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PROPÓSITO
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos na observação de comportamentos
baseados nas respostas dos indivíduos. Os objetivos desses testes são descrever e/ou mensurar
características e processos psicológicos. Esse conteúdo concentrou-se em três temas principais
que desenvolveram medições e instrumentos de medição: a inteligência, a cognição e as
habilidades.
MÓDULO 1
de inteligência
Alguma vez você já deve ter ouvido um comentário sobre alguém ter o QI alto ou baixo, sendo que
ter um QI alto seria um elogio, não é mesmo? Saiba que o termo QI é a medida mais popular da
inteligência, mas ela não é a única. As pesquisas mais recentes sobre o assunto revelam que as
teorias de inteligência vêm evoluindo e representando um processo cumulativo e integrativo. Tanto
que a avaliação da variável inteligência tem se mantido destacada há mais de 100 anos
(FLORES-MENDOZA & SARAIVA, 2018).
DEFINIÇÃO DE INTELIGÊNCIA
A INTELIGÊNCIA E A PSICOMETRIA
A origem da Psicometria deve ser encontrada nos trabalhos do estatístico Spearman, que
surgiram no campo da investigação das aptidões humanas: mentais, físicas e psicofísicas
(PASQUALI, 1997). A medição das aptidões humanas era a temática psicológica do início do
século XX. A ideia de submeter fenômenos psíquicos à linguagem da matemática vem do século
XVIII, com o filósofo alemão Christian Wolff. Ao final do século XIX, o pesquisador Weber
desenvolveu a Psicofísica, observando a intensidade de um estímulo e a sensação dessas
diferenças nos indivíduos.
Segundo Pasquali (1997), a partir daí, a evolução foi rápida e possível de ser organizada em
décadas e eras de ouro, como o autor chama. Assim, podemos identificar:
1880: A DÉCADA DE GALTON
Interesse na avaliação das aptidões humanas por meio da criação de uma medida sensorial. O
trabalho de Galton teve enorme impacto na orientação prática da Psicometria, influenciando
Cattell, e também na formulação de teorias que apareceriam no século XX, com Pearson e
Spearman.
Desenvolvimento de medidas para a identificação das diferenças individuais. Cattell foi o criador
da terminologia “Teste Mental” (mental test).
O entusiasmo com testes de inteligência começa a cair após estudos demonstrarem que o fator
da cultura atua sobre a inteligência. A ideia de um fator g (geral e universal) proposto por
Spearman começa a ser repensada por psicólogos estatísticos. A enorme produção científica
desse período impulsiona a criação da Sociedade Psicométrica Americana e sua revista
Psycometrika. Período de grande refinamento das tecnologias, como a análise fatorial da
inteligência, e dos testes psicométricos.
Confluência de pesquisadores que atuam em duas áreas opostas nesse período: a síntese e a
crítica. Guilford tenta sistematizar os avanços da Psicometria; Gulliksen sistematiza a teoria
clássica dos testes mentais e aperfeiçoa os testes psicológicos; Cattell procurou sintetizar os
dados da medida em personalidade; Harmann organiza os conhecimentos na área da análise
fatorial. A American Psychological Association (APA), introduz as normas de elaboração e uso
dos testes.
A TRI propõe a avaliação de características que não podem ser observadas diretamente nos
indivíduos. Essa metodologia sugere formas de representar a relação entre o traço latente e a
probabilidade de um indivíduo dar uma certa resposta a um item. Para a Psicometria, é o que há
de mais novo no campo investigativo na Psicologia.
MEDIÇÕES E INFLUÊNCIAS DA
INTELIGÊNCIA
A medição do QI representa a inteligência de uma pessoa e, na época de Binet, era obtida pela
seguinte fórmula: idade mental dividida pela idade cronológica, multiplicada por 100.
QI = (I M / I C) * 100
Por isso. o termo Quociente é utilizado, pois o QI é um coeficiente calculado pela relação entre a
idade que o sujeito obtém no teste (IM) e idade real da pessoa no momento da avaliação (IM).
Mas os testes de QI na atualidade não trabalham mais com esse simples cálculo. Eles acabam
utilizando uma distribuição que tem um valor médio estabelecido em 100 (com desvio padrão de
15 pontos) obtida por meio de um grupo-padrão que serve de referência (grupo de pessoas que
representam a população que depois será avaliada com o teste).
Ou seja, a inteligência média está nos resultados entre 85 a 115 e nessa faixa estão
aproximadamente 90%-95% da população. Abaixo desse valor pode haver algum tipo de
comprometimento cognitivo (2,5% de probabilidade) e acima um desenvolvimento cognitivo
mais avançado (2,5% de probabilidade). O resultado acima de 130 indica um indivíduo que pode
ser considerado superdotado.
Os autores Flores-Mendoza & Saraiva (2018) afirmam que algumas áreas, como a Sociologia,
têm estudado as implicações práticas da inteligência humana na sociedade. O trabalho de
Gottfredson (2006) apresentou resultados de pesquisa demonstrando que pessoas identificadas
com alto nível cognitivo e competência podem influenciar mais o desenvolvimento de um país do
que pessoas de nível cognitivo médio. Curiosamente, observa-se o oposto no campo da política.
Pessoas com nível médio de inteligência parecem influenciar mais o desenvolvimento político e
democrático de um país do que pessoas altamente inteligentes.
Ritchie (2016) afirma que pessoas que possuem um QI elevado têm tendência a levar uma vida
mais saudável e a viver mais tempo que os outros. Em sua pesquisa com 1 milhão de homens
suecos ficou demonstrado que uma pessoa cujo quociente intelectual é baixo tem 3 vezes mais
chance de morrer que uma pessoa com QI elevado.
INTELIGÊNCIAS E O FATOR G
Estrato III (habilidades cognitivas e habilidade intelectual, equivale ao famoso fator g).
Estrato II (8 habilidades amplas, como memória, aprendizagem, percepção e velocidade).
A seguir, podemos ver uma ilustração que indica o modelo hierárquico da inteligência. O primeiro
estrato (quadrados) corresponde a habilidades muito específicas, como listar palavras que
começam com determinada letra; o segundo estrato relaciona-se a habilidades amplas, como o
raciocínio verbal; e o Fator g estaria no terceiro estrato.
Modelo hierárquico da inteligência.
Escala de Inteligência Wechsler para Adultos. Avalia capacidade intelectual de adultos na faixa
etária entre 16 e 89 anos. O WAIS-III oferece a possibilidade de se obter medidas para as
seguintes Escalas e Índices (QIs): Memória Operacional, Processamento Verbal, Compreensão
Verbal, Organização Perceptual.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Segundo Hutz, Bandeira e Trentini (2015), “o teste psicológico é um instrumento que avalia (mede
ou faz uma estimativa) construtos (também chamados de variáveis latentes) que não podem ser
observados diretamente.” (p. 12).
Os psicólogos não têm a informação da convivência pessoal sobre seus clientes e pacientes, por
esse motivo eles precisam de dados mais precisos dos que seriam gerados pela convivência.
Quando conhecemos uma pessoa em profundidade, ou se temos a chance de observar o
comportamento dela por um longo período, podemos afirmar que, em nosso ponto de vista, a
pessoa é (ou não é) otimista, ansiosa, altruísta, empática, e assim por diante. Os testes
psicológicos podem nos ajudar com essas informações.
Uma definição mais precisa de teste psicológico foi dada por Suzana Urbina (2014 apud HUTZ,
BANDEIRA E TRENTINI, 2015). Ela diz que o teste psicológico é um procedimento sistemático
"para pontuar e avaliar essas amostras de acordo com normas" (p. 2). O termo normas,
mencionado por Urbina, permite uma reflexão sobre como o resultado obtido em um teste por
uma pessoa precisa de uma sistematização e regras para ser contextualizado de alguma forma.
Todos os resultados encontrados em testes, se não tiverem normas, não terão significado (HUTZ,
BANDEIRA & TRINTINI, 2015).
Em um teste de inteligência clássico, é muito importante saber o padrão do teste e de seus
resultados. Por exemplo, um aplicador, sabendo que a média da população alcança 100 pontos,
poderia concluir, em um atendimento, que uma pessoa que alcançou 108 pontos estaria acima da
média.
Seguindo esse exemplo, se esse score de 108 fosse encontrado em um adolescente e ele
apresentasse um rendimento escolar deficiente, o psicólogo poderia saber que as dificuldades na
escola não seriam decorrentes de problemas de inteligência.
Nesse caso, a avaliação psicológica seria feita com testes e envolveria uma série de outras
técnicas na observação de problemas pessoais ou familiares, especialmente aplicando
entrevistas com o adolescente, seus pais, professores e colegas. Com esses dados, poderiam
ser revelados vários possíveis fatores de interferência no desempenho escolar desse jovem.
Os testes psicológicos no Brasil são conceituados, segundo a Lei nº 4.119/62, como instrumentos
que mensuram de forma sistemática características psicológicas, considerados como um método
de uso privativo do psicólogo (HUTZ, BANDEIRA e TRENTINI, 2015). Devem ser aprovados para
uso e são controlados pelo Conselho Federal de Psicologia e o Sistema de Avaliação dos Testes
Psicológicos (SATEPSI).
TESTES IMPRESSIONISTAS
Sobre os testes impressionistas, sua apuração é ambígua, sujeita aos vieses de interpretação
do avaliador porque suas respostas são livres, mesmo que sejam numéricos. Apresentam tarefas
pouco estruturadas para uma sistematização de respostas, deixando margem para
interpretações subjetivas do próprio avaliador. Precisam de um psicólogo muito mais experiente
no uso do instrumento e da avaliação psicológica.
COMPREENSÃO VERBAL
O ato de compreender, pensar e se expressar em palavras.
RACIOCÍNIO PERCEPTIVO
MEMÓRIA DE TRABALHO
VELOCIDADE DE PROCESSAMENTO
QI E A CAPACIDADE COGNITIVA
Normalmente, a pontuação média para o QI e vários domínios está entre 90 e 109. Pontuações
mais altas de QI se relacionam com um funcionamento cognitivo mais alto e pontuações mais
baixas de QI representam um funcionamento cognitivo mais baixo. No entanto, quando as
pontuações entre os domínios variam muito, pode ser necessária a investigação mais detalhada
das pontuações dos domínios cognitivos individuais. Os instrumentos de inteligência e de
cognição aplicados paralelamente podem fornecer um diagnóstico mais preciso da capacidade
cognitiva de um indivíduo do que somente a pontuação geral de QI (MALLOY-DINIZ et al., 2010).
Um motivo para realizar uma avaliação cognitiva está relacionado ao fato de um profissional estar
preocupado com alguém que pode estar sofrendo de uma deficiência cognitiva. Isso pode ser
uma investigação sobre uma lesão cerebral ou derrame, a suspeita de deficiência intelectual de
uma criança ou baixo desempenho acadêmico de um adolescente. Uma outra motivação diz
respeito à dúvida do psicólogo se um paciente está ou não experimentando algum problema
como efeito colateral de medicação.
QUEM É ADEQUADO PARA PARTICIPAR DE UM
TESTE COGNITIVO?
De acordo com Malloy-Diniz et al. (2010), as avaliações cognitivas podem ser aplicadas em
crianças, jovens, adultos e idosos, embora sejam aplicadas nas crianças menores em certas
circunstâncias. Os indivíduos podem se beneficiar de uma avaliação cognitiva se experimentarem
alguns sintomas ou dificuldades relativas à linguagem, ler ou escrever, memória, processamento
de informação, atenção e concentração, desempenho acadêmico.
TESTES COGNITIVOS NA AVALIAÇÃO DO
PSICÓLOGO
Durante um atendimento psicológico, uma avaliação cognitiva pode ser feita para saber mais
sobre as capacidades atencionais de um paciente. Esses testes também são usados após
cirurgias e anestesias para confirmar que o paciente está se recuperando e que nenhuma área do
cérebro foi danificada durante a operação.
Testes cognitivos podem ser empregados também por outros profissionais como
psicopedagogos ou docentes que desejam avaliar os alunos por algum objetivo pedagógico. É
necessário diferenciar este tipo de avaliação da avaliação de capacidade intelectual. Os testes
cognitivos podem fornecer dados sobre como obtemos e processamos a informação que chega
até nós, podendo, assim, identificar áreas de atenção, mas não podemos considerar isso como
uma medida de inteligência.
MINI-COG
Teste de avaliação de funções cognitivas muito utilizado com a população adulta e idosa. É
frequentemente usado porque é rápido, 3 a 5 minutos e fácil de usar. É útil para uma avaliação
inicial em ambientes de atenção primária de saúde ou consultas não especializadas. As
atividades incluem relembrar uma lista de três palavras de objetos e desenhar um relógio. Escore
total: 5 pontos. Resultados considerados normais: de 3 a 5 pontos. Resultados anormais: 0 a 2
pontos. Quando o paciente tem um resultado anormal, faz-se necessária uma avaliação cognitiva
mais abrangente.
TIPOS E UTILIDADE DOS TESTES
COGNITIVOS
Agora, vamos assistir a um vídeo em que a especialista reflete sobre os tipos de testes
cognitivos, explicando sua utilidade, os testes mais utilizados e diferenças com os testes de
inteligência.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Testes onde não há respostas corretas
Com base nesse propósito, foram estabelecidas responsabilidades. A escolha dos instrumentos,
métodos e técnicas no exercício profissional cabe ao psicólogo. A competência de disciplinar,
fiscalizar o exercício profissional e avaliação psicológica cabe ao CFP. O CFP criou o SATEPSI
para aplicar as medidas necessárias relativas à avaliação dos instrumentos de avaliação
psicológica (MACHADO, 2007).
O psicólogo deve dominar os quatro tópicos que definem a qualidade de um teste psicológico:
validação, fidedignidade, padronização e adaptação. A decisão de aplicar um teste psicológico
implica o domínio dessas informações. Sendo que, durante a aplicação do teste, será de
responsabilidade do psicólogo a observação desses princípios, os quais sempre aparecem
expostos no manual do teste (MACHADO, 2007).
Machado (2007) aponta importantes direcionamentos que podem ajudar o profissional a pensar
melhor e a escolher o teste mais adequado para a ocasião. Vejamos a seguir.
DEFINIR OS ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS
PARA SE AVALIAR:
É muito importante que o profissional observe alguns aspectos nos participantes antes da
aplicação de qualquer teste psicológico. Deverão ser percebidas as condições físicas, ou seja, o
estado de cansaço, uso de medicações, reconhecimento de problemas visuais e auditivos,
ausência de alimentação.
Serão também observadas as condições psicológicas, nesse caso algum problema situacional
ou alteração comportamental. Todas essas condições podem influenciar na qualidade do
desempenho do sujeito. No início da avaliação, é importante deixar claro quais são os objetivos
do teste, esclarecendo qualquer dúvida que seja expressada.
4. Dispensar a entrevista.
5. Adaptar os testes de acordo com a sua vontade: alterar tempos, instrumentos, não
observando a padronização.
Com o avanço da neurociência cognitiva, na década de 1990, surgiu o modelo CHC considerado
um modelo hierárquico. Seu Fator g é considerado o fator representativo da inteligência geral nos
dias atuais. Esse fator é composto por inúmeras capacidades e habilidades. Os psicólogos
educacionais norte-americanos Kevin McGrew e Dawn P. Flanagan desenvolveriam essa ideia,
apresentaram o CHC, um modelo integrado com as ideias de Cattell, Horn e Carroll (CHC). Esse
modelo une a investigação de 12 habilidades amplas e 70 habilidades específicas.
Posteriormente, o modelo se estendeu a 16 habilidades amplas e 80 habilidades específicas
(FLORES-MENDOZA & SARAIVA, 2018).
AC — ATENÇÃO CONCENTRADA
Teste e identificação de rapidez e exatidão na execução de uma tarefa simples de natureza
perceptiva, sem uso de funções intelectuais. Esse teste tem por objetivo avaliar a capacidade de
uma pessoa manter a sua atenção concentrada no trabalho durante algum tempo específico.
BATERIA TSP
A Bateria TSP é um teste de aplicação individual ou coletiva. Cada teste deve ser aplicado em
média por 5 minutos. São nove testes de capacidades observadas: raciocínio lógico e a
capacidade de Julgamento; precisão de reconhecimento de nomes e fisionomias na Memória;
precisão e rapidez em sistema de cálculos em Habilidade Numérica; aptidão para distinguir a
natureza não verbal com Precisão e Percepção; relação espacial e aspectos de motricidade na
observação da Habilidade Espacial; aptidão para reconhecer a relação do todo com as partes
na Percepção Espacial; capacidade de estimar quantidades e habilidade espacial com Blocos;
fluência vocabular simples ou Fluência Verbal.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Com esse propósito alinhado, é muito importante explicitar que os testes psicológicos só
podem ser aplicados por psicólogos com registro profissional. Saiba que o candidato que
se submete aos testes psicológicos tem o direito a toda e qualquer informação que desejar. Os
arquivos devem ser seguros respeitando-se o sigilo dos resultados dos testes.
Nessa revisão, a terceira versão do código de ética do CFP, o objetivo é absorver as mudanças
da sociedade que precisam ser consideradas durante a prática profissional. Foram consideradas
novas legislações, como a criação do Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e
do Adolescente, e o Estatuto do Idoso (CPF, 2010).
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO CÓDIGO DE
ÉTICA?
O Código de Ética Profissional da Psicologia deve ser utilizado mais como um instrumento de
reflexão e menos como um conjunto de normas a serem seguidas. (CPF, 2010). Entre seus
objetivos principais estão, resumidamente:
Criar espaços para o psicólogo acessar a discussão sobre os limites e interseções relativos aos
direitos individuais e coletivos.
Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do
psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais.
Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não somente em suas práticas
particulares.
Manter o respeito;
COMPETÊNCIA TÉCNICA
Manter um alto padrão de qualidade e exigência em seus trabalhos, reconhecendo os limites e
oferecer em seus serviços apenas aquilo para o que está habilitado.
COMPORTAMENTOS HONESTO
Ser justo e manter o respeito na sua atuação. Evitar colocar seus próprios ideais mesclados em
sua atuação. Ter consciência de seus valores e os efeitos que estes podem ter na sua prática
profissional.
Com essas diretrizes, é importante que o psicólogo se apoie no código de ética profissional e
nas recomendações da APA para evitar problemas futuros com a legislação e garantindo a
credibilidade do seu trabalho nos atendimentos e da classe profissional (MACHADO, 2007).
Segundo Machado, de forma geral, podemos entender que o documento escrito na avaliação
psicológica
Em 2003, foi instituído o Manual de Elaboração de Documentos Escritos por meio da Resolução
07/2003 do CFP. Esses documentos são produzidos pelo psicólogo e são decorrentes da
Avaliação Psicológica podendo ter objetivos diversos e procurando subsidiar o profissional na
produção qualificada desses materiais.
DICA
Toda e qualquer comunicação por escrito deverá seguir as diretrizes escritas e a não observância
constitui falta ética disciplinar. É fundamental que a redação seja bem estruturada e definida,
evitando interpretações errôneas de seu conteúdo. Deve-se ordenar as ideias e utilizar linguagem
profissional, mas compreensível por quem lê. Assim, garante-se a precisão na comunicação, com
clareza, concisão e harmonia (MACHADO, 2007). Um grande erro de profissionais é criar
documentos com muitas informações que não correspondem ao que foi solicitado e que acabam
por prejudicar o atendido.
DECLARAÇÃO
ATESTADO PSICOLÓGICO
DECLARAÇÃO
ATESTADO PSICOLÓGICO
O Atestado Psicológico é um documento produzido e assinado pelo psicólogo. Essa declaração
certifica uma determinada situação ou estado psicológico. Sua finalidade é informar se um
indivíduo está apto ou não para atividades específicas, após a realização de um processo de
avaliação psicológica dentro do rigor técnico e ético, de acordo com o disposto na Resolução
15/1996 do CFP. É facultativa a utilização do CID (Código Internacional de Doenças). Esse
documento pode ser usado também para justificar faltas, impedimentos, afastamentos ou
dispensas.
Sua estrutura deve ser feita em papel timbrado ou carimbo com nome/sobrenome e CRP,
incluindo-se diversos itens:
Registro do nome completo do psicólogo e CRP (ou carimbo com as mesmas informações);
Assinaturas.
A estrutura de um relatório deve conter a identificação, a descrição do que foi solicitado, dados
sobre o procedimento, a análise e a conclusão.
SOBRE A IDENTIFICAÇÃO
DESCRIÇÃO DA DEMANDA
PROCEDIMENTO
ANÁLISE
CONCLUSÃO
SOBRE A IDENTIFICAÇÃO
Deve-se incluir o nome e o CRP de quem elabora, o nome de quem solicita, o assunto e o motivo
do pedido.
DESCRIÇÃO DA DEMANDA
Apresentar os motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do documento com uma
análise justificando o procedimento adotado.
PROCEDIMENTO
ANÁLISE
Deve ter uma estrutura de relato destacando o que for necessário para o esclarecimento e a
conclusão do processo.
CONCLUSÃO
Devem estar incluídos os itens: a identificação com o nome do parecerista com a titulação, nome
de quem solicitou e a sua titulação, os motivos, assim como a transcrição do objetivo da consulta
e das dúvidas apresentadas no processo pelo solicitante. No fechamento da conclusão, depois
de apresentada uma análise minuciosa da questão investigada será apresentado o
posicionamento do profissional. (MACHADO, 2007).
Os instrumentos utilizados devem ser guardados por cinco anos no mínimo. Em caso de
empresas, o material pode ter que ficar arquivado enquanto o colaborador estiver trabalhando no
local.
MUDANÇA DE PROFISSIONAL
Segundo o Código de Ética, se um psicólogo deixa o serviço, deverá passar os materiais para o
próximo profissional. Caso pare o serviço, deve ser notificado ao Conselho de Psicologia da
região.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, a Psicologia no mundo contemporâneo vem se transformando constantemente
buscando sempre a forma melhor de adaptação. No que diz respeito aos testes de inteligência,
cognição e habilidades, percebemos que a construção da modernidade se dá no
aperfeiçoamento contínuo dos primeiros passos dos testes psicométricos no início do século XX.
Conhecemos a intenção de medir as capacidades intelectuais no final do século XIX, passando
pelo teste de QI, o entendimento do Fator g e a evolução no século XX do tema com o
aprimoramento dos testes, como a Escala Wechsler para adultos. Vimos como os testes
cognitivos foram e são importantes na identificação do déficit cognitivo e como seus resultados
abrem portas para a análise de muitas complexidades, desde o desempenho escolar em
crianças e jovens, até o teste de rastreio cognitivo em idosos. Aprendemos mais sobre os testes
de habilidades, sua relação com os domínios da inteligência e os testes mais utilizados.
Finalmente, conhecemos mais sobre o código de ética e suas normas na aplicação dos testes
psicológicos e a sua regulação para o uso dos psicólogos, responsabilidade do Conselho
Federal de Psicologia, e ainda recebemos informações sobre a documentação escrita
necessária no acompanhamento dos psicólogos da devolução de resultados para a avaliação
psicológica.
Recomendamos que você continue essa jornada de aprendizado e descubra mais sobre testes
psicológicos, e esperamos que esta disciplina tenha contribuído para que você possa se
interessar e queira conhecer mais sobre os testes apresentados, sendo parte relevante na
evolução da sua formação em Psicologia.
PODCAST
Neste podcast, a especialista refletirá sobre a utilização dos testes psicológicos de inteligência e
de habilidades, e sua relação com os testes cognitivos em avaliações em diferentes contextos,
destacando os tipos de documentações que podem ser realizadas e os cuidados éticos
necessários.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ANACHE, A. A.; CORRÊA, F. B. As políticas do Conselho Federal de Psicologia para a
avaliação psicológica In: A. A. Santos, A. A. Anache, A. E. Vellemor-Amaral, B. S. G. Werlang, C.
T., C. T. Reppold, C. H. Nunes et al. (Orgs.). Avaliação psicológica: diretrizes para a
regulamentação da profissão. v. 1., p. 19-39. Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia, 2010.
HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M. (Orgs). Psicometria. 1. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2015.
RITCHIE, S. Intelligence: All that matters. London: Hodder and Stoughton, 2016.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 11. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2019.
EXPLORE+
CONTEUDISTA
Crismarie Casper Hackenberg