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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE

VIDA E OBRA DE S. FREUD E A PROPOSTA


TEÓRICA INICIAL (PRIMEIRA TÓPICA)

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1 Avaliando um teste - Confiabilidade, precisão ou
fidedignidade
Para saber se um teste é preciso, confiável ou fidedigno, precisamos testá-lo. É como testar uma balança. Se

subirmos nela algumas vezes durante um dia, o resultado pode se alterar ligeiramente, mas não pode ter grandes

diferenças entre uma medição e outra.

Uma alteração ligeira é chamada de erro de mensuração ou variância de erros, variações causadas por flutuações

irrelevantes.

A confiabilidade de um teste de personalidade é determinada, normalmente, de duas formas:

1 - Medem-se as mesmas pessoas duas vezes no intervalo de dois meses. Este procedimento avalia a

confiabilidade do teste. A personalidade de uma pessoa pode mudar em dois meses? Segundo as teorias de

personalidade, embora as ações e reações possam mudar, os padrões subjacentes fundamentais permanecem

relativamente estáveis por um período de tempo.

2 - Separa-se o teste em partes e mede-se se estas partes do teste produzem resultados semelhantes. Exemplo: se

em um teste tem 10 perguntas referentes à autoestima, pode-se avaliar questão por questão ou dividir o teste em

duas partes. Exemplo: da questão 1 até a 5 e da questão 6 até a 10. Deve-se aplicar o teste em algumas pessoas e

depois comparar se o resultado de cada pessoa na primeira parte do teste é semelhante à segunda parte, ou seja,

uma mesma pessoa não pode ter alta autoestima nas primeiras questões e baixa autoestima nas últimas.

2 Validade de constructo
Significa avaliar se realmente está medindo aquilo que se pretende.

Por exemplo: medir o peso dos alimentos informa a quantidade de calorias dos alimentos? Se eu quero

emagrecer, preciso ingerir menos calorias. Se eu considero o peso dos alimentos como medida do número de

calorias, eu preciso ingerir menos em termos de quilos.

Uma fatia de torta de chocolate com chantilly e cereja que pesa 300 gramas seria menos calórica do que uma

sopa de couve-flor que pesa 500 gramas. Nesse exemplo, podemos observar que medir o peso dos alimentos não

é válido para saber a quantidade de calorias.

Para investigar a validade de constructo, devemos partir de uma teoria de personalidade.

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3 Validade de conteúdo
Para medir, por exemplo, se uma pessoa está gorda, poderíamos medir apenas seu peso e desconsiderar sua

altura. Neste caso, não haveria validade de conteúdo, pois o peso deve ser proporcional à altura.

Um teste que tenha validade de conteúdo deve considerar todos os aspectos referentes a um determinado tema.

Que itens são relevantes e essenciais para um teste de personalidade? Os itens devem medir os diferentes

aspectos do constructo geral.

4 Validade de critério
Assim, se o teste de personalidade, confiável e válido em termos de constructo, informa que a pessoa tem baixa

autoestima, esperamos que ela se comporte de determinada maneira e temos que verificar se isso realmente

ocorre. À capacidade do teste de predizer a atuação da pessoa no mundo real, chamamos de validade de critério.

5 Você sabia que existem diferentes tipos de testes de


personalidade?
Vamos adiante para conhecer um pouco mais sobre elas...

Estes testes são caracterizados por questões feitas à pessoa avaliada. São fáceis de aplicar e baratos. Geralmente

são questionários e podem ser aplicados coletivamente.

MMPI (Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota)

Constitui-se por 567 afirmações simples, de respostas objetivas: sim ou não.

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É utilizado na avaliação de diversos tipos de transtornos mentais, tais como: hipocondria, depressão, histeria,

psicopatia, paranoia, esquizofrenia, mania, introversão.

IFP (Inventário Fatorial de Personalidade)

É um teste de personalidade composto de 141 afirmações.

A pessoa avaliada deve responder o quanto a afirmativa a caracteriza, conforme exemplo abaixo.

É utilizado na avaliação de diversos tipos de transtornos mentais, tais como: hipocondria, depressão, histeria,

psicopatia, paranoia, esquizofrenia, mania, introversão.

6 Agora vamos conhecer testes projetivos?


Os testes projetivos caracterizam-se pela apresentação de estímulos indefinidos e ambíguos. Analisa-se a

resposta do examinando do ponto de vista emocional e motivacional, consciente e inconsciente.

Psicodiagnóstico de Rorschach

Criada por Hermann Rorschach. Trata-se de 10 pranchas, cada uma delas com manchas de tinta feitas ao acaso

de forma simétrica (direita/esquerda), sem um formato definido. Solicita-se que a pessoa avaliada diga o que

está vendo.

As pranchas são exibidas em uma determinada sequência específica. É anotado tudo o que é dito: qual a forma

percebida, onde esta é identificada, se tem movimento, cor etc.

O teste revela a organização básica da estrutura da personalidade, incluindo características da afetividade,

sensualidade, vida interior, recursos mentais, energia psíquica e traços gerais e particulares do estado intelectual

do indivíduo. O teste pode ser aplicado a partir dos 10 anos de idade e não há limite determinado de tempo para

a aplicação.

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Saiba mais
Embora o teste seja projetivo, pode ser encontrado simplificado e objetivo em
http://theinkblot.com/

Zulliger

Hans Zulliger criou o teste usando os experimentos de Hermann Rorschach, com manchas de tinta feitas ao acaso.

Trata-se de uma técnica projetiva cuja base metodológica e suporte teórico fundamentam-se no Psicodiagnóstico

de Rorschach, e também é uma medida que avalia vários aspectos da personalidade: afetivos, emocionais e o

controle sobre as reações impulsivas.

O Z-Teste é uma técnica consistente, de fácil aplicação e classificação. Pode ser aplicado individual ou

coletivamente, o que implica grande economia de tempo e utilidade prática.

O teste também pode ser aplicado a partir de 10 anos de idade e não há limite de tempo na aplicação. São apenas

três pranchas, mostradas na seguinte ordem:

Tela T.A.T. (Teste de Apercepção Temática)

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Teste projetivo que consiste em apresentar uma série de pranchas, selecionadas pelo examinador, ao sujeito, que

deverá contar uma história sobre cada uma das pranchas.

Nas histórias, são identificadas características importantes da personalidade, que são decorrentes de duas

tendências psicológicas, segundo a teoria de Murray:

A primeira é a tendência para interpretar uma situação humana ambígua, baseando-se em suas experiências,

desejos, sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.

A segunda é a tendência de contar histórias baseadas nas suas experiências e referências, expressando, desta

forma, seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes.

O teste pode ser aplicado em pessoas com idades entre 14 e 40 anos. A aplicação é individual.

H.T.P. (Casa-Árvore-Pessoa)

Idealizado por John N. Buck, em 1948. Solicita-se que seja feito um desenho à mão livre, com lápis e borracha, em

uma folha branca. No total, são três folhas com um desenho em cada: casa - árvore - pessoa. Utilizam-se esses

temas por serem bastante familiares a todas as pessoas, mesmo as crianças pequenas.

Parte-se do princípio de que é possível fazer uma avaliação qualitativa da personalidade através da simbologia,

representada graficamente. Suas vantagens relacionam-se ao fato de que é um teste de aplicação muito

econômica, simples, individual ou coletiva, além de implicar numa avaliação relativamente rápida.

Teste Q-Sort (Classificação Q)

Neste método, a pessoa recebe um conjunto de cartas nomeando diferentes características. Pede-se que ela

organize as características em grupos que englobem as características mínimas e máximas de alguém.

Pode ser autoavaliativo ou avaliar terceiros. Pode-se definir o número de grupos e o de características.

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A classificação Q também pode ser usada para avaliar o comportamento de alguém em uma situação estruturada

específica. Por exemplo: criar uma situação onde alguém deve discordar de uma autoridade.

Veja a seguir imagens da classificação Q.

7 Medidas biológicas
A primeira tentativa de medir a personalidade através das características do crânio foi chamada de frenologia.

Inicialmente, utilizavam-se estudos post-mortem, isto é, identificavam pessoas com transtornos de

personalidade ou sinais de lesão e suas características, de forma minuciosa, antes da morte, e a dissecação do

cérebro após a sua morte.

Hoje, deseja-se estudar a relação entre personalidade e estruturas cerebrais, ou seja, a localização de

características de personalidade no sistema nervoso, através de registros e imagens da estrutura cerebral ou do

seu funcionamento.

Registro elétrico x

EEG eletroencefalograma - Registro da intensidade e frequência elétrica do cérebro vivo.

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Imagem metabólica

Imagens estáticas que revelam estruturas do cérebro.

CAT - Tomografia axial computadorizada, baseada em raio X, resolução limitada.

MRI - Ressonância magnética. Resultado de alta resolução. Um forte campo magnético é passado através do

cérebro do paciente. Um scanner rotativo detecta os diferentes padrões de alterações eletromagnéticas nas

moléculas do cérebro. É produzida uma imagem tridimensional. Trata-se de um procedimento caro.

Imagem metabólica

Resultante do aumento no consumo de glicose e oxigênio em áreas ativas do cérebro.

PET - Tomografia por emissão de prótons. Mede o aumento do consumo de glicose durante tipos específicos de

processamento de informação. Os participantes recebem uma dose levemente radicativa de glicose que emite

prótons quando é metabolizada.

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FMRI - Ressonância magnética funcional. Técnica de neuroimagem que usa campos magnéticos para construir

uma representação detalhada em três dimensões do nível de ativídade em várias partes do cérebro em um dado

momento.

Parte da MRI, mas usa o aumento do consumo de oxigênio. Não exige o uso de partículas radioativas. O campo

magnético induz mudanças no átomo de oxigênio. É menos invasiva que a PET, mas é um procedimento caro.

CONCLUSÃO
Chegamos ao final do conteúdo. Nos vemos na próxima aula! Continue seus estudos.

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