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METODOLOGIA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA

PGPSI502 – 2019/02

APOSTILA 01
CONSTRUÇÃO DE MEDIDAS PSICOMÉTRICAS – 01/02

Copyright © 2011 Silva-Filho, J. H. Todos os direitos reservados.

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METODOLOGIA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA
CONSTRUÇÃO DE MEDIDAS PSICOMÉTRICAS – 01/02

Prof. Dr. José Humberto da Silva Filho


Coordenador Laboratório de Avaliação Psicológica do Amazonas (LAP-AM)
Especialista em Psicologia Clínica e Neuropsicologia
Doutor em Psicologia (USP)

FACILITADOR DE ESTUDO/LEITURA:

Nesta aula serão abordadas as etapas do processo de construção de instrumentos de medidas


psicométricas. Partindo dos procedimentos teóricos (tanto pela TCT quanto pela TRI), empíricos
(experimentais), analíticos (estatísticos). Serão mencionadas as etapas do processo de
elaboração de instrumentos psicológicos: desenho do teste, análise de itens, administração,
análise, interpretação, padronização, comunicação. Especificamente nesta aula e na aula
seguinte, abordaremos a primeira etapa: Desenho do teste. As demais etapas serão abordadas
nas aulas subsequentes.

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CONSTRUÇÃO DE MEDIDAS PSICOMÉTRICAS
(Parte I)

CONSTRUÇÃO DE MEDIDAS PSICOMÉTRICAS

O Processo da Testagem Psicológica


De acordo com Pasquali (1999), são os três os procedimentos mais comumente utilizados para
a construção de testes psicológicos de aptidão, inventários de personalidade e escalas
psicométricas de atitudes e diferencial semântico.

Elaboração de um Teste:
1) Procedimentos teóricos
2) Procedimentos empíricos
3) Procedimentos estatísticos

1) Procedimentos teóricos:
 O primeiro passo na construção de um teste é voltar-se a um estudo
aprofundado da teoria sobre o construto que irá fundamentar a concepção
do instrumento.
 Esse procedimento teórico de elaboração é fundamental para garantir a
futura validade do teste e, consequentemente, a sua qualidade psicométrica.

 Pela TCT, os procedimentos teóricos de elaboração são realizados pela coleta


intuitiva e mais ou menos aleatória de uma amostra de itens que parecem
cobrir o traço que deverá ser avaliado (face validity).
 A TRI busca a operacionalização do traço latente, ao definir os tipos e
características dos comportamentos que irão constituir a representação
empírica dos traços latentes.

 A operacionalização, ou seja, o levantamento das definições operacionais de


um teoria é a tarefa mais crítica para a garantia do isomorfismo. Além disso,
a operacionalização da teoria permite o conhecimento da dimensionalidade
do atributo, isto é, da sua estrutura semântica constitutiva.
 A dimensionalidade de um atributo irá apontar a qualidade e a quantidade
de características discerníveis no construto avaliado.
 Como a TRI parte de uma concepção dualista do homem, em que os
comportamentos são elementos distintos do traço latente, ela assume o
pressuposto de que somente uma habilidade é medida pelo modelo, isto é, o
conjunto de itens deve estar medindo um único traço latente.

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 Mesmo sabendo que exista uma variedade de habilidades responsáveis pelo
processo de execução de uma tarefa, admite-se que haja uma habilidade
dominante, responsável pelo conjunto de itens. A esse pressuposto dá-se o
nome de unidimensionalidade do construto.

2) Procedimentos empíricos (experimentais):


 Corresponde à definição das etapas e técnicas de aplicação do instrumento
piloto e da coleta válida da informação para proceder à avaliação da
qualidade psicométrica da avaliação.

3) Procedimentos analíticos (estatísticos):


 Estabelece os procedimentos estatísticos a serem efetuados sobre os dados
no sentido de garantir a aferição de seus parâmetros psicométricos
(validade, fidedignidade e normatização).

O Processo da Testagem Psicológica


De um modo geral, o processo de testagem psicológica ocorre mediante uma série
de etapas, como podem ser sintetizadas a seguir.

Etapa 01: Desenho do Teste


1.1. Matriz de Especificações do Teste

Matriz de Especificações
 Um dos procedimentos mais utilizados para o estudo de uma teoria e
conseqüente operacionalização de um construto é o desenvolvimento de
uma matriz de especificações de teste (também conhecida como blueprint
test ou blueprint construction).
 O desenvolvimento das especificações de teste é bastante comum quando
são examinados construtos como habilidades ou aptidões, embora possam
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ser utilizadas para vários outros construtos, como personalidade, inteligência
e atitudes.
 As especificações do teste indicam quais as dimensões (domínios/strands),
fatores (sub-domínios/sub-strands) e descritores (standards) podem ser
avaliados no teste e em que proporções.
 Além disso, as especificações do teste fornecem o número de itens para cada
descritor, os tipos de itens a serem incluídos, além de classificar os domínios
e descritores em diferentes níveis de complexidade cognitiva.
 As especificações do teste também clarificam, definem e/ou limitam como os
itens do teste serão redigidos para cada dimensão, fator e descritor.
 Não existe um modelo padronizado de especificações de teste. A seguir, é
exposto um exemplo de Matriz de Especificações para Exame de Avaliação
de Aprendizagem de Produção Textual para a 8ª série.

Exemplo de Matriz de Especificações para Exame de Avaliação de Aprendizagem de


Produção Textual para a 8ª série.

A operacionalização de um conceito subjetivo possibilita a sua mensuração a partir de um


conjunto de descritores, os quais representarão futuramente os itens que, por sua vez, servirão
como a representação do comportamento que se busca avaliar.

INDICAÇÃO DE LEITURA DESTA AULA:

Pasquali, L. (1998). Cap. 3 – Testes Referentes a Construto: teoria e modelo de construção -


Págs. 37-72. In: Instrumentos Psicológicos: Manual Prático de Elaboração. Brasília: Editora UnB.

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(ATENÇÃO! Apostila pode ser prejudicial ao aluno. Use-a com moderação apenas para
consultas rápidas. Estude e aprenda nos livros e nos artigos científicos. Para este tema,
consulte a referência acima indicada).

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