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REVISÃO DE CONTEÚDOS

Henrique Freire
VALIDADE

Validade é a capacidade do instrumento de avaliação realmente


medir aquilo que se propõe a medir e o quão bem ele mede.

Diz-se que um teste não é válido em si, mas possui evidências de


validade, que são válidas para uma determinada população
específica, em determinado contexto, avaliando uma função
característica.
Tripartite (Abordagem Clássica)

a) Validade de conteúdo: Responde à pergunta “os itens do teste


representam adequadamente a característica que se quer
avaliar?”;

b) Validade de critério: Responde à pergunta “os itens do teste


conseguem fazer uma previsão de uma variável externa ao teste no
futuro ou no presente?”.

c) Validade de construto: Responde à pergunta “quanto os itens do


teste realmente medem uma determinada característica?”.
Abordagem Contemporânea

• Evidências de validade baseadas no conteúdo: baseia-se na


relação entre o conteúdo do testes e a característica medida. É
preciso que os itens do teste reflitam de forma adequada a
função psicológica ou estado que se quer avaliar.

• Evidências de validade baseadas nas relações com outras


variáveis: buscam relações entre os escores do teste e outras
variáveis medindo a mesma característica, características
relacionadas ou diferentes. Exemplo: Teste de inteligência e
boletim do final do ano.

• Evidências de validade baseadas na estrutura interna: busca


relacionar cada item do teste com o resultado, sabendo quais
correlações existem e como cada um dos itens influencia no
resultado final.
• Evidências de validade baseadas no processo de resposta:
fornecem dados sobre os processos mentais presentes na
execução das tarefas propostas pelo teste, atribuindo-se
significado psicológico para a realização correta do item a partir
das relações entre seus componentes cognitivos.

• Evidências de validade baseadas nas consequências da


testagem: essa fonte avalia as consequências sociais do uso do
teste, com a expectativa de que ele contribua de maneira
benéfica em contextos diversos.
PRECISÃO

A precisão (também conhecida como confiabilidade ou, ainda,


fidedignidade) refere-se à estabilidade do teste, de maneira que,
quanto mais próximas forem as pontuações obtidas por métodos ou
em situações diferentes, maior será a consistência do teste.

O conceito de precisão opõe-se ao de erro de medida, de maneira


que, quanto mais preciso for considerado um teste, significa que
mais livre de erros ele se encontra. Dessa forma, a precisão de um
teste é determinada pelo nível com que suas pontuações são livres
de erros.
MÉTODOS PARA ESTIMAR OS COEFICIENTES DE PRECISÃO

1. Método das formas alternadas: O mesmo indivíduo pode ser


avaliado com duas ou mais formas do teste, no mesmo dia ou
em dias diferentes, avaliando possíveis erros ligados ao
conteúdo e também discrepâncias geradas pelo tempo

2. Método do teste-reteste: Consiste na aplicação e reaplicação


do mesmo teste ao examinando, em ocasiões diferentes.

3. Modelos das metades (Split-Half): Consiste me dividir o teste em


duas partes homogêneas, aplicando-as uma única vez a cada
examinando.
MÉTODOS PARA ESTIMAR OS COEFICIENTES DE PRECISÃO

4. Método de coeficientes de Kuder-Richardson e Alfa de


Crombach: Consiste no estabelecimento da relação entre item
e escore total do teste, procurando saber o quão homogêneo
ele é.

5. Método de Precisão entre avaliadores: Consiste em haver dois


ou mais aplicadores avaliando um mesmo teste respondido pelo
mesmo indivíduo, estabelecendo-se uma correlação entre os
resultados dos avaliadores.
PADRONIZAÇÃO

A Padronização se refere à uniformidade na aplicação dos testes


(material, ambiente, aplicador, instruções de aplicação e correção).

As condições a serem atendidas se referem à:

Material da testagem
Ambiente da testagem
Condições da aplicação e do aplicador
MATERIAL DA TESTAGEM
• Qualidade do teste: O teste tem de ser válido e preciso.

• Pertinência do teste: Tem de ser relevante ao problema, cabe ao


aplicador decidir qual teste mais indicado para avaliar qual
característica

AMBIENTE DA TESTAGEM
• Ambiente físico: Condições favoráveis ao sujeito.

• Condições psicológicas: Avaliar se o sujeito está bem fisicamente e


psicologicamente para realizar o teste. Estabelecer Rapport.

• O Momento: Dividir aplicações muito extensas para evitar fadiga.


CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO

É de suma importância controlar alguns fatores, a saber:

1) O tempo suficiente para o examinando responder e o examinador


fazer as observações necessárias para emitir seu julgamento;

2) O nível de dificuldade das palavras e a maneira de apresentar as


instruções;

3) O controle de fatores que podem distrair a atenção do


examinando.
CONDIÇÕES DO APLICADOR
• Conhecimento: o aplicador deve conhecer intimamente o material
a ser utilizado, para transmitir segurança e responder
adequadamente quaisquer dúvidas e realizar análises fidedignas.

• Aparência: o aplicador deve causar boa impressão, usando


roupas adequadas e limpas, sem exageros, evitando até mesmo
perfumes.

• Comportamento durante a testagem: o papel do aplicador é o de


conduzir a testagem, mantendo a ordem, o respeito e a
orientação.

• Gravação de sessões: apenas se autorizado pelo examinando.


NORMATIZAÇÃO

A normatização pressupõe que um teste necessita ser


contextualizado para poder ser interpretado. Tal conceito diz
respeito a padrões de como se deve interpretar um resultado que a
pessoa atingiu em um teste.

Os resultados brutos não são muito úteis numa avaliação


psicológica, representando um grupo de números que não
transmitem nenhum sentido, mesmo depois de mais de um exame
aprofundado.
NORMAS DE DESENVOLVIMENTO

Este tipo de normas se fundamenta em variáveis que podem ser


expressas no desenvolvimento progressivo de aspectos
psicológicos, tais como maturação psicomotora, maturação
psíquica, idade mental, série escolar, entre outras.

Tais características informam sobre aquilo que o indivíduo passa


ao longo de sua vida. Neste sentido, são utilizados, como critério
de norma, três principais fatores:

a idade mental,
a série escolar
o estágio de desenvolvimento.
ÉTICA NO PROCESSO DE
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Todo o processo de avaliação deve ser regido pelo código de


ética do profissional de psicologia.

Apenas psicólogos podem aplicar, corrigir e interpretar o testes


psicológicos a fim de emitir documentos psicológicos.
• Os psicólogos não baseiam sua avaliação ou decisões de intervenção
ou recomendações sobre dados ou resultados de testes que estejam
desatualizados para a atual finalidade.

• De modo semelhante, os psicólogos não baseiam tais decisões ou


recomendações em testes e medidas obsoletas e não úteis para a
atual finalidade.

• É facultado ao candidato/examinando, e somente a este, conhecer o


resultado da avaliação por meio da entrevista devolutiva, sendo
obrigação do psicólogo a realizar.

• Cabe somente ao psicólogo avaliador a responsabilidade de escolha


dos instrumentos utilizados na testagem, baseado nas resoluções do
Conselho Federal de Psicologia

• Assim como qualquer outro serviço psicológico, é obrigatório o sigilo


dos dados trabalhos entre psicólogo-examinando.
REFERÊNCIAS

AMBIEL, R. A. M. et al. Avaliação psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais


de psicologia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011. Capítulos 5, 6 e 7.

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