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A psicofísica é uma área que se concentra de maneira precisa e quantitativa no estudo de

como os seres humanos fazem julgamentos. Ela está particularmente interessada em


entender como os observadores humanos percebem e interpretam estímulos sensoriais. Em
resumo, a psicofísica procura medir e analisar as relações entre estímulos físicos (como
intensidade de luz, som, etc.) e as respostas psicológicas associadas (como percepção ou
avaliação).

A "Equação Pessoal" refere-se à tendência de as pessoas subestimarem ou


superestimarem quantidades ao fazer julgamentos. Isso é evidente em avaliações de
desempenho, entrevistas psicológicas e testes de personalidade, onde diferentes
observadores interpretam dados de maneiras distintas. Para lidar com isso, é essencial
utilizar padronização, conscientizar os observadores sobre sua existência e oferecer
treinamento adequado, garantindo interpretações mais objetivas em contextos
psicométricos.

O "Limiar de Sensação" é o ponto em que um estímulo se torna perceptível. Baseia-se


na ideia de perguntar ao indivíduo se percebe ou não uma sensação, já que a
sensação não pode ser medida diretamente. Por exemplo, imagine estar em um quarto
escuro e notar gradualmente o aumento da intensidade de uma luz. O limiar de sensação
é o momento em que você percebe conscientemente a luz.

- Métodos Psicofísicos:
- Originalmente para estímulos e reações observáveis, agora aplicados a medidas
inferíveis, como atitudes.

- História da Psicologia Experimental (1879 - Wundt):


- Primeiro laboratório buscava uma descrição geral do comportamento humano, com
ênfase inicial na uniformidade.

- Influências e Desenvolvimento:
- Crescimento da estatística favoreceu pesquisas e técnicas.
- Teoria de Darwin sobre evolução influenciou Galton.
- Galton pioneiro em explorar herança de características pessoais, desenvolvendo
instrumentos e enfatizando a necessidade de padronização.
- Pearson expandiu o trabalho, introduzindo conceitos estatísticos como correlação(parcial
e múltipla), análise fatorial, e estatísticas multivariadas.

- Histórico da Medida em Psicologia:


- No final do século XIX, surgiram testes sensório-motores, como velocidade sensorial e
tempo de reação.
- Cattell e Galton buscaram medir a inteligência com esses instrumentos.
- A aferição presumia que os mais capazes teriam os melhores tempos, contribuindo
para unir a psicologia experimental ao movimento de testes.
- Cattell, em 1890, foi o primeiro a usar o termo "teste mental".

- Testes Mentais Práticos (França, Início do Século):


- Influenciados pela tradição humanista, focados no bem-estar social.
- Binet e Simon criticaram testes anteriores por serem excessivamente sensoriais e
especializados.

- Escala Binet-Simon (1905):


- Desenvolvida por Binet e Simon para investigar possíveis causas de reprovação escolar.
- Primeira tentativa sistematizada de estudar diferenças individuais em inteligência.
- Em 1908, organizada por níveis de idade; em 1911, aprimoramentos feitos,
estendendo-se até a idade adulta.

- Seleção Psicológica na Primeira Guerra Mundial (1916):


- Otis, do Departamento de Guerra dos EUA, desenvolveu escalas de desenvolvimento
mental para seleção de convocados.
- Publicação das escalas "Otis Group Intelligence Scale" (1918) e "Otis Self-Administering
Tests" (1922).
- As escalas incluíam séries primária e avançada (1918) e Otis-Alfa, Otis-Beta e
Otis-Gama (1922).

- Debate sobre Primeiro Teste Coletivo de Inteligência:


- Comissão liderada por Yerkes realizou o "Army Mental Test".
- Duas formas - Army-Alpha (verbal) e Army-Beta (não-verbal) - utilizando material de Otis.
- Esses testes permitiram a elaboração de normas e padrões estatísticos para
grupos e classificações profissionais com base no nível mental.

- Teste de Personalidade durante a Primeira Guerra Mundial:


- Surgiu o Inventário de Autodescrição de Woodworth (1918) para identificar casos
graves de "doenças mentais". Era uma prova precária, refletindo a necessidade
contínua de aprimoramento nesse construto.

- Evolução dos Testes Psicológicos:


- Inicialmente, foco em medir a inteligência como um todo, mas muitos testes mediam
aspectos específicos, como percepção de espaço e memória visual.
- Análise fatorial da inteligência levou ao desenvolvimento de testes de aptidão
específica e baterias de aptidão.
- Primeiro teste de aptidão específica foi o Teste de Talento Musical de Seashore
(1915), precedendo os testes coletivos de inteligência.
- Surgimento de testes de aptidão mecânica, raciocínio espacial, etc.
- Além da inteligência geral, surgiram testes de interesse para orientação educacional
e profissional.
- Últimos a serem construídos foram os testes de personalidade, incluindo
questionários, testes situacionais e técnicas projetivas.

- Atuais Instrumentos de Mensuração Psicológica:


- Diversos testes publicados visam quantificar o comportamento humano.
- Importante notar que a psicologia não se limita a testes para avaliação de
características psicológicas.
- A objetividade da mensuração, junto com o avanço científico e tecnológico, permitiu o
desenvolvimento de vários instrumentos ao longo do tempo.
- Conclusão: Ao longo do tempo, houve aprimoramento nas formas de mensuração
psicológica, contribuindo para o desenvolvimento de pesquisas e progresso no
conhecimento científico do ser humano.
- Utilizar medidas objetivas e compatíveis é fundamental para obter medições confiáveis em
fenômenos psicológicos. Métodos claros, observáveis e ajustados à natureza específica do
fenômeno aumentam a confiança nos resultados.

- Mensuração em Psicologia:
- A psicometria é o conjunto de técnicas que possibilita a quantificação de fenômenos
psicológicos.
- Compreender o processo de quantificação torna-se essencial para empregar
efetivamente essas técnicas.

- Mensuração em Psicologia:
- A psicometria é como medimos coisas na psicologia, usando regras específicas e
números para entender melhor aspectos psicológicos.

- Mensuração e Medida em Psicologia:


- Quantitativo: Sempre usamos números para expressar características psicológicas.
- Unidades Relativamente Constantes: As unidades de medida são como as réguas que
usamos para medir algo, e elas permanecem as mesmas se medirmos da mesma
maneira.
- Ausência de Ponto Zero Absoluto: Quando usamos escalas, o "zero" não significa
que algo não existe, mas é apenas um ponto de início na escala que escolhemos.

- Exemplo:
- Se medirmos ansiedade de 1 a 10, o número 5 representa algo parecido em diferentes
situações.
- O "zero" em uma escala de estresse não indica que não há estresse, mas é o ponto
inicial que escolhemos.

- Mensuração e Medida:
- Mensuração é o processo de atribuir símbolos, como números ou palavras, a objetos
seguindo regras. Esses símbolos representam quantidades de atributos.

- Termos Importantes:
1. Símbolo (Exemplo): Representa o atributo medido, podendo ser um número, letra ou
palavra. Em um teste de personalidade, o símbolo pode ser "Introvertido" ou "Extrovertido",
refletindo uma característica específica. No contexto da mensuração, o símbolo é a
representação específica do atributo medido. Se estamos medindo traços de personalidade,
como extroversão, os símbolos podem ser "Muito Extrovertido" ou "Moderadamente
Extrovertido". Cada símbolo carrega consigo uma interpretação única da característica
medida.
2. Objeto: Elemento medido, como pessoas ou animais em psicologia.
3. Atributo: Característica medida no objeto, como inteligência, atitude, tempo de reação.
4. Instrumento: Meio usado para medir o atributo do objeto, como testes, questionários.
5. Regras (Exemplo): Formulações preestabelecidas que indicam procedimentos para
atribuir símbolos aos atributos dos objetos. Exemplo: em um teste de habilidade verbal, uma
pontuação de 7 a 10 pode ser interpretada como "alto desempenho", 4 a 6 como
"desempenho médio" e 1 a 3 como "baixo desempenho".
6. Situação-Padrão: Controle de variáveis que podem afetar a medida. Quando aplicamos
um teste em diferentes circunstâncias, a situação-padrão significa seguir um conjunto
consistente de instruções e condições em todas as instâncias. Isso garante que os
resultados sejam comparáveis e não sejam influenciados por variáveis externas. Por
exemplo, ao medir a ansiedade, a situação-padrão pode incluir fornecer instruções idênticas
a todos os participantes antes do teste para garantir uma avaliação justa e consistente.

OBSERVAÇÃO:
Mensuração em psicologia é complexa devido à natureza das variáveis psicológicas, muitas
vezes não observáveis. O psicólogo lida com construtos hipotéticos, utilizando diferentes
métodos para estimar essas variáveis. Entretanto, a presença humana na mensuração pode
introduzir falhas, e vários fatores podem afetar as características medidas, tornando os
resultados menos confiáveis.

- Na mensuração psicológica, ocorre contaminação de variáveis, como fadiga e falta de


motivação do sujeito.
- Fatores situacionais, como falta de uniformidade na medição e variações na
aplicação, também podem influenciar.
- Falta de atenção a esses fatores pelo aplicador pode aumentar a variação entre os
resultados obtidos.

- Psicometria Simplificada:A psicometria busca usar métodos científicos para entender o


comportamento humano.

- Descrição Precisa: É essencial descrever o comportamento de forma clara, objetiva e


descritiva, usando instrumentos padronizados, mesmo que os problemas em psicologia
sejam complicados.

- Medição Baseada em Indícios: Na Medição Baseada em Indícios, avaliamos


características não diretamente observáveis, como inteligência ou personalidade, por meio
de indicadores relacionados a essas características. Por exemplo, para medir paciência,
observamos comportamentos como esperar em uma fila calmamente.

- Testes Padronizados: Os testes fornecem situações regulares para entender


comportamentos que são facilmente observáveis, embora o comportamento possa variar ao
longo do tempo.

- Limitações dos Testes: Devemos reconhecer que os testes têm limitações diante da
complexidade do comportamento humano.

- Uso Prudente dos Instrumentos: É importante usar instrumentos corretos e


interpretá-los com cuidado para minimizar erros e obter os resultados desejados.

- Valor da Medida: A medição é crucial na pesquisa, mas não é o único objetivo. Avaliamos
seu valor pensando em como ela ajuda a entender o comportamento, evitando exageros na
importância dos números.
- “Mística da Quantidade": Significa não atribuir um valor exagerado aos números,
lembrando que a medição é uma ferramenta para entender, não o objetivo final da pesquisa.
Evita-se a crença de que números têm valor científico intrínseco.

São quatro as funções que a medida desempenha:

1) Quantificação:
- Entende-se que a medida permite uma descrição precisa do fenômeno.
- Toda existência pode ser descrita em termos de quantidade, e a medida fornece uma
descrição mais completa e precisa, permitindo comparações.
- A precisão da medida aumenta com o cuidado na mensuração, sendo os números
símbolos que garantem maior precisão.

2) Comunicação:
- Facilita a comunicação, condensando informações de forma precisa e objetiva.
- Exemplo: Dizer que uma mesa mede três metros já implica que é grande, evitando
repetições desnecessárias.

3) Padronização:
- Instrumento de padronização assegura equivalência entre objetos com características
diversas.
- Exemplo Específico: Imagine um teste psicológico em que os resultados são expressos
em percentis. Isso padroniza a forma como as pontuações são interpretadas, fornecendo
uma medida padronizada que permite a compreensão do desempenho em relação a um
grupo.

4) Objetividade:
- Permite classificações com menor ambiguidade.
- Exemplo Específico: Em uma pesquisa, atribuir pontuações numéricas a respostas
abertas durante uma entrevista. Isso torna as respostas mais objetivas, permitindo uma
classificação mais clara e menos subjetiva.

1) Medida Fundamental:
- O que é: Aqui, você mede algo usando um padrão diretamente. Pode ser uma régua
para medir o comprimento de algo ou uma balança para medir o peso. Você está "olhando
diretamente" para a característica que está medindo.
- Exemplo: Imagine que você quer medir o comprimento de uma folha. Você pega uma
régua e alinha a borda da folha com a marca zero da régua. A leitura que você faz na régua
é a medida fundamental do comprimento da folha.
- Coisas que podem ser comparadas, como peso ou comprimento, chamamos de
extensivas.

2) Medida Derivada:
- O que é: Aqui, você usa um instrumento para medir algo. Em vez de olhar diretamente
para a característica, você usa um indicador, como um termômetro para medir a
temperatura ou um medidor de pressão para medir a pressão.
- Exemplo: Suponha que você quer medir a temperatura ambiente. Você olha para um
termômetro. O número que você lê no termômetro é a medida derivada da temperatura.
- Coisas que são o resultado de uma operação, como a temperatura de um ambiente,
chamamos de intensivas.

Resumindo Melhor:
- Medida fundamental é quando você olha diretamente para a característica que está
medindo, usando um padrão.
- Medida derivada é quando você usa um instrumento para obter a medida, lendo um
indicador que está relacionado à característica que você está medindo.
- A medição em psicologia geralmente é do tipo derivado.
- Isso significa que usamos indícios relacionados ao fenômeno psicológico que
estamos medindo.
- Quando medimos algo em psicologia, não estamos pegando uma régua ou uma
balança para obter uma medida direta, como faríamos com o comprimento ou o peso. Em
vez disso, usamos indicadores, como testes psicológicos, questionários ou escalas.
- Esses instrumentos são nossos "termômetros" para avaliar características
psicológicas, como inteligência, personalidade ou habilidades. Em vez de medir
diretamente a característica, estamos observando sinais ou indícios que estão
relacionados a ela.
- Se quisermos medir a ansiedade de alguém, podemos usar um questionário que faz
perguntas relacionadas a comportamentos ansiosos. A pontuação que a pessoa obtém no
questionário é a nossa medida derivada da ansiedade, baseada nos indícios que ela
forneceu em suas respostas.

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