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Testes Psicológicos

Teste psicológico
¤ 1ª utilização do termo: Mckeen
Catell (1890)

¤ Para o autor, os testes


mentais seriam sistemas
normalizados de
procedimentos que
permitiam obter informação
objetiva relativa ao
rendimento de pessoas face
à realização de tarefas-tipo.

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Teste psicológico

¤ O termo faz referência a uma situação controlada


(padronizada) na qual se recolhem amostras de
comportamentos produzidas pelos sujeitos em resposta a
estímulos que lhes são apresentados.

¤ Estas respostas são pontuadas ou valoradas de acordo com


critérios, que garantem a informação sobre o lugar que o
sujeito ocupa dentro de um grupo de referência normativo
(amostra de referência).

Definições
¤ “Instrumento sistemático e tipificado que permite a
comparação de um sujeito com um grupo normativo”
¤ Fernández-Ballesteros (1992, p. 139)

¤ “Teste é uma prova estritamente definida nas suas


condições de aplicação e no seu modo de notação, que
permite situar um sujeito relativamente a uma população,
ela própria bem definida”

R. Zazzo

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Testes psicológicos

¤ Envolvem um conjunto de processos que englobam desde


a elaboração das provas, à validação, aplicação e
interpretação de resultados.

¤ Devem ser utilizados somente por psicólogos.

¤ Os psicólogos que os utilizam devem preparar-se para a


tarefa que vão realizar.

Qualidades métricas

¤ Fidelidade

¤ Validade

¤ Sensibilidade

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Fidelidade
¤ Teste - reteste
¤ Medidas repetidas do mesmo fenómeno produzem
informações equivalentes. O intervalo de tempo entre as
aplicações do teste não deve ser superior a 6 meses.

¤ Fiabilidade interjuízes ou do avaliador


¤ Grau no qual o obtido por um observador é semelhante ao
obtido por outros
¤ Ex:- ICC ou Cohen’s kappa

¤ Consistência interna
¤ Em que medida os elementos que compõem a prova são
homogéneos ou consistentes entre si.
¤ Ex: Alfa de Cronbach e Duas Metades
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Validade
¤ Noção tradicional de validade - ligada ao valor preditivo do
teste
¤ Ex. bons resultados num teste de fator numérico deverão permitir a
previsão de bons resultados no estudo da matemática.

¤ Globalmente, no entanto, diz-se que um teste é válido quando


ele mede aquilo que se propôs medir, i. e. , aquilo para que
foi elaborado.

¤ O emprego dos testes para finalidades muito diferentes, exigiu


que se procurassem outros tipos de validade. Por isso, a noção
de validade ganhou cambiantes, dos quais se salienta:
validade de conteúdo, de constructo, preditiva, hipotético-
dedutiva

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Tipos de validade
Validade de Conteúdo: Procura estabelecer a correlação que existe
(índice de validade) entre os resultados do teste (aferidos a partir de
uma amostra) e os resultados obtidos na situação real de que a
amostra é representativa.

Validade Constructo: Reflete-se na ligação dos itens entre si e em


relação ao objectivo do teste. Apelo à análise factorial e à correlação
com testes similares.

Validade Preditiva: Correlação entre o presente (resultados atuais de


um teste) e situações futuras (emprego) ou concorrente.

Validade Hipotético dedutiva: Quando os resultados obtidos no teste,


confirmam a hipótese que lhe deu origem.

Sensibilidade / Discriminação

¤ A sensibilidade é o poder discriminativo de um teste.


Categoriza.
¤ Ex. um teste de conhecimento onde todos os alunos tirem boas ou
más notas, será um instrumento pouco sensível.

¤ Para melhorar a sensibilidade de um teste, podemos:


- Aumentar o número de questões;
- Aumentar a dificuldade das questões.

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Sensibilidade
¤ Nas escalas nominais quanto maior for o nº de classes, maior
será o poder discriminativo da escala.

¤ Nas escalas ordinais, onde os sujeitos são classificados por


ordem de classe, quanto menos caírem na mesma classe (ex
aequo), melhor será a sensibilidade da prova

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¤ Nas escalas de intervalo, quanto maior for a dispersão à


volta da média, maior será a sensibilidade.

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Classificação dos testes
Muitas classificações de acordo com critérios estabelecidos:
¤ Áreas: Testes de Inteligência /Testes de Personalidade
¤ Material: Verbais /execução

¤ Nº de pessoas: Individuais / colectivos (grupo)


¤ Idade: Bebés, crianças, adolescentes, adultos
¤ Tipo de resposta: Escolha múltipla, verdadeiro e falso
¤ Tipo de teste: Objetivos/projetivos

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Classificação dos testes

www.cegoc.pt

www.edipsico.pt

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Testes de inteligência
¤ Escalas de desenvolvimento intelectual (idade mental; Q. I.
Desenvolvimento)

¤ Escalas de inteligência (nível de i. Geral;


Q. I. Desvio; percentil)

¤ Testes de aptidões (análise


factorial; baterias multifactoriais:
aptidões múltiplas; perfis)

¤ Testes de orientação clínica


(estados deficitários, avaliação neuropsicológica)

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Testes de inteligência

¤ Testes cognitivos (processamento da informação)

¤ Testes de referência a normas (comparação c/ a amostra de


padronização)

¤ Testes de referência a critério (objectivos inicialmente previstos;


níveis de mestria. Ex: ponto de corte)

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Testes de Personalidade

¤ Auto relato: inventários e questionários interesses, valores, estilos,


auto conceito, auto estima, etc. - Análise do perfil)

¤ Situacionais: desempenho de papéis - role playing

¤ Factores: componentes da personalidade

¤ Projetivos: A partir de estímulos muito variados

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Testes de Personalidade
¤ Técnicas projetivas: realização de tarefas não estruturadas que
permitem a projeção de conteúdos inconscientes e características
da personalidade. Exemplos:
¤ Execução (Desenho da árvore) https://br.psicologia-online.com/teste-da-arvore-de-koch-funcionamento-e-interpretacao-65.html

¤ Elaboração de histórias (TAT) https://psicologiadiz.com/psicologia/teste-de-percepcao-tematica-tat-caracteristicas-e-funcionamento/

¤ Complemento verbal (completa frases - Fábulas de Duss)


https://www.edipsico.pt/files/DUSS.pdf

¤ Resposta a estímulos de tinta (Rorschach)


¤ Estudo da escrita (Grafologia)
¤ Associação de palavras (associação de palavras de Jung)
https://amenteemaravilhosa.com.br/teste-de-associacao-de-palavras-de-jung/

¤ Desenho e pintura (Desenho da família - subjetividade dos


pormenores e das cores)
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Padronização, normalização, estandardização

¤ A elaboração de um teste supõe uma amostra representativa da


população relativamente à qual queremos generalizar os
resultados (amostra da estandardização)

¤ Os resultados obtidos na amostra são normalizados, dando


origem a padrões (padronização) que vão permitir a comparação
com os resultados obtidos na população. Os resultados, em
princípio, devem assumir a forma de uma distribuição normal.

¤ Para além da padronização dos resultados é necessário que


outros aspectos na aplicação dos testes também estejam
padronizados em especial o material, as instruções, as
normas de cotação e normas de interpretação.
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Expressão de resultados
¤ Os resultados podem exprimir-se:

¤ em idades mentais e Q. de desenvolvimento (tipo Stern)

¤ em Q. Intelectuais e desvio (resultados centrados na média e


desvio padrão)

¤ em percentis (resultados centrados na frequência)

¤ em classes normalizadas (pentas, estaninas, etc.).

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Normalização dos resultados
¤ Os resultados brutos obtidos num
teste pouco interesse têm, se não
forem comparados aos resultados
padrão obtidos na normalização dos
resultados desse teste.

¤ Para além da normalização há que ter


em conta a aferição dos resultados,
quando o teste for aplicado a
populações diferentes da população
donde foi extraída a amostra de
normalização do teste.

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Normalização dos resultados


¤ As metodologias de normalização dos resultados mais
frequentes centram-se:

¤ Na média e desvio padrão e os resultados são expressos:


¤ Notas Z (média 0 e desvio padrão 1).
¤ Notas T (média 50 e desvio padrão 10)
¤ Q. I. desvio (média 100 e desvio padrão 15), etc.

¤ Na frequência e os resultados expressos:


¤ Escalas rectangulares ou percentílicas (quartis, decis,
pontos percentílicos)

¤ Classes normalizadas e os resultados expressos:


¤ Pentas (média 3 e desvio padrão 2)
¤ Estaninas (Média 5 e desvio padrão 2), etc.
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Conversão dos resultados

¤ Tendo em atenção a distribuição gaussiana, os resultados


podem transpor-se com rigor de uma nomenclatura para outra.
¤ Ex. de Q.I. para percentis, de percentis para notas T, de notas T
para intervalos etc.

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Administração: condições de
aplicação

¤ O autor de um teste deve definir com rigor a técnica de


aplicação (manuais de instrução)

¤ Quem aplicar o teste deve seguir fielmente as instruções para


não falsear os resultados.

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Instruções:
As instruções devem conter indicações relativas aos seguintes
aspectos:
a) Material a utilizar:
¤ Lápis, caneta, borracha, papel, material próprio, etc.
¤ O material do teste tem de ser preparado com antecedência
e não deve estar ao alcance dos avaliados.
¤ Não pode ser um material acessível a qualquer pessoa, nem
vendido em qualquer loja.
¤ Nos países onde a psicologia está devidamente organizada
só tem acesso ao material de testes que estiver devidamente
creditado.

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Instruções:
¤ Muito frequentemente os testes fazem apelo a uma “folha
de resposta” sobretudo quando supõem grandes textos ou
material complexo. A folha de resposta facilita a correção e
conserva os cadernos. Podem, no entanto surgir erros de
transcrição.
b) Tempo de aplicação:

¤ Tem de ser totalmente respeitado. Por isso o/a psicólogo/a


desde cedo deve possuir o seu cronómetro e habituar-se a
utilizá-lo com grande rigor.
¤ Os resultados podem ser muito falseados se não se respeitar o
tempo, sobretudo em testes onde o tempo é tido em
consideração para a realização da tarefa.

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Instruções:
¤ Para além do tempo estabelecido para cada prova, deve ter-se
em conta o tempo destinado à sessão de testes. Tudo que vá
além de uma hora e trinta é geralmente prejudicial. São
importantes os intervalos.
¤ Relativamente ao horário, varia de pessoa para pessoa, mas a
manhã (não a madrugada) costuma ser preferida à tarde ou à
noite.

¤ Há testes (exames) que à partida supõem mais que uma


sessão.

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Instruções:
c) Texto da instrução (consignes):
¤ As palavras a utilizar devem ser as palavras indicadas pelo
autor do teste.
¤ O examinador deve explicitar com rigor a forma de responder.

¤ Deve ter-se em conta a entoação e a possível acentuação de


determinadas palavras.
¤ Tudo que sugira ou facilite as respostas enviesa os resultados.

¤ É aconselhada uma presença acolhedora mas discreta,


sobretudo nos testes individuais, onde a relação tem tendência
a tornar-se rapidamente bastante significativa.

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Comportamento do Examinador

¤ O examinador deve possuir preparação específica e um bom


autoconhecimento para melhor controlar as possíveis
influências junto dos avaliados.

¤ Nos testes colectivos, uma presença muito vincada do


examinador (interrupções, proximidade de candidatos,
passeios pela sala, etc.), deve ser evitada.

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Cuidados a ter pelo examinador
¤ Materiais:
¤ Munir-se do material do teste (acima referenciado) e do
material de apoio (folha de observação, cronómetro e
dossier)

¤ Estabelecer relação
¤ Antes de uma avaliação psicológica, torna-se necessário
efetuar uma pequena entrevista com a pessoa, não só
para recolher os dados anamnéticos, mas também para
estabelecer um clima favorável a uma boa colaboração
sem constrangimentos.
¤ As informações recolhidas na entrevista podem ajudar a
compreender a situação em que a pessoa se encontra e o
motivo que desencadeou o pedido de avaliação, servindo
de auxiliar na interpretação dos resultados obtidos.

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Cuidados a ter pelo examinador


¤ Motivar para a prova:
¤ No que respeita à colaboração, é necessário ultrapassar
dificuldades derivadas da incompreensão que muitas
vezes os indivíduos revelam relativamente à situação de
teste. Eventuais razões de ordem psicopatológica ou
médico-legal subjacentes poderão também contribuir para
um desempenho deficiente, sendo necessário, por vezes,
algumas iniciativas destinadas a neutralizar esses
interferências negativas (explicações suplementares,
encorajamentos, chamadas de atenção para a tarefa a
realizar).

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