
HUANG, Y.; HALLIDAY, GCan we clinically diagnose dementia with Lewy bodies
yet? Translation Neurodegeneration, 2 (1), 4., 2013. In: CAIXETA, L.; TEIXEIRA,
A. L. (Org.). Neuropsicologia geriátrica: neuropsiquiatria cognitiva em idosos
[recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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