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PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS

DOS TESTES PSICOLÓGICOS


Lucinéia Pesente
Psicometria
• Se origina da Psicofísica dos psicólogos alemães: Ernst Heinrich Weber
e Gustav Fechner.
• Francis Galton contribuiu criando testes para medir processos
mentais, é considerado o pai da Psicometria;
• Leon Louis Thurstone cria a análise fatorial múltipla e estabelece a
diferença entre psicofísica (medida de processos diretamente
observáveis: estímulo e a resposta) e psicometria (medida do
comportamento do organismo por meio de processos mentais).
Pasquali (2009)
Psicometria
• Testes: “medidas de processos psicológicos que se baseiam nos
fundamentos da medida em ciência”.
• Psicometria: “teoria que explica o uso da medida em Psicologia” e se
divide em dois modelos:
- Teoria Clássica dos Testes (TCT);
- Teoria de Resposta ao Item (TRI).
AMBAS DEVEM GARANTIR A LEGITIMIDADE DOS TESTES PSICOLÓGICOS
A PARTIR DOS PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS DE VALIDADE E
FIDEDIGNIDADE
(Pasquali, 2016, p 112)
Psicometria: modelos

A Teoria Clássica dos Testes (TCT) Teoria de Resposta ao Item (TRI)


• Busca explicar o resultado final do • Busca explicar cada um dos itens;
teste, da soma total dos itens, do
escore total; • Qual é a probabilidade e quais fatores
afetam a probabilidade de cada item
• Se preocupa em produzir testes de ser errado ou acertado, aceito ou
qualidade; rejeitado;
• Busca elaborar estratégias • Se preocupa em produzir itens de
(estatísticas) para avaliar/controlar o qualidade;
erro.
• Sujeitos com maior aptidão terão
maior probabilidade de responder.
(Pasquali, 2009)
Psicometria
Relembrando:

• Testes: instrumentos de medida...


• Medida: “medir consiste em assinalar números a objetos e eventos de
acordo com uma regra” (Stanley Smith Stevens, 1946);

• As regras para assinalar os números são definidas por 4 níveis de medidas


(ou escalas de medida): nominal, ordinal, intervalar e de razão.

(Pasquali, 2009)
Parâmetro dos testes psicológicos
Relembrando:
• Testes psicológicos são instrumentos de medida em Psicologia e, por
isso, precisam apresentar algumas características para que sejam
considerados legítimos e confiáveis: VALIDADE E PRECISÃO;
• Para garantir a legitimidade o teste precisa primar por adequadas
características dos itens e do conjunto de itens, a essas características
dá-se o nome de parâmetros;
• Características/Parâmetros dos itens e para o conjunto de itens: para
estes, validade e precisão.
(Pasquali, 2016, p. 97)
Parâmetro dos testes psicológicos
• Parâmetro mais importante da Psicometria:

“DEMONSTRAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO


COMPORTAMENTAL DO CONSTRUTO (PROCESSO MENTAL) QUE ELA
DESEJA AVALIAR, ou seja na demonstração do isomorfismo entre a
ordenação nos procedimentos empíricos (o teste) e a ordenação nos
procedimentos teóricos do traço latente (a teoria sobre o construto ou
traço latente).
(Pasquali, 2016, p. 98)
Parâmetro dos testes psicológicos
Depois de construir ou adaptar um teste psicológico,
deve-se perguntar:
SERÁ QUE ESTE TESTE REALMENTE AVALIA AQUILO
QUE SE PROPÕE AVALIAR? VALIDADE

SERÁ QUE ESTE TESTE É PRECISO? CONSISTENTE?


FIDEDIGNIDADE
A Validade dos testes psicológicos
• Demonstração da correspondência (congruência) entre traço latente
e sua representação física (o comportamento);
• Ênfase na formulação da teoria; Inicia com a construção de definições
detalhadas da teoria psicológica;
• “um teste é válido se, de fato, mede aquilo que supostamente deve
medir”;
• A validação da representação comportamental do traço, isto é, do
teste, é um ponto nevrálgico da Psicometria.
(Pasquali, 2016, p. 113)
Validade dos testes psicológicos e formas de
estimá-la
• Técnicas para viabilizar a demonstração da validade de instrumentos:
(1) validade de conteúdo, (2) validade de critério e (3) validade de
construto
• (1) Validade de conteúdo: verificação se um “teste constitui uma
amostra representativa de um universo finito de comportamentos
(domínio)”
• Parte da teoria para o teste
• O teste cobre todo o conteúdo do construto que quer avaliar?

(Pasquali, 2016)
Validade dos testes psicológicos e formas de
estimá-la
• Técnicas para viabilizar a demonstração da validade de instrumentos:
(1) validade de conteúdo, (2) validade de critério e (3) validade de
construto
• (2) Validade de critério: ‘’grau de eficácia que ele tem em predizer
um desempenho específico de um sujeito”.
• Parte do teste para o estudo de campo (empírico)
• Ex: QI e desempenho acadêmico
• O teste consegue predizer um comportamento futuro?

(Pasquali, 2016)
Validade dos testes psicológicos e formas de
estimá-la
• Técnicas para viabilizar a demonstração da validade de instrumentos: (1)
validade de conteúdo, (2) validade de critério e (3) validade de construto
• (3) Validade de Construto: já foi chamada de validade intrínseca, validade fatorial
e validade aparente. É a “característica de um teste enquanto mensuração de um
atributo ou qualidade, o qual não tenha sido definido operacionalmente”
(Cronbach e Meehl, 1955)
• Foca tanto a parte teórica quanto a empírica: consulta a teoria e juízes, aplica o
testes e analisa os dados (análise fatorial)
• Estudos: validade convergente, divergente e discriminante.
(Pasquali, 2016, p. 114).
• Ex: depressão e desesperança, esperança, habilidade visuoconstrutiva
A Precisão dos teses (ou fidedignidade)
• Nomes relacionados ao conceito: = precisão = fidedignidade =
confiabilidade;
• Nomes relacionados a técnica de coleta e estatística: estabilidade,
constância, equivalência, consistência interna;
• “Diz respeito à característica que ele deve possuir, a saber, a de medir sem
erros”. Por isso, relaciona-se a precisão, confiabilidade ou fidedignidade;
• “medindo os mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, ou testes
equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na mesma ocasião, produzem
resultados idênticos, isto é, a correlação entre estas duas medidas deve ser
de 1.

Pasquali, 2009, 998)


Formas de estimar a Fidedignidade
- Método Teste-reteste: aplicação de um mesmo testes duas vezes para
um mesmo grupo de examinandos (intervalo de pelo menos 6
meses).
- Formas Paralelas: duas versões de um mesmo teste, as duas formas
devem ser equivalentes.
- Teste das metades: um teste é dividido em duas formas diferentes e
aplicado uma vez.
• Confiabilidade inter juízes: escalas preenchidas por profissionais (há
concordância?)
• Alfa de Cronbach: correlação de cada item com todos os outros
Normatização
- A Validade e fidedignidade tratam da qualidade ou legitimidade do
teste enquanto que a normatização diz respeito a utilidade dos testes.
(Pasquali, 2016, p.112)

“Normatização refere-se ao processo de estabelecer normas” (Conhen,


2014, p. 128).
Normas (dados normativos)
• Norma se refere ao comportamento que é comum, médio, normal,
padrão, esperado ou típico.

• Amostra normativa “é aquele grupo de pessoas cujo desempenho em


um determinado teste é analisado para referência na avaliação do
desempenho de testandos individuais” (p.125).
Amostragem para desenvolver normas
• Padronização se refere ao processo “de administrar um teste a
uma amostra representativa de testandos com o propósito de
estabelecer normas” (Cohen et al, p. 128). “Um teste é
padronizado quando tem procedimentos claramente
especificados para aplicação e levantamento de escores, em geral,
incluindo dados normativos” (Cohen et al, p. 128).
• Amostragem: “o processo de selecionar a porção do universo
considerada representativa de toda a população” (amostra da
população) (Cohen et al, p. 129). A população alvo para o qual o
teste é designado “é o universo completo ou o conjunto de
indivíduos com pelo menos uma característica comum e
observável” (p. 128).
Desenvolvendo normas para um teste
padronizado

• “tendo obtido uma amostra, o desenvolvedor do teste administra-o


de acordo com o conjunto de instruções-padrão que serão usadas
com ele” (Cohen, 2014, p. 132). Após a coleta e análise dos dados,
seu desenvolvedor resumirá as informações usando estatística
descritiva.
Tipos de normas

• Classificação das normas:


- normas de idade;
- normas de série;
- normas nacionais, normas locais...
Referências
• COHEN, Ronald Jay; SWERDLIK, Mark E; STURMAN, Edward D. Sobre testes
e testagem. Testagem e Avaliação Psicológica: Introdução a testes e
medidas. 8ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2014, p.123-143.

• PASQUALI, Luiz (Org.) Técnicas de Exames Psicológicos: os fundamentos.


2ª Ed. São Paulo: Vetor, 2016.

• PASQUALI, Luiz. Psicometria. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 43, n.
spe, p. 992-999, Dec. 2009 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342009000500002&lng=en&nrm=iso>. access
on 18 Sept. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0080-
62342009000500002.

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