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Psicometria e medida

em Psicologia.
ProfªDra Luciana Gaudio
Testes

•Instrumentos que produzem resultados


confiáveis, portanto:
1. Os testes precisam ter embasamento
cientifico;
2. Os testes precisam ser apropriadamente
utilizados.
Questionamento Inicial

•Por que há preocupação em “medir” na


psicologia?
•É necessário construir dados objetivos,
científicos, sobre os fenômenos observados
e a observação em Psicologia sempre está
sujeita ao viés do observador = Problemas
de imprecisão e dificuldades de consenso
• Faz-se então necessária a descrição precisa
desses fenômenos
Como descrever dados de
modo preciso em Psicologia
se:
• NÃO É POSSÍVEL ACESSAR DE MODO DIRETO OS
OBJETOS DE ESTUDO EM PSICOLOGIA: Inteligência,
Personalidade, Depressão, Estresse, Cognição,
Padrões de relacionamento, Modos de
funcionamento afetivo, etc.

• A DESCRIÇÃO EM PSICOLOGIA NÃO É EXATAMENTE


CORRELATO DA REALIDADE – viés do avaliador /
visão instrumentalista
Construto designa em
ciência um conceito
teórico não observável
diretamente. Exemplos
de construtos são
personalidade, amor,
medo. Tais conceitos são
usados na linguagem
comum, mas para se
tornarem um construto
científico necessitam de
uma definição clara e de
um embasamento
empírico
• A UNIFORMIDADE EXIGIDA NA PRECISÃO DA
MEDIDA NÃO É NATURALMENTE ENCONTRADA NOS
FENÔMENOS HUMANOS – Cada situação humana é
multideterminada por múltiplas variáveis.

• CHANCES DE ERRO - Devem ser identificadas e


controladas na medida do possível.
PSICOMETRIA
(Erthal)

GRANDE
DESAFIO

Conjunto de técnicas que


permite a quantificação
dos fenômenos
psicológicos;
PSICOMETRIA

• ENTENDE-SE POR PSICOMETRIA O PROCESSO DE


QUANTIFICAÇÃO EM PSICOLOGIA
• A PSICOMETRIA DESENVOLVE UMA SÉRIE DE TÉCNICAS QUE
PERMITEM A QUANTIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS
• A PSICOMETRIA TENTA OPERACIONALIZAR NO CAMPO DA
CIÊNCIA OS CONSTRUTOS (em ciência um conceito teórico
não observável) QUE A PSICOLOGIA TENTA ESTUDAR
• É OBJETIVO DA PSICOMETRIA APLICAR MÉTODOS
CIENTÍFICOS NO ESTUDO DO COMPORTAMENTO HUMANO
Mensuração e Medida

• Medir: atribuir magnitudes a certa propriedade de um objeto ou


classe de objetos, de acordo com regras preestabelecidas e com a
ajuda do sistema numérico;
• Resultado: sempre numérico e não frases descritivas;

• QUANTITATIVO
• Apresenta-se em unidades relativamente constantes (Ex: quando
não existia o metro se usava: Jarda, palmo, pé...)
• A medida é relativa (por não dispor de um ponto 0 como a física) –
não existe um ponto 0 para inteligência embora exista um ponto 0
para a variável distância;
Definições Importantes!
Símbolo Representa o atributo medido (número, letra,
palavra...)
Objeto Elemento para o qual a mensuração se dirige
(Psicologia: pessoas, animais)
Atributo Característica do objeto aferida pela
mensuração (inteligência, atitude, atenção...)
Instrumento Meio utilizado para medir o atributo do objeto
(teste, entrevista...)
Regras Formulações que indicam os procedimentos
para a atribuição de símbolos aos atributos dos
objetos (atribuição de percentil em um teste
de inteligência de acordo com o número de
pontos atingidos)
Situação-Padrão Controle de variáveis que podem interferir no
resultado da mensuração (instrução
padronizadas de aplicação de um teste)
Outras definições

ESCORE- resultado
RESULTADO BRUTO- Resultado ainda não transformado em
percentis
DESVIO PADRAO- margem de erro da pontuação daquele teste
PONTE DE CORTE- Média daquele teste
CONTRUCTO- Ideia a ser medida, algo que não é palpável

MENSURAR: Medir, determinar uma medida, atribuir magnitude - Em


nossa área atribuímos um significado para nosso resultado,
mensuramos o fenômeno. Atribuímos magnitude a um objeto de
acordo com certas regras, sistema numérico.
Mensuração

• Diferença da mensuração nas ciências Exatas e nas Ciências


Sociais;
• Nas ciências exatas há uma grande exatidão;
• Na Psicologia: o que se mede é uma variável psicológica
definida como uma característica que cada individuo possui
em diferentes níveis, geralmente não se trata de algo
sempre observável;
• No processo de mensuração pode haver:
1. Contaminação de variáveis do próprio sujeito (fadiga) –
2. Fatores situacionais (variáveis na aplicação).
Mensuração

• O objetivo da Psicometria é aplicar métodos científicos no


estudo do comportamento humano.

• Para isso, devemos descrever precisamente (utilizando


instrumentos confiáveis) as circunstâncias em que ocorre
determinado comportamento;

• Os testes fornecem apenas uma situação padronizada que


permite elucidar alguns comportamentos manifestos;
Mensuração

• Manifestações do comportamento são variáveis –


problema (pois são reações passíveis de mudanças)

• “Cabe ao psicólogo , ao utilizar técnicas de medida,


conhecer suas limitações, sabendo ser impossível
abranger a totalidade de cada um dos fenômenos
psicológicos. Deve entender que, sendo esses
fenômenos demasiadamente complexos, esse objetivo
dificilmente será alcançado. Portanto, é seu dever usar
instrumentos adequados e interpretá-los com
prudência, de modo a minimizar o erro da medida e,
paralelamente, obter o grau de discriminação desejado
(ERTHAL, p. 23)
Funções da medida continua

• 1- Quantificação: a medida permite uma descrição


precisa do fenômeno. Considerando que tudo o que
existe , existe em certa quantidade, uma descrição
que inclua uma referência à extensão com que o
fenômeno se mostra é uma descrição mais completa
e precisa, pois permite também, compará-lo com
outros.
• 2- Comunicação: a medida permite uma melhor
comunicação porque condensa informações é mais
precisa e objetiva; (Ex: ao dizer que a medida de uma mesa é de
três metros, não precisa dizer que ela é grande, pois isto já está
implícito, pois foge do padrão existente).
Funções da medida

• 3- Padronização: assegura a equivalência entre


objetos com características diversas; (Ex: o uso do
percentil permite a formalização na expressão dos
resultados de um teste - ocorre uma unificação da
linguagem, facilitando a comunicação).
• 4- Objetividade: permite classificações com menor
ambiguidade. (Ex. ao se empregar em uma pesquisa
a expressão “idoso” no lugar de seu corresponde
numérico relacionado a idade, a descrição torna-se
cientificamente mais ambígua).
Percentil

• Um percentil indica a posição relativa do individuo na


amostra de padronização. Indica o quanto por cento de
pessoas da amostra apresenta resultados inferiores ao
considerado.
• Quando dizemos que uma pessoa alcançou em um teste
de aptidão o percentil de 85, estamos indicando que ela
ocupa uma posição no grupo que deixa abaixo de si 85%
dos componentes da amostra que serviu de norma para o
teste (o que significa que 15% dos componentes da
mesma amostra alcançaram resultados superiores ao do
individuo).
Tipos de Medida
• Dois tipos de Medida: fundamental e derivada.
• Fundamental:

• O que é característico nessa medida é que o objeto utilizado para medir


(instrumento/mensurante) possui a mesma propriedade que se quer
medir no objeto a medir (mensurado).
• Ex: o Comprimento: é medido pelo metro, que se constitui por um
composto de unidades-base de comprimento e vai medir nada mais
nada menos que comprimento do mensurado, isto é, o mensurante
possui a mesma propriedade que vai medir no mensurado: O
COMPRIMENTO!!

• As características dos objetos mensurados através deste padrão são


chamadas de extensivas.
Qual a medida do fenômeno
psicológico?
• É em geral do tipo derivada, e é por isso necessário
estabelecer os indícios associados a essas medidas;

• Por exemplo: Como medir o grau de satisfação de um


grupo?

• A frequência e a rapidez com que o êxito é alcançado no


desempenho de uma tarefa pelo grupo, podem ser um índice
adequado para uma medida derivada relativa ao grau de
satisfação do grupo.
Matemática X Mensuração

• Mensuração é ligada ao mundo real, a legitimidade de um


sistema de medida se fundamenta empiricamente.
Quantificamos atributos ou variáveis de objetos reais e
utilizamos a linguagem do sistema matemático;

• A matemática possui vocabulário ilimitado, seus sistemas


são dedutivos (regras usadas para manipulação de
símbolos);
Propriedades dos números
empregados na medida:
• 3 Propriedades: Identidade/ Ordem / Aditividade
• 1) Identidade: esta propriedade define o conceito de igualdade, isto é
um número é idêntico a si mesmo e somente a si mesmo.
• 3 axiomas que expressam a relação igual a:
• são verdades inquestionáveis universalmente válidas;
• Reflexibilidade: se a= a; a ≠ b (1 = 1; 1≠ 2). Os números ou são
idênticos ou são diferentes;
• Simetria: se a=b logo b=a (1a=1b; 1b=1a);
• Transitividade: a=b e b=c então a=c. Duas coisas iguais a uma terceira
são iguais entre si.
Propriedades dos números
empregados na medida:
2) Ordem: Refere-se a desigualdade dos números. Todo
número é diferente do outro, não somente em qualidade,
mas em magnitude, assim um número é maior que o outro
exceto no caso de igualdade.
3 axiomas:

1. Assimetria: se a > b, então b ≠ a. A ordem dos termos não


pode ser invertida. O a é maior que b (diferença de
grandeza);
2. Transitividade: se a > b, e b > c, então a > c;
3. Conectividade: ou a > b ou b > a. Somente uma das duas
pode ser verdadeira, ou a é maior que b ou o contrário;
Propriedades dos números
empregados na medida:
• 3) Aditividade
• Números podem ser somados de modo que a soma de dois
números, exceto o 0, produz um outro número diferente deles
próprios. (4+3=7)
• Dois axiomas:
• 1) Comutatividade: a + b é idêntico a b+a. A ordem dos termos não
altera o resultado da soma;
• 2) Associatividade: (a+b)+ c é igual a a+(b+c). A ordem de
associação ou combinação dos termos não altera o resultado;
Escalas de Medidas

• Vimos que a mensuração em Psicologia nem sempre é precisa:


observa-se o comportamento/conduta e mede-se
indiretamente o traço desejado.
• Mensurar é atribuir símbolos (numéricos, nominais) aos
objetos e suas características seguindo determinadas regras.
• As escalas de medida estabelecem regras de correlação entre
os objetos medidos e os números a eles atribuídos.
• Cada tipo de escala contém restrições/normas/métodos
estatísticos próprios – por isso se propõem a diferentes níveis
de medida.
Escalas de Medidas

• S. S Stevens (1946) elaborou um esquema para classificar


diferentes níveis de medida: Ordenadas de acordo com seu
nível de refinamento, temos as escalas: NOMINAL, ORDINAL,
INTERVALAR E DE RAZÃO.
• De acordo com a definição de mensuração, as regras pelas
quais os números são atribuídos a objetos constituem o
critério básico que define cada escala.
• O mais alto nível da escala requer maior especificidade de
regras.
Escalas de Medidas
• Se as categorias de objetos assumem algum tipo de
ordenação, elas são denominadas de ORDINAIS, por
exemplo, classe social (baixa, média, alta), nível de
instrução (analfabeto, Ensino Fundamental, Ensino Médio
e Ensino Superior), gosto pela Matemática (não gosto,
gosto pouco, gosto mais ou menos, gosto muito) e assim
por diante.
• Se as categorias não tem ordenações são denominadas de
NOMINAIS, como, por exemplo, gênero (masculino,
feminino), disciplina preferida (Português, Matemática,
Educação Física, etc), tipos de medo (imaginário, real),
entre outros.
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS

• Os valores associados a cada variável podem ser


classificados em escalas de medida, expressando a
qualidade ou quantidade dos dados.

• A ESCALA NOMINAL atribui números às categorias apenas


para identificá-las e esses números não têm significado
quantitativo, como, por exemplo: 1 para “Feminino” e 2
para “Masculino”; Estado Civil: 1 “Solteiro” 2 “Casado” 3
“Viúvo”
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS
• A ESCALA ORDINAL atribui números às categorias
indicando apenas a ordem, com o sentido de “mais que,
maior que”; ou “menos que, menor que”, por exemplo:
1 para “Criança”; 2 para “Adolescente”, e 3 para
“Adulto”.
• As escalas ordinais fornecem o lugar em que cada
objeto se encontra com referência a alguma
característica – Busca estabelecer gradações entre os
fenômenos. Exemplo: Ao primeiro colocado atribui-se
1, ao segundo 2, ao terceiro 3. Embora a diferença
aritmética entre eles seja 1, não se pode dizer que a
diferença entre a velocidade dos corredores seja igual.
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS

• Os testes de inteligência, personalidade, atitudes e


aptidão são basicamente ordinais, pois fornecem a
posição numa ordenação de resultados.
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS

• Escala intervalar: processo de atribuição de símbolos


numéricos que expressam não somente a ordem, como
tamanho e diferença relativa entre as categorias na
característica da medida.

• A ESCALA INTERVALAR tem as características de uma


escala ordinal, e as distâncias ou diferenças entre
quaisquer dois números na escala têm significado.
Podemos afirmar que uma medida é igual, maior ou menor
e quantificar o valor dessa diferença.
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS
• Ex: Pode-se afirmar que um Escore T 70 é duas
vezes superior ao rendimento de outro que no
teste alcançou Escore 35, mas não podemos dizer
que o escore de um é o dobro ou metade do
outro, porque os intervalos entre cada número e
o seguinte são iguais mas não sabemos em que
ponto eles estão distantes do zero.
• Na psicologia não temos zero absoluto como nas
ciências exatas.
• As relações são entre os intervalos e não entre a
quantidade do atributo.
ESCALAS DE MEDIDA DAS VARIÁVEIS
A ESCALA DE RAZÃO tem todas as características
da escala intervalar e tem ponto zero verdadeiro.
Peso, altura, área, distância, quantidade de
dinheiro. No caso da altura, por exemplo, se ela
for medida em centímetros (cm), 0 cm é a origem
e 1 cm é a unidade de medida. Um indivíduo com
90cm é duas vezes mais alto do que um indivíduo
com 45 cm, e esta relação contínua vale se
usarmos 1m como unidade
Não é utilizada em psicologia, pois o zero
absoluto não é passível de demonstração quando
se toma em conta os fenômenos psicológicos.
MENSURAR / AVALIAR FENÔMENOS
PSICOLÓGICO
• Como medir o estresse em trabalhadores? Ex. Frequência e tempo
que levam para apresentar sinais relativos a condição de estresse.
• Como mensurar a existência de uma prática parental positiva dos
pais no cuidado dos filhos? Avaliar magnitude/frequência com que
desempenham práticas reconhecidas pela ciência como positivas e
negativas.
• As escalas de medida possibilitam regras para estabelecer relações
entre os números e os atributos medidos.
DE VOLTA À PSICOMETRIA
•Vimos que a Psicometria é o ramo da
Psicologia que se preocupa com a
quantificação dos fenômenos psicológicos.
•A Psicometria é um dos modelos do uso dos
números para descrever os fenômenos que a
psicologia estuda.

• Para isso assume todos os modelos da


mensuração explicitados anteriormente.
PSICOMETRIA

• TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES: Preocupa-se em explicar as respostas


dadas pelos sujeitos a uma série de tarefas (chamada itens). Ex: O
escore total de um teste de aptidão com 30 itens seria o total dos
itens respondidos corretamente, o sujeito responde corretamente à
20 itens aos quais se atribui 1 ponto, então o escore total é 20. A TCT
busca explicar o que significa 20 para aquele sujeito.
• TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM: Procura explicar o significado do
valor alcançado pelo sujeito em cada um dos itens que compõe o
teste. Quer saber qual a probabilidade do sujeito responder
corretamente ao item e quais os fatores que afetam essa
probabilidade.
A questão do Erro na medida

• As fontes de erro na medida são múltiplas, mas podem ser reduzidas


a duas fontes principais:

1. Erros devidos ao próprio método da ciência (observação);

2. Erros devido a amostragem (a partir dos resultados obtidos na


amostra, generaliza-se para toda a população da qual a amostra
foi tirada).
Normatização e Padronização dos Testes:

Quando referimos a padronização de um determinado teste estamos falando da


uniformidade em todos os procedimentos no uso de um teste válido e preciso, isso
quer dizer que todos os aplicadores daquele teste devem seguir os mesmos
procedimentos para que se possa melhor avaliar o objeto escolhido. Assim faz
necessário a normatização de um teste, para sua aplicação. Dentro da psicometria
temos alguns autores que ressaltam a importância de distinguir esses dois termos.

Padronização é a uniformidade da APLICAÇÃO dos teste.


Normatização é a uniformidade na INTERPRETAÇÃO dos escores do teste.

Os testes psicométricos devem satisfazer pelo menos dois requisitos


básicos para que possam rodar no mercado psicológico, são eles:
Fidedignidade e Validade.
FIDEDIGINIDADE
• FIDEDIGNIDADE
• OU PRECISAO, CONFIABILIDADE OU CONSISTÊNCIA INTERNA

• Propriedades Psicométricas de um Instrumento Psicológico (conhecido


comumente como teste), que é definida como a estabilidade com que
os escores (os resultados obtidos) dos testandos conservam-se em
diferentes aplicações alternativas de um teste ou em formas
equivalentes de testes distintos.

• É também definida como a capacidade de medir com a menor taxa de


erro possível, o valor real do construto ou característica psicológica em
questão. Os diversos nomes existentes desse parâmetro, resultam
diretamente do tipo de técnica utilizada na coleta dos dados e, da
análise estatística que será utilizada para avaliá-lo, tais como análise de
consistência interna (Alfa de Cronbach ou Kuder-Richardson), Formas
Paralelas (Ou Alternadas), Teste Reteste (Estabilidade Temporal), Duas
metades e Fidedignidade do Avaliador.
Técnicas para Avaliação da Precisão (fidedIgnidade)

Existem cinco principais forma de avaliação da Fidedignidade de um


instrumento, estas que tem como base, o uso de duas técnicas estatísticas
para a estimação do chamado Coeficiente de Fidedignidade, que são a
correlação simples e as técnicas alfa (Cronbach e Kuder-Richardson).

•Fidedignidade Teste-Reteste
O conceito base desta forma de avaliação, consiste na aplicação do
instrumento em dois períodos de tempo distintos com a amostra normativa e
verificando o nível de correlação entre os escores obtidos, verificando se há
flutuação nesses resultados. Possuindo vantagens relativas a equivalência
(pois se trata do mesmo instrumento), sendo bastante intuitiva. Possui como
desvantagem, a dificuldade de definir o intervalo de tempo específico entre as
aplicações.
•Formas Paralelas
Este procedimento parte do principio da utilização e aplicação de duas forma
distintas do mesmo instrumento (mesma quantidade de itens, mesmo formato,
mesma quantidade de alternativas falsas ou certas, dificuldade e etc.) que
avalia um construto especifico e, aplicar as duas formas com a amostra
designada. Ao final da aplicação e obtenção dos escores, faz-se uma análise
de correlação entre os escores de ambas as partes, em que resultados acima
de 0,80 indicam um bom índice de fidedignidade.
•Duas Metades
A avaliação por duas metades, consiste em separar o teste em duas partes e
calcular o nível de correlação entre elas. Esta divisão deve ser feita de forma
harmônica entre ambas as partes (itens pares vs ímpares, 1ª ou segunda metades e
etc.).
•Avaliação por Consistência Interna
Estes procedimentos se baseiam na análise da congruência que cada item do teste
tem com os restantes itens do mesmo teste. Tendo como principio básico, se um
teste fosse dividido em todas as suas possibilidades, obter-se-ia um coeficiente de
correlação entre cada divisão, se, então calcularmos a média de todos esse
coeficientes, se obterá o coeficiente alfa[5]. Outro tipo de avaliação por consistência
interna, é o alfa de Kuder-Richardson, que é utilizado em testes com itens
dicotômicos (sim ou não, concordo ou discordo e etc).
•Fidedignidade do Avaliador (ou juízes)
Este último tipo de avaliação, consiste na correlação dos escores dados por dois
especialistas em um formulário de avaliação do instrumento, em um esquema de
validação por pares. Posteriormente, verifica-se o nível de correlação entre os
escores dados pelos avaliadores. Esta é mais comumente utilizada em instrumentos
projetivos e como uma avaliação complementar as anteriores.
VALIDADE
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS SOBRE A MEDIDA
EM PSICOLOGIA

•DESTACA-SE A NECESSIDADE DE OLHAR


TAMBÉM PARA AS CONDIÇÕES DE USO DE
UM INSTRUMENTO E SUA INTERFERÊNCIA
NOS RESULTADOS DO TESTE –
•Por mais estudos em torno de um
instrumento, o mal uso do instrumento pode
implicar em medidas pouco confiáveis e
inválidas.
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS SOBRE A MEDIDA
EM PSICOLOGIA
• Segundo os princípios gerais, o psicólogo deve:
• procurar manter os mais altos padrões de excelência no seu
trabalho;
• reconhecer os limites de sua competência;
• estar a par do desenvolvimento da literatura científica;
apresentar comportamentos honestos, justos e respeitosos na
sua atuação; evitar que valores pessoais possam vir a afetar o
relacionamento com o sujeito a ser atendido;
• procurar sempre atender, com técnicas especificas, as
necessidades de diferentes clientelas;
• respeitar o direito de privacidade, confidencialidade,
autodeterminação, autonomia dos indivíduos atendidos,
guarda sigilosa da informação e recusa de continuar o
tratamento; estar sensível as diferenças individuais e à relação
de poder no atendimento ao outro; e, deve ainda, divulgar os
conhecimentos psicológicos (RODRIGUES, 2011).
Bibliografia:

• ANASTASI, Anne. Testes psicológicos: teoria e aplicação. Edusp: São Paulo,1965.


• ERTHAL, T. C. Manual de Psicometria. 7 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2003. Cap. 1.

• GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas:


SãoPaulo, 2008.
• GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa Educacional. Editora Loyola: São Paulo, 1989.
• MORON, Maria Anne Macadar. Dissertação: Concepção, Desenvolvimento
eValidação de instrumento de coleta de dados para estudar a percepção
doprocesso decisório e as diferenças culturais. Porto Alegre, 1998.
• SAMPIERI, Roberto Hernandez. Metodologia de Pesquisa. Editora McGraw
HillInteramericana: São Paulo, 1996. SELLTIZ, Claire et al. Métodos de pesquisa
nas relações sociais. EditoraPedagógica e Universitária: São Paulo, 1987.
• PASQUALI, L. Psicometria. Ver.Esc. Enferm. USP.

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