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Aula 3

Psicometria Aplicada à Neuropsicologia


Psicóloga clínica
Especialista em Psicopedagogia Profª Dra Juliana F. Cecato
Neuropsicóloga Cepisc HC/FMUSP
cecatojuliana@hotmail.com
Certificação em Neuropsicologia pela Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBNp)
Título de Especialista em Neuropsicologia pelo Conselho Federal de Neuropsicologia (CFP)
Mestrado em Ciências da Saúde
Doutorado em Psicologia educacional (ênfase em Avaliação Psicológica) pela UniFieo
Doutorado em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina de Jundiaí
Pós-doutoranda (FMJ) Frail e Superagers
Professora colaboradora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Jundiaí – FMJ
Professora da Universidade São Francisco (USF)
Cronograma de Aula
Introdução à Neuropsicologia
Fatos Histórico Sexta-feira
Neurociência
Diagnósticos em Neuropsicologia

Sábado
Teste psicológico X Instrumentos
Diagnósticos em Neuropsicologia (Manhã)
Desafios e Atualidades

Psicometria aplicada a Neuropsicologia


Sábado
Exercícios (Tarde)
Didática – Kahoot! “?”

Apresentação de laudo Domingo


QUESTÃO NORTEADORA (Manhã)
https://www.youtube.com/watch?v=DSyJoa4KV6g

O que o teste avalia?


Psicometria e AP

• AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA é um exame do


funcionamento psicológico que envolve a coleta,
avaliação e integração dos resultados dos testes e
de informações colaterais, além de informações
relatadas pelo indivíduo

(APA, AERA & NCME, 2014)


Psicometria e AP

• Testes Psicológicos
• São procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de
comportamentos e respostas de indivíduos com o objetivo de descrever e/ou
mensurar características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente
nas áreas emoção/afeto, cognição/inteligência, motivação, personalidade,
psicomotricidade, atenção, memória, percepção, dentre outras, nas suas mais
diversas formas de expressão, segundo padrões definidos pela construção dos
instrumentos (Urbina, 2007)
• Um teste psicológico tem por objetivo identificar, descrever, qualificar e mensurar
características psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de observação
e descrição do comportamento humano, nas suas diversas formas de expressão,
acordados pela comunidade científica (Resolução 09/2018)
Psicometria e AP

Uma das obrigações profissionais é saber selecionar o(s) teste(s) mais


adequado(s).
Psicometria e AP

“Um estudo realizado por Frizzo, em 2004, sobre as infrações éticas


mais comumente cometidas pelos psicólogos inscritos no Conselho
Regional de Psicologia 08 no período de 1994 a 2003 revelou que as
denúncias com maior frequência (46,15%) se referem ao exercício da
avaliação psicológica. Os motivos alegados nas denúncias envolvem
principalmente as falhas quanto ao uso dos testes aplicados e à
elaboração dos relatórios psicológicos”

(Noronha & Reppold, 2010, p. 198).


Psicometria e AP

Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI)


Grupo de [psicólogos - doutores] especialistas em avaliação e testagem
psicológica que avalia a adequação do material do teste (instrumento + manual).
Avalia somente testes psicológicos.
O parecer pode ser favorável ou desfavorável.
Psicometria e AP

 Lembrar-se de que a avaliação psicológica busca levantar características


psicológicas relevantes, por meio de fontes de natureza diversas (necessário
uso de fontes fundamentais e complementares)

 Responsabilidade do profissional quanto à escolha do teste a ser utilizado


❖Prejuízo para o avaliando
❖Falta ética
Psicometria e AP

 Ter clareza do construto e sua faixa avaliativa (Relevância e Delimitação)


 Do público-alvo
❖Características como faixa etária, nível de escolaridade e outras que sejam
relevantes para o formato do teste
❖Conhecimento da ferramenta (avaliações anteriores)
Psicometria e Neuropsicologia

 A psicometria está presente na Neuropsicologia desde a 2ª GM


 Walther Poppelreuter (neuropsicólogo) – desenvolveu estudos psicométricos
para avaliar os soldados
 Testes de Percepção Visual após lesão cerebral
 Testes ≠ Tarefas

(Bertola, 2019)
Testes ≠ Tarefas

 Testes = constructos que respeitam uma série de critérios PSICOMÉTRICOS


específicos, como validade de constructo e fidedignidade
 Tarefas neuropsicológicas (instrumentos neuropsicológicos) = não tem como
objetivo respeitar esses princípios, MAS SIM avaliar o déficit em funções
específicas usando como base modelos neurocognitivos de processamento de
informação

(Bertola, 2019)
Testes ≠ Tarefas

Testes Tarefas / Instrumentos

WISC-IV Cubos de Corsi


WAIS-III Torre de Londres
WASI Torre de Hanói
SON-R Token Teste
RAVLT 9-hole (Nove pinos)
BPA Stroop Versão Victória
D2 TDR
etc etc
Tarefas

 As tarefas tendem a ser mais simples

 Indicam o déficit o desempenho


SATISFATÓRIO ou INSATISFATÓRIO
(preservado ou comprometido)
Então

Não podemos utilizar essas


tarefas, certo?

ERRADO

Nós podemos utilizar SIMMMM


Podemos utilizar tarefas

 Crescimento exponencial de
Publicações Brasileiras
 Isso é EXCELENTE, pois nos dá mais
segurança para na mensuração das
habilidades
 Podemos utilizar a maneira quali
quanti para avaliar nosso paciente
 Há outras opções para testar as
hipóteses diagnósticas
(Bertola, 2019)
Psicometria e Neuropsicologia

 Testólogo ≠ AVALIADOR

 Muitos profissionais saem da graduação apena “consultador” de tabelas

 É necessário fazer uma associação com do resultado estatístico e as


evidências clínicas  DESAFIO

(Bertola, 2019)
Mensuração e Constructo
Mensuração e Constructo

 Mensuração = Capacidade de medir o comportamento humano, atribuindo


números a processos mentais expressos de forma comportamental

 Em sintonia, esses processos mentais que podem ser quantificáceis são


denominados de CONSTRUCTO

 Constructo se refere a qualquer processo mental que não pode ser


diretamente observado, sendo abstrações mensuradas de forma oficialmente
indireta, como o comportamento
Mensuração e Constructo

A mensuração pode ocorrer em diferentes níveis


 Binárias = dicotomizam o comportamento (EDG), escalas “Sim” e “Não”

 Nominais = mais do que duas categorias (escolaridade, sexo, estado civil, etc) utilizando
números como rótulos

 Ordinais = ordem hierárquica, chamadas de Likert (escalas Beck – BAI, BDI), ranqueamento

 Intervalar = utiliza números para classificar objetivos ou eventos de modo que a distância
entre os números sejam iguais (FDT teste de tempo)

 Razão = oferece o mais alto nível de mensuração, existe um ponto de nulidade (zero absoluto).
Verifica o quando a faceta avaliada estão distantes entre si em relação a determinadas
características (Escore Z)
Estatística Descritiva

 Tem como objetivo descrever como se


comportam os valores de determinada
medida

 População = conjunto de elementos


que refletem o mais próximo possível a
realidade daquela medida

 Amostra = refere-se a um grupo de Amostra é uma subparte da população

elementos retirados da população.


Estatística Descritiva

 Média (M, Mean)

 Desvio padrão (dp e Standard Deviation


[sd]) = é a média dos valores da
diferença entre o valor obtido por cada
pessoa da amostra e média da amostra

 Mediana = valor que está no meio da


amostra

3, 4, 2, 4, 5 (primeiro organizar)

2, 3, 4, 4, 5 (Mediana = 4)
Validação e Fidedignidade
Validação

• Processo de validação = testagem de hipóteses (pesquisa)


• Validação de teorias psicológicas
• Hipóteses – previsões derivadas da teoria
• Verificação empírica
• Confirmação
• Refutação

• Instrumentos → objetivações de teoria psicológica


• Não é uma propriedade “sim” ou “não” (diferentes fontes de evidêncas)
Validação

Refere-se à legitimidade das interpretações que são feitas,


portanto, ao conjunto de evidências favoráveis às
interpretações propostas obtidas em pesquisas destinadas
a testar os pressupostos de tais interpretações
Validação

 Anastasi (1954): “grau que o teste mede o


que se propõe medir”

 Anastasi & Urbina (1997): “a validade de


um teste diz respeito ao ‘o que’ o teste
mede quão bem ele faz isso”
Validação  Tipos Visão Tripartite
Validação  Validade no Conteúdo

 Busca verificar se o instrumento é capaz de representar adequadamente o


constructo teórico que se objetiva avaliar através de seu conteúdo, ou seja,
através dos temas, palavras usadas, formatos dos itens e perguntas incluídas

 Representatividade do conteúdo do teste para o constructo avaliado

 Por experiência de juízes (pessoas com conhecimento e reconhecimento


teórico do constructo

 Exemplo: escalas de humor BAI, BDI

 Exemplo: EDG (ou GDS) https://www.youtube.com/watch?v=TcB_4vyMZOE


Validação  Validade de Critério

 Refere-se à habilidade de o escore no instrumento ser capaz de predizer um


desempenho que é distinto do instrumento

 Critério preditivo: capacidade do resultado de um teste predizer uma variável


externa. Por ex: um teste de inteligência estar relacionado com o desempenho
acadêmico (nota obtidas na escola)

 Critério concorrente: significa que o resultado de um teste permite antever o


resultado em outro instrumento, ou dificuldade cotidiana. Por ex. RAVLT (teste
de memória) e “dificuldade de lembrar onde as coisas são guardadas”
Validação  Validade de Constructo

 Refere-se a consistência do teste e correlações com outras variáveis

 É a capacidade de interpretar que o teste mede o que se objetiva

medir e o quão bem ele o faz com base em outros testes ou

informações externas
Fidedignidade

 Mais comumente conhecida como precisão (ou também confiabilidade)

 Sinônimos = Confiança, Confiabilidade, Precisão, Estabilidade e Consistência Interna

A fidedignidade está relacionada a um dos principais postulados da psicometria


clássica (Teoria Clássica dos Testes – TCT)
A fidedignidade ou a precisão de um teste diz respeito à característica que ele deve possuir, a saber, a de medir sem
erros.
Medir sem erros significa que o mesmo teste, medindo os mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, ou testes
equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na mesma ocasião, produzem resultados idênticos, isto é, a correlação
entre estas duas medidas.
Entretanto, como o erro está sempre presente em qualquer medida, esta correlação se afasta tanto do 1 quanto
maior for o erro cometido na medida. A análise da precisão de um instrumento psicológico quer mostrar
precisamente o quanto ele se afasta do ideal da correlação 1, determinando um coeficiente que, quanto mais
próximo de 1, menos erro o teste comete ao ser utilizado.
Fidedignidade

A fidedignidade (precisão ou confiabilidade) refere-se

 ao grau com que os escores do teste são livres de erros de medida

 A fidedignidade não me diz o que o teste avalia  A fidedignidade me diz se o teste


como um todo está avaliando um mesmo construto ou não

 Erro é tudo aquilo que também está sendo avaliado, mas não deveria (variação não
relacionada ao construto...erro é aleatório e imprevisível)

 Fontes de erro: respondente, teste, modelo subjacente, ambiente, aplicador, correção e


interpretação
Fidedignidade

 Como proceder:
Métodos Erro Avaliado Análises
Por avaliadores Subjetividade dos avaliadores Correlação; Kappa
Estabilidade dos resultados em mais de Correlação (Pearson ou
Teste-reteste uma aplicação (tempo) Spearman)

Correlação (Pearson ou
Formas alternadas Conteúdo dos itens
Spearman)
Homogeneidade do grupo de itens Coeficiente α (de Cronbach);
Consistência interna
Odds Ratio; Curva ROC (AUC)

Correlação (Pearson ou
Metades (split half) Conteúdo dos itens
Spearman)
Fidedignidade

 Há alguma relação entre a fidedignidade e a validade?

 Ter evidências de validade diz pouco a respeito da fidedignidade

 Contudo, a validade depende da fidedignidade

 Primeiro preciso garantir que o instrumento mede um mesmo


construto

 Depois disso é possível verificar qual é o construto medido


Intervalo de Confiança (IC)

 “IBOPE”

 Maneira de informar o profissional que o escore obtido na realização do teste pode não ser
exatamente aquele diante dos erros de mensuração

 Esse intervalo objetiva garantir com base no erro-padrão de mensuração o quanto o escore obtido
pode ser, na verdade, outro valor dentro de um intervalo numérico específico (90% ou 95%)

 Ex: WISC-IV, WAIS-III, WASI

 Por ex. a WISC-IV com QI= 100, terá IC de 90% (96-104) e 95% (95-105), significa que corre um risco
da criança não ter exato QI= 100, mas o teste garante 95% de certeza matemática que o valor estará
entre 95 e 105.

 Assumimos um valor de 5% de estarmos errados! Isso é importante!


Análises estatísticas (SPSS e MedCalc)

Alpha de Cronbach

 Medida de consistência interna

 Teste-reteste = analisa a consistência com o passar do tempo. O índice α


analisa a inconsistência de desempenho através da correlação entre todos os
itens do teste

 Oscilação entre 0,00 e 1,00

 valores mais próximos de 1,00 são os desejados


Análises estatísticas (SPSS e MedCalc)

Correlação

 Pearson – análises paramétricas

 Spearman – análises não paramétricas

 < 0,30 = correlação fraca

 0,30 a 0,60 = correlação moderada

 > 0,70 = correlação robusta (forte) – são os mais desejados

*correlação negativa indica grandezas inversamente proporcionais


https://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/520/277
https://www.scielo.br/pdf/clin/v75/1807-5932-clin-75-e1435.pdf
https://www.scielo.br/pdf/clin/v75/1807-5932-clin-75-e1435.pdf
Psicometria e Neuropsicologia

Análise psicométrica do Z escore e a Tabela Colorida


Psicometria e Neuropsicologia

 Avaliação Neuropsicológica = método para se examinar o encéfalo por meio do estudo


do seu produto comportamental

 A NA envolve o estudo intensivo do comportamento por meio de entrevistas,


questionários e testes normatizados que permitam obter desempenhos relativamente
precisos

 Abordagem Nomotética (medidas gerais) X Abordagem Idiográfica (medida singular)

 Instrumentos Padronizados e Não Padronizados


Distribuição paramétrica (Curva Normal)

 Distribuição paramétrica (normal)


obtidos por uma amostra que
representa (idealmente) uma
população

 Quantos por cento de nós nos


distanciamos da média esperada

QI distribuição normal (paramétrica)


Distribuição não-paramétrica

 Apresentam escores deslocados

 Média e desvio padrão não será

corretamente avaliado

 Utilizamos a Mediana ou o

Percentil
Escore T e Escore Z

 Avalia quantos desvio padrão o indivíduo se

distanciou da média

 Escore Z = fórmula (neuropsicologia)

 Escore T (WASI) = a média é fixada em 50 e

seu desvio padrão em 10 pontos


Z escore

Instrumentos de armazenamento = quanto maior a


pontuação MELHOR
Z escore

Instrumentos quanto MENOR o tempo, MELHOR


Z escore - Classificação
Z escore  Passo a Passo

1º Dominar o teste / instrumento


2º Saber se o teste é de armazenamento ou de tempo
3º Ter em mãos o Artigo ou Livro com dados normativos do teste / instrumento
4º Colocar na Fórmula
5º Obter o resultado do Z escore
6º Com o resultado do Z escore = OLHAR NA TABELA COLORIDA
7º Tabela Colorida
- Coluna = do Z escore
- Linha = olhar a classificação
Exemplo de correção com Z escore

Torre de Londres

 1º pergunta – é um teste de
tempo ou armazenamento?

Quanto maior a pontuação


melhor = Armazenamento
Exemplo de correção com Z escore

Torre de Londres

 Escore do teste = 26

 Paciente, Homem, 68 anos

Z escore = Escore Bruto – Média Padronizada


desvio padrão
(Malloy-Diniz, 2010)
Exemplo de correção com Z escore paciente

Z escore = 26 – 31,53
Torre de Londres
3,281 Artigo
 Escore do teste = 26

Z escore = - 5,53
 Paciente, Homem, 68 anos
3,281

Z escore = Escore Bruto – Média Padronizada Z escore = - 1,68


desvio padrão
O que eu faço com esse resultado????

OLHAR NA TABELA COLORIDA


Z escore - Classificação

Z escore = - 1,68
Percentil = 5
Classificação Limítrofe
Exemplo de interpretação

Em tarefa com 12 problemas que envolve planejamento e organização, Sr João


apresenta desempenho insatisfatório (Percentil= 5), obtendo classificação
Limítrofe.

Com esse resultado permite-se inferir que o paciente poderá ter dificuldades em
realizar tarefas do dia a dia que envolvam habilidades de funções executivas
(planejamento e organização).
Exemplo 2 de correção com Z escore

Torre de Londres

 Escore do teste = 32

 Paciente, Mulher, 75 anos

Z escore = Escore Bruto – Média Padronizada


desvio padrão
Exemplo 2 de correção com Z escore paciente

Z escore = 32 – 30,73
Torre de Londres
3,125 Artigo
 Escore do teste = 32

Z escore = 1,27
 Paciente, Mulher, 72 anos
3,125

Z escore = Escore Bruto – Média Padronizada Z escore = 0,40


desvio padrão
O que eu faço com esse resultado????

OLHAR NA TABELA COLORIDA


Z escore = 0,40
Percentil = 65
Classificação Média
Exemplo de interpretação

Em tarefa com 12 problemas que envolve planejamento e organização, Dona Maria


apresenta desempenho satisfatório (Percentil= 65), obtendo classificação Média.

Com esse resultado pode-se interpretar que a paciente possui condições satisfatória
para realizar atividades que envolvem planejamento e organização de elementos
em seu dia a dia.
Exercício

Kleber, sexo masculino, 12 anos. Realizou a tarefa denominada Torre de Hanói em


15 segundos.
Pergunta-se:

1. Qual o valor do Z escore?

2. Qual o Percentil e
Classificação?

3. Como interpretaria esse


resultado?
Exercício 2
Adriano, 19 anos, sexo masculino e cursando o 3º ano do Ensino Médio, é encaminhado para
avaliação neuropsicológica para investigação de déficit intelectual. Está em acompanhamento por
equipe multiprofissional desde que nasceu. Em sua última avaliação psicológica apresentou os
seguintes resultados pela Escala Wechsler para Crianças (WISC-III): QI verbal médio; QI execução
limítrofe; QI Total limítrofe; Índice de Compreensão Verbal médio inferior; Índice de Organização
Perceptual limítrofe; Índice de Resistência a Distração médio. Quando cursava o Ensino
Fundamental fez uso de Ritalina® e apresentou melhora educacional. Atualmente, Adriano
realizada atividades de vida diária simplificadas e atividades mais complexas consegue fazer com
auxílio. Apresenta algumas dificuldades fonológicas (pronúncia de palavras). Segundo a mãe, se
relaciona bem com a família e com amigos. Os estudos por meio remoto têm sido realizados sem
prejuízo.
Ao ser submetido pelo teste de compreensão e linguagem, Token Teste, obteve resultado igual a 22
pontos, tendo sido observado prejuízos na parte 5 e 6 do teste.
Assinale a alternativa que apresenta a interpretação desse resultado, tendo como base a Média
esperada para a idade 30 pontos (desvio padrão igual a 4,37).
A. Adriano apresenta Z escore = -1,83, o que corresponde a um Percentil = 3, obtendo classificação
limítrofe. Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão de tarefas
complexas

B. Adriano apresenta Z escore = 1,83, o que corresponde a um Percentil = 96, obtendo classificação
superior. Pode-se inferir que o paciente apresenta preservação em linguagem e compreensão de
tarefas complexas

C. Adriano apresenta Z escore = -2,83, o que corresponde a um Percentil <1, obtendo classificação
deficitária. Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão de
tarefas complexas

D. Adriano apresenta Z escore = -0,66, o que corresponde a um Percentil = 25, obtendo classificação
média. Pode-se inferir que o paciente apresenta preservação em linguagem e compreensão de tarefas
complexas

E. Adriano apresenta Z escore = 0,65, o que corresponde a um Percentil = 74, obtendo classificação
média. Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão de tarefas
complexas
Exercício 3
Renata, 50 anos, sexo feminino, casa e com 2 filhas, é levada para avaliação neuropsicológica
por familiares que se queixam de desânimo e tristeza. Paciente apresenta esquecimentos
marcantes para fatos recentes, com dificuldade de compreensão de situações rotineiras
persistentes. A paciente sempre foi muito ativa e decidida em suas opiniões e hoje está
apática. Há relatos recentes de alucinações visuais. Há alguns meses, foi internada em
instituição para tratamento psiquiátrico. Ao ter alta da clínica, recebeu o diagnóstico da CID F
33.2.
Ao ser submetida ao teste Torre de Londres, o qual avalia planejamento e organização, obteve
um escore de 25 pontos. A média esperada para a idade é de 28 pontos, sendo o desvio
padrão igual a 2,46.
Assinale a alternativa que expressa a interpretação do caso.
A. Renata apresenta um Z escore = -1,21, o que corresponde a um Percentil = 11, obtendo classificação média
inferior. Pode-se inferir que o quadro depressivo pode ter exercido influência no desempenho das funções
cognitivas

B. Renata apresenta um Z escore = 1,21, o que corresponde a um Percentil = 88, obtendo classificação média
superior. Pode-se inferir que o quadro depressivo não afetou o desempenho das funções cognitivas

C. Renata apresenta um Z escore = -2,20, o que corresponde a um Percentil = 1, obtendo classificação


deficitária. Pode-se inferir que o quadro depressivo pode ter exercido influência no desempenho das funções
cognitivas

D. Renata apresenta um Z escore = 2,20, o que corresponde a um Percentil = 98, obtendo classificação muito
superior. Pode-se inferir que o quadro depressivo não afetou o desempenho das funções cognitivas

E. Renata apresenta um Z escore = -0,66, o que corresponde a um Percentil = 25, obtendo classificação média.
Pode-se inferir que o quadro depressivo pode ter exercido influência no desempenho das funções cognitivas
Exercício 4

Sr Mario, 79 anos, sexo masculino, despachante (ainda atuante), é encaminhado para


avaliação neuropsicológica devido ao Trauma Cranioencefálico por conta de uma queda no
início do ano de 2020. Paciente ficou vários dias internado. Fazendo uso de colete cervical,
mesmo após a alta do hospital. O motivo foi o “movimento de chicote que o pescoço fez por
conta da pancada violenta no chão” (sic). Sempre foi muito ativo, em casa e no trabalho. Mas
mesmo um pouco antes da queda, Sr Mario estava apresentando esquecimentos,
enrijecimento da musculatura e arrastando os pés. Chegou a apresentar quedas. O que
chamou a atenção da família foi o paciente se perder no meio das conversas, e o próprio
paciente se queixa de “perder o fio da meada” (sic). Atualmente tem apresentado apatia, com
humor flutuante. Mora na casa com a esposa e uma filha.
Ao ser submetido pelo teste de compreensão e linguagem, Token Teste, obteve resultado
igual a 34 pontos. Assinale a alternativa que apresenta a interpretação desse resultado, tendo
como base a Média esperada para a idade 30 pontos (desvio padrão igual a 2,2).
A. Sr Mario apresenta Z escore = 1,81, o que corresponde a um Percentil = 96, obtendo classificação superior.
Pode-se inferir que o paciente apresenta linguagem e compreensão preservado, não sendo afetado pelo
trauma

B. Sr Mario apresenta Z escore = -1,81, o que corresponde a um Percentil = 3, obtendo classificação limítrofe.
Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão, sendo afetado pelo trauma

C. Sr Mario apresenta Z escore = 0,69, o que corresponde a um Percentil = 75, obtendo classificação média
superior. Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão, sendo afetado pelo
trauma

D. Sr Mario apresenta Z escore = -0,66, o que corresponde a um Percentil = 25, obtendo classificação média.
Pode-se inferir que o paciente apresenta linguagem e compreensão preservado, não sendo afetado pelo
trauma

E. Sr Mario apresenta Z escore = 0,65, o que corresponde a um Percentil = 74, obtendo classificação média.
Pode-se inferir que o paciente apresenta prejuízo em linguagem e compreensão de tarefas complexas
Referências e Bibliografia complementar

• Bertola, L. (2019). Psicometria e estatística aplicadas à neuropsicologia clinica. Pearson

• Carvalho, L. F., & Ambiel, R. A. M. (2017). Critérios para escolha de testes psicológicos. Em M. R. C. Lins & J.
C. Borsa (Orgs.), Avaliação Psicológica: aspectos teóricos e práticos (pp. 101-113). Petrópolis: Vozes.

• Conselho Federal de Psicologia (2018). Resolução 009/2018. Retirado em 21/07/2018, no World Wide Web:
http://satepsi.cfp.org.br/docs/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n%C2%BA-09-2018-com-anexo.pdf

• Fuentes D, Malloy-Diniz LF, Camargo CHP, Cosenza RM. Neuropsicologia: teoria e prática. 2ª edição.
Capítulo “Fundamento da Psicometria”. 2014, Cap. 5, pág. 67.
• Nakano, T. C. (2013). Problemas apresentados pelos instrumentos com parecer desfavorável no SATEPSI.
Avaliação Psicológica, 12(2), 121-130.

• Noronha, A. P. P., & Reppold, C. T. (2010). Considerações sobre a avaliação Psicológica no Brasil. Psicologia:
ciência e profissão, 30(núm. esp.), 192-201.
Vamos a Surpresa???

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