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ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA

AULA INAUGURAL
NEUROPSICOLOGIA

Profa. Dra. Larissa Zeggio Perez Figueredo


Psicóloga, Mestre em Ciências da Saúde - Psicobiologia, Doutora em Neurociências, com pós doutorado em Ciências da Cognição (UNIFESP)
email: neuropsicologia@censupeg.com.br FB: Larissa Zeggio
ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA

PLANEJAMENTO

I – Apresentação e organização do curso

II – Introdução à neuropsicologia (bases conceituais, atuação profissional e história)

III – Estatística e Psicometria (fundamentos para avaliação neuropsicológica)


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
O QUE É UM TESTE

TESTE é um
instrumento para
realizar medidas, para
quantificar uma
observação.

As medidas podem ser


quantitativas ou
qualitativas (classes,
que mostram que algo
está dentro, acima ou
abaixo de um certo
nível esperado)
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
O QUE É UM TESTE PSICOMÉTRICO

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.

Psicometria é uma área da psicologia que está relacionada com o desenho,


administração e interpretação de testes quantitativos que avaliam variáveis psicológicas
como inteligência, habilidades e traços de personalidade.
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
O QUE É UM TESTE PSICOMÉTRICO

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.

1) Características ou atributos
psicológicos:

- habilidade cognitivas:
habilidades verbais, pensamento lógico,
numeracia, memória, etc. (mais de 20
habilidades cognitivas identificadas)

- Personalidade e/ou padrões de


comportamentos. Semelhanças e diferenças – pensamento lógico
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
O QUE É UM TESTE PSICOMÉTRICO

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.

1) Características ou atributos
psicológicos:

- habilidade cognitivas:
habilidades verbais, pensamento lógico,
habilidade numérica, memória, etc. (mais
de 20 habilidades cognitivas identificadas)

- Personalidade e/ou comportamentos.


Padrões de comportamento – personalidade
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
O QUE É UM TESTE PSICOMÉTRICO

“A maioria dos Testes Psicométricos é um questionário, mas nem todo questionário é


um Teste Psicométrico. “

Porquê
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.

2) Apresenta propriedades psicométricas

a) Confiabilidade (realiability):
homegeneidade de um instrumento, isto é, sua
capacidade de reproduzir o mesmo padrão de
resultados mesmo que em diferentes condições
(consistência [grupo semelhante de participantes]
/ teste-reteste [estabilidade ao longo do tempo]
/inter-observadores [equivalência])
// coeficiente 0 – 1 (1=100%)
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.

2) Apresenta propriedades psicométricas

b) Validade (validity):
Instrumento é considerado válido quando de fato
mede o que se propõe – construto (teoria), o
conteúdo e/ou o critério (precisão do que mede)
// graus de concordância
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

TESTE PSICOMÉTRICO é um instrumento para realizar medidas psicológicas


(características ou atributos psicológicos de um sujeito) e que apresenta propriedades
psicométricas.
2) Apresenta propriedades psicométricas

c) Pontos de referência (reference points/norms):


Conjunto de normas de um determinado
instrumento que orientam se os resultados
observados estão dentro, acima ou abaixo do
esperado.
- Diferente de medidas físicas, não há escala
com mínimo e máximo de medidas, ou
unidades objetivas de divisão do atributo CDR – Clincial Demential Rating
psicológico.
Ex.: diferença entre graus célsius e inteligência
- Continuum (média)
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PONTOS DE REFERÊNCIA - NORMAS


- não há escala com mínimo e máximo de
medidas, ou unidades objetivas de divisão
do atributo psicológico, portanto, se utiliza
os dados médios da população e se supõe
uma curva normal de distribuição.

CDR – Clincial Demential Rating


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Portanto...

Precisamos conhecer um pouco de bioestatística básica


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

As normas dos INSTRUMENTOS são obtidas por meio de estatística inferencial


(amostras) e são organizadas por meio de tabelas descritivas dos dados da população.
Dados organizados em medidas de tendência central E medidas de dispersão.
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Medidas de tendência central E medidas de dispersão.


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

A variância de uma variável aleatória é uma medida


da sua dispersão estatística, indicando quão longe
em geral os seus valores se encontram do valor
esperado.
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Ele mostra o quanto de variação ou "dispersão" existe em


relação à média (ou valor esperado). Um baixo desvio padrão
indica que os dados tendem a estar próximos da média; um
desvio padrão alto indica que os dados estão espalhados por
uma gama de valores.

O desvio padrão define-se como a raiz quadrada da variância.


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Conhecendo a curva normal e as medidas básicas de tendência central (média) e


dispersão (desvio padrão) QUASE já podemos olhar as normas...

Precisamos entender:
1) O que é um escore padronizado (standard score)

2) Como transformá-lo num padrão Z-score (normalização dos dados / standardizing-


normalizing)

3) Como compará-lo com as normas existentes para cada teste.


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

3) Calcular Z-score
1) Dados do teste 4) Converter para a escala específica
(desempenho do paciente) 5) Comparar o paciente com a
população

2) Encontrar as tabelas adequadas


de normas para o teste
(e critérios de organização: idade,
escolaridade, gênero, etc)
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

1) Dados do teste (desempenho do paciente) = X

2) Encontrar as tabelas adequadas de normas para o teste (e critérios de organização: idade, escolaridade, gênero, etc)
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

3) Calcular Z-score (a partir dos dados do paciente e tabelas (média e desvio padrão) do teste específico para aquele perfil
de paciente (idade, gênero, escolaridade, etc)

DICA DE OURO: O Z-score pode ser positivo ou


negativo, dependendo do que o teste mede.
Ex: No Trail Making Test (envolve tempo de
resolução da tarefa) quanto mais rápido, melhor. Z-score
ENTÃO mude o sinal do Z-score a partir da análise Padrão de organização na curva normal:
qualitativa do teste/desempenho do paciente. Média = 0
DP = 1
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

3) Calcular Z-score (a partir dos dados do paciente e tabelas (média e desvio padrão) do teste específico para aquele perfil
de paciente (idade, gênero, escolaridade, etc)

Dados do meu paciente: 8 segundos no Trail Making Test


Média da população (idade): 10 segundos
Desvio Padrão (idade): 2 segundos
(obs: dados falsos apenas para facilitar as contas na explicação!!!!!)

DICA DE OURO: O Z-score pode ser positivo ou


negativo, dependendo do que o teste mede.
Z = 8 – 10 Z=-2 Z=+2
Ex: No Trail Making Test (envolve tempo de
--------
resolução da tarefa) quanto mais rápido, melhor.
2
ENTÃO mude o sinal do Z-score a partir da análise
qualitativa do teste/desempenho do paciente.
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

4) Converter para a escala específica


(a partir do Z-escore, olhar na tabela de
transformação para fazer a conversão em
percentil, T-score, etc.)

Standard Score: Resultado do teste (ex. QI)

Scale Score: Média 10, DP 3, Range 1—19

T-Score: Média 50, DP 10, Range 20 –- 80

Percentil: Média 50%, DP 34, Range 1 - 100


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

4) Converter para a escala específica


(a partir do Z-escore, olhar na tabela de
transformação para fazer a conversão em
percentil, T-score, etc.) exemplo
Z=+2

Standard Score: Resultado do teste (ex. QI)

Scale Score: Média 10, DP 3, Range 1—19

T-Score: Média 50, DP 10, Range 20 –- 80

Percentil: Média 50%, DP 34, Range 1 - 100


III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DOS DADOS DE UM PACIENTE EM UM DETERMINADO


TESTE E SUA COMPARAÇÃO COM A POPULAÇÃO (NORMALIZAÇÃO) 5 ETAPAS

5) Comparar o paciente com a população

exemplo
Z=+2
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Exemplos para treinar

1) Em um teste de velocidade de resposta, Juliana, 16 anos, completou o teste em 20 segundos. As normas dizem que
a média para mulheres entre 13 e 17 anos é de 18 segundos com DP de 2. Qual é o Z-score e o que o resultado
significa?

Z= 20-18/2 = 1 MAS ela foi MAIS LENTA que a média, então o Z score deve ser NEGATIVO = -1
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Exemplos para treinar

2) No teste de Stroop (1) Ana, 30 anos, teve um tempo de 10 segundos. O que o resultado significa?
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Exemplos para treinar

2) No teste de Stroop Ana, 30 anos, teve um tempo de 10 segundos. O que o resultado significa?

Z= 10-11,4/1,68 = 0,67 E ele foi MELHOR que a média, então o Z score deve ser POSITIVO = +0,67
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Exemplos para treinar

3) No teste de Nomeação de Boston, João, 48 anos, com primário completo teve um total de acertos de 50. O que o
resultado significa?
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA

Exemplos para treinar

3) No teste de Nomeação de Boston, João, 48 anos, com primário completo, teve um total de acertos de 50. O que o
resultado significa?

Z= 50-50,3/13,8 = 0,021 MAS ele foi PIOR que a média, então o Z score deve ser NEGATIVO = -0,02
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
Validação Psicométrica no Brasil – onde consultar
EXEMPLO: TESTES DE ATENÇÃO
EXEMPLO: BATERIAS NEUROPSICOLÓGICAS

BATERIA COMPLETA PARA


AVALIAÇÃO BREVE DAS
FUNÇÕES MENTAIS
(12 anos em diante)
RESUMINDO...
- OS TESTES NEUROPSICOLÓGICOS PODEM SER QUANTITATIVOS
(validados) OU QUALITATIVOS (exploratórios)

-TESTES NEUROPSICOLÓGICOS SE APRESENTAM COMO AUXILIARES NA


AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

-A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PERMEIA TODAS AS ETAPAS DO


TRABALHO DO NEUROPSICÓLOGO (do diagnóstico até o acompanhamento
pós intervenção)

-A NEUROPSICOLOGIA SE UTILIZA DE TESTES NEUROPSICOLÓGICOS


PARA FACILITAR A CORRELÇÃO ANATOMO (sistêmica) – FUNCIONAL DA
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES MENTAIS.
III – ESTATÍSTICA E PSICOMETRIA
CURVA NORMAL

Curva normal é...

Conceitos básicos:
- Média
- Mediana
- Desvio Padrão

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