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COMO SÃO CONSTRUÍDOS OS

TESTES PSICOLÓGICOS

Ms. Beatriz Baldivia CRP 06/79494


Fundamentação
 Comportamentos ou traços psicológicos que são
passíveis de observação
 Padrão de resposta típica
Fundamentação
 Procedimentos com regras e situações bem
definidas que permita a qualquer psicólogo-
examinador chegar ao mesmo resultado

 Procedimentos confiáveis são aqueles que


apresentem alto grau de precisão e de validade:
capacidade para atingir os objetivos para os quais
foi construído.
Conceitos importantes
 Fidedignidade
 Validade
 Consistência Interna de Cronbach
 Sensibilidade e Especificidade
 Média e desvio padrão
 Percentil
 Z-score
Fidedignidade/ Confiabilidade

 É o grau de precisão e reprodutibilidade de uma medição


 Se as condições permanecem as mesmas, os resultados também
não serão alterados!

(I) > intervalo; < risco de efeito


da memória e aprendizagem
(II) > variáveis oportunistas
teste reteste
Fidedignidade/ Confiabilidade

 Coeficiente de correlação entre o teste e o reteste dá estimativa


da fidedignidade da escala ou teste (melhor se próximo de 0.1)

 Uso do teste-reteste é indicado para medidas de estabilidade


(tempo), mas contra indicadas para saber a influencia de variáveis
estáveis como escolaridade
Coeficiente de Consistência Interna
 Fidedignidade: instrumento homogêneo em que todos
os itens estão medindo o mesmo constructo

 Coeficiente Alfa de Cronbach: calcula a consistência do


item com a escala total e do item com outros itens

 Medida que varia de 0 a 1


 Pode ocorrer valores negativos
 Limite inferior para Coeficiente Alfa de Cronbach de
fidedignidade: 0.70
Exemplo de Coeficiente de Consistência Interna: Adaptação
transcultural do IQCODE para uso no Brasil

 A confiabilidade teste-reteste: reaplicação do instrumento pelo


mesmo examinador em uma nova entrevista (sem que o examinador
soubesse o diagnóstico do paciente)

 Consistência interna no teste-reteste [reaplicados entre 14 e 60


dias; média de 28 dias] =0,92.

 Consistência interna da versão do IQCODE-BR (alpha de


Cronbach)= 0,94.

 O CCI (0,94) obtido na adaptação brasileira foi similar ao


sachados originais, sugerindo que o processo adaptação não
alterou a consistênciados seus itens

Sanchez MAS, Lourenço RA .


Cad. Saúde Pública, 25(7):1455-1465, jul, 2009
Validade
 Quanto o resultado mede o queria medir
 Ênfase no que está sendo mensurado
 Análise de todas as informações conjuntas: teóricas,
conceituais, externa e interna
Conteúdo
 VALIDADE Critério
Constructo
Validade de Conteúdo
 Os itens representam todo o universo do comportamento
que se quer medir?

 Validade de Conteúdo Conteúdo


Face
 Conteúdo: coeficiente de correlação entre a opinião de
vários julgadores sobre a medição do que o teste mede X o
que se propõe a medir

 Face: a forma como o conteúdo está sendo apresentado.


Uso apropriado da linguagem para a população
Validade de Critério
 É a validade de um instrumento em relação a algum critério
externo, usado para julgar a validade do instrumento

 Quanto mais os resultados do instrumento se relacionam com


o critério, maior sua validade de critério

 Validade convergente: os resultados do instrumentos


convergem com o critério no mesmo tempo ou mesmo ponto.

 Validade preditiva: capacidade que o teste tem em predizer


comportamento futuro (ex: CDR para demência)
Validade de Constructo
 É o grau que um instrumento se relaciona com outras
medições assemelhadas da mesma teoria e dos
conceitos que estão sendo medidos
Convergente:
 VALIDADE DE CONSTRUTO correlação com outros testes

Discriminante:
Se correlaciona com variáveis
que deveria diferir

Fatorial
Sensibilidade
 Sensibilidade: capacidade do teste em identificar
corretamente a doença em indivíduos doentes
 Comparação do instrumento X padrão ouro

Doença
Resultado
Presente Ausente
Sensibilidade =
Verdadeiro Falso
Positivo
positivo Positivo

Falso Verdadeiro
Negativo
Negativo Negativo
Especificidade
 Capacidade do teste em excluir corretamente
aqueles que não possuem a doença, ou seja, o
quão específico o teste é para o que está medindo.

Especificidde =

 BOM teste: ↑ sensibilidade e ↑ especificidade:


identifica quem têm a doença e diferencia de quem
não têm
Escore Bruto X Padronizado
Conceitos importantes

 Escore bruto: medida observada


 Escore ponderado: transformação do escore bruto
em uma medida que permite comparação com o
desempenho observado em relação a outras
pessoas
 Escore percentílico (percentil):calcula o percentual
de sujeitos que está abaixo do desempenho
observado
 Escore Z: calculado a partir da média e DP.
Z score

Z= desempenho – média
DP

-1, 5 DP -1 DP
Normatização e Padronização
 Formado por 4 fases:

1. Pesquisa bibliográfica e pré-adaptação do teste à


realidade brasileira: seleção de figuras, instruções,
elaboração de folha de respostas.
2. Coleta de dados: população controle – revisão
População experimental – revisão, análise dos dados
3. Padronização Piloto [repete a fase 2 com correções]
4. Replicação após análise estatística
EXERCÍCIO PRÁTICO:
COMO ELABORAR UMA BATERIA
DE AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA
Elaboração de bateria neuropsicológica

 Objetivo da avaliação (diagnóstico, comparativa,


pesquisa, fins legais)

 Testes disponíveis para avaliação das características em


questão

 Influência de variáveis como idade, sexo, nível de


escolaridade, nível socio-econômico, origem (rural ou
urbana), profissão, condições físicas gerais, presença de
deficiências físicas especiais

 Considerar as características psicométricas do instrumento


ELABORAÇÃO DE ANAMNESE
Importância da Anamnese
 Permitir que se conclua o diagnóstico
 Orienta a terapêutica e avaliação de sua eficácia
 Fornece elementos para a previsão prognóstica
 Descrição do fato X síntese e/ou interpretação
 Registro textual da fala do paciente (aspas ou sic)
 Esmiuçar as informações do paciente para que não
reste dúvidas sobre o que quis realmente dizer
Etapas da Anamnese
Dados de identificação
Nome, idade, profissão, religião, anos de estudo

 Queixa principal
Início e caracterização dos sintomas
Fatores relacionados ao surgimento da queixa
Percepção do paciente X acompanhante
Alteração comportamental
Repercussão nas atividades funcionais
Etapas da Anamnese
Antecedentes Pessoais
DNPM, início escolarização, doenças de infância,
traumas

 Aspectos sociais
Condições sociais e psicológicas da vida infantil
Escolaridade: início, dificuldades específicas
Vida profissional: início, atitude frente ao trabalho
Etapas da Anamnese
 Recursos de Enfrentamento/ Traços de Personalidade
Humor

 Tarefas de Rastreio
Testes formais (MEEM, Desenho do Relógio)
Tarefas qualitativas: orientação temporal
Análise do discurso
 Resultados de exames e motivo de encaminhamento

 Formulação da hipótese diagnóstica

 Elaboração da bateria de avaliação neuropsicológica


EXERCÍCIO CLÍNICO
CASO 1: SR ODAIR
RELATO DO PACIENTE
Caso clínico 1: AVC
 Sr Odair, 62 anos. 4 anos de estudo
 AVC isquêmico há 4 anos

 Encaminhado pela neurologista: queixa de

“infantilização”
OBSERVAR:
 Há consciência dos déficits?

 Quais prejuízos explícitos?

 Hipótese diagnóstica!
EXERCÍCIO CLÍNICO
CASO 2: ADRIANA
RELATO DO CUIDADOR
Caso clínico 2: Hipóxia
 Adriana, 29 anos. 11 anos de estudo
 Hipóxia por PCR – Demência Vascular
 HD neurologista: amnésia anterógrada

OBSERVAR:
 Expectativas de recuperação

 Descrição das dificuldades

 Definição da “meta”para intervenção


ESCOLHA DOS TESTES PARA A
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Escolha dos instrumentos
 Objetivo da avaliação
 Validade: resultados acumulado de relatos sobre a
medida do teste
 Validade de face:a medida que o teste supostamente
está medindo
 Validade preditiva: “vida real”
 Sensibilidade e especificidade
 Formas paralelas: possibilidade de reavaliação
 Tempo e custo
 Instrumentos não padronizados: situações especificas
Ordem de apresentação dos testes
 Início com testes simples que possibilitem maior
dimensão cognitiva (atenção, visuo-percepção,
linguagem)
 2 ou mais medidas por função: padrão ouro
 Investigação de hipótese
1. Uso de testes:
2. Acréscimo de testes:
 Análise das hipóteses: confirma ou rejeita?
 Término da avaliação: devolutiva e registro formal
dos dados
OBRIGADA!

Beatriz Baldivia
bbaldivia@gmail.com

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