Você está na página 1de 4

Elaboração de instrumentos, evidências de validade, precisão, padronização e normas

PROCEDIMENTOS TEÓRICOS  Aqui se fundamenta a validade do teste e a sua


1. Sistema psicológico: legitimidade empírica
 A psicometria enfoca como seu objeto específico  Uma definição é operacional se você puder dizer
as estruturas latentes, os traços psíquicos ou ao sujeito “vá e faça”...
processos mentais que constituem no seu objeto  Não avaliamos diretamente o traço latente, mas
ou sistema de interesse. sim a representação comportamental desse traço
 Sistema pode ser entendido como o objeto por meio de respostas ao item que representam o
imediato de interesse dentro de um delineamento construto
de estudo e não uma entidade ontológica  Os atributos devem ser operacionalizados em
monolítica e unívoca. termos de comportamentos observáveis, por isso
 Esse passo consiste: o pesquisador deve ter uma eu preciso definir os comportamentos que devem
ideia do que ele quer trabalhar, ou seja, em qual ocorrer (dizer ao sujeito o que deve fazer)
tema ele está interessado em construir um 5. Operacionalização:
instrumento de medida e de pesquisa.  Diz respeito a tarefas que os sujeitos terão que
2. Propriedade: executar para que possa avaliar a magnitude de
 Esse passo consiste: passar de um objeto presença do construto.
psicológico amplo para os aspectos específicos  Fonte dos itens: literatura, entrevista e categorias
dele, ou seja, delimitar e definir quais as comportamentais.
propriedades serão objetos de estudo.  Seja qual for os itens, eles devem ser elaborados e
 A propriedade é um componente do sistema que selecionados em função das definições
expressa magnitude. operacionais do construto.
 Diz respeito também a especificar quais aspectos 6. Análise teórica dos itens:
do sistema se deseja estudar, etc.
3. Dimensionalidade:  Análise semântica (compreensão):
 Esse passo consiste: verificar a dimensionalidade  Verifica se os itens são compreensíveis para a
do atributo, ou seja, verificar se ele é unidirecional população alvo.
ou multidirecional, buscando diferenciá-lo de  Verificar o quanto os itens são claros ou não com
outros caso seja multidirecional. uma amostra pequena do publico alvo, entender a
 Diz respeito à estrutura interna do sistema, sua compreensão deles.
estrutura semântica.
4. Definições:  Análise de juízes (pertinência):
 Esse passo consiste: conceituar de forma clara e  Comprovar se a definição e a representação do
detalhada o construto. Definir de forma construto estão adequadas
constitutiva e operacional esse construto.  Verificar até que ponto o conteúdo desse item é
legitimo pra representar o construto que eu quero
 Constitutiva: avaliar
 Um construto definido por meio de outros  É uma das primeiras evidencias de validade que se
construtos. tenta demonstrar
 Definição abstrata
Evidencia de validade baseada no conteúdo
 Situa o construto dentro da teoria, dando as
balizas e limites que ele possui.

 Operacional:
 Parte do abstrato para o concreto
Análise de juízes

Validade teórica
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS respeito a uniformização dos instrumentos para aplicação
do teste.
7. Planejamento da aplicação:

 Amostra:
 A população do instrumento deve ser clara e
delimitada.
 Características específicas da amostra: faixa
etária, nível socioeconômico, escolaridade, etc.
 É preciso dizer qual é o tipo de indivíduo em
termos de características biossociodemográficas.
 Variabilidade de características da amostra.
 Instruções:
 Referem-se aos contornos da tarefa do sujeito
que vai responder ao instrumento.
 Possui a função de tornar a tarefa do respondente
inambígua.
 Deve deixar claro o que o sujeito tem que fazer
para responder corretamente o teste e, por isso,
ela deve ser avaliadas na análise semântica (saber
se o teste foi bem compreendido).
 Formato:
 Deve-se decidir como a resposta do sujeito será
dada para cada item.
 Testes de aptidão: Resposta certa ou errada
 Testes de personalidade: Escalas de preferência,
atitudes, sentimentos e intensidades.
 Essas escalas de preferência podem ser
exemplificadas pelas escalas do tipo Likert e
podem ser representadas por escalas verbais,
numéricas ou gráficas.
 Sistemática tarefa:
 Definição das condições de aplicação, se ela será
coletiva ou individual, se será preciso avisos
prévios, etc.
 Tentar entender as dificuldades que irá se
encontrar ao aplicar o teste na amostra desejada.
 Elaboração de uma estratégia de convencimento
e uma estratégia operacional.

8. Aplicação e coleta:
 Aplicação seguindo todas as precauções exigidas
 Os sujeitos devem ser postos em um ambiente
condizente e livre de distrações e de tensão.
 O aplicador deve ser competente.
 Aqui temos uma noção mínima de como as
pessoas estão entendendo.
 É importante salientar que os aspectos citados nos índices 7
e 8 possuem relação com a PADRONIZAÇÃO, que diz
PROCEDIMENTOS ANÁLITICOS 10. Análise empírica
 Os itens que se mostraram representantes
9. Análise fatorial: satisfatórios do traço latente devem ser
 Verificar se todos os itens do instrumento estão submetidos a análises individuais ulteriores com o
medindo o mesmo construto. objetivo de verificar outras características que
 Verificar quantos fatores (dimensões) o eles devem apresentar dentro de um mesmo
instrumento está de fato medindo. construto.
 Os itens que avaliam a mesma dimensão devem  Na TRI de avalia como parâmetros a dificuldade, a
se agrupar em único fator e se eles se agruparem discriminação e a resposta aleatória.
segundo a expectativa teórica do pesquisador,  Dificuldade: um item é mais difícil quanto maior
posso então dizer que há ali uma evidência de for o tamanho do teta (0) que o sujeito deve
validade baseada na estrutura interna. possuir para poder acertar (aptidão) ou aceitar
 Essa parte consiste em verificar/comprovar (personalidade) o mesmo item.
empiricamente a partir das respostas das pessoas  Discriminação: é a capacidade de diferenciar
se esses itens de fato se agrupam conforme a sujeitos com escores altos no teste de sujeitos
expectativa teórica. com escores baixos. Existe 2 formas de calcular o
 Ex: Melão, banana e uva devem se agrupar no índice de discriminação:
fator fruta, enquanto que feijão, milho e arroz 1) Grupos-critérios: pode ser interno ou externo
devem se agrupar no fator cereais, pois cada 2) Correlação do item com o total dos itens
grupo/fator representam dimensões diferentes,
embora façam parte do mesmo grupo de 11. Precisão da escala
alimentos.  A fidedignidade ou precisão da escala diz respeito
Melão a capacidade de medir a quantidade de erro na
Banana Frutas minha medida.
Uva  Depende do tamanho de variância do erro.
Feijão Alimentos  A definição estatística de fidedignidade é feita
Milho mediante a correlação entre escores de duas
Cereais
Arroz situações produzidas pelo mesmo teste.
 Quanto mais próximo de 1, menos erro o teste
comete ao ser utilizado, portanto, mais preciso e
 Os resultados estatísticos devem ser coerentes
fidedigno ele é.
com as expectativas teóricas
 Para Pasquali (2005) os melhores índices situam-
 Usamos carga fatorial acima de 0,30 para medir o
se acima de 0,80.
quanto aquele item representa de fato o
 Formas estatísticas na determinação do
construto latente proposto teoricamente
coeficiente de precisão:
 Carga fatorial: covariância/ correlação/
1. Teste-reteste:
parentesco entre o fator e o item
 Calcula-se a correlação entre a distribuição dos
 Quanto maior correlação, maior será o item, pois
escores em um mesmo teste pelos mesmos
este se constitui como excelente representante
sujeitos, porém em duas ocasiões diferentes.
comportamental do fator.
 Mesmo teste/mesmo sujeito/ ocasiões diferentes
 Essas cargas podem ser tanto positivas + ou
2. Formas paralelas:
negativas –
 Os sujeitos respondem a duas formas paralelas do
 Positivo: pólo positivo do fator (ex: gosto disso)
mesmo teste ou dois testes paralelos e a
 Negativo: pólo negativo do fator (ex: desgosto
correlação entre as duas distribuições de escores
disso)
constitui o coeficiente de precisão.
Evidencia de validade baseada na estrutura interna  Testes “diferentes”/ mesmo sujeito/ ocasiões
iguais

Análise fatorial

Validade empírica
3. Consistência interna:
 É verificada por meio de técnicas estatísticas que
visam verificar a homogeneidade da amostra de
itens do teste.
 Duas metades:
 Fórmula de Spearman Brown
 Mede-se em uma única ocasião
 O teste é dividido em duas partes e a correlação é
calculada a partir dos escores obtidos nas duas
metades do teste
 Técnica de Kuder-Richardson:
 Se baseia na análise de cada item individual do
teste
 Coeficiente de alfa de Cronbach:
 Verifica a congruência que cada item do teste tem
com o restante dos itens do mesmo teste.
 Serve de indicador da consistência interna do
próprio teste.

Você também pode gostar