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Amina Assina Queixace


Dalton Higino Mucopa
Fernando Tuaibo

9◦ Grupo

Interpretação dos Resultados na Vertente Qualitativa e Quantitativa


Modelos de Interpretação dos Resultados e dos Intrumentos

(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2024
2

Amina Assina Queixace


Dalton Higino Mucopa
Fernando Tuaibo

O presente trabelho da cadeira de avaliação psicológica,


a ser entregue no departamento de psicologia com fins
avaliativos, sob orientação do docente: Edgar Manuel

Interpretação dos resultados na vertente qualitativa e Quantitativa


Modelos de interpretação dos resultados e dos intrumentos
(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2024
3

Índice
Objetivo Geral: .......................................................................................................................... 4
Objetivos Específicos: ............................................................................................................... 4
Interpretação de Resultados na Vertente Qualitativa ................................................................ 5
Características da Abordagem Qualitativa: ............................................................................... 5
Desafios na Interpretação Qualitativa de Resultados: ............................................................... 5
Complexidade da análise de dados qualitativos. ....................................................................... 5
Objetivo da análise qualitativa .................................................................................................. 5
Características da análise qualitativa......................................................................................... 6
Objetivação do fenômeno.......................................................................................................... 6
Necessidade de rigor e imparcialidade na interpretação ........................................................... 6
Rigor na Revisão por Pares ....................................................................................................... 6
Rigor na Linguagem .................................................................................................................. 6
Rigor na Análise de Dados ........................................................................................................ 6
Rigor na Ética ............................................................................................................................ 6
Rigor na Tomada de Decisões ................................................................................................... 7
Métodos de Interpretação em Pesquisa Qualitativa: ................................................................. 7
Análise de conteúdo .................................................................................................................. 7
Análise de Conteúdo: princípios e fundamentos ....................................................................... 7
Pré-análise ................................................................................................................................. 8
A análise do material ................................................................................................................. 8
Tratamento dos resultados obtidos e interpretação ................................................................... 9
Comparações constantes e amostragem teórica ........................................................................ 9
Análise de discurso. .................................................................................................................. 9
Hermenêutica .......................................................................................................................... 10
Interpretação de Resultados na Vertente Quantitativa ............................................................ 10
Características da Abordagem Quantitativa ............................................................................ 10
Definição de pesquisa quantitativa .......................................................................................... 10
Pesquisa Exploratória .............................................................................................................. 10
Pesquisa Descritiva ................................................................................................................. 10
Pesquisa Explicativa................................................................................................................ 11
Ênfase em dados numéricos e mensuráveis. ........................................................................... 11
Objetividade e generalização. ................................................................................................. 11
Desafios na Interpretação Quantitativa de Resultados: ........................................................... 11
Compreensão das técnicas estatísticas .................................................................................... 11
Principais Técnicas Estatísticas ............................................................................................... 12
Análise Descritiva ................................................................................................................... 12
Análise Inferencial .................................................................................................................. 12
Análise de Variância ............................................................................................................... 12
Amostragem ............................................................................................................................ 12
Garantia da validade e confiabilidade dos resultados. ............................................................ 12
Conclusão ................................................................................................................................ 17
Referências .............................................................................................................................. 18
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Introdução
A interpretação dos resultados em pesquisas, tanto na vertente quantitativa quanto na
qualitativa, desempenha um papel fundamental no processo de análise e compreensão
dos dados coletados. Enquanto a pesquisa quantitativa se concentra em números,
estatísticas e medidas para investigar relações e padrões, a pesquisa qualitativa busca
compreender fenômenos complexos por meio de narrativas, observações detalhadas e
insights contextuais.
A análise e interpretação dos resultados são etapas cruciais que permitem aos
pesquisadores extrair significados, identificar tendências e compreender a profundidade
dos fenômenos estudados. Nesta página, exploraremos os principais aspectos da
interpretação de dados em ambas as abordagens, destacando suas características
distintas e os desafios associados a cada uma delas.

Objetivo Geral:
 Explorar e compreender os processos de interpretação de resultados na pesquisa,
tanto na vertente quantitativa quanto na qualitativa, visando fornecer uma visão
abrangente e aprofundada sobre esse aspecto fundamental do método científico.

Objetivos Específicos:
 Analisar as diferenças entre os métodos de interpretação de resultados em
pesquisas quantitativas e qualitativas.
 Discutir as técnicas e estratégias utilizadas na interpretação de dados
quantitativos, incluindo análise estatística e visualização de dados.
 Explorar as abordagens de interpretação de dados qualitativos, como análise de
conteúdo, codificação temática e triangulação.
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Interpretação de Resultados na Vertente Qualitativa


A análise de dados qualitativos é um processo sistemático de examinar e interpretar
dados coletados por meio de métodos de pesquisa qualitativa, como entrevistas,
observação, grupos focais e análise de documentos. Ao contrário dos dados
quantitativos, que são expressos em números e podem ser analisados por meio de
estatísticas, os dados qualitativos são descritivos e envolvem a compreensão e
interpretação de significados subjacentes.

Características da Abordagem Qualitativa:


As características gerais da pesquisa qualitativa são: foco na interpretação e não na
quantificação; ênfase na subjetividade; o processo de pesquisa é flexível; maior
interesse pelo processo do que pelos resultados; o pesquisador exerce influência sobre a
situação de pesquisa e também é influenciado por ela; é um método indutivo; a amostra
é geralmente pequena; a análise dos dados é interpretativa e descritiva; os resultados são
situacionais e limitados ao contexto (SYMON; CASSELL, 2012; ALVES-MAZZOTTI;
GEWANDSZNAJDER, 2005; GODOY, 1995; HANCOCK, 2002). Os principais tipos
de abordagens qualitativas são a Fenomenologia, a Etnografia, a Teoria Fundamentada
em Dados, os Estudos de Caso, a Pesquisa-ação e a Pesquisa Histórica (HANCOCK,
2002; VERGARA, 2005). Para a coleta dos dados qualitativos destacam-se os seguintes
métodos: entrevistas individuais, focus groups e observação (HANCOCK, 2002).

Desafios na Interpretação Qualitativa de Resultados:


O desafio maior reside, sem dúvidas, no trabalho de síntese e análise dessas
informações, em saber distinguir entre o que é e o que não é relevante para o trabalho
em curso.

Complexidade da análise de dados qualitativos.


A análise qualitativa não se preocupa com a quantidade das coisas. Ou seja, não faz
mensuração, nem medidas numérica das coisas.
Em razão da natureza subjetiva das variáveis qualitativas, os resultados de uma análise
qualitativa não podem ser apresentados através de recursos estatísticos, mas através de
relatórios que dão ênfase aos pontos de vistas dos dados — em geral, o ponto de vista
das pessoas entrevistadas.
Dessa forma, não é possível fazer uma análise de dados qualitativa através de uma
simples tabulação de dados quantificáveis. Afinal de contas, os resultados jamais serão
números exatos.

Objetivo da análise qualitativa


De forma geral, o objetivo central da análise qualitativa é produzir informações
profundas e ilustrativas do objeto de estudo da pesquisa. Independente do tamanho da
amostra — pode ser pequena ou grande, o que importa é que a análise seja capaz de
produzir novas informações e responder o problema de pesquisa.
A pesquisa qualitativa preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem
ser quantificados. Por isso, o foco é na compreensão e na explicação da dinâmica das
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relações sociais. Isso quer dizer que ela é capaz de identificar e analisar dados que não
podem ser mensurados numericamente.

Características da análise qualitativa


Sendo assim, conforme explicam Tatiana Engel Gerhardt e Denise Tolfo Silveira (2009,
p. 33), as características da análise qualitativa dos dados são:

Objetivação do fenômeno
Hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, precisão das relações
entre o global e o local em fenômenos específicos;

Necessidade de rigor e imparcialidade na interpretação


A interpretação dos resultados é uma etapa crucial em qualquer pesquisa ou estudo. O
rigor na interpretação dos resultados envolve a análise cuidadosa dos dados, a
identificação de padrões ou tendências, a consideração de possíveis explicações
alternativas e a elaboração de conclusões embasadas em evidências. É importante evitar
interpretações precipitadas ou tendenciosas, buscando sempre uma análise imparcial e
fundamentada nos dados coletados.

Rigor na Revisão por Pares


A revisão por pares é um processo fundamental para garantir o rigor e a qualidade dos
trabalhos científicos. Nesse processo, especialistas na área avaliam o trabalho de outros
pesquisadores, verificando a consistência dos métodos utilizados, a validade dos
resultados obtidos e a relevância das conclusões apresentadas. A revisão por pares
contribui para a filtragem e a seleção dos trabalhos mais relevantes e confiáveis,
aumentando a credibilidade da produção científica.

Rigor na Linguagem
O rigor na linguagem é fundamental para garantir a clareza e a precisão na
comunicação. Na produção de textos científicos, acadêmicos ou técnicos, é importante
utilizar uma linguagem objetiva, precisa e adequada ao público-alvo. Isso envolve a
definição clara dos termos utilizados, a organização lógica das ideias, a utilização de
referências bibliográficas adequadas e a revisão cuidadosa do texto para evitar erros
gramaticais ou de estilo.

Rigor na Análise de Dados


A análise de dados é uma etapa crucial em qualquer pesquisa ou estudo. O rigor na
análise de dados envolve a utilização de técnicas estatísticas adequadas, a verificação da
consistência e da validade dos dados, a consideração de possíveis vieses ou erros e a
interpretação cuidadosa dos resultados. É importante utilizar métodos confiáveis e
reconhecidos, garantindo a precisão e a confiabilidade dos resultados obtidos.

Rigor na Ética
O rigor ético é fundamental em qualquer área do conhecimento. Isso envolve o respeito
aos princípios éticos, como a honestidade, a imparcialidade, a transparência e o respeito
aos direitos humanos. Na pesquisa científica, por exemplo, é necessário obter o
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consentimento informado dos participantes, preservar a confidencialidade dos dados e


garantir a integridade dos sujeitos envolvidos. O rigor ético contribui para a
credibilidade e a validade dos estudos e das pesquisas.

Rigor na Tomada de Decisões


O rigor na tomada de decisões é fundamental para garantir a eficácia e a eficiência das
ações. Isso envolve a análise cuidadosa das informações disponíveis, a consideração de
diferentes alternativas, a avaliação dos riscos e benefícios envolvidos e a escolha da
melhor opção com base em critérios objetivos. O rigor na tomada de decisões contribui
para evitar erros, minimizar prejuízos e alcançar resultados satisfatórios.

Métodos de Interpretação em Pesquisa Qualitativa:

Análise de conteúdo
A Análise de Conteúdo tem um significado especial no campo das investigações sociais
e “[...] constitui-se em bem mais do que uma simples técnica de análise de dados,
representando uma abordagem metodológica com características e possibilidades
próprias”, defende Moraes (1999, p. 2).
Ainda segundo Moraes (1999, p. 2), a Análise de Conteúdo constitui uma metodologia
de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda sorte de
comunicações. “Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou
quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus
significados num nível que vai além de uma leitura comum”.
A Análise de Conteúdo é um método que pode ser aplicado tanto na pesquisa
quantitativa como na investigação qualitativa, mas com aplicação diferente, afirma
Triviños (1987), podendo ainda ser aplicada na versão quali-quantitativa de pesquisa,
usando a abordagem qualitativa, mas com o emprego de dados estatísticos.
Segundo Bardin (1977), a matéria-prima da análise de conteúdo pode constituir-se de
qualquer material oriundo de comunicação verbal ou não verbal, tais como:
• Material escrito como: agendas, diários, cartas, respostas a questionários,
a testes, jornais, livros, anúncios publicitários, panfletos, cartazes, textos
jurídicos, literatura, comunicações escritas trocadas dentro de uma
empresa.
• Oral como: entrevistas, exposições, discursos.
• Icônico: sinais, grafismos, imagens, fotografias, filmes, pintura, etc.
• Outros códigos semióticos (isto é, tudo o que não sendo linguístico, pode
ser portador de significações): música, dança, vestuário, posturas, gestos,
comportamentos diversos, tais como os ritos e as regras de cortesia, arte,
mitos, estereótipos.

Análise de Conteúdo: princípios e fundamentos


As diferentes fases da Análise de Conteúdo, segundo Bardin (1977), organizam-se em
torno de três polos cronológicos: a pré-análise; a análise do material; o tratamento dos
resultados, a inferência e a interpretação. Contudo, não há fronteiras nítidas entre a
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coleta das informações, o início do processo de análise e a interpretação. Isso ilustra


bem o aspecto de vai e vem citado pela autora nesse processo de pesquisa.

Pré-análise
Geralmente, esta primeira fase possui três missões: a escolha dos documentos a serem
submetidos à análise (corpus), a formulação das hipóteses e dos objetivos e a elaboração
de indicadores que fundamentem a interpretação final.
a) A escolha dos documentos. A primeira tarefa do analista é a leitura de todos os
materiais a analisar para decidir quais deles, efetivamente, estão de acordo com
os objetivos da pesquisa. Nem todos os documentos selecionados inicialmente
farão parte da amostra.
b) A formulação das hipóteses e dos objetivos. Uma hipótese é uma afirmação
provisória que o pesquisador se propõe a verificar, recorrendo aos
procedimentos de análise. Trata-se de uma suposição cuja origem é a intuição e
que permanece em suspenso enquanto não for submetida à prova. Quanto aos
objetivos, sua explicitação clara ajuda a delimitar os dados efetivamente
significativos para uma determinada pesquisa.
c) A referenciação dos índices e a elaboração de indicadores. Se se considerarem
os textos como uma manifestação contendo índices que a análise vai fazer falar,
o trabalho preparatório será o da escolha destes, em função das hipóteses, e sua
organização sistemática em indicadores.
d) A preparação do material. Antes da análise propriamente dita, o material reunido
deve ser preparado. Por exemplo: as entrevistas gravadas são transcritas para o
papel, as respostas a questões abertas são anotadas em fichas, etc.

A análise do material
É o momento de tratar o material coletado na fase anterior, transformando-o em dados
passíveis de serem analisados, através de operações de codificação. O processo de
codificação dos materiais implica o estabelecimento de um código que possibilite
identificar rapidamente cada elemento da amostra recortada para pesquisa. Este código
poderá ser constituído de números e/ou letras ou qualquer outra forma de representação
que o analista quiser criar em seu referencial de codificação. Para Bauer (2008),
Para o processo de codificação, é necessário escolher as unidades de registro e de
contexto (conforme o caso), as regras de contagem dos elementos e as categorias. A
elaboração do referencial de codificação também segue algumas regras
a) A unidade de registo. É a unidade de significação a codificar e corresponde ao
segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a
categorização e a contagem frequencial. A unidade de registo pode ser de
natureza e de dimensões muito variáveis. Segundo Moraes (1999, p. 5).
b) A unidade de contexto. Quando existe ambiguidade na referenciação do sentido
dos elementos codificados (unidades de registro), necessário é que se definam
unidades de contexto (próximo ou longínquo), superiores à unidade de registro,
as quais permitem compreender o sentido verdadeiro dos itens obtidos, repondo-
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os no seu contexto. Isto pode, por exemplo, ser a frase para a palavra e o
parágrafo para o tema.
c) Regras de enumeração.
• A presença (ou ausência) de determinados elementos ou unidades de registro
(palavras, temas ou outras unidades) pode ser representada por letras (a, b, c, d).
• A frequência simples (quantidade de aparições) das unidades de registro no
material pesquisado, pode ser representada por números (0, 1, 2, 3).

Tratamento dos resultados obtidos e interpretação


O processo de análise do material pesquisado resulta na enumeração e na sistematização
das características de seus elementos. Como resultado do processo de descrição é
produzido um texto síntese para cada uma das categorias, de modo a expressar o
conjunto de significados presentes nas diversas unidades de análise. Feito isso, é hora de
interpretar, ou seja, conceder significação nova a estas características. Bardin (1977)
esclarece que a interpretação proposta pelo método de Análise de Conteúdo consiste em
descobrir por detrás do discurso aparente geralmente simbólico e polissêmico, um
sentido não explícito. E isso exige grande esforço de interpretação do analista.
Na pesquisa qualitativa a interpretação assume lugar especial. É o momento de
confrontação entre teoria fundante, objetivos, hipóteses e achados da pesquisa (os
indicadores), a fim de proceder inferências e redigir sínteses interpretativas. Nesse
processo de interpretação dos resultados obtidos pode-se recorrer às operações
estatísticas como prova de validação, conforme o tipo de estudo e a natureza do material
analisado.

Comparações constantes e amostragem teórica


Dois aspectos da Teoria Fundamentada são centrais para se alcançar a formação de
teorias substantivas: a comparação constante e a amostragem teórica. A comparação
perpassa todo o processo de teorização interligando a coleta de dados [amostragem
teórica], com a análise [codificação e categorização] e a formulação da teoria [redação
da teoria] (Pinto & Santos, 2012). Na comparação incidente por incidente, cada
incidente é comparado com outro em busca de suas propriedades e dimensões para que
ele seja agrupado em uma categoria. Pode-se comparar enunciados dentro de uma
mesma entrevista ou entre entrevistas distintas, ou se pode comparar sequencialmente os
enunciados, como por exemplo, enunciado das primeiras entrevista com enunciados das
últimas entrevistas, ou enunciados de eventos em períodos distintos (Charmaz, 2009).

Análise de discurso.
Análise do discurso é um campo da linguística e da comunicação especializado em
analisar o uso das línguas naturais, particularmente a maneira como ocorrem as
construções ideológicas em um texto. É frequentemente utilizada para analisar textos
da mídia e as ideologias que os produzem. Em algumas de suas vertentes, a análise do
discurso é proposta a partir da filosofia materialista, que põe em questão a prática
das ciências humanas e a divisão do trabalho intelectual.
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Hermenêutica
Hermenêutica é uma palavra com origem grega e significa a arte ou técnica de
interpretar e explicar um texto ou discurso. Segundo a filosofia, a hermenêutica aborda
duas vertentes: a epistemológica, com a interpretação de textos e a ontológica, que
remete para a interpretação de uma realidade. Etimologicamente, a palavra está
relacionada com o deus grego Hermes, que era um dos deuses da oratória.

Interpretação de Resultados na Vertente Quantitativa

Características da Abordagem Quantitativa


 Tem como caracteristica medir (mensurar através de dados numéricos) algo;
 Não há espaço para ambiguidades;
 Análise de respostas objetivas (dados numéricos, por exemplo);
 Uso de questionários de múltipla escolha, entrevistas individuais, etc;
 Métodos de coleta inflexível e previamente estruturados;
 Pesquisador-observador (não pode interferir nos resultados);
 Resultados apresentados em gráficos, tabelas e índices (menos espaço para
interpretações subjetivas).

Definição de pesquisa quantitativa


A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza a quantificação nas
modalidades de coleta de informações e no seu tratamento, mediante técnicas
estatísticas, tais como percentual, média, desvio-padrão, coeficiente de correlação,
análise de regressão, entre outros. (MICHEL, 2005). Frequentemente são utilizadas,
quando se necessita garantir a precisão dos resultados, evitando distorções de análise de
interpretação e possibilitando uma margem de segurança quanto às inferências, ou seja,
é projetada para gerar medidas precisas e confiáveis que permitam uma análise
estatística. Normalmente implica a construção de inquéritos por questionário, onde são
contatadas muitas pessoas. Também são chamadas de pesquisas fechadas, talvez pelo
formato em que os dados são coletados: quantificáveis e fechados.
Existem diferentes formas para o pesquisador aprofundar-se em um estudo conforme o
objeto e objetivos; objeto é aquilo que estamos estudando e objetivo é aonde
pretendemos chegar com o estudo, de acordo com Silva (2004). Portanto, é
imprescindível que existam diversos tipos e modalidades de pesquisa.

Pesquisa Exploratória
Primeiro passo de todo trabalho científico. Objetiva proporcionar maior familiaridade
com o problema (fenômeno a ser investigado), com vista a torná-lo mais explícito ou
construir hipóteses.

Pesquisa Descritiva
Procura observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos
(variáveis) sem que o pesquisador interfira neles ou os manipule.
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Pesquisa Explicativa
Além de registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados, tem como
preocupação fundamental identificar os fatores determinantes ou que contribuem para a
ocorrência dos fenômenos (causas). Tem como objetivo principal identificar os fatores
que contribuem para a ocorrência dos fenômenos ou aqueles que os determinam.

Ênfase em dados numéricos e mensuráveis.


Em estatística, uma variável é um atributo mensurável que tipicamente varia entre
indivíduos de uma população. As variáveis podem ser classificadas em quantitativas e
qualitativas.
As variáveis quantitativas se caracterizam por ser numericamente mensuráveis, como
idade, altura, peso. Estas podem contínuas quando assumem valores pertencentes a um
intervalo de números reais como, por exemplo, estatura e peso. Mas podem também ser
do tipo discreta, cujos possíveis valores formam um conjunto finito ou enumerável de
números e que resultam frequentemente de uma contagem como, por exemplo, número
de filhos, número de cigarros fumados por dia.
As variáveis qualitativas estão associadas a qualidades ou atributos do indivíduo
pesquisado e não podem ser mensuráveis numericamente. As variáveis qualitativas
podem ser do tipo nominal, para a qual não permite nenhuma ordenação nas possíveis
realizações como, por exemplo, cor dos olhos, local de nascimento. Já a variável
qualitativa do tipo ordinal caracteriza-se por permitir ordenação, como classe social,
grau de escolaridade.

Objetividade e generalização.
A generalização é um elemento fundamental dentro da Lógica (o ramo da Filosofia que
estuda os princípios da demonstração e inferência válida) e também no caso
da razão humana. Toda inferência dedutiva válida tem como base obrigatória a
generalização. De todas as maneiras, a generalização é um conceito que pode ser
aplicado em diferentes disciplinas.
Ao generalizar, atribuímos a um grupo de coisas que pertencem ao mesmo gênero algo
que já sabemos de alguns de seus indivíduos, nos abstraímos de detalhes particulares ou
das típicas exceções do caso. Por exemplo, em geral, ainda temos um bom clima
durante o outono. Referimo-nos assim ao comum, ao habitual e ao que acontece com
maior frequência.

Desafios na Interpretação Quantitativa de Resultados:

Compreensão das técnicas estatísticas


Técnicas estatísticas são métodos e procedimentos utilizados para coletar, organizar,
analisar e interpretar dados, com o objetivo de obter informações relevantes e tomar
decisões embasadas em evidências. A estatística é uma disciplina fundamental em
diversas áreas do c Importância das Técnicas Estatísticas
As técnicas estatísticas desempenham um papel crucial na compreensão e interpretação
dos dados. Elas permitem extrair informações valiosas a partir de conjuntos de dados
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complexos, identificar padrões, tendências e relações entre variáveis, além de fornecer


uma base sólida para a tomada de decisões.

Principais Técnicas Estatísticas


Existem diversas técnicas estatísticas disponíveis, cada uma com sua aplicação
específica. Algumas das principais técnicas incluem.

Análise Descritiva
A análise descritiva é utilizada para descrever e resumir os dados de forma objetiva. Ela
envolve o cálculo de medidas estatísticas, como média, mediana, moda, desvio padrão,
entre outras, que fornecem uma visão geral das características dos dados.

Análise Inferencial
A análise inferencial é utilizada para fazer inferências sobre uma população com base
em uma amostra representativa. Ela envolve a aplicação de técnicas estatísticas, como
testes de hipóteses e intervalos de confiança, para tirar conclusões sobre parâmetros
populacionais desconhecidos.

Análise de Variância
A análise de variância é utilizada para comparar médias de dois ou mais grupos e
determinar se existem diferenças estatisticamente significativas entre eles. Ela é
comumente utilizada em experimentos e estudos comparativos.

Amostragem
A amostragem é utilizada para selecionar uma parte representativa de uma população
maior para análise. Ela envolve a definição de critérios de seleção e a aplicação de
técnicas estatísticas para garantir que a amostra seja representativa e livre de viés.

Garantia da validade e confiabilidade dos resultados.


A confiabilidade - ou fidedignidade - é a capacidade em reproduzir um resultado de
forma consistente no tempo e no espaço, ou a partir de observadores diferentes,
indicando aspectos sobre coerência, precisão, estabilidade, equivalência e
homogeneidade. Trata-se de um dos critérios principais de qualidade de um
instrumento.
Estimativas de confiabilidade são afetadas por diversos aspectos do ambiente de
avaliação (avaliadores, características da amostra, tipo de instrumento, método de
administração) e pelo método estatístico utilizado. Portanto, os resultados de uma
pesquisa utilizando instrumentos de medida só podem ser interpretados quando as
condições de avaliação e a abordagem estatística são apresentadas de maneira clara.
A validade refere-se ao fato de um instrumento medir exatamente o que se propõe a
medir. Ressalta-se que a validade não é uma característica do instrumento e deve ser
determinada com relação a uma questão particular, uma vez que se refere a uma
população definida.
As propriedades de medida - validade e confiabilidade - não são totalmente
independentes. Pesquisadores afirmam que um instrumento não confiável não pode ser
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válido; entretanto, um instrumento confiável pode, às vezes, não ser válido. Dessa
forma, uma confiabilidade elevada não garante a validade de um instrumento.

Metodo de interpretancao de dados


Os tipos de análise de dados mais usados incluem análise descritiva, análise preditiva, e
análise diagnóstica. Cada um desses métodos oferece uma abordagem única para extrair
insights e informações valiosas a partir de dados, auxiliando no desenvolvimento de
estratégias eficazes para a tomada de decisões.
Análise descritiva
Como o próprio nome diz, a análise descritiva é um dos tipos de análise de dados
baseado em fatos. Isso significa que, na prática, este tipo de avaliação de dados é feita a
partir de resultados obtidos. São exemplos de análise de dados descritiva:

 Relatórios;
 Segmentação e controle de clientes;
 Análises de negócio;
 Aplicação de métricas;
 Avaliação de resultados.
Um dos principais usos para a análise descritiva é orientar a construção de estratégias.

Análise preditiva
O mais popular dos tipos de análise de dados é justamente o modelo preditivo. Como o
nome diz, sua essência está na previsão de cenários futuros com base na análise de
padrões revelados pela base de dados. É importante saber que, em uma análise
preditiva, não é possível prever o que vai acontecer, mas sim, o que deve acontecer SE
determinadas condições se cumprirem.

Por exemplo: Suponhamos que sua empresa esteja apreensiva quanto à possível entrada
de um concorrente no mercado. A análise preditiva não será capaz de te dizer se o
concorrente iniciará ou não suas atividades em breve. Em contrapartida, te ajudará a
enxergar o que poderá acontecer SE o concorrente, de fato, entrar no mercado, tomando
como base situações anteriores com contextos semelhantes. Podemos dizer, assim, que
o objetivo da análise preditiva é determinar uma tendência, correlação, causa ou
probabilidade.

Análise prescritiva
A análise prescritiva é o próximo passo após os resultados da avaliação preditiva. Isso
porque uma prescrição é uma recomendação a algo potencialmente previsto. Sendo
assim, a melhor forma de obter uma análise prescritiva é fazendo projeções (predições)
e, então, direcionando esforços para obter o melhor resultado a partir das possibilidades.
Por ser uma análise de dados constantemente mutável (já que está sempre condicionada
a previsões e predições), os modelos analíticos prescritivos são comumente apoiados
por tecnologias como inteligência artificial, machine learning e algoritmos. As
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ferramentas ajudam a fazer sugestões com base em padrões diferenciados e percepções


de objetivos organizacionais, limitações e fatores de influência.

Análise diagnóstica
Aqui está outro tipo de análise de dados concentrada em algo que já aconteceu (assim
como a análise descritiva). A análise diagnóstica, diferentemente da descritiva, tem,
como objetivo, encontrar relações de causa e efeito para compreender um
acontecimento. É claro que estabelecer este tipo de relação baseado em um
acontecimento passado não é tarefa fácil. Por isso mesmo, o processo é baseado em
probabilidades. Conhecer os principais tipos de análise de dados pode ajudar a sua
empresa a dominar as informações-chave do negócio na palma da mão. Lembre-se de
que é possível automatizar tarefas importantes da análise de dados (como a
consolidação de relatórios e a criação de gráficos) com a ajuda das melhores
ferramentas e tecnologias, como é o caso da inteligência artificial (IA).

Instrumental de pesquisa
Em geral, as obras sobre pesquisa científica oferecem esboços práticos que servem de
orientação na montagem dos formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas
de opinião ou de atitudes e outros aspectos, além de dar indicações sobre o tempo e o
material necessários à realização de uma pesquisa.

Ao se falar em organização do material de pesquisa, dois aspectos devem ser apontados:

a) Organização do material para investigação, anteriormente referido.


b) Organização do material de investigação, que seria o arquivamento de idéias,
reflexões e fatos que o investigador vem acumulando no transcurso de sua vida.

Iniciadas as tarefas de investigação, é necessário preparar não só os instrumentos de


observação, mas também o dossier de documentação relativo à pesquisa: pastas,
cadernos, livretos, principalmente fichários.

Lebret (1961:100) indica três tipos de fichários:


a) De pessoas. Visitadas ou entrevistadas ou que se pretende visitar, com alguns
dados essenciais;
b) De documentação. Em que aparecem os documentos já lidos ou a serem
consultados, com as devidas referências;
c) Dos "indivíduos" pesquisados. Ou objetos de pesquisa, vistos em sentido
estatístico: pessoas, famílias, classes sociais, indústrias, comércios, salários,
transportes etc.

Análise e interpretação dos dados


Análise e interpretação são duas atividades distintas, mas estreitamente relacionadas e,
como processo, envolvem duas operações, que serão vistas a seguir.
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Análise (ou explicação). É a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o


fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem ser “estabelecidas em função
de suas propriedades relacionais de causa-feito, produtor-produto, de correlações, de
análise de conteúdo etc. (Trujillo, 1974:178)”.
Em síntese, a elaboração da análise, propriamente dita, é realizada em três níveis:

Interpretação. Verificação das relações entre as variáveis independente e dependente, e


da variável interveniente (anterior à dependente e posterior à independente), a fim de
ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno (variável dependente).

Explicação. Esclarecimento sobre a origem da variável dependente e necessidade de


encontrar a variável antecedente (anterior às variáveis independente e dependente).

Especificação. Explicitação sobre até que ponto as relações entre as variáveis


independente e dependente são válidas (como, onde e quando).

Interpretação. É a atividade intelectual que procura dar um signiftcado mais amplo às


respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Em geral, a interpretação significa a
exposição do verdadeiro signiftcado do material apresentado, em relação aos objetivos
propostos e ao tema. Esclarece não só o signiftcado do material, mas também faz ilações
mais amplas dos dados discutidos.
a) Construção de tipos, modelos, esquemas. Após os procedimentos estatísticos,
realizados com as variáveis, e a determinação de todas as relações permitidas ou
possíveis, de acordo com a hipótese ou problema, é chegado o momento de
utilizar os conhecimentos teóricos, a ftm de obter os resultados previstos.
b) Ligação com a teoria. Esse problema aparece desde o momento inicial da
escolha do tema; é a ordem metodológica e pressupõe uma deftnição em relação
às alternativas disponíveis de interpretação da realidade social.

Para proceder à análise e interpretação dos dados, devem-se levar em consideração dois
aspectos:

a) Planejamento bem elaborado da pesquisa, para facilitar a análise e a


interpretação;
b) Complexidade ou simplicidade das hipóteses ou dos problemas, que requerem
abordagem adequada, mas diferente; a primeira exige mais tempo, mais esforço,
sendo mais difícil sua veriftcação; na segunda, ocorre o contrário.

Representação dos dados: Tabelas, Quadros e Gráficos.


Resumindo, na pesquisa, podem ser utilizadas diferentes formas de apresentar dados:
tabelas, quadros e gráficos. As tabelas são construídas com dados obtidos pelo
pesquisador, enquanto os quadros são elaborados com base em dados secundários. Os
gráficos, por sua vez, são figuras que representam os dados visualmente, facilitando a
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compreensão. Existem diversos tipos de gráficos estatísticos, cada um adequado para


destacar diferentes relações nos dados.

a) Gráficos informativos. Objetivam dar ao público ou ao investigador um


conhecimento da situação real, atual, do problema estudado. Devem ser
feitos com cuidados tais que o desenho impressione bem, tenha algo de
atraente, mas este cuidado artístico não deve ser exagerado a ponto de
prejudicar o observador na apreensão fácil dos dados.
b) Gráficos analíticos (históricos, políticos, geográficos). Seu objetivo, além do
de informar, é fornecer ao pesquisador elementos de interpretação, cálculos,
inferências, previsões.
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Conclusão
A interpretação dos resultados em pesquisas quantitativas e qualitativas demanda
habilidades analíticas e uma compreensão profunda do contexto do estudo. Enquanto a
análise quantitativa busca identificar relações numéricas e padrões estatísticos, a análise
qualitativa busca compreender significados, perspectivas e contextos subjacentes aos
dados.

Integrar abordagens quantitativas e qualitativas pode enriquecer a compreensão global


de um fenômeno ou problema de pesquisa, permitindo uma análise mais abrangente e
fundamentada. Ao interpretar os resultados, é essencial considerar as limitações e os
pontos fortes de cada abordagem, bem como explorar as possíveis complementaridades
entre elas.
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Referências
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