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A lbertina Bualimbo Matusse


Cirilo Aquinurio Benedito Langa
Enia Boavida Quivo
José Chilaule

O conceito da fiabilidade na Avaliação Psicológica:

Curso Liceniatura em Psicologia

Universidade Save
Chongoene
2024
2

Albertina Boalimbo Matusse

Cirilo Aquinurio Benedito Langa

Enia Boavida Quive

José Chilaule

A Fiabilidade na Avaliação Psicológica

Trabalho de pesquisa a ser apresentado ao


Departamento de Escola Superior de Educação e
Psicologia, Curso Licenciatura em Psicologia.

MSc. Alcido Dengo

Universidade Save

Chongoene

2024
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Indices
1.Introdução.....................................................................................................................................4
1.1.Objectivos..................................................................................................................................5
1.1.1.Objectivo geral........................................................................................................................5
1.1.2.Objectivos específicos............................................................................................................5
1.2.Metodologias.............................................................................................................................5
2.Fiabilidade....................................................................................................................................6
2.1.Factores que influenciam a fiabilidade......................................................................................7
2.1.1.Variabilidade da amostra de sujeito........................................................................................8
2.1.2.Comprimento do teste.............................................................................................................9
2.1.3.A formula do Spearmen-Brown..............................................................................................9
2.3. Principais métodos para cálculo de fiabilidade......................................................................10
2.3.1. Métodos de teste reteste.......................................................................................................11
2.3.1.1. Vantagens.........................................................................................................................11
2.3.1.2. Desvantagem.....................................................................................................................11
2.3.2. Método de formas paralelas.................................................................................................11
2.3.2.1. Vantagens.........................................................................................................................11
2.3.2.2. Desvantagens....................................................................................................................12
2.3.3.1Métodos das duas metades..................................................................................................12
2.3.Procedimento Matemático e Estatistico...................................................................................13
2.4. Principais teorias do cálculo da fiabilidade............................................................................15
2.4.1. Teoria clássica dos testes.....................................................................................................15
2.4.2. Teoria de resposta ao item...................................................................................................16
2.4.2.1. Parâmetros da TRI: dificuldade, discriminação e acerto casual.......................................16
2.4.2.2. Pressupostos da TRI: unidimensionalidade e independência local..................................17
2.4.2.3. Modelos de TRI................................................................................................................18
3.Conclusão...................................................................................................................................18
4.Referências bibliográficas..........................................................................................................19
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1.Introdução
O presente trabalho visa debruçar sobre a fiabilidade, os factores que a influencia e os principais
métodos para o calculo da mesma. É um parametro da validade dos testes que, segundo Pasquali
(1998) vem sendo refenciado sob uma série elevada de nomes, a destacar, a confiabilidade, a
fidedignidade, precisão e outros.

A Fiabilidade é a consistência desempenho obtidos pelas mesmas pessoas examinadas pelo


mesmo teste, em diferentes ocasiões ou em diferentes conjuntos de itens equivalentes.

Ela se baseia na consistência e precisão dos resultados do processo de mensuração. Para terem
um certo grau de confiança nos escores, os usuários de teste exigem evidências de que os escores
obtidos seriam consistentes, se os testes fossem repetidos com os mesmos indivíduos ou grupos,
e de que são razoavelmente precisos.

Neste trabalho faz-se uma reflexão em volta… (em que se baseia a reflexão, destacando o facto
de esta ser feita no ambito da psicometria)
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1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo geral
 Compreender fiabilidade na Avaliação Psicológica

1.1.2.Objectivos específicos
 Definir os Principais Métodos para Cálculo de Fiabilidade
 Explicar os Principais Teorias do Cálculo de Fiabilidade
 Descrever os factores que influencia a fiabilidade

1.2.Metodologias
A metodologia define o processo seguido no desenvolvimento da pesquisa. Para LUFT (1991:
420) “ metodologia é o tratado dos métodos, onde o método é a ordem seguida de investigação,
no estudo de persecução de quaisquer objectivos”.

Neste contexto, para a elaboração deste trabalho, recorreu se a: Consultas bibliográficas que
consistiu na leitura e interpretação de diversas de vários autores que sustentam sobre o assunto
em estudo; analise e interpretação que consistiu na análise e compilação da matéria estudada.
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2.Fiabilidade
Fiabilidade é a consistência de escore obtidos pelas mesmas pessoas examinadas pelo mesmo
teste, em diferentes ocasiões ou em diferentes conjuntos de itens equivalentes.

Segundo pasquali, 1998 o parâmetro da fiabilidade dos testes vem referenciado sob uma serie
elevada de nomes. Alguns destes nomes resultam do próprio conceito deste parâmetro, isto é,
eles procuram expressar o que ele de facto representa para o teste. Estes nomes são,
principalmente, precisão, fiabilidade e confiabilidade. Outros nomes deste parâmetro resultam
mais directamente do tipo de técnica utilizada na colecta empírica da informação ou da técnica
estatística utilizada para a análise dos dados empíricos colectados.

 A fiabilidade ou precisão de um teste diz respeito à característica que ele deve possuir, a
saber, a de medir sem erros, donde os nomes, precisão, confiabilidade ou fiabilidade.
Medir sem erros significa que o mesmo teste, medindo os mesmos sujeitos em ocasiões
diferentes, ou testes equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na mesma ocasião,
produzem resultados idênticos, isto é, a correlação entre estas duas medidas deve ser de
1. Entretanto, como o erro esta sempre presente em qualquer medida, esta correlação se
afasta tanto de 1 quanto maior for o erro cometido na medida (Pascoal, 1998).
 Fiabilidade se baseia na consistência e precisão dos resultados do processo de
mensuração. Para terem um certo grau de confiança nos escores, os usuários de teste
exigem evidências de que os escores obtidos seriam consistentes, se os testes fossem
repetidos com os mesmos indivíduos ou grupos, e de que são razoavelmente precisos.
 Enquanto a fiabilidade na mensuração implica consistência e precisão, a falta da
fiabilidade implica inconsistência e imprecisão, ambas resultarem erros de mensuração.
(Susana Urbina 2014)

2.1.Factores que influenciam a fiabilidade


Segundo (PASQUALI, 2011) existediversos factores que influenciam a fiabilidade de um
método. Por exemplo, a pessoasobre a qual se está a efectuar as medições pode ter reações
diferentes de dia para dia. Por outro lado o método pode apenas medir uma parte do fenómeno de
interesse e não servir paracaracterizar de forma global esse fenómeno.
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Alem das características dos próprios itens e do teste há outros factores externos ao conteúdo do
teste que afectam a fidedignidade do mesmo. Dois destes factores são particularmente relevantes
a saber: a variabilidade da amostra e o comprimento do teste. Esta é uma das instâncias
importantes em que se evidenciam diferenças fundamentais entre a psicométria Clássica e a
Teoria da Resposta ao Item (TRI). As características dos itens e do teste em sua totalidade
depende directamente dos sujeitos (amostra) em que elas foram estabelecidas e um item depende
dos outros itens do teste em sua caracterização individual. O item tem essas características e não
outras (dificuldade, discriminação etc.) porque este inserido neste conjunto de itens (testes) se
estivesse em outro conjunto manifestaria características diferentes (teste-dependente)

Existem várias formas de averiguar a fiabilidade de um método (teste ou medição):

 Pode-se repetir exactamente o mesmo teste ou medição sobre os mesmos indivíduos


ecomparar os resultados. Este processo e designado por test-retest.
 Podem-se aplicar dois testes ou medições supostamente equivalentes e comparar os
resultados.
 Podem-se subdividir os testes ou medições em duas partes equivalentes (nem sempre isto
e possível) e examinar a consistência dos resultados nessas duas partes. Este processo
edesignado por split-half reliability.

2.1.1.Variabilidade da amostra de sujeito


Segundo (PASQUALI, 2011) a variabilidade consiste em avaliar as medidas após sua repetição
sobre osmesmos indivíduos. A medida de variabilidade mais utilizada e o desvio padrão. No
entanto, e raro podermos aplicar o mesmo teste ou medição aos mesmos indivíduos repetidas
vezes para podermos obter uma estimativa do desvio padrão. Assim, desenvolveram-se métodos
para obter estas estimativas sem ter que se repetir os testes ou medições sobreo mesmo
indivíduo.

A equação da fiabilidade se baseia na correlação (entre testes paralelos), e a correlação é afectada


pelo tamanho da amostra de sujeito utilizada para seu computo, pois quanto maior e variável
amostra de sujeito, maior será o coeficiente da correlação e consequentemente o índice da
fiabilidade. O coeficiente de fiabilidade de um teste não é fixo, mas varia segundo de diminui a
variabilidade da amostra de sujeito. Aumentando a variabilidade da amostra, aumenta o índice
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para estimar o aumento de fiabilidade. Há fórmulas estatísticas para estimar o aumento deste
índice com o aumento da variabilidade da amostra. Uma das fórmulas se baseia na variância erro
que se supõe ser idêntica nas duas amostras (a de menor variabilidade e a de maior variabilidade)
nas quais o índice de fiabilidade do teste é calculado. Assim segundo a equação 7.4 temos.

S E 1= ST 1 √ 1−r 11

S E 2= ST 2 √ 1−r 22

Mas como SE1=SE2 segue que

ST 1 √ 1−r 11= ST 2 · 22· ·Que Elevando ao quadrado dá

2 2 2 2
S (1-r1I) =S2 ·(1−· 22·).Ou S (1-r 11)= S - S r
T3 T1 T 2 T 2 22

Resolução para r 22 dá

2
s
r 22= T 1
x

2.1.2.Comprimento do teste
Segundo (PASQUALI, 2011) o mais comum consiste no cálculo de coeficientes de fiabilidade a
partir de medições repetidas ou de comparações split-half. Tipicamente, com base em dois
conjuntos de medidas (ou porque o mesmo teste foi aplicado duas vezes sobre o mesmo
individuo ou porque o teste foi dividido em duas partes) calcula-se um coeficiente de correlação
adequado ao tipo de medidas em causa.

Uma medida pode então dizer-se fiável se o desvio padrão for reduzido ou se o coeficientede
fiabilidade (correlação) for elevado.

Também o número de itens do teste afecta a fidedignidade do mesmo. Quando maior número de
itens tiver o teste, maior será seu índice de precisão, pois o erro tende a zero quando o numero se
aproxima do infinito, segundo o famoso teorema de Bemoulli (cf,cap.2).

O aumento da fiabilidade associado ao aumento do tamanho do teste é dado pela fórmula ou


profecia de Spearmen-Brown.
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2.1.3.A formula do Spearmen-Brown


nr tt
r TT = onde
1+(n−1)r tt

r TT : fiabiliidade do teste aumentado

r tt : fiabilidade do teste original

n: numero de vezes em que o teste original foi aumentado.

Por exemplo, no caso do cálculo do coeficiente de precisão pela técnica das duas metades, o teste
original (a metade1)foi aumentado duas vezes, a saber. Metade1+metade2. Neste caso a fórmula
de Spearmen-Brown será:

2 r tt
r TT =
1+ r tt

Um teste de 30 itens foi aplicado a uma amostra de sujeitos e se obteve um coeficiente de


fidedignidade de 0,80. Qual seria este coeficiente se aos 30 itens fossem acrescidos mais 20 itens
paralelos

Resposta

30+20
n= =, 1,670 teste foi aumentado 1,67 vezes. Então
30

1 , 67 ×0 , 80
r TT = =0,87
1+(1 , 67−1)×0 , 80

Assim aumentando o tamanho de teste de 30 para 50 itens, o teste ganha em precisão, passando
esta de 0,80 para 0,87

Nota se que a profecia de Spearmen-Brwn também prediz a queda do coeficiente de fiabilidade


se forem eliminados itens de um teste.

Exemplo

Um teste de 200 itens teve índice de fidedignidade de 0,96. Se tiramos 100 itens, qual será 0
novo índice de precisão?

Resposta
10

200−100
n= =0,50 o teste foi reduzida pela metade. Então,
200

0 ,50 × 0 ,96
r TT = =0,92
1+(0 , 50−1)×0 , 96

Assim a retirada de 100 itens dos 200 originais reduziu o índice de fidedignidade do teste de 0,96
para 0,96.

2.3. Principais métodos para cálculo de fiabilidade


Segundo (PASQUALI, 2009) os principais métodos para o cálculo de fiabilidade são:

Principais métodos para cálculo de fiabilidade


 Método de teste e reteste
 Métodos de formas paralelas
 Métodos das duas metade
 procedimentos matemáticos e Estatísticos do calculo da fiabilidade

2.3.1. Métodos de teste reteste


É a comparação entre resultados obtidos pelos mesmo teste aplicados duas vezes para o mesmo
grupo de indivíduos em momentos diferentes. É calculado pelo coeficiente de pearson

Aplica se o mesmo teste T aos mesmos sujeitos em duas ocasiões diferentes O1 e O2 ecalcular a
correlação rO1O2

2.3.1.1. Vantagens
Há garantia de equivalência (paralelismo) pois aqui se trata de mesmo teste T.

2.3.1.2. Desvantagem
Definir o intervalo ideal de tempo entre o O1 e O2.

É a coexistência das medidas feitas com o mesmo instrumento de medidas em ocasião diferentes.
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2.3.2. Método de formas paralelas


É calculado pelo coeficiente de equivalência aplica se duas formas paralelas de um teste T1e T 2 e
a amostra representativa do sujeito e calcular a correlação r1 e T2.

2.3.2.1. Vantagens
 Bate directamente com o conceito da fidedignidade são testes aplicados numa só ocasião.
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2.3.2.2. Desvantagens
 É difícil conseguir formas perfeitamente paralelas porque mede se o mesmo traço latentes
com itens diferentes.

2.3.3.1Métodos das duas metades

Chamado o coeficiente de fidedignidade de bipartida.

Aplica se um teste representativa;

Dividir o teste T em duas partes equivalentes (itens pares vs impares) primeira e segunda metade
aplica se a correlação de Sperman-brawn.

Vantagens exigem apenas uma aplicação.

 Desvantagens

No caso da técnica das duas metades, a correlação entre os dados das metades deve ser corrigida
através da fórmula de Spearmen-Brown. Esta correlação se impõe dado que a correlação se
baseia somente na metade do tamanho da escala, o comprimento do teste afecta bastante o
coeficiente de precisão (isto será explicitado mais adiante no ponto III). O exemplo da tabela 7-3
ilustra o cálculo da correcção do Spearmen-Brown, onde m1 e m2 são os desvios de M1 e M2
em relação as suas respectivas média.

É difícil garantir equivalência para duas metades.

S M 1=
√ √
∑ m 21 = 183
10
,6
=4,28 M 2=
√ ∑ m 22 =
N
√ 94
10
= 3,07
13

=
∑ m1 m2 = 78
= 0,59
NS1 S2 10 X 4 , 28 X 3 , 07

2.3.Procedimento Matemático e Estatistico


Com tudo foi Cronbach (1951) quem propôs este coeficiente geral que reflecte o grau de co-
variância dos itens entre si, servindo assim de indicador da consistência interna do próprio teste.
Sua fórmula é a seguinte:

2
n
∑S i
∝= (1- )
n−1 2
S
T

Onde

n: número de itens

2
∑ S i ; soma das variâncias dos n itens

2
S ; variância total dos escorres do teste
T

A obtenção do coeficiente alfa demanda o cálculo de três parâmetros: a variância total do teste (S
2 2 2
), a variância de cada item individualmente (S ) e a soma das variâncias destes itens (∑ S ).
T i i
Esta formula deixa entre ver que será maior o índice alfa quando a variância específica de cada
item for pequena e for grande a variância que eles em conjunto produzem. Significa que a soma
das variâncias dos itens individuais se reduz e aumenta a variância que eles têm em comum, que
é aquela que garante a congruência (consistência interna) entre os itens do mesmo teste. Isto
2
significa que, no estremo, toda a variância produzida pelo teste (S ) seria co-variância. O
T
coeficiente alfa vai de 0 a 1, o 0 indicando ausência total de consistência interna dos itens e o 1,
presença de consistência de 100%.
14

2 ∑ 2 14 , 8
S = t = =2,96
T N 5

2
S =0,16+0,24+0,24+0,24+0,24+0,16=1,28
;

n 2 6 1 ,28
∝= (1-∑ s )= (1- )=o,681
n−1 1 6−1 2 ,96

Método estatístico
Há uma serie de técnicas de estimativa de coeficientes de precisão que resultam da analise
estatísticas dos dados de uma única aplicação de um teste a uma amostra representativa de
sujeito. Eles visam verificar a consistência interna do teste através da análise da consistência
interna dos itens, isto é, verificando a congruência que cada item do teste tem com o restante dos
itens do mesmo teste. O caso mais geral deste tipo de análises é o coeficiente alfa de Cronbach,
tendo como casos particulares uma serie de outros coeficientes, tais como o de Rulon, Guttman-
Flanagan e Kuder-Richardson.

O Coeficiente alfa
1=resposta certa, 0=resposta errada; t=T-T

Para efectuar os cálculos acima é preciso computar primeiro a variância de cada item
individualmente. Este calculo esta ilustrada na tabela.

S =∑ =
2 x 2 0 , 80 2 4 1
=0.16 ou S =pq= × =0,16
I N 5 I 5 5
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2.4. Principais teorias do cálculo da fiabilidade

2.4.1. Teoria clássica dos testes


O modelo da TCT, ou modelo linear clássico, foi inicialmente desenvolvido por Spearman
(MUÑIZ, 1994; PASQUALI, 2009) e axiomatizada por Gulliksen (GULLIKSEN, 1950). Alguns
autores também apresentaram um resumo do modelo sistemático do modelo (LORD, 1959;
NOVICK, 1966). Com base nesses autores será apresentado os fundamentos da TCT.

São três os elementos que constituem o postulado fundamental da teoria: ou seja, o escore
empírico é a soma do escore verdadeiro mais o erro, que se define como (GULLIKSEN, 1950):

T = escore bruto ou empírico do sujeito, que é a soma dos escores obtidos no teste;
V = escore verdadeiro, que seria a magnitude real daquilo que o teste quer medir no sujeito e que
seria o próprio T se não houvesse erro de medida e;
E = o erro cometido nesta medida.

É importante ressaltar que o erro de medida está presente em qualquer operação empírica, assim,
o objectivo da TCT é dispor de técnicas estatísticas que visem controlar ou predizer o tamanho
do erro na aplicação dos testes (MUÑIZ, 1994; PASQUALI, 2009). Assim, é razoável assumir
que erro é definido como a diferença entre o escore verdadeiro (a pontuação real do sujeito) e o
escore observado (o escore do sujeito no teste), ou escore empírico (LORD, 1959).

É necessário também destacar que o erro é aleatório, assistemático, isto é, ao realizar várias
vezes o teste, o sujeito obterá diferentes pontuações, e essas pontuações poderão ser maiores ou
menores que a pontuação verdadeira. Portanto, como o erro é um evento casual, sabe-se que a
média do erro é 0 (MUÑIZ, 1994).

São três os pressupostos fundamentais do modelo, dos quais não podem ser empiricamente
comprovados de forma directa (MUÑIZ, 1994). O primeiro suposto diz que a pontuação
verdadeira (V) é a esperança matemática da pontuação empírica (T): V = E(T). Isso significa que
se o teste fosse aplicado infinitas vezes, a pontuação verdadeira seria a média da pontuação
empírica. O segundo suposto diz que não há correlação entre a pontuação verdadeira e os erros
de um teste, ou seja, a correlação é zero: p (V, E) = 0. Não há razões para supor que o tamanho
da pontuação verdadeira está associado ao tamanho do erro, se assim fosse, o erro seria
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sistemático, portanto, controlável. O terceiro suposto assume que os erros em dois testes distintos
não se correlacionam: p (Ej, Ek) = 0. Assim, se os testes são aplicados adequadamente, os erros
serão aleatórios em cada teste.

Outro aspecto importante na TCT é a definição de testes paralelos. Assumindo que é possível
elaborar, diz ser paralelos dois testes que medem a mesma coisa, mas com itens diferentes
(MUÑIZ, 1994): são “tau equivalentes” quando possuem pontuações verdadeiras iguais e com
variância de erro não necessariamente igual e “essencialmente tau equivalentes” quando as
pontuações dos sujeitos são iguais em um e outro teste mais uma constante: V1 = V2 + K.

No modelo de TCT considera-se principalmente dois parâmetros dos itens, a dificuldade e a


discriminação dos itens. Esses dois parâmetros são melhor detalhados na secção a seguir.

2.4.2. Teoria de resposta ao item


A TRI surge no âmbito da psicometria moderna como resposta aos problemas apresentados pela
TCT e como complemento a esta e não como modelo substitutivo (ANDRIOLA, 2009). Esse
modelo trabalha com o traço latente, que é o teta (θ), fenômeno psíquico, como critério a partir
dos itens do teste (variáveis observáveis), assim, a qualidade do teste é determinada em função
dos itens, com isso, ela objectiva construir itens de qualidade (PASQUALI, 2009), possui foco
individualizado nos itens de um teste ou banco de itens (ANDRIOLA, 2009). A TRI sugere que a
probabilidade de acertar o item decorra dos seus parâmetros e do traço latente (ou aptidão) do
indivíduo exigida em um teste (VALLE, 2000). Dessa forma, esse modelo apresenta uma
contribuição importante em relação ao clássico, a possibilidade de comparabilidade dos
resultados de indivíduos de uma mesma população, mesmo que submetidos a itens diferentes
(MUÑIZ, 1990; PASQUALI, 2009; VALLE, 2000).

2.4.2.1. Parâmetros da TRI: dificuldade, discriminação e acerto casual


O primeiro parâmetro a ser considerado no item, talvez o mais importante, é o da dificuldade, em
que é representado pela letra b. Diferentemente da TCT, a TRI o considera na mesma escala do
traço latente, ou seja, do teta (θ). Dessa forma, a dificuldade está relacionada ao nível da teta
necessária para responder o item (LAROS, 2009).
17

O índice de discriminação também é um parâmetro que pode ser considerado nos itens. Ele
informa a capacidade deste em distinguir sujeitos com habilidades (aptidão) distintas, sendo
representado pela letra a. Assim, quanto mais o item consegue diferenciar sujeitos com
magnitudes próximas de habilidade, mais discriminativo ele é (LAROS, 2009).

Outro parâmetro do item considerado é o acerto ao acaso. Refere-se à probabilidade de acertar o


item quando não se tem aptidão suficiente (MUÑIZ, 1990) e é representado pela letra c. Como
este parâmetro se dá em termos de proporção, ele pode variar de 0 a 1. Quanto maior o valor,
maior a probabilidade de os indivíduos acertarem o item ao acaso, dado uma aptidão inferior à
dificuldade do item (MUÑIZ, 1990). O modelo mais comum de TRI aplicado na área de
avaliação educacional apresenta dois pressupostos, a unidimensionalidade e independência local.
Esse pressuposto será descrito com mais detalhes.

2.4.2.2. Pressupostos da TRI: unidimensionalidade e independência local


Ao analisar um conjunto de itens a partir da TRI, estes devem dispor de algumas características
para que ocorra um adequado ajuste do modelo pretendido. São dois, a unidimensionalidade e
independência local. Supõe-se que ao aplicar um teste, ou seja, um conjunto de itens, a
probabilidade de acertá-los dependerá unicamente do traço latente do sujeito, do seu θ (MUÑIZ,
1990). Dessa forma, pressupõe-se que os itens estejam medindo um único traço latente, ou seja,
que sejam unidimensionais. Este pressuposto “[...] é uma proposição teórica parcimoniosa e
elegante, segundo o qual toda a complexidade intrínseca ao ato de resolução de um problema –
de natureza cognitiva ao não – deve-se como causa uma única estrutura latente [...]”
(ANDRIOLA, 2009 p. 327). É importante destacar que, há críticas consideráveis a esse
pressuposto (TAVARES, 2013), em que se aponta inconsistência desse pressuposto com a
realidade, pois é não é difícil considerar que o conhecimento humano é multideterminado,
colocando em dúvidas essa ideia de unidimensionalidade.

Outro pressuposto da TRI é o da independência local. Supõe-se que as respostas a um


determinado item não sejam influenciadas por outros itens, ou seja não estão fortemente
correlacionados. Se existe independência local, a probabilidade de acertar um conjunto de itens é
igual ao produto da probabilidade de acertar cada um destes (MUÑIZ, 1990; PASQUALI, 2009).
18

2.4.2.3. Modelos de TRI


Existem vários modelos de TRI na literatura e, como coloca Vale (2000), esses dependem
fundamentalmente de três factores: a natureza dos itens (dicotômicos ou não), o número de
populações envolvidas e a quantidade de traços latentes medidos (quando mede mais de um
denominam-se modelos multidimensionais). Ressalta a autora que os modelos unidimensionais
para itens dicotômicos são os mais utilizados. Os modelos logísticos mais comuns são
classificados de acordo com os parâmetros utilizados (MUÑIZ, 1990; PASQUALI, 2009;
VALLE, 2000): de um parâmetro: dificuldade; de dois parâmetros: dificuldade e discriminação;
de três parâmetros: dificuldade, discriminação e probabilidade de acerto ao acaso.
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3.Conclusão
Chegado ao fim do nosso trabalho de pesquisa, concluímos que a fiabilidade de um teste diz
respeito à característica que ele deve possuir, a saber, a de medir sem erros, donde os nomes,
precisão, confiabilidade ou fiabilidade. Medir sem erros significa que o mesmo teste, medindo os
mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, ou testes equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na
mesma ocasião, produz resultados idênticos.

Enquanto a fiabilidade na mensuração implica consistência e precisão, a falta da fiabilidade


implica inconsistência e imprecisão, ambas resultarem erros de mensuração

A analise da precisão de um instrumento psicológico que mostrar precisamente o quanto ela se


afasta do ideal da correlação 1, determinando um coeficiente que, quanto mais próximo de 1,
menos erro o teste comete ao ser utilizado.

Em suma, a palavra fiabilidade alem de ser repercussiva, traz consigo um vasta matéria que por
sua vez vem o definindo e explicando sobre os factores que a influencia, também falando dos
principais métodos para o calculo da fiabilidade abrange também o coeficiente correlacional de
Spearman Brown.

4.Referências bibliográficas
Anastasi, A., & Urbina, S. (2000). [Testagem psicológica] (7ª ed.). (M. A. V. Veronese, Trans.).
Porto Alegre: Artmed Editora.
20

Arbuckle, J. L., & Wothke, W. (1995-1999). Amos 4.0 user’s guide. Chicago: SmallWaters
Corporation.
Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis, RJ:
Editora Vozes.
BILLINTON R., "Power System Reliability Evaluation", Gordon and Breach, Science
Publishers, New York, 1970

SMITH, S.A., "Spare Capacity Fixed by Probabilities of Outage", Electrical World, Vol.
103,Fevereiro 1934

CALABRESE, G., "Generating Reserve Capability Determined by the Probability Method

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