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Apontamentos de Métodos de Avaliação Psicológica

Os conceitos e objetivos da avaliação psicológica

Método científico (Vs. Senso comum)

Sistemático (tem de ser aplicável a todos os fenómenos com as mesmas


caraterísticas);
Recorre a métodos claramente definidos;
Redutor (ignora aspetos distratores e reduz os fenómenos a princípios
gerais);
Objetivo (diferentes observadores utilizando os mesmos métodos chegam
aos mesmos resultados);
Nunca termina (será sempre aperfeiçoado no futuro).

A psicologia enquanto Ciência

Foi através da construção de técnicas de avaliação de dimensões


psicológicas, que a Psicologia se estabeleceu como ciência;
Em paralelo com este desenvolvimento, deu-se a evolução dos
procedimentos estatísticos, que estão na base do estabelecimento e do
desenvolvimento da avaliação psicológica como prática científica.

O que é avaliar?

Estudo científico do comportamento (nos vários níveis de complexidade


necessários) de um indivíduo (ou um grupo específico) com o objetivo de o
descrever, classificar, predizer e explicar;
Pode dirigir-se ainda a grupos humanos, a contextos, a programas e a
intervenções.

A avaliação psicológica - Disciplina da psicologia que estuda o comportamento


humano, tanto do sujeito individual como de um grupo específico de sujeitos, em
contextos distintos, desde a clínica à escola, passando pelo trabalho e pelas
organizações e outros âmbitos aplicados
Os objetivos da avaliação são: descrição do comportamento, o seu
diagnóstico, a sua predição, a sua mudança e controlo mediante uma
intervenção e a sua valoração. Comum a todos os contextos é o facto de que
é através do processo de avaliação que o psicólogo responde ao pedido do
cliente e/ou sujeito, colocando-se questões técnicas que trata de verificar
com a aplicação de testes e outros procedimentos de recolha de informação.
A avaliação psicológica é a atividade que o psicólogo realiza quando se lhe
pede para descrever, explicar, predizer, classificar ou modificar uma
conduta.
Ele encarrega-se do processo de recolha de dados, de colocar hipóteses, de
as comprovar a partir da aplicação de técnicas de avaliação pertinentes
(entrevista, observação, técnicas subjetivas, projetivas, objetivas, etc.), com
o objetivo de tomar decisões ou solucionar problemas, assim como
comunicar os resultados do processo de avaliação e preparar as informações
que julgue pertinentes.

Para o que serve a avaliação psicológica?

Produzir informação psicológica > Tomar decisões

Categorias de decisões tomadas a partir da avaliação psicológica

Seleção - Pretende selecionar um indivíduo para uma determinada função;


Monitorização - Pretende verificar se a ação da intervenção está a conseguir
os resultados que se esperavam;
Investigação - Fornece informação relacionada com as hipóteses formuladas
num estudo ou com os objetivos da investigação;
Diagnóstico - Visa determinar a ação que se vai seguir (ex. no diagnóstico de
perturbação do comportamento, infere-se que o avaliado terá, a prazo, um
dado ajustamento).

Etapas históricas da avaliação psicológica

Até 1900 - Experimentação da avaliação psicológica


Até 1920 - Desenvolvimento dos testes de avaliação intelectual individuais e
de grupo; desenvolvimento da teoria psicométrica
Até 1940 - Desenvolvimento da análise fatorial, dos testes projetivos e de
inventários padronizados de avaliação da personalidade
Até 1960 - Desenvolvimento de medidas de interesse vocacional e de
medidas padronizadas de psicopatologia
Até 1980 - Desenvolvimento da teoria de resposta aos itens e da avaliação
neuropsicológica; desenvolvimento de técnicas de avaliação psicológica em
pessoas com doenças específicas

Uma perspetiva histórica da avaliação psicológica

Marcos históricos da avaliação psicológica

2200 A.C. - os oficiais do imperador da China eram avaliados de 3 em 3 anos


para verificar a sua adequação ao trabalho;
A examinação da doença mental em meados do séc. XIX deu origem a muitos
testes que influenciaram o curso dos testes psicológicos. Contudo, estes
testes não eram padronizados, pelo que foram abandonados.
Um pouco mais tarde, outros testes mostraram que a apresentação de
procedimentos padronizados podia ajudar a revelar a natureza e a extensão
dos sintomas nos pacientes com doença mental e lesões cerebrais.
Época dos instrumentos de bronze dos experimentalistas (finais de 1800) –
mediam em laboratório limiares de tempo e reações sensoriais, porque
julgavam que estes estavam no cerne da inteligência (Wundt, Galton,
Catell...). Galton iniciou o desenvolvimento de testes para medir diferenças
individuais, contrariamente a Wundt, que procurava leis comuns. Os tempos
de reação não mostraram correlações significativas com a inteligência, pelo
que os instrumentos de bronze foram progressivamente abandonados.
No início do séc. XIX, alguns médicos, como Esquirol e Seguin começaram a
debruçar-se sobre o diagnóstico e tratamento da doença mental. Esquirol
formalizou a diferença entre atraso mental (desenvolvimento ao longo da
vida, com início na infância) e doença mental (aparecimento na idade
adulta);
A noção de atraso mental e a perceção da sua relação com as dificuldades de
aprendizagem na infância criou a necessidade do desenvolvimento de testes
de inteligência;
Binet e Henri (1896) defendem que a inteligência pode ser mais eficazmente
medida através de processos psicológicos superiores do que por simples
medidas sensoriais (ex. tempos de reação) - Binet e Simon constroem

formalmente a primeira escala para medir a inteligência das crianças: 1. Não


pretendia medir com precisão uma faculdade única, pelo contrário, teve por
objetivo avaliar o desenvolvimento mental geral da criança com um grupo
heterogéneo de tarefas, pelo que o objetivo não era medir, mas classificar

(pelo que não tinha uma nota global); 2. Foi um teste breve (menos de uma

hora) e prático, sem recurso a grandes equipamentos; 3. Media diretamente


o que os autores julgavam ser o fator essencial da inteligência, avaliação
prática, em vez de desperdiçar tempo com habilidades de nível básico,
envolvendo elementos sensoriais, motores e intelectuais (visão pragmática);

4. Os itens foram organizados por nível aproximado de dificuldade, em vez


de o serem por conteúdo. Os 30 testes na escala variavam de testes
sensoriais extraordinariamente simples para abstrações verbais bastante
complexas. Assim, a escala era adequada para avaliar toda a gama de
inteligência, desde o atraso mental grave a elevados níveis de sobredotação.
 1908 - A escala foi reformulada, deixando cair os itens mais básicos e
acrescentando outros de nível mais elevado. Resultados com sucesso
de 80 a 90% determinavam a aquisição do nível padronizado para essa
idade. Introduziu o conceito de Nível Mental. Idade mental ≠ Idade
cronológica.
 1912 - Stern propõe dividir a idade mental pela idade cronológica para
obter um quociente de inteligência;
 1916 - Terman et al. revêm a escala de Binet–Simon, produzindo a
Stanford-Binet; propõe multiplicar por 100 o quociente de inteligência
(para dar um número inteiro). Nasceu assim, o conceito de QI.
 A partir de alterações à escala de Binet e Simon, Goddard (1910)
propôs níveis de atraso mental, partindo da utilização da escala de
1908.
Os testes de inteligência não-verbais foram inventados no início de 1900 para
facilitar os testes de imigrantes que chegavam a Ellis Island e que não
falavam Inglês (ex. Knox publicou um teste de puzzle de madeira em 1914 – o
“moron” test): anteriormente, a ênfase do Binet-Simon era colocada em
competências verbais.
Anos 30 - O advento de várias baterias de testes de aptidão foi possível com
o desenvolvimento da análise fatorial por L. L. Thurstone e outros. Thurstone
propõe aptidões primárias (ex. compreensão verbal, fluência verbal, aptidão
numérica, habilidade espacial, memória associativa, velocidade percetiva,
raciocínio geral).
Considerou-se então que medidas como o Stanford-Binet não eram tão úteis
como várias baterias de testes de aptidão para determinar pontos fortes e
fracos intelectuais de uma pessoa.
1 Guerra Mundial - Emergem os testes de personalidade.
Woodworth’s Personal Data Sheet (1919) - deteção de recrutas com
suscetibilidade à neuropsicose.
1910 – São desenvolvidos vários testes projetivos. Os pressupostos para a sua
construção passavam por ao responder a estímulos ambíguos ou não
estruturados, as pessoas inadvertidamente divulgam as suas necessidades
mais íntimas, fantasias e conflitos.
Desenvolvimento de inventários de interesses: Criados para guiar e
aconselhar as massas de pessoas mais “normais”.
1927 – Publicação da primeira edição do Strong Vocational Interest Blank.

A ética na Avaliação psicológica

O que é a ética?

Refere-se às regras ou princípios que definem a conduta certa e errada .


Diz respeito à forma como devemos viver a nossa vida. Foca-se em questões
acerca do que é certo e errado, justo ou injusto, bom ou mau, que se gosta
ou não gosta...
Aristóteles - Ser ético supõe uma boa conduta das ações, a felicidade pela
ação realizada e a alegria da auto-aprovação diante do bem feito.

O que é a Deontologia?

Surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa “dever” e “lógos”
que se traduz por discurso ou tratado;
O tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adotadas
por um determinado grupo profissional.
Base → grandes declarações universais - traduzir o sentimento ético
expresso nestas, adaptando-o, no entanto, às particularidades de cada país e
de cada grupo profissional.

A conduta ética do psicólogo – O que está errado!

1. Criar um instrumento para avaliar a inteligência com base na sua


experiência clínica e aplicar em alguns pacientes;
2. Elaborar um relatório de avaliação psicológica com base apenas em 4
entrevistas;
3. Ao fazer uma avaliação psicológica e perceber que tem apenas uma folha
de resposta do teste a ser aplicado, o psicólogo faz fotocópias;
4. Emprestar um instrumento de avaliação psicológica a um colega de
profissão;
5. Aplicar um instrumento de habilidades sociais ao próprio filho;
6. Publicitar num jornal um pacote promocional de sessões de avaliação
psicológica;
7. Revelar informações sigilosas à família de um cliente potencialmente
suicida;
8. Utilizar, no processo de seleção de candidatos para uma determinada
empresa, de entre os instrumentos de avaliação psicológica, a grafologia
(estudo da personalidade de uma pessoa por meio da escrita).
Consciência do poder e da influência que exerce sobre a vida do cliente, seja
indivíduo, casal, família, grupo, instituição, empresa, comunidade > A
avaliação psicológica pode ter impactos negativos, quer a nível pessoal (o
teste diz que eu sou pouco inteligente/que não sou bom para o emprego X),
quer a nível de social (o diagnóstico pode levar a exclusão social).
Considerar que nenhuma intervenção (do psicólogo) está livre de valores,
crenças, preconceitos, julgamentos que afetam a formulação de perguntas,
a construção de hipóteses e o planeamento de intervenções
Nenhuma intervenção está livre de valores associados a género e cada
palavra e ação do psicólogo terá um significado especial para cada sexo.
O psicólogo deve renunciar a explicações hegemónicas e omnipotentes,
subjacentes à ideia de possibilidade de um conhecimento total acerca do
sujeito que é objeto de avaliação psicológica
Os psicólogos são responsáveis pelas consequências do seu trabalho e pelas
suas possíveis implicações éticas, pelo que estão obrigados a uma
fundamentação científica, objetiva e pormenorizada na sua prática
profissional de avaliação psicológica

A prática clínica é, portanto, um ato social, que não pode ser separado das questões
sociais que o circundam.

Cinco pontos na conduta ética do psicólogo

1. Respeito pela dignidade e direitos da pessoa - respeitar decisões e direitos e


promover a autonomia das pessoas;
2. Competência - atuar de acordo com os pressupostos técnicos e científicos da
profissão, quer na formação, quer na atualização;
3. Responsabilidade - consciência das consequências do seu trabalho nas
pessoas, na profissão e na sociedade;
4. Integridade - fidelidade aos princípios de atuação da profissão e prevenção e
evitamento de conflitos de interesse;
5. Beneficência e Não–Maleficência - promover e proteger os legítimos
interesses do cliente.
Balanço custo-benefício (Bem-estar dos participantes Vs. Avanço científico):
Participantes (durante) - Experiência educacional e autoconhecimento
(ganhos pelo desempenho de novas tarefas ou aprendizagem de novas
competências); Participantes (após) - Beneficiam leitores de literatura
científica, bem como aqueles que recebem tratamentos ou aplicações que

derivaram da investigação. > Qualquer conhecimento é benéfico, desde que


os participantes da investigação não sejam prejudicados no decurso da
obtenção desse conhecimento
Tomada de decisão (Devo investigar ou não?): Avaliar o risco mínimo, o risco
mental (ex.: stress ou invasão de privacidade) e o risco físico.

MAS: Como conseguimos determinar satisfatoriamente se os custos inerentes à


investigação e os riscos subsequentes são demasiado elevados para conduzir alguns
tipos de investigação? > Comissões de ética – garantir que os participantes na
investigação, humanos ou animais, sejam tratados de acordo com as guidelines
éticas estabelecidas. A comissão de ética não tem como função avaliar a relevância
científica da investigação, mas sim investigar e dar parecer sobre a estrutura ética
do trabalho.

Consentimento informado: Representa o dever do investigador informar os


participantes sobre aquilo em que estarão envolvidos ao aceitarem
participar no experimento; informar de que o participante poderá desistir a
qualquer momento do estudo, sem ter de dar nenhuma explicação para o
facto; A obtenção do consentimento está dependente do estatuto legal dos
indivíduos.

Princípios éticos a observar na prática psicológica, em matéria de avaliação

Sem prejuízo da legítima diversidade de teorias, escolas e métodos, o


psicólogo não utilizará meios ou procedimentos que não tenham sido
suficientemente testados, dentro dos limites do conhecimento científico
vigente;
No caso de investigações que visem testar técnicas ou instrumentos novos,
ainda não testados, os clientes/participantes devem ser informados desse
facto.
Os registos escritos e eletrónicos de dados psicológicos, entrevistas e
resultados de provas, se forem conservados durante certo tempo, devem os
ser sob a responsabilidade pessoal do psicólogo, em condições de segurança
e sigilo, que impeçam que pessoas estranhas possam ter acesso a eles;
Os relatórios psicológicos realizados a pedido de instituições ou
organizações em geral, estão submetidos ao mesmo dever e direito geral de
confidencialidade, ficando tanto o psicólogo como a instância que requereu
a avaliação, obrigados a não os difundir fora do quadro restrito para que
foram realizados.
Os relatórios psicológicos devem ser claros, precisos, rigorosos e inteligíveis
para os seus destinatários. Devem expressar o seu alcance e limitações, o
grau de certeza que, acerca dos seus conteúdos, o psicólogo detenha, o seu
caráter atual ou temporal e as técnicas utilizadas para a sua elaboração,
fazendo ainda constar os dados do profissional que o emite.
Os avaliadores assumem a responsabilidade apropriada pelo seu
comportamento, nomeadamente pela escolha, aplicação e consequências
das estratégias, métodos e técnicas que utilizem;
Não devem ser reproduzidas provas de avaliação;
Não pode o avaliador recorrer à ajuda de outrem para esta atividade que não
tenha formação;
Em provas “papel-lápis” esta aplicação pode ser feita por outrem que tenha
formação adequada. A responsabilidade é, no entanto, atribuída ao avaliador
superintendente.
É interdito o recurso a instrumentos não adaptados e aferidos para as
populações em questão;
É interdita a cedência, empréstimo ou venda de testes ou outros elementos
de avaliação a indivíduos sem qualificação;
É vedada a utilização de provas a profissionais que não se encontrem
devidamente qualificados;
Aos construtores e editores deve ser atribuído a responsabilidade de zelo
pela qualidade técnica e suficiência do material e da informação nele contida;
Cabe ao avaliador respeitar os princípios que salvaguardem a qualidade da
informação recolhida nos testes.

A análise e interpretação dos resultados devem incluir todos os elementos que


envolvem a situação de teste:

1. Consentimento e colaboração;
2. Informar o sujeito sobre a natureza, objetivo e técnicas da avaliação;
3. Respeito pelos manuais e cadernos de teste;
4. Tipo de comportamento do sujeito em situação de avaliação;
5. Sujeitos sem condições físicas e psíquicas não devem ser avaliados;
6. Práticas de avaliação em que não é possível estabelecer relação interpessoal
entre avaliador - avaliado ou avaliador - situação de avaliação.

Tipos de instrumentos e métodos de avaliação psicológica e a sua


eficácia

Competência: Knowledge Skills - corpo de informação organizado que, se aplicado,


torna possível o desempenho adequado no trabalho (Advogado – Saber direito
constitucional e escrever com clareza); Abilities - capacidade de desempenhar uma
atividade física ou mental num dado momento (Comunicação); Others - atributos
físicos ou mentais que não cabem nas outras áreas (Disponibilidade para trabalhar
durante longas horas).

Interesse: Preferência por uma área/tema específico de trabalho.

Personalidade: Combinação particular dos padrões de resposta comportamental,


atitudinal e emocional de um indivíduo.

Métodos de avaliação psicológica

Testes de aptidões: Provas de papel e de lápis ou computorizadas; Provas


individuais, mas que podem ser aplicadas em grupo; possuem, geralmente,
uma classificação total que é comparada com o grupo normativo
correspondente; aplicados em condições estandardizadas (instruções,
tempo, materiais); altamente suscetíveis ao efeito de aprendizagem.
Exemplos: WISC, WAIS, BPRD (raciocínios numérico, verbal, espacial,
analítico e mecânico), Matrizes Progressivas de Raven, Toulouse-Pieron.
Provas de grupo: Provas realizadas a um conjunto de avaliados em
simultâneo; direcionadas para a avaliação de competências através da
observação; consistem, tradicionalmente, em situações que promovam a
interação/discussão entre participantes, sem envolverem necessariamente
conteúdos relacionados com uma função; podem ser de natureza
cooperativa ou competitiva; tendencialmente estandardizadas em termos de
forma de aplicação.
Testes projetivos: Prova aplicada em contexto individual; direcionada para
avaliação da personalidade, integrada numa ótica de abordagem global;
permite a obtenção de respostas não estruturadas, ou seja, pode existir uma
variedade quase ilimitada de respostas possíveis; aplicação estandardizada;
cotação tradicionalmente complexa; “Avaliação Disfarçada” – os testes
raramente dão conta do tipo de avaliação psicológica que as suas respostas
terão; Exemplo: Zulliger
Provas de conhecimento científico: Provas de papel e lápis ou
computorizada; provas individuais, mas que podem ser aplicadas em
contexto de grupo; constituídas por conteúdos referentes a uma
determinada função, para a qual o candidato se encontra a ser avaliado;
tradicionalmente construídas pela própria empresa que solicita a avaliação,
de modo a refletirem os aspetos mais cruciais da função; geralmente não
estandardizadas (conteúdo, cotação, instruções)
Escalas de personalidade: Provas de Papel e Lápis ou Computorizadas;
provas individuais, mas que podem ser aplicadas em contexto de grupo;
pretendem recolher informação acerca de caraterísticas estáveis (traços) do
avaliado, ainda que as mesmas não se manifestem exclusivamente no
contexto para o qual este está a ser avaliado; não há interferência
significativa do efeito de aprendizagem; estandardizadas (aplicação e
cotação); Exemplos: PAPI, OPQ, MBTI
Provas situacionais: Provas que colocam o avaliado numa situação que
simula ou se assemelha muito a uma situação critério da “vida real”;
geralmente avalia mais variáveis emocionais, interpessoais e atitudinais do
que conhecimentos; “Character Education Inquiry” (1928-1930) foi um dos
primeiros testes do género > bom poder discriminativo, mas os sujeitos não
sabiam que estavam a ser avaliados; Exemplo: Role Playing, Improvisação
As entrevistas - Metodologia capaz de prever o rendimento do sujeito na
função, com base nas suas respostas orais às perguntas dos entrevistadores.

Entrevistas de seleção podem ser usadas para: 1. Averiguar aspetos como as

aptidões técnicas do candidato para o desempenho do cargo; 2. As


dimensões comportamentais relevantes para a função; o potencial do
candidato; 3. A sua capacidade de se integrar na empresa, e de se ajustar à
sua cultura, contexto e equipas de trabalho.

Entrevistas de emprego Entrevistas de competências


Nº de participantes Frequentemente mais de 2 Geralmente apenas 2
Estruturação da Reduzida Semiestruturada
entrevista
Replicabilidade da Baixa Média-Alta
entrevista
Foco temático da Percurso profissional, Percurso profissional e recolha de
entrevista adequação ao novo contexto de indicadores de competência
trabalho, remuneração
Foco avaliativo da Postura, Motivação, Postura, Comunicação,
entrevista Relacionamento e Empatia Indicadores de competências
específicas
Suscetibilidade à Elevada Moderada, mas não
subjetividade negligenciável
Quais são as diferenças entre as entrevistas de emprego e as
entrevistas competentes?
Assessment Center (um centro de avaliação é um processo em que os candidatos
são examinados para determinar a sua adequação a tipos específicos de emprego):

São avaliados vários candidatos em conjunto (por razões de economia e para


se avaliar a sua interação);
São utilizadas várias técnicas de avaliação (para garantir uma amostra
adequada dos atributos a avaliar e para aumentar a precisão da avaliação);
Estão envolvidos diversos observadores (para reduzir a subjetividade e
parcialidade);
São avaliadas diversas dimensões (de forma a corresponder o mais possível
ao perfil de exigências);
Ponto positivo: grande aceitação por parte dos utilizadores dada a sua
eficácia e imparcialidade
Ponto negativo: quantidade de tempo e recursos (humanos e materiais)
necessária

A vantagem de avaliar corretamente

War For Talent - auscultação de 410 gestores de 35 empresas: High


Performer (HP) tem mais 40% de produtividade em funções operacionais que
um Average Performer (AP); HP tem mais 49% de produtividade em funções
de gestão que um AP; HP tem mais 67% de produtividade em funções de
contacto com cliente do que um AP

Subjetividade na avaliação

Em cada processo de avaliação, definido objetivamente, existe a


subjetividade de quem avalia, que pode trazer mais ou menos consequências
positivas ao processo de avaliação.

Soluções:

1. Estar informado e ter consciência das heurísticas, enviesamentos e erros;


2. Formação e experiência profissional;
3. Monitorização sistemática;
4. Intuição não deve ser critério único;
5. Diminuição da confiança na memória do profissional;
6. Registo escrito da compreensão do caso;
7. Ter presente as influências ambientais no sujeito;
8. Procurar o máximo de informação possível;
9. Não formular juízos precipitados.

O que pretendemos quando avaliamos?

Processo orientado para o conhecimento, compreensão e formulação de um


juízo acerca de outra pessoa
Atividade orientada para a identificação de características distintivas de cada
caso

O que pressupõe avaliar?

Pressupõe julgamentos e tomadas de decisão, sobre informação a obter


(que constructos e quais os métodos a utilizar) ou quando terminar a
pesquisa, acerca da natureza, causas, gravidade e significado dos problemas,
do prognóstico do comportamento futuro, da estratégia e técnicas de
intervenção a implementar.

O papel da intuição – Permite a compreensão do problema que envolve


competências de avaliação, como:

Sensibilidade;
Aptidões de observação e interpretação dos dados;
Eficácia na relação;
Eficácia na elaboração de relatórios;
Eficácia na aplicação de princípios éticos.

Profundidade psicológica - capacidade para apreender o significado e a motivação


dos comportamentos, pensamentos sobre si próprios e os outros; apoia-se na
introspeção e empatia.

Enviesamento - É uma tendência para um julgamento se desviar sistematicamente


de um critério aceite de validade, ou tendência a distorcer; ou, preferência
subjetivamente fundamentada por uma conclusão ou inferência em detrimento de
conclusões alternativas possíveis.

Erro - É a inconsistência entre dada hipótese, conclusão, ou inferência e uma crença


solidamente sustentada. Podem dever-se ao uso persistente de certas estratégias
inferenciais e intuitivas.

Tipos de erros: 1. Enviesamentos confirmatórios (tendência para codificar,

processar e recuperar informação consistente com um esquema); 2. Heurística da


Representatividade (o investigador leva em consideração as semelhanças entre 2
objetos, para inferir que um possui as caraterísticas do outro ao qual ele se

assemelha); 3. Heurística da disponibilidade (recordação seletiva de

acontecimentos mais frequentes) 4. Erro fundamental de atribuição (Tendência ou


disposição a sobredimensionar disposições ou motivos pessoais internos quando se
trata de justificar um comportamento observado noutra pessoa, subestimando

motivos externos); 5. Efeito de regressão estatística para a média (Quanto mais


severos são os comportamentos, maior a probabilidade deles serem seguidos por
comportamentos típicos ou médios).

Métodos de avaliação psicológica – A entrevista

Entrevista

É o método mais utilizado no campo da avaliação psicológica, tanto na


investigação como na prática profissional;
A entrevista deve considerar-se não só como um instrumento de avaliação
ou exploração psicológica que precede qualquer modalidade de intervenção
ou tomada de decisão (ex. testes psicológicos), como também um sistema
de interação mediante o qual se realiza todo o processo de
avaliação/intervenção.
É um encontro falado entre dois indivíduos, que comporta interações tanto
verbais como não-verbais.
Não é um encontro entre iguais, pois tem por base um pressuposto de
diferenciação de papéis entre os dois participantes: o que tem maior
responsabilidade na condução da entrevista, a determina, a controla e fixa
os seus objetivos (entrevistador) e o entrevistado

Quais são as características da entrevista?

As respostas não-verbais nas entrevistas podem expressar-se através de 3


níveis:
1. Motor - contacto ocular, mímica, movimentos;
2. Paralínguistico - Respiração, tom de voz, modulação, velocidade
da vocalização;
3. Relações espaciais - localização, proximidade.
Formas de relação entre comunicação verbal e não-verbal:
1. Repetição – a comunicação verbal é confirmada por uma
mensagem de tipo não verbal (ex. dizer “estou de acordo” e
acenar com a cabeça gestos de aprovação);
2. Contradição – a comunicação verbal é contrariada pela não verbal
(ex. “estou tranquilo e relaxado”, acompanhado com rosto tenso
e gestos nervosos);
3. Substituição – uma resposta esperada de tipo verbal é substituída
por uma não verbal (ex. “como está?” e o interlocutor sorri);
4. Complemento – a mensagem não verbal confirma a verbal e
complementa-a. (ex. “Como te sentes? “Muito bem”,
acompanhado de um sorriso);
5. Acentuação – a mensagem não verbal acentua o que é expresso
verbalmente (ex. “Como te sentes? “Muito bem”, acompanhado
de um sorriso e abrindo muito os olhos);
6. Regulação - a mensagem não verbal tem como finalidade regular o
fluxo da conversação entre duas pessoas (ex. contato ocular).

Quais são as vantagens das entrevistas perante outros instrumentos de avaliação?

Relação interpessoal – permite que uma pessoa se sinta escutada e


compreendida, pelo que detém elevado valor empático e emocional, para
além da informação que permite obter; é mais fácil as pessoas aceitarem
falar sobre assuntos delicados;
Flexibilidade – o entrevistador pode adaptar-se ao entrevistado, pedir
clarificações, avançar e retroceder, aprofundar, etc. segundo cada caso. O
feedback imediato e mútuo permite poupar tempo face a outros métodos.
Pode fazer surgir questões inesperadas e de grande valor;
Possibilidade de observação – fornece oportunidade de observar o
comportamento social do entrevistado, que pode ser tomado como uma
amostra da forma de relação social interpessoal do entrevistado.
A possibilidade de registar grandes quantidades de informação – bem como
informação de tipo muito variado (ex. tipo subjetivo, como pensamentos e
emoções; tipo biográfico, como história de vida, perspetivas futuras, etc.);
Possibilidade de avaliar pessoas que não podem ser avaliadas com outro tipo
de instrumentos - como testes e questionários (ex. sujeitos com transtornos
mentais, com baixa escolaridade).

Quais são as desvantagens da entrevista perante outros instrumentos de


avaliação?

Custo relativamente elevado – em tempo e esforço, para ambas as partes,


entrevistador e entrevistado;
Interferência de enviesamentos - que podem ter várias procedências:
entrevistador, entrevistado, situação, relação, e que podem influenciar a
qualidade da informação obtida.

Entrevistas de investigação vs. Entrevistas de intervenção

Entrevistas de investigação: Trata-se de recolher informação acerca de um


estado de coisas, sendo os dados submetidos a um procedimento e
obtendo-se conclusões que não têm repercussão direta sobre o
entrevistado. O contacto pode ser rápido e impessoal.
Entrevistas de intervenção: Inclui entrevistas com função diagnóstica e
entrevistas com função terapêutica. Têm repercussão direta sobre o sujeito
entrevistado (conselho ou tratamento). Nas entrevistas de avaliação não se
pretende mudança na conduta do sujeito, mas obter informação útil para
programar um tratamento. A entrevista terapêutica pretende o contrário.

Grau de estruturação das entrevistas

A estruturação deve ser pensada num contínuo, e não em termos


dicotómicos.
Entrevista não-estruturada:
1. Não há uma lista preparada de questões e o entrevistador decide
no momento, dependendo da informação que vai sendo dada
pelo entrevistado;
2. Contudo, pressupõe, pelo menos, que exista um esquema
implícito na cabeça do entrevistador (sobretudo em tarefas de
avaliação).
3. São as respostas do entrevistado que dirigem o processo de
questionamento.
4. O seu sucesso está muito dependente da competência do
entrevistador. Este deve fazer uma preparação prévia à entrevista,
na qual deve antecipar os temas que poderão emergir na
conversa.
5. É a mais adequada a finalidades exploratórias, mais gerais, sendo
bastante utilizada para o afinar de questões e para melhor precisar
a formulação de conceitos.
6. A conversa decorre num tom mais informal, sendo o entrevistado
menos interventivo do que nas outras modalidades.
Entrevista semi-estruturada:
1. A combinação entre os dois extremos de estruturação possibilita
que o entrevistado responda às questões, dando-lhe alguma
possibilidade de se expandir nas suas explicações;
2. A entrevista semi-estruturada acontece quando se trabalha com
perguntas abertas e numa sequência pré-estabelecida ou com
guiões que devem ser cumpridos;
3. O entrevistador pode dirigir, sempre que achar oportuno, a
discussão para o tema que lhe interessa, colocando perguntas
adicionais para clarificar ou ajudando a recentrar a entrevista, caso
o entrevistado tenha “fugido” ao tema ou evidencie dificuldades
em falar sobre ele.
Entrevista estruturada:
1. O entrevistador determina antecipadamente a precisa forma e
direção das questões, ainda antes de conhecer o entrevistado;
2. Na sua forma mais extrema, pode consistir apenas na leitura de
questões pré-estabelecidas e na escrita das respostas a elas;
3. A entrevista estruturada aproxima-se a um inventário ou
questionário apresentado na forma oral. Apresenta ainda como
caraterísticas um desenho de resposta fechado, que torne
possível a codificação e a ulterior elaboração quantitativa da
informação. Quanto mais estruturada, menos questões se
levantam em termos de fiabilidade e validade.
4. Permite a comparação de respostas com o mesmo conjunto de
perguntas, sendo que as diferenças deverão refletir diferenças
entre os respondentes e não a diferença nas perguntas.
5. Vantagens: 1. O facto de ser mais fácil o entrevistador não se

desviar da pergunta; 2. A economia em termos de tempo e a

facilidade em obter alguma informação; 3. O entrevistador


também pode sentir-se mais tranquilo (não tem de estar sempre a
pensar no que vai perguntar a seguir).
6. Desvantagens: 1. O entrevistador pode não ter oportunidade de

explorar questões que vão surgindo; 2. As respostas podem ser


do tipo estereotipado.

Considerações sobre a utilização da entrevista

É um método que convém ao estudo de indivíduos ou de grupos restritos,


mas pouco adaptado e muito difícil quando é necessário interrogar um
grande número de pessoas, situação em que um questionário será mais
adequado;
É um método que faz aparecer o “como” das questões, mas não possibilita
estudar as questões causais;
A entrevista revela a lógica de uma ação, o seu princípio de funcionamento:
possibilita a compreensão do desenrolar do curso das coisas, dos elementos
contidos nos fenómenos estudados.

A preparação da entrevista

Diferentes utilizações da entrevista:


1. Entrevista para uso exploratório;
2. Entrevista como instrumento principal de recolha de dados;
3. Entrevista como meio complementar.
Conceção da entrevista:
1. População e amostragem;
2. Modos de acesso aos entrevistados (direto ou indireto);
3. Delineamento do plano de entrevista.

O plano da entrevista

Compreende o conjunto organizado de temas que queremos explorar (o


guião da entrevista) e as estratégias do entrevistador que visam maximizar a
informação obtida sobre cada tema > conjunto organizado de indicadores
que estruturam a atividade de escuta e de intervenção do entrevistador;
O grau de formalização depende do objetivo de estudo, da utilização da
entrevista (exploratória, principal ou complementar) e do tipo de análise que
pretendemos realizar.

Realização da entrevista

Parâmetros da situação de entrevista:


1. O ambiente: a programação temporal (Define o período temporal da
entrevista e o modo como ela se inscreve na sequência de ações
quotidianas do entrevistado (contaminação do discurso pelas
representações e ações precedentes); o local (Caracteriza-se pela
definição dos lugares e posições ocupadas pelos parceiros de entrevista -
cada lugar transmite significados que são suscetíveis de influenciar o
discurso do entrevistado); a distribuição dos atores (Diz respeito às
características físicas e socioeconómicas dos parceiros de entrevista,
como a influência do sexo, idade, categoria socioprofissional. Cada uma
destas características exerce influência na representação que o
entrevistado faz do seu papel na entrevista.
2. O quadro contratual da comunicação (garantia de sigilo e anonimato,
para o que se quer a informação e o que se vai fazer com ela, etc.): É
constituído pelas representações e crenças mútuas dos interlocutores
sobre os objetivos do diálogo; para instaurar um quadro contratual inicial,
o investigador tem de dizer ao entrevistado os motivos e o objetivo da
sua entrevista, respondendo assim a 2 questões implícitas: o porquê da
investigação e o porquê da entrevista.
3. Os modos de intervenção (estratégias de escuta a desenvolver, dar
tempo ao respondente para ele organizar a sua resposta, o tempo de
duração da entrevista, etc.):

As estratégias de escuta – o entrevistador trata em tempo real


a informação comunicada pelo entrevistado. A atividade de
escuta do entrevistador é produtora de significações (leva a
cabo operações de seleção, inferências...). A escuta é guiada
pelas hipóteses antecedentes do entrevistador, sejam elas
implícitas ou explícitas;

As estratégias de intervenção – para favorecer a produção de


um discurso linear e estruturado, o entrevistador dispõe de 3
técnicas: a contradição, a questão externa e o relance.

As estratégias de intervenção

A contradição: É um modo de intervenção que obriga o entrevistado a


defender a argumentação do seu discurso. Induz o entrevistado a extremar
as suas opiniões.
Os relances: São atos reativos. Têm como objeto o dito anterior do
entrevistado. Não comandam o discurso nem se opõem a ele (ex. eco ou
reflexo).
As consignes: (ou questões externas) são intervenções diretivas que visam
introduzir um tema novo.

Comportamentos a evitar durante as entrevistas

1. Reforçar o entrevistado de forma insuficiente;


2. Utilizar o reforço de forma indiscriminada;
3. Empregar uma elevada % de questões fechadas e uma baixa % de questões
abertas;
4. Ter um comportamento passivo, deixando o entrevistado conduzir a
entrevista;
5. Exercer excessivo controlo e diretividade durante a entrevista;
6. Sobrestimar a “fragilidade” do entrevistado, evitando abordar áreas
delicadas;
7. Perguntar várias coisas ao mesmo tempo;
8. Desvalorizar a comunicação não verbal proveniente do entrevistado;
9. Interromper o entrevistado;
10. Fazer perguntas para satisfazer a sua curiosidade;
11. Mostrar impaciência, crítica ou indiferença;
12. Distrair o seu olhar do entrevistado.

Comportamentos observados no entrevistador eficaz

1. Ter um plano de entrevista;

2. Organizar a entrevista realizando uma distribuição adequada do tempo;


3. Assegurar que a entrevista é realizada com privacidade;

4. Facilitar que o entrevistado se sinta cómodo;


5. Deixar o entrevistado falar;

6. Evitar perguntas que induzam sugestões;


7. Ajustar o nível da linguagem à capacidade do entrevistado;
8. Estar consciente dos seus preconceitos e tentar evitar que o influenciem em

juízos e conclusões;
9. Evitar qualquer indício de discriminação;

10. Manter o contacto ocular;


11. Saber quando e como terminar a entrevista;

12. Registar os factos durante a entrevista e os juízos e impressões


imediatamente a seguir.

Exemplos de entrevistas

Entrevistas de emprego
Entrevistas clínicas

A observação

Observação - A observação é a estratégia fundamental do método científico; Todo o


procedimento em avaliação psicológica se realiza através de alguma forma de
observação: observar pressupõe uma conduta deliberada do observador cujo
objetivo é recolher dados que lhe permitam formular ou verificar uma hipótese.

Observação direta

O que observar? – Unidades de análise, Unidades de medida


Como observar? – Técnicas de registo
Onde observar? – Lugares de observação (Situações naturais, situações
artificiais)
Quando/Quem observar? – Tempo, Situação e Sujeito

Formas de observar

Técnicas de observação: através das quais se realiza uma observação


intencional, mais ou menos sistemática do comportamento do sujeito ou
sujeitos em estudo, ou outros eventos presentes, realizada por parte de
observadores especialistas
Técnicas objetivas, instrumentos e aparelhos de ampliação : permitem a
observação e registo objetivo do comportamento manifesto ou encoberto
do sujeito, através de dispositivos mecânicos ou elétricos que amplificam tais
condutas.
Técnicas de auto-relato: por meio dos quais o sujeito realiza uma auto-
observação dos seus comportamentos motores, cognitivos ou fisiológicos
produzidos no presente, ou recorda esses mesmos eventos ocorridos no
passado.
Entrevista: técnica através da qual se recolhem autorrelatos e outras
informações de pessoas próximas.
Técnicas subjetivas: ou dispositivos que permitem a qualificação ou
classificação segundo atributos ou descrições verbais que o sujeito realiza
sobre si mesmo, sobre pessoas, objetos ou conceitos, bem como, também
que os outros realizam sobre ele.
Técnicas projetivas: ou procedimentos de recolha de informação que
permitem, através de materiais ou instruções estandardizadas, recolher
amostras da conduta verbal, gráfica ou construtiva do sujeito, com o
objetivo de analisar o seu mundo cognitivo e afetivo.

Tipos de pesquisa observacional

Observação participante - O observador desempenha um duplo papel, como


participante e como observador, nos eventos e processos que estão a ser
observados. O processo de observação continua paralelemente (o que por
vezes o torna extremamente difícil) ao envolvimento ativo do observador
enquanto participante do que está a acontecer, tornando-se parte, ele
próprio, do que está a ser investigado.

Quais é que são as características?

1. O investigador tem um duplo papel: participante e observador.


2. É uma observação não-estruturada. O investigador está preparado
para recolher toda e qualquer informação que possa parecer
relevante. Não se tomam decisões sobre que informação recolher
antes de ir para o campo.
3. Foca-se em processos sociais e na interação entre pessoas . O
investigador está centrado nos eventos em curso e nos
significados que estes acontecimentos podem ter para os
envolvidos.
4. É, antes de mais, descritiva. Os resultados da pesquisa consistem
em descrições de eventos, mais do que dados quantitativos.

Aspetos práticos - Pré-requisito para o sucesso da investigação: o


investigador consegue ser um membro do grupo durante um período
suficiente que permita que se desenvolvam relações com os outros
membros do grupo e assim permita recolher informação qualitativa
detalhada acerca dos seus mundos sociais.

Fases do processo:

1. Entrada em campo: ganhar acesso à informação para iniciar a


recolha de dados: Estudo de interações entre pessoas de forma
muito próxima e em contextos em que um observador não-
participante possa inibir ou alterar o comportamento natural dos
participantes; Ganhar a perspetiva de um participante num dado
evento e ver as coisas da perspetiva do interior, sobretudo,
quando o campo é uma instituição social; Adquirir uma apreciação
direta das experiências das pessoas e os significados ligados a
essas experiências, como por ex. uma incapacidade física.
2. Estar em campo: participar na atividade social do grupo e recolher
informação: Manter relacionamentos no campo, de forma a
recolher informação para a investigação; Gerir os papéis de
observador e participante (se o investigador se torna um
“participante completo” pode perder a capacidade essencial de
ver as coisas “de fora”, sendo apenas capaz de uma pesquisa
parcial, se pelo contrário se focar demasiado em ser investigador,
pode exagerar na quantidade de perguntas e pedidos de
informação, que levarão a que nunca seja completamente aceite
como membro do grupo); Manter registos: notas de campo
(temporárias, recolhidas quando o evento acontece), diário com
pesquisa do dia (atos, atividades, significados, participação,
relações, contexto), relatório da pesquisa (narrativa descritiva de
todo o processo de investigação), contrastada com a teoria sobre
o tema, que permita responder à questão inicial de investigação.
3. Abandonar o campo: retirar da rede de relações que formou
durante a recolha: As pessoas que participaram na investigação
devem ter a oportunidade de ler e comentar a pesquisa e as suas
conclusões; dadas as relações estabelecidas durante a recolha de
dados/participação, a saída do investigador deve demonstrar que
este valoriza as relações que se formaram, independentemente do
valor dos dados recolhidos, sob pena de os participantes se
sentirem usados apenas para fins científicos.
Observação não-participante (“observação apenas”) - O observador apenas
observa o fluxo de eventos como uma pessoa externa e não envolvida e não
toma parte no que está a ser observado; A atividade do investigador é
dedicada a observar e registar comportamentos, de um modo que não
envolve nenhum tipo de interação com aqueles que são observados. Desta
forma, pode ser levada a cabo sem que os observados tenham consciência
do que está a ocorrer (ex. observação com crianças); esta forma de
observação permite afirmar que o comportamento observado não foi
afetado pelo processo de recolha de dados, evitando reação a ele.
Observação estruturada:
1. Preocupação em registar caraterísticas específicas do
comportamento;
2. O comportamento a observar é determinado antes da observação
começar;
3. Permite testar hipóteses específicas;
4. Oferece um registo parcial de comportamento num dado
momento;
5. Usa uma checklist ou um protocolo escrito, desenvolvido
anteriormente à observação;
6. Permite que sejam feitas estimativas sobre a fiabilidade do
observador;
7. O comportamento a ser observado pode ser relativamente
facilmente predito.
Observação não-estruturada:
1. Preocupação em todos os comportamentos relevantes;
2. O comportamento a ser registado é decidido no momento em que
a observação é feita;
3. Faculta a descrição de um comportamento numa dada situação;
4. Fornece um registo mais completo de comportamento numa dada
ocasião;
5. Não é usada checklist;
6. A fiabilidade do observador é difícil ou impossível de estimar;
7. O comportamento a estudar é largamente imprevisível.
Observação sistemática (não participante) - Procedimento que visa a
perceção deliberada de uma realidade comportamental, de forma que,
mediante o seu registo, codificação e análise, proporcione resultados
significativos do sujeito/situação em avaliação.
Quais são os elementos-chave para uma observação sistemática?
1. Requer a seleção de um tipo ou forma de comportamento a
estudar;
2. Requer a construção de um sistema observacional (juntar um
conjunto de definições objetivas das várias formas que o
comportamento alvo pode tomar e as situações em que as
observações devem ser feitas);
3. Requer a especificação de um procedimento de amostragem :
Observação contínua; Amostragem por intervalos de tempo
(períodos, ex. 60 seg); Amostragem por ponto de tempo (time-
point: ex. a intervalos sucessivos de 10 em 10 min.); Amostragem
aleatória (retirados intervalos de tempo aleatoriamente que
definem os intervalos de tempo entre as observações por ponto
de tempo).
Questões fundamentais na observação sistemática

Unidade de análise (O que observar?): Contínuo do comportamento (registar


de forma descritiva a maior parte de eventos que ocorrem num contexto
natural em unidades de tempo amplas)
1. Não se realiza uma especificação prévia das condutas ou atributos
a observar;
2. Observa-se em tempo real e de forma contínua, sem muitas vezes
pré-definir os períodos em que tal ocorrerá;
3. As descrições realizadas são sobre aspetos verbais, não verbais e
espaciais da conduta.
Unidade de análise (O que observar?): Atributos (inferem-se entidades a
partir de condutas manifestas: verbais, não verbais ou espaciais). Por

exemplo:

Unidade de análise (O que observar?): Condutas manifestas (motoras,


verbais ou fisiológicas, bem definidas em termos simples e bem agrupadas
em classes ou categorias; a definição das unidades de observação pode ser
descrita numa série de aspetos de maior ou menos especificidade)
Unidade de análise (O que observar?): Interações (relação funcional entre 2
eventos que se produzem sequencialmente, procedentes de 2 ou mais
pessoas ou entre uma pessoa e uma dimensão ambiental).
1. Existe uma especificação prévia das classes de condutas que
interessa observar;
2. Estas unidades influenciam-se reciprocamente;
3. A observação de interações realiza-se em unidades de tempo
previamente definidas, adequadas temporalmente a estas
unidades de observação.
Unidade de análise (O que observar?): Produtos de conduta (observa-se o
resultado de um conjunto de atividades internas ou externas que os
indivíduos realizaram em condições reais ou artificiais):
1. Em avaliação psicológica, as mais interessantes são as medidas de
arquivo (registadas em documentos ou relatórios), geralmente em
forma escrita (ex. cadernos escolares, desenhos ou outros
documentos pessoais do passado).
2. Em situação artificial, cabem produtos da execução de
determinadas tarefas (redações, histórias, quebra-cabeças, etc.)
que o avaliador pede ao sujeito que realize. As pontuações dos
testes clássicos de execução são produtos de conduta recolhidos
em situações artificiais, recorrendo a material tipificado.
Unidade de análise (O que observar?): Unidades de medida (o fenómeno
observado deverá dar-se segundo uma certa medida, ou seja, uma certa
quantidade nalguma das propriedades ou dimensões da unidade de análise
observada)
1. Ocorrência (o fenómeno dá-se ou não?)
2. Frequência (evento por unidade de tempo: o número de vezes
que...)
3. Duração (o intervalo entre o começo e o fim de determinada
atividade)
4. Dimensões qualitativas (intensidade ou magnitude do evento;
adequação da conduta).

A estruturação do sistema de observação permite a replicabilidade e o controlo dos


resultados. Mas isso pode variar em função de: orientação teórica do observador
(ex.: perspetiva psicodinâmica menos estruturada; perspetiva diferencialista, mais
estruturada estandardizada); da fase em que se efetua a observação (ex.
Escassamente sistematizada no início).
Técnicas de registo (com o que observar?): Registos narrativos (Apresentam
um formato flexível, minucioso, sem estruturação prévia, que permite
recolher caraterísticas e modalidades muito diferentes das atividades dos
sujeitos).

Possíveis fontes de erro: 2 ou + observadores podem utilizar


descrições verbais distintas para a mesma conduta; com base nisso, podem
criar 2 categorizações diferentes para o mesmo comportamento.

Técnicas de registo (com o que observar?): Escalas de apreciação (Baseadas


em rating scales. São usadas quando se quer quantificar, qualificar ou
classificar as atividades de um sujeito segundo condutas específicas,
dimensões ou atributos previamente estabelecidos)

Caraterísticas: o observador detém um conhecimento prévio do


sujeito que avalia; a informação que é reportada pelo respondente é dada
diferida no tempo em relação ao comportamento avaliado; as descrições
utilizadas podem ser de tipo muito variado (ex.: em função do marco teórico
do avaliador e dos objetivos da avaliação); podem utilizar-se distintas
unidades de análise.

Técnicas de registo (com o que observar?): Catálogos de conduta - listas de


traços (Contêm uma série de condutas bem especificada, enquadradas ou
não em classes e permitem também observar relações funcionais entre estas
e com o meio envolvente)

Registo de condutas: recorrendo a uma seleção racional e apriorística,


o avaliador seleciona uma série de eventos comportamentais bem definidos,
que este supõe relevantes (construídas em função do caso específico).

Matrizes de interação: dirigidos exclusivamente à constatação de


interações que se produzem.

Técnicas de registo (com o que observar?): Códigos (ou sistemas) de


categorias (São os procedimentos observacionais mais sofisticados. Contêm
a enumeração, descrição e classificação dos sistemas comportamentais e/ou
contextuais que se pretendem observar, articulando e regulando também
como vai ser levada a cabo a observação; existem códigos de categorias de
condutas ou de interações que estão estandardizados e tipificados > Código
estandardizado de observação para a avaliação de problemas de conduta em
crianças (SOC), de Whaler, House e Stambaugh (1976)).
Técnicas de registo (com o que observar?): Registo de produtos de conduta
(O sujeito realiza determinada tarefa e o avaliador pontua a sua execução
segundo determinadas dimensões de resposta - tempo, acertos, erros; os
produtos de conduta podem ser obtidos em meio natural e com valores
absolutos, ex.: produtividade laboral – nº de peças realizadas num
determinado período; ou em meio artificial e com valores normativos, por
comparação da posição relativa de um sujeito com um grupo normativo, ex.:
teste de inteligência).
Técnicas de registo (com o que observar?): Procedimentos automáticos de
registo (Descontaminam a observação dos enviesamentos de observação e
registo do observador, bem como da reatividade dos sujeitos observados).
Podem dividir-se em 3 grandes grupos:
1. Meios técnicos de registo auxiliares do observador (sistemas
informáticos automáticos de registo – ocorrência, duração,
frequência, etc.);
2. Aparelhos de registo à distância ou ocultos (ex. espelhos
unidirecionais, registos de vídeo, etc.)
3. Observação mediante aparelhos (ampliam as respostas
fisiológicas, motoras, cognitivas e registam-nas).
Amostra (quando e quem observar?): Determinar procedimentos de
amostragem tem como objetivo obter amostras representativas dos eventos
em estudo. Decisões importantes que envolvem o tempo de observação:
1. Durante quanto tempo se vai prolongar a observação?
2. Com que frequência se vai observar?
3. Em que momentos se vão iniciar e terminar os períodos de
observação (vão ser fixos ou variar em cada unidade de
observação)?
4. Vão-se utilizar intervalos de tempo para a observação?
5. Que situações se vão eleger? (ex. situações de desobediência em
diferentes contextos).
6. Vai-se observar um sujeito ou vários?
Amostra (quando e quem observar?): Amostra de tempo, Amostra de
situações, Amostra de sujeitos.
Lugar de observação (onde observar?): Observação em situações naturais
(os sujeitos alvo podem negar-se a ser observados na sua vida real ou pode
ser difícil ao psicólogo “colocar-se” no ambiente que deseja observar).
Lugar de observação (onde observar?): Observação em situações artificiais
(apresentam maior validade interna, porque existe controlo experimental,
mas perdem em validade externa).

Garantias científicas da observação

Fontes de erro da observação


1. Procedentes do sujeito observado (reatividade);
2. Procedentes do observador (graus de participação, expetativas,
treino, caraterísticas gerais...);
3. Procedentes do sistema de observação (tipo de registo
selecionado).
Princípios de um sistema de observação

Cada uma das categorias de comportamento no sistema de observação tem


de ser definida de forma única (cada comportamento observado pode fazer
parte de 1 e apenas 1 das categorias);
O sistema tem de ser compreensivo (tem de incluir todas as formas possíveis
de comportamentos de interesse, de tal forma que nenhum comportamento
de interesse para o investigador possa ficar excluído de todas as categorias);
O sistema tem de ser aplicável no terreno (a tentativa de ter categorias
exaustivas, com definições claras e únicas de todos os comportamentos, não
deve levar à existência de categorias que não se conseguem diferenciar
umas das outras).

Construir um sistema de observação

Estabelecer as categorias:
1. Listar as diferentes categorias dentro do comportamento geral de
interesse, tão completa e precisamente quanto possível (Alguma
observação preliminar pode ser útil, para confirmar que as categorias
listadas de comportamentos ocorrem de facto e se não há nada
negligenciado);
2. Rever a lista (verificar sobreposições, refinar descrições);
3. Levar a cabo um teste-piloto (verificar se a lista é exaustiva e
trabalhável: quanto mais categorias de comportamentos no sistema
de observação, mais necessidade de treino e familiarização).
Desenhar o processo de observação:
1. Localização ou meio envolvente onde as observações vão ser feitas
(dependendo de disponibilidade e frequência do comportamento de
interesse - ocorre em qualquer sítio ou depende de situação ou
localização específica? – bem como do número de variáveis que
coocorrem);
2. Observação abertamente ou sob disfarce;
3. Períodos de observação (continuamente, intervalos de tempo,
períodos, etc.).

Desenhar a folha de recolha de dados (Não esquecer reservar espaço para


registar detalhes básicos da observação, como por exemplo, data, hora, local
de observação, etc.).
1. O número de diferentes categorias a serem observadas;
2. O número de fontes de comportamento que irão ser observados;
3. A gama de variáveis que podem influenciar o comportamento;
4. O tipo de cronograma de observação que será usado.
Recolha e análise de dados (O processo de recolha de dados inicia depois de
feitos os ajustamentos considerados necessários após a realização do
estudo-piloto).
1. Dados quantitativos (frequências/nº de vezes que... observado, face
ao esperado; associação entre duas variáveis).
2. Dados qualitativos (não apenas quantos, mas “como” são tidos os
comportamentos).

Check-list para o desenho de uma investigação com recurso a observação não-


participante

Tarefas preliminares
1. Foi descrito com clareza o problema de investigação?
2. Foi afirmado claramente o objetivo do estudo?
3. Foi desenvolvida uma explicação que liga a investigação que se vai
fazer à teoria, ou a porque é que deve ser feita a observação?
4. Foram definidas as hipóteses (se as houver) a serem testadas?
5. Foi identificado o teste estatístico apropriado (se necessário) para
testar as hipóteses?
Sistema de observação
1. Identificou-se o tipo de comportamento a ser observado?
2. Foram desenvolvidas definições claras e objetivas para cada categoria
de comportamento?
3. Verificou-se que as categorias estão completas e cobrem todo o
comportamento alvo?
4. Verificou-se que cada categoria é claramente distinta das outras?
5. Verificou-se que as diferenças entre cada categoria são facilmente
percebidas na situação de observação?
Processo de observação
1. Identificou-se um local apropriado para fazer as observações?
2. Foi decidido que procedimento de amostragem de dados será
utilizado?
3. Foi decidido se a observação será aberta ou oculta?
4. Foi decidido se serão utilizados um ou mais observadores?
Outros
1. Foi desenhada a grelha de recolha de dados?
2. Foram revistos os procedimentos éticos da investigação?
3. Foi feito um estudo-piloto e realizados ajustes ao sistema ou processo
de observação?
4. Se vai existir mais do que um observador, foi feita uma avaliação
preliminar da fiabilidade inter-observador?

Questionários e Escalas de avaliação psicológica

Série de autorrelatos (frases), estruturados, integrados numa lista, sob a


forma de perguntas ou afirmações em relação às quais os sujeitos devem
responder segundo uma alternativa dicotómica (sim/não), segundo o grau
de acordo com uma escala ordinal ou intervalar ou ainda ordenando os
elementos segundo as preferências do respondente.
A autoavaliação que o sujeito realiza através do questionário, escala ou
inventário pressupõe uma ativação da memória autobiográfica e da memória
semântica (processa ideias e conceitos que não são derivados da experiência
pessoal) que lhe permitem a realização de elaborações ou inferências sobre
a informação que lhe é solicitada.

Escalas - Conjunto de itens através dos quais se pretende medir uma determinada
caraterística numa população de indivíduos, pressupondo uma graduação. O
resultado é um índice numérico único. Refere-se a uma única variável e fornece um
único resultado.

Modelo ordinal, ou escala Guttman (A>B>C, então A>C);


1. Mede o quão positiva ou negativa é a atitude de um indivíduo face
a determinado objeto;
2. É “unidimensional” ou “cumulativa”;
3. O investigador desenvolve um pequeno número de itens que se
relacionam com um conceito. Os itens formam um conjunto
homogéneo ou unitário e são cumulativos ou graduados em
intensidade de expressão, por exemplo, são organizados
hierarquicamente de forma que a resposta positiva a um item
significa a resposta positiva aos itens anteriores, que são
expressos com menor intensidade. O conhecimento da pontuação
total é uma previsão das respostas do indivíduo a cada item.
Modelo de intervalos, ou escala de Thurstone
1. Baseia-se na utilização de um grupo de indivíduos (juízes), a quem
é pedido para examinarem os itens previamente elaborados pelo
investigador acerca de um tema e atribuírem a cada um, um valor
de 1 a 11. Os valores mais altos indicam maior favorabilidade.
Calcula-se depois a média, para cada item, dos valores atribuídos
pelos juízes. São selecionados os itens que apresentam acordo no
sentido de cobrirem homogeneamente toda a extensão da
variável analisada;
2. As respostas são do tipo Concordo/Discordo;

3. Foi desenvolvida por Louis Thurstone em 1928 para medir as


atitudes das pessoas face à religião. Os respondentes assinalam as
afirmações com as quais concordam (apenas essas), e é feito um
somatório das respostas positivas, que se traduz no grau de
favorabilidade da atitude da pessoa relativamente à variável em
estudo.
Modelo aditivo ou escala de Likert
1. O resultado da adição das respostas aos diferentes itens
constituirá uma estimativa adequada da posição do indivíduo na
dimensão visada;
2. Apresenta possibilidade de diferentes formatos de resposta;
3. A informação fornecida pelo item será tanto maior quanto maior o
número de alternativas fornecidas.

Questionários - Conjunto de questões (itens) que, por qualquer razão, se decidiu


apresentar associados numa mesma folha ou caderno. Um questionário pode
conter uma ou várias escalas.

Inventário: designa os questionários que pretendem avaliar traços de


personalidade, valores, interesses, etc.
Teste: termo reservado para instrumentos de avaliação de aptidões
intelectuais, motoras, etc.
Inquérito: termo leigo, não usado na psicologia; mais usado na Sociologia
para designar recolha de respostas (ex. Inquérito ao Emprego).

Quais são as vantagens na utilização deste tipo de instrumentos?

Facilidade de aplicação à maioria das dimensões psicológicas


(comportamento individual, de grupo ou institucional);
Simplicidade no uso na investigação e na prática profissional;
Crença no sujeito como capaz de um nível adequado de objetividade na
autoavaliação;
Facilidade de construção e manuseamento da informação obtida;
Redução da subjetividade inerente ao investigador;
Recolha de informação sobre comportamentos discretos e raros;
Fornecimento de informação a respeito da presença, frequência e da
severidade de comportamentos específicos e de atributos globais.

Quais são as limitações na utilização deste tipo de instrumentos?

Ausência de perfis empíricos típicos, validados com recurso a critérios


externos que possam fundamentar as interpretações;
Potencial não compreensão dos itens por parte dos respondentes;
O respondente interpreta os itens de forma diferente da pretendida pelo
investigador;
A informação necessária não se encontra na memória do respondente;
O respondente modifica a sua resposta de forma a produzir um certo efeito
no investigador (desejabilidade social), atenuando ou intensificando a sua
opinião.

O questionário permite identificar

Preferências
Factos
Atitudes
Satisfação
Opiniões
Valores

As respostas ao questionário podem ser relativas a

Quantidade
Frequência
Avaliação
Satisfação
Probabilidade
Concordância
Construção de um questionário - Quando não existe um questionário construído e
validado sobre os pressupostos que queremos estudar, torna-se necessário
construir um. A primeira tarefa consiste em delimitar o objeto e as suas fronteiras,
definindo, pelo menos de forma provisória, os conceitos centrais do questionário.

Princípio da multiplicidade (mais do que um item)


A imperfeição do indicador (nenhuma questão pode cobrir de forma
completamente satisfatória a noção)
Antes da elaboração do questionário, 3 aspetos devem ser cumpridos:
1. Ler o que foi escrito sobre o tema em estudo;

2. Escutar o que os atores sociais dizem sobre as suas próprias


práticas;
3. Elaborar progressivamente uma problemática, questões teóricas
que sirvam de suporte, posteriormente, à formulação do
questionário;
Elaboração do questionário:
1. Construção da versão inicial do questionário (número de itens
muito superior ao que se pretende ter na versão final);
2. Versão submetida ao exame de outros especialistas e aplicação a
alguns indivíduos semelhantes aos da população-alvo (estudo-
piloto);
3. Realização de pré-teste (já com amostra relativamente numerosa).
Em função dos resultados estatísticos obtidos, procede-se à
seleção dos itens a reter para a versão final;
4. Versão final é aplicada à amostra adequada aos objetivos do
estudo e realiza-se avaliação das qualidades psicométricas do
instrumento.
Cuidados a ter na elaboração do questionário:
1. Evitar a ambiguidade dos itens e das palavras (clareza e facilidade
de compreensão);
2. Garantir a facilidade de leitura (ex. o uso de abreviaturas e siglas
pode ser uma fonte significativa de erros, diminuindo a fiabilidade
das respostas;
3. Cada item deve ter uma intenção;
4. Evitar as formulações na negativa e as duplas negações;
5. Não incluir várias afirmações ou perguntas no mesmo item;
6. Utilizar um vocabulário adequado;
7. Incluir uma variedade de respostas adequadas;
8. Poupar a memória dos sujeitos interrogados (conjunto de
respostas para uma questão);
9. Propor, para as questões de opinião ou de atitudes, um continuum
que inclua respostas extremas e respostas centristas;
10. Apreender da melhor forma as intensidades e frequências das
práticas;
11. Controlar a ordem das premissas nas questões;
12. Dominar (estandardizar) a forma de aplicação do questionário;
13. Colocar as questões de resposta mais simples em primeiro lugar;
colocar os dados sociodemográficos no final do documento;
14. Evitar respostas com caráter aberto que podem afetar
negativamente as taxas de resposta e comprometer a validade da
escala.

Nota: Nem todos os questionários respondidos são válidos e nem todos os


questionários incompletos estão inutilizados. É necessário algum bom senso, se um
questionário tem uma maioria de questões por responder, não deve ser
considerado válido; se um questionário incompleto tem a maioria das questões
respondidas, inclusive as que remetem para os indicadores mais relevantes, poderá
ser considerado válido; se há indícios de elevada incongruência nas respostas, deve-
se invalidá-los.

Questões psicométricas das provas psicológicas

Procedimentos de construção
Instrumentos de avaliação (Conjunto de itens ou questões relacionadas com
um domínio a avaliar, organizado sob a forma de prova ou situação de
avaliação):
1. Recolha de itens: parâmetros (Constitui o 1º passo da construção
de uma prova ou situação de avaliação; que parâmetros devemos
ter em conta?): âmbito e objetivos do instrumento a construir;
população a que se destina a prova ou contexto de observação;
característica ou dimensão a avaliar (construto); aspetos
comportamentais a integrar e que explicam o construto. O que
pressupõe: contacto com a literatura, contacto com provas
anteriores, contactos com especialistas e contacto com futuros
alvos. No sentido de: Antever a prova a usar ou a construir ou
contexto a observar, especificar as dimensões do construto e
especificar os comportamentos mais relevantes.
2. Etapas de construção de um instrumento
3. Parâmetros para avaliar a qualidade de um instrumento
Prova - Generalidade dos testes, inventários, escalas e técnicas mais formais.
Situação de avaliação - inclui as listas de verificação de comportamentos,
grelhas de observação sistemática, guiões de entrevista e técnicas mais
informais de avaliação.

Etapas na elaboração de instrumentos psicológicos – testes, inventários e escalas

Fase teórica
1. Especificação do objetivo: Os itens são assumidos como signos ou
como uma amostra representativa de situações com
potencialidades para evocar a manifestação dos construtos a
avaliar; partir da definição operacional dos construtos para a
fixação das operações que os explicitam e, destas, para os itens ou
situações que os avaliem na sua forma ou intensidade.
Fase de construção do instrumento
2. Operacionalização do objetivo – Exemplo:
a. Definição do construto – Inteligência social > Habilidade
cognitiva para resolver situações sociais
b. Descrição dos conteúdos - habilidade cognitiva é composta
por uma dimensão processual (componentes cognitivos
associados) e uma dimensão comportamental (estratégias
de resposta, comportamentos)
c. Delimitação da população alvo – jovens e adultos
3. Elaboração dos itens e sua revisão: 1ª formulação dos itens -
Consulta da população-alvo, consulta de especialistas e trabalho
interdisciplinar. Deve-se ter em conta a formulação objetiva dos
itens (O item deve expressar um comportamento, não uma
abstração ou construto, o item deve permitir ao sujeito imaginar
uma ação motora ou verbal clara e precisa), simplicidade da
formulação (O item deve expressar uma única ideia, evitar
explicações de termos ou justificações que confundam o sujeito),
itens relevantes (O item deve ser consistente com o traço em
estudo, não deve evidenciar outros atributos), amplitude do
conjunto de itens (O conjunto dos itens deve representar a
amplitude da aptidão (baixa, média, alta) ou a intensidade do
atributo (acordo/desacordo; interesse/desinteresse)), itens
credíveis (O item não deve parecer despropositado e ridículo. O
item deverá fomentar uma atitude favorável face ao instrumento
de avaliação e não aumentar os erros ou enviesamentos (atitude
de descrédito e desconfiança do sujeito)) e itens claros (O item
deve usar frases curtas, com expressões simples e inequívocas.
Evitar frases longas e formuladas na negativa. Deve afirmar-se a
negatividade e evitar negar as afirmações. Evitar expressões
extremadas como excelente ou miserável, usar expressões de
reação modal, como “eu gosto…”).

Para a revisão dos itens deve-se ter em conta: 1. Quantos itens serão necessários?
(Nº razoável de itens que permitam um equilíbrio entre validade e consistência) 2.
Que grau de dificuldade ou nível de intensidade dos comportamentos a incluir na
prova em função dos objetivos e dos sujeitos a que se dirige? 3. Que forma e que
conteúdo para os itens? 4. Que tipo de aplicação se irá usar (individual/coletiva;
autoadministrados...)

4. Análise qualitativa/quantitativa: Análise qualitativa - Análise


relativa ao conteúdo e forma dos itens: clareza,
compreensibilidade, adequação > Através do questionamento
direto aos sujeitos - reflexão falada ou thinking aloud. Análise
teórica e semântica dos itens: Através de consulta a especialistas e
juízes. Análise quantitativa: Análise e seleção de itens em função
de parâmetros estatísticos: O instrumento diferencia os
desempenhos dos sujeitos? O conjunto de itens que compõem a
prova é homogéneo (ou consistência interna) ou heterogéneo
(diversificado e válido)?

Análise estatística para seleção dos itens

- Análise da dificuldade ou dispersão das respostas numa amostra de sujeitos


(comum para qualquer tipo de medida); - Análise da capacidade discriminativa
(validade interna) dos itens, isto é, em que medida o resultado num item está
relacionado com as respostas aos demais itens ou com o resultado da prova; -
Análise da validade externa do item ou a sua correlação com critérios externos
(outra prova, nível escolar, índices de produtividade, diagnósticos
desenvolvimentais)

- Índice de dificuldade: Proporção de sujeitos que conseguem realizar o item com


sucesso. Nas escalas de avaliação: Interessa selecionar os itens com maior
distribuição dos sujeitos pelos pontos que o formato da escala assegura. Pretende-
se que uma mesma proporção de sujeitos se reparta pelos vários níveis de forma a
garantir a variância máxima dos resultados. Assim, devemos selecionar os itens que
garantam diversos níveis de dificuldade na versão definitiva.

Nível de dificuldade e acaso: O problema do acaso coloca-se sobretudo nos


instrumentos com um nº reduzido de alternativas e em testes com poucos itens; o
formato mais problemático é o dicotómico - 50% de possibilidade de acertar; no
formato com 5 níveis de resposta a probabilidade de acerto ao acaso é 20%.

Poder discriminativo ou validade interna do item: grau em que o item diferencia no


mesmo sentido do teste global; calcula-se correlacionando a pontuação no item e a
nota total da escala ou sub-escala (exceto o item). Nas escalas, inventários ou
questionários, os itens não se encontram formulados no sentido de discriminar o
desempenho ou as dificuldades; pretende-se que os sujeitos respondam a todos os
itens e não há respostas certas ou erradas; O PD é calculado correlacionando a
pontuação no item e a nota total da escala (que nos é dado diretamente no cálculo
da fidelidade ou reliability).

Relação entre Índice de dificuldade e Poder discriminativo: Os itens mais fáceis ou


mais difíceis têm menor capacidade de discriminação entre os sujeitos; os itens de
dificuldade média permitem níveis mais elevados de discriminação. A reter: alguns
itens fáceis e difíceis, uma maioria de itens intermédios e itens com coeficientes
positivos e elevados. Elevado poder discriminativo está associado a homogeneidade
ou unidimensionalidade daquele conjunto de itens e maiores níveis de fidelidade.

Validade externa do item: A relação entre as respostas dos sujeitos a um item e o


seu desempenho numa outra situação que não o próprio teste ou escala (validade
de critério); Critérios a usar dependem dos objetivos ou das hipóteses de
investigação: notas escolares, parâmetros de realização profissional, provas
similares, outros indicadores psicológicos pertinentes, como idade, diagnóstico,
nível psicossocial.

Fase de validação do instrumento


5. Elaboração da forma final do instrumento
a. Evitar o agrupamento dos itens em função de
especificidades do conteúdo e Distribuir igual nº de itens
afirmativos e negativos (usar a forma negativa afirmativa
(ex. “desagrada-me…”) > Permite evitar: os efeitos de
contaminação de uma resposta para outra, o efeito de
desejabilidade social e os enviesamentos das respostas ao
acaso.
b. Organização hierárquica por níveis de dificuldade crescente
(nos testes). > Permite: clima de confiança e de
autoeficácia no início da prova, evita-se a perda de tempo
com itens mais difíceis e evita-se a coincidência do cansaço
e da desmotivação frequentes na parte final com itens
fáceis
c. É importante escolher e determinar as condições da
situação de teste: local, individual/coletivo, avaliadores
(formação), horário, etc.
d. O material: O Manual, a prova, os critérios de cotação ou
de categorização e as folhas de resposta; a leitura das
instruções, a apresentação e a resolução de exemplos e
exercícios treino; o tempo de realização.
6. Padronização: aplicação, instruções e cotação
a. Aplicação: Condições físicas do espaço, condições do
material e condições do sujeito.
b. Cotação e interpretação dos resultados: Este ponto deve
ser globalmente analisado só depois de se proceder à
aferição dos resultados; geralmente os resultados brutos
não são interpretados diretamente; a cotação deve
respeitar os critérios definidos ou o guião de análise dos
conteúdos, evitando a cotação a partir de impressões
pessoais.
7. Análise técnica do instrumento: sensibilidade, fidelidade, validade
(constitui um momento decisivo tendo em vista a sua utilização
quer na investigação quer na prática psicológica; incluem-se toda a
informação técnica que importa tomar em análise e na apreciação
dos resultados).
Fase de normalização
8. Normalização dos resultados
O relatório

É o culminar e a expressão palpável do processo de avaliação psicológica;


Pressupõe um testemunho arquivável (escrito, gravado em suporte
informático...) e duradouro sobre as tarefas realizadas pelo avaliador,
servindo como um apoio mnésico a partir do qual se pode aceder, a qualquer
momento, aos resultados da avaliação devidamente sintetizados e
analisados;
Pressupõe informação válida e fidedigna para contrastar as hipóteses
formuladas, base para as orientações/conceptualização efetuadas e para a
intervenção/aconselhamento daí derivados;
É um suporte essencial para a comunicação de resultados da avaliação , tanto
para o cliente, como para pessoas próximas ou para terceiros devidamente
autorizados (pais, professores, etc.), quando tal se revele oportuno, ético e
útil;
Pode ser considerado um documento legal, pois supõe uma fonte de
informação sobre um sujeito, relativo a um momento concreto da sua vida,
com base no qual se podem apoiar decisões jurídicas.
Enquanto documento escrito constitui um registo fundamental do
comportamento do sujeito, podendo ser utilizado anos mais tarde como
elemento de rastreio comportamental, enquanto medida não contaminada.

Quais são as características do relatório? (ser um documento científico, ser um


veículo de informação, ser útil)

Supõe o produto de um processo ajustado a normas através do qual se


obtiveram resultados dos quais derivaram um conjunto de ações que dão
resposta aos objetivos previamente formulados;
É um processo realizado por um técnico que assume todas as
responsabilidades das suas ações;
Deve seguir as regras próprias dos documentos de investigação científica,
devendo conter dados suficientes para ser replicável ou contrastável por
outros avaliadores.
Meio privilegiado de comunicação dos resultados da avaliação;
Deve ser compreensível para a pessoa a quem se dirige (em função de quem
solicitou o relatório: o próprio, pessoas chegadas ou outros profissionais);
A linguagem, a extensão e profundidade do discurso e o seu conteúdo
formal deverão adequar-se ao recetor do relatório.
As orientações e recomendações devem ser redigidas de forma concreta e
baseadas nos objetivos da avaliação

Deve conter os seguintes elementos:

Dados de identificação do sujeito avaliado (nome, idade, data de


nascimento, sexo, etnia).
Data e autor do relatório
Questão de referenciação (porque se levou a cabo a avaliação)
Técnicas/procedimentos usados na recolha da informação/avaliação (lista de
testes e outros procedimentos de avaliação);
Observações de comportamento (aparência, comportamentos observados,
interação com o avaliador...);
Resultados obtidos/informação recolhida (história relevante para o
problema em causa) vs. resultados nos testes (apresentação estandardizada
dos resultados: inteligência, aptidões e personalidade)
Impressões e interpretações (parte principal do relatório: principais
resultados da avaliação devem ser apresentados sob a forma de hipóteses
integradas);
Conclusões e recomendações.

Outros aspetos a ter em conta:

Na aplicação de baterias de testes, cada caso requer uma avaliação


idiossincrática face aos objetivos concretos do caso;
Em todo o relatório devem figurar as particularidades sobre o sujeito
avaliado, os procedimentos, os instrumentos, etc. e os resultados devem ser
acompanhados da respetiva justificação quantitativa e qualitativa das quais
derivem as conclusões;
Deve haver atenção ao grau de certeza com que se afirma alguma coisa
acerca do sujeito avaliado (nível de probabilidade e forma verbal como se
escreve).

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