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ESCALAS DE AVALIAÇÃO PARA O TRANSTORNO

OPOSITOR DESAFIADOR NA CRIANÇA NA ESCOLA E


NA CLÍNICA E A FUNÇÃO DA EQUIPE
MULTIDISCIPLINAR

Professor Mestre Robson Batista Dias


robsondias@hotmail.com | @robsondiaspsi
Graduação em Psicologia (2012)
Mestrado em Psicologia (2015)
Pós em Neuropsicologia (2018)
Pós em Psicopedagogia (2020)
Pós em Educação, Diversidade e Inclusão (2021)
Metodologias Ativas (2022)
OBSERVAÇÃO
DIAGNÓSTICA

ESCALAS DE
AVALIAÇÃO

ANÁLISE DE
COMORBIDADES
ESCALAS DE AVALIAÇÃO

• Balizam a investigação e ajudam a delinear a suspeita;


• Ajudam na descrição objetiva e sequencial dos comportamentos (contudo, a
expertise dos profissionais na hora da aplicação, é essencial);
• Dão suporte aos profissionais no processo diagnóstico;
• São pautadas em dados científicos e critérios diagnósticos cientificamente
balizados;
• Trabalham, em suma, com critérios subjetivos de interpretação, devendo o
raciocínio clínico do profissional e outras esferas de observação serem somadas.
Algumas Considerações

• A escala por si só não dará o diagnóstico;


• É necessário mais informações;
• Fonte Complementar;
• Informações clínicas e entrevistas.
Os testes e escalas são
parte do processo
avaliativo, e devem ser
utilizados com cautela e
considerando o todo.
PARA ENTENDER UM
POUCO DE PSICOMETRIA

Por que é importante saber


aplicar, mas também entender o
por que de cada escala e
instrumental.
Revisão Teórica sobre o Construto

Objetivo do Teste e População Alvo

Desenvolvimento dos Itens

Padronização

Desenvolvimento dos Itens

Avaliação do Teste por Juízes

Piloto Escalas de outros países,


chegando ao Brasil, passam
por processos idênticos, à
Evidências de Validade partir da padronização.

Normatização

Submeter o Teste para avaliação no


SATEPSI
• A Psicometria é um campo científico
da Psicologia, que busca construir e
aplicar instrumentos para
mensuração de constructos e
variáveis de ordem psicológica,
aliada à métodos de análise
estatística, além de outras técnicas
multivariadas, pelas quais são
possíveis mensurar e analisar a
estrutura de constructos
psicológicos, ou mais precisamente
processos mentais.

PSICOMETRIA
Entender a psicometria nos ajuda
a entender como os testes,
escalas e protocolos são
elaborados e, assim, aplicar de
forma mais assertiva.

• Validade
• Fidedignidade
• Padronização e Normatização
Validade
• Nos manuais de Psicometria, costuma-se
definir a validade de um teste dizendo que
ele é válido se de fato mede o que
supostamente deve medir.
Fidedignidade
• A Fidedignidade em Psicometria representa a precisão
do teste, é a consistência dos dados (escores) obtidos
pelas mesmas pessoas quando são examinadas com o
mesmo teste só que com examinadores diferentes e em
condições diferentes. Um teste é fidedigno se o mesmo
for exposto a repetidas mensurações e os resultados
forem sempre os mesmos.
1 kg
1 kg Válida e Fidedigna
1 kg

1,03 kg
1,03 kg Fidedigna
1,03 kg
998 g
1,01 kg
Não é Válida e nem Fidedigna
1,05 kg
Padronização e Normatização

• Quando referimos a padronização de um determinado teste estamos


falando da uniformidade em todos os procedimentos no uso de um
teste válido e preciso, isso quer dizer que todos os aplicadores
daquele teste devem seguir os mesmos procedimentos para que se
possa melhor avaliar o objeto escolhido. Assim faz necessário a
normatização de um teste, para sua aplicação.

• Padronização é a uniformidade da APLICAÇÃO dos teste.


• Normatização é a uniformidade na INTERPRETAÇÃO dos escores do teste.
Os instrumentos podem nos auxiliar
no processo de avaliar ou investigar a
possibilidade de TOD em uma
pessoa, mas o conhecimento sobre
a patologia é CRUCIAL.
NEUROPSICOLOGIA
• A Neuropsicologia é um campo de conhecimento das neurociências e,
desta forma, integra outras áreas do saber. É considerada uma área
ampla e interdisciplinar.
• Observa-se que esta interdisciplinaridade gera, ainda, a integração
entre as disciplinas na construção de métodos de avaliação; muitos
instrumentos são criados não apenas por Psicólogas(os), mas também
por profissionais que trabalham em equipes multidisciplinares tanto em
serviços públicos como na saúde suplementar.

(Conselho Regional de Psicologia do Paraná)


NEUROPSICOLOGIA

• Avaliação Neuropsicológica
• Reabilitação Neuropsicológica
• Sempre avaliamos todas as
dimensões cognitivas: inteligência,
percepção, noções básicas,
velocidade de processamento,
linguagem, memória, atenção, funções
executivas, afetividade, personalidade,
desempenho escolar, etc.

• Contudo, nas demandas específicas


de avaliação, algums ajustes precisam
ser feitos e nosso olhar precisa estar
mais atento a alguns perfis
neuropsicológicos esperados.
PERFIL NEUROPSICOLÓGICO

1. Não há um perfil neuropsicológico e nem perfil


de teste específico;
2. Utiliza-se relatos, escalas e testes como
suporte no processo;
3. Nenhuma alteração cognitiva significativa;
4. Dificuldades executivas (regulação de
comportamento em situações inibidoras de
motivação e autorregulação).
INIBIÇÃO

MEMÓRIA OPERACIONAL

FLEXIBILIDADE COGNITIVA
• A inibição ou o controle inibitório é a habilidade para inibir
ou controlar respostas impulsivas (ou automáticas) e criar
réplicas usando a atenção e o raciocínio.
• Esta habilidade cognitiva é uma de nossas funções
executivas e contribui para a antecipação, o planejamento e
a definição de objetivos.
• A inibição ou o controle inibitório obstrui as condutas e detém
reações automáticas inadequadas, passando de uma
resposta para outra melhor e mais considerada, adequada
para a situação.

Fonte: Cognifit
INIBIÇÃO:
CONTROLE INIBITÓRIO

• É um dos principais núcleos das FEs;


• Envolve a capacidade de controlar a
atenção, o comportamento, os
pensamentos e/ou emoções para
anular uma forte predisposição interna
ou uma atração externa para fazer o
que é mais apropriado ou necessário.
AUTOCONTROLE

• O autocontrole um importante aspecto do controle inibitório;


• Envolve o controle sobre o próprio comportamento;
• Refere-se também ao controle sobre as emoções a serviço do
controle do comportamento;
• O autocontrole tem a ver com resistir às tentações e não agir
impulsivamente.
• A autorregularão refere-se a processos que
nos permitem manter níveis ótimos de
excitação emocional, motivacional e cognitiva.
• Refere-se principalmente ao controle e
regulação das emoções.
• Se sobrepõe substancialmente ao controle
inibitório.

AUTORREGULAÇÃO
AUTORREGULAÇÃO:

• Controle cognitivo;
• Regulação emocional;
• Regulação comportamental.
Uma inibição deficiente pode manifestar-
se em três níveis diferentes:

• Nível motor: há uma falta de controle do comportamento motor.


Portanto, é manifestada na forma de hiperatividade. Por exemplo,
quando uma criança está na aula e não pode parar de se levantar todo o
tempo porque está cansada de ficar sentada.
• Nível de atenção: é manifestado com distrações e dificuldades para
prestar atenção. Por exemplo, quando uma criança está lendo um livro e
se distrai com um ruído externo.
• Nível de comportamento: é manifestado com atitudes impulsivas que
não podem ser inibidas. Por exemplo, tocar a buzina quando estamos
irritados com o motorista que está na frente.
Fonte: Dr. Russell Barkley
Fonte: Dr. Russell Barkley
_ Atenção (seletividade, alternância e sustentação)
_ Memória (memória declarativa episódica e
memória de reconhecimento)
_ Função Executiva (planejamento e
visuoconstrução, velocidade de processamento,
controle inibitório, flexibilidade cognitiva, memória
visual, planejamento e visuoconstrução)
_ Inteligência (verbal e não-verbal)
_ Raciocínio
_ Personalidade
_ Comportamento Adaptativo
_ Aprendizagem
• Child Behaviour Checklist (CBCL) – para crianças
• Youth Self-report (YSR) – para adolescentes
• Iowa Conners Teacher Racing Scale
• Parent/Teacher Disruptive Behavior Disorder Rating
Scale (DBDRS)
• The Diagnostic Interview Schedule for Children (DISC-IV)
• Behaviour Assessment System for Children (BASC-2)
• Oppositional Defiant Disorder Rating Scale (ODDRS)
• Escala de avaliação para alunos com TOD
• Escala rápida para prevenção e identificação do TOD
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE BASE
EMPÍRICA DE ACHENBACH
• O Sistema de Avaliação de Base Empírica de Achenbach para
crianças/adolescentes em idade escolar inclui três instrumentos para avaliar
problemas emocionais e/ou comportamentais: Child Behavior Checklist (CBCL)
[pais], Youth Self-Report (YSR) [adolescentes] e Teacher's Report Form (TRF)
[professores]

(BORDIN, et. al., 2013)


CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
• O Child Behavior Checklist (CBCL) foi desenvolvido no ano de 1981, nos Estados
Unidos pelo psiquiatra Thomas Achenbach.
• A versão brasileira do CBCL é denominada “Inventário de Comportamentos da
Infância e Adolescência”.
• O CBCL 6 um inventário de comportamentos elaborado por Achenbach (1991), que
avalia competência social e problemas de comportamento em crianças e
adolescentes de 6 a 18 anos, a partir de informações fornecidas pelos pais.
• Já foi traduzido para 55 idiomas.

(AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
• A seção competência social (16 itens), está dividida em 3
escalas que são elas:
• escala de atividades (composta de 6 itens),
• escala de relacionamento social ou competência social (6 itens)
• escala de performance acadêmica (4 itens)

(AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
• Atualmente, o CBCL está disponível em dois formatos: CBCL para crianças de 1
ano e meio a 5 anos pré-escolares (CBCL 1½-5) e o CBCL de 6 anos a 18 anos
para escolares (CBCL/6-18) (ACHENBACH, 2001);
• A versão para pré-escolares é composta de 99 itens e avalia as seguintes
síndromes: Reatividade Emocional, Ansiedade/Depressão, Queixas Somáticas,
Problemas de Atenção, Comportamento Agressivo e Problemas de Sono.
• A versão para escolares é um questionário composto de 138 itens, dos quais 20
avaliam a competência social e 118 avaliam os problemas de comportamento.
• No Brasil, o CBCL de 6 anos a 18 anos para escolares (CBCL/6-18) é dominante e
tem estudos.

(AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
A seção de perfil de comportamento possui oito escalas ou síndromes (ansiedade e depressão,
isolamento e depressão, queixas e somáticas, comportamento de quebrar regras, comportamento
agressivo, problemas sociais, problemas de pensamento e problemas de atenção) que compõem
duas escalas maiores:
• Problemas de comportamento internalizante:
• ansiedade/depressão (13 itens),
• isolamento/depressão (8 itens) e
• queixas somáticas (11 itens); em
• Problemas de comportamento externalizante:
• comportamentos de quebrar as regras (17 itens),
• comportamento agressivo (18 itens),
• problemas sociais (11 itens),
• problemas relacionados à pensamento (15 itens),
• problemas relacionados à atenção (10 itens). (AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
• Há também uma terceira escala maior, denominada de “outros problemas”, que
não composta de nenhuma das oito escalas ou síndromes, mas de 17 (itens)
independentes.

(AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)
• Child Behavior Checklist for Ages 6-18 (CBCL/6-18) versão brasileira, denominada
de “Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 6 a 18
anos” foi traduzida por Bordin, Silvares, Rocha, Teixeira e Paula (2010).
• O CBCL possui escalas orientadas pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Transtornos Mentais – DSM-IV. É composto por 8 escalas (elementos
fundamentais), a qual também engloba a escala “Outros problemas”, totalizando 9
elementos fundamentais ou escalas fatoriais.

(AMORIM, 2020)
CHILD BEHAVIOUR CHECKLIST (CBCL/6-18)

3, 6, 16, 19, 20, 21, 22, 23,


37, 57, 68, 76, 77, 86, 87,
88, 89, 94, 95, 97 e 104.
• Atenção aos itens 15, 25, 26, 28, 41, 43, 48, 90, 106
Parent/Teacher Disruptive Behavior
Disorder Rating Scale (DBDRS)
• A escala de classificação DBD foi inicialmente criada para desenvolver uma
ferramenta existente criada pelos mesmos autores, a escala de classificação
Swanston, Nolan e Pelham (SNAP).
Parent/Teacher Disruptive Behavior
Disorder Rating Scale (DBDRS)
• A escala de avaliação de pais/professores DBD é uma ferramenta de triagem
projetada para auxiliar no processo de diagnóstico de uma série de psicopatologias
infantis, particularmente transtornos de externalização;
Parent/Teacher Disruptive Behavior
Disorder Rating Scale (DBDRS)
• A escala de classificação DBD consiste em 45 itens relacionados a sintomas de
transtorno de conduta (15 itens), TDO (8 itens), TDAH-Desatenção (9 itens),
TDAH- hiperatividade/impulsividade (9 itens).
• Apresenta alguns itens não alinhados à transtornos específicos, mas que
assinalam para disrupção de comportamentos;
• Esses itens se relacionam diretamente com os critérios diagnósticos do DSM-III-R
para Transtorno de Conduta, Transtorno de Oposição Desafiadora e Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade e são ordenados aleatoriamente em categorias
diagnósticas.
• Cada item é avaliado em uma escala de quatro pontos, variando de nada (0) a
muito (3).
Parent/Teacher Disruptive Behavior
Disorder Rating Scale (DBDRS)
• Os professores também têm a opção de marcar “NS - não sei” para qualquer item.
• A escala de classificação DBD pode ser usada para auxiliar no diagnóstico de
crianças em ambientes de sala de aula regular.
• Há duas maneiras de determinar se uma criança atende aos critérios para
diagnósticos do DSM de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade,
Transtorno Desafiador de Oposição ou Transtorno de Conduta. O primeiro método
envolve a contagem de sintomas para cada transtorno usando a escala de
avaliação Disruptive Behavior Disorders (DBD).
• O segundo método envolve a comparação das pontuações dos fatores da criança-
alvo na Escala de Classificação DBD com as normas estabelecidas.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
PARA ALUNOS COM TOD
• Foi desenvolvida pela psicopedagoga, psicomotricista e
neuropsicopedagoga Mara Duarte da Costa, com respaldo
científico e baseada nos comportamentos inadequados
mais comuns e descritos no DSM-IV e no DSM-III-R para
TOD.
• Pra cada item, avalia-se em “sim”, “não” e “às vezes”,
servindo para avaliar sintomas de TOD em crianças e
adolescentes, podendo ser respondida por pais e
professores.
ESCALA RÁPIDA PARA PREVENÇÃO E
IDENTIFICAÇÃO DO TOD
• Avalia a criança em sala de aula e aponta para
a necessidade de encaminhar à uma avaliação
formal;
• Sugere-se um mínimo de seis meses de
observação.
BEHAVIOUR ASSESSMENT SYSTEM FOR
CHILDREN (BASC-2)
• BASC-2 - Há duas versões, ou seja, para professores com 139 questões e para
pais com 160 questões. Ambas analisam a intensidade dos comportamentos.
THE DIAGNOSTIC INTERVIEW SCHEDULE
FOR CHILDREN (DISC-IV)
• Cronograma de Entrevista Diagnóstica para crianças. É aplicado aos pais e tem a
finalidade de rastrear dados do ambiente para comportamentos disruptivos em
geral, inclusive o TOD. Baseado no DSM e pesquisa detalhes do perfil
comportamental dos últimos seis meses da criança em diferentes contextos.
OPPOSITIONAL DEFIANT DISORDER
RATING SCALE (ODDRS)
• Escala de Avaliação de Transtorno Opositivo- Desafiador com oito itens descrevem
as características do TOD em quatro intensidades de apresentação para cada item
e pode ser aplicada para pais e professores. É bem específica para o TOD.
Você só se conecta com o outro se
você tem disposição clara para se
colocar no lugar do outro, e para
isso você precisa ter algo para se
colocar. Se você não tem o eu
formado, nem adianta falar em
colocar no lugar do outro.

Tulio Custódio, sociólogo

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