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Testes Psicológicos 

 O que é um teste? o teste pode ser definido como sendo um instrumento padronizado para  obter
informação sobre características do indivíduo ( intelectuais, aptidões, personalidade…) que 
deve responder a questões, executar um conjunto de tarefas em condições bem definidas.
Como situação experimental que é, todas as condições em que o teste decorre devem ser
claramente  definidas e aplicadas do mesmo modo a todos os indivíduos: o material do teste,
as instruções, a  atitude do psicólogo e o ambiente em que se executa a prova. Para ser um
instrumento rigoroso  um teste deve ter as seguintes qualidades: padronização, fidelidade,
validade e sensibilidade. 

Padronização – refere-se ao modo como o teste é utilizado: as condições de


aplicação, a  cotação, a avaliação devem ser rigorosamente as mesmas.
Fidelidade - Grau de consistência ou garantia de igualdade de resultados de um teste
aplicado  duas vezes seguidas à mesma pessoa em condições idênticas. Contudo é
difícil obter uma  verdadeira fidelidade, dado que existem inúmeros factores que
entram em jogo: fadiga,  motivação e empenho do sujeito. A objectividade de um teste
aumenta a sua fidelidade, bem  como o tipo de informação recolhida.
Validade - Grau de exactidão da medição, resultante da aplicação do teste. É a
qualidade que um  teste deve ter para garantir que mede o que pretende medir.
Consideram-se os seguintes  indicadores da validade:
❖ Validade de Conteúdo - Se os conteúdos avaliados estão de
acordo com os objectivos que se pretende medir.
❖ Validade Preditiva - Quando os resultados do teste são
semelhantes aos obtidos pelos sujeitos na vida real.

Sensibilidade - Grau de eficiência de um teste na selecção e colocação em


categorias dos  sujeitos avaliados relativamente a uma característica. Por outras
palavras é a qualidade que deve  possuir um teste que lhe permite discriminar os
indivíduos nas categorias que pretende avaliar. A  realização de testes escritos e/ou
visuais permitem ao mesmo tempo a obtenção de informações  sobre o paciente e a
sua certificação. Constituem a forma mais objectiva de trabalho. De uma  forma muito
simples podemos distinguir três tipos de testes:
1. Aptidão – as aptidões são disposições para se efectuar, com mais ou menos
eficácia,  determinadas tarefas. Permite detectar capacidades para determinadas
áreas do saber  (testes de agilidade motora, lateralidade, memória, atenção,
organização da percepção  visual, auditiva, de aptidões mecânicas, etc. )  

2. Personalidade - Analisam características de personalidade do sujeito. De entre as 


categorias dos testes de personalidade destacamos os questionários - testes
fechados, com  recurso a questões de opção perante uma situação. 

São constituídos por um vasto conjunto de perguntas a que o sujeito responde “Sim
/Não de  acordo com as opiniões, sentimentos, interesse do sujeito, o que permitirá
avaliar  quantitativamente aspectos não intelectuais da personalidade.  
Projectivos - Testes figurativos no qual o sujeito se coloca na situação apresentada,
revelando a  sua personalidade. Os testes projectivos de Rorschach são constituídos
por dez manchas de tinta  que são apresentadas ao sujeito, sendo-lhe pedido que diga
aquilo que vê. Os testes projectivos  têm por objectivo revelar conteúdos da
personalidade como, por exemplo: desejos profundos,  conflitos, reacções ao meio,
etc.  
As técnicas projectivas levantam dificuldades ao nível da objectividade da sua
interpretação. As  figuras são simétricas e ambíguas, o que permite que o sujeito as
interprete projectando assim  aspectos da sua personalidade. O modelo mais utilizado
é o TAT- Testes de Aplicação Temática,  que consiste em apresentar ao sujeito uma
série de figuras ambíguas – desenhos, fotografias,  gravuras, pinturas – pedindo-se -
lhe que, o sujeito descreva, de forma disfarçada, aspectos da  sua vida pessoal
projectando a imagem que tem de si, o que gostaria de ser, o que os outros são  e
deveriam ser para ele, etc. 
Teste de frustração de Rosenzweig, o sujeito, face a uma situação representada
graficamente,  constrói uma resposta. São apresentadas cenas frustrantes que são
susceptíveis de produzir  respostas de vários tipos. O tipo de resposta dada fornece
indicadores para melhor conhecer a  personalidade do sujeito. 
3- Inteligência - Testes de avaliação das capacidades intelectuais traduzidos num
quociente  intelectual ou Q.I. podendo ser testes de compreensão, vocabulário,
composição de figuras, ou  objectos, classificação de gravuras, etc. exemplos: Escala
de Inteligência para Crianças de  Wechsler (WISC) e Escala de Inteligência para
Adultos (WAIS). Os testes de inteligência podem  permitir avaliar esta capacidade e a
evolução da inteligência e das aptidões em função da idade. 
Apreciação crítica sobre a aplicação dos testes - Os testes respondem a uma
necessidade da  psicologia na medida em que descrevem quantitativamente os factos
psicológicos e os  comportamentos. Foi graças aos testes que a psicologia escapou ao
carisma de ciência  contemplativa. Ao nível da investigação os métodos são recursos
importantes, dado que  constituem instrumentos de avaliação e classificação rápidos e
económicos, trazendo  frequentemente para o processo de pesquisa uma segurança
que lhe advém das suas  características técnicas. Contudo algumas objecções se têm
colocado à aplicação dos testes,  sobretudo como instrumento de diagnóstico e de
prognóstico. O carácter estático dos resultados  obtidos não reflecte o carácter
dinâmico e complexo do psiquismo. Os testes valorizam os  resultados e não têm em
conta os condicionalismos sociais e culturais dos indivíduos, o processo,  isto é a
forma como a pessoa o vivenciou, como sentiu a situação do teste, bem como
não apreende os raciocínios e os sentimentos subjacentes às respostas dadas. O
ambiente artificial em  que decorre a aplicação pode perturbar e até mesmo inibir o
sujeito.

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