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28/02/2024, 15:30 Código de Ética profissional e documentações do psicólogo

Código de Ética profissional e documentações do


psicólogo
Susy Rocha

Descrição

Os órgãos, instrumentos técnicos e políticos orientadores e reguladores


da atuação do profissional da Psicologia.

Propósito

A compreensão dos padrões de conduta é essencial para a formação de


profissionais da Psicologia que possam, além de ofertar práticas
positivas para a sociedade, também fortalecer o reconhecimento social
dessa categoria profissional.

Objetivos

Módulo 1

Conduta ética na prática


profissional

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Reconhecer a importância da conduta ética na prática profissional do


psicólogo.

Módulo 2

Conselhos de Psicologia nas esferas


Regionais e Federal
Identificar as interlocuções inerentes aos Conselhos de Psicologia nas
esferas Regionais e Federal, bem como suas atribuições e
funcionamento.

Módulo 3

Dilemas éticos na prática do


profissional
Analisar os diferentes dilemas éticos inseridos na prática do
profissional da Psicologia e suas implicações.

Módulo 4

Documentação
Identificar os documentos elaborados pelos profissionais da
Psicologia.

meeting_room
Introdução

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Como saber se estamos sendo éticos no exercício da nossa


profissão? O que irá nortear a nossa prática? Afinal, o que é a
ética profissional? Um ponto essencial a ser esclarecido de
antemão é que a ética diz respeito aos conhecimentos que
chegam até nós por meio da investigação do comportamento
humano.

Na busca do exercício ético, as profissões contam com códigos


que buscam estabelecer padrões de conduta exemplares para
determinada classe. No caso da Psicologia, mais que estabelecer
um padrão técnico de conduta, o Código de Ética do psicólogo é
um importante instrumento político que visa atender às
necessidades da sociedade. Vale destacar que tendo em vista que
a própria sociedade promove a relevância das práticas
psicológicas, ela permite ancorar e demarcar o espaço de atuação
da Psicologia como ciência e profissão. Portanto, neste conteúdo
discutiremos a forma como se deu a construção do Código de
Ética da Psicologia no Brasil, assim como seu funcionamento ao
orientar as práticas dessa profissão.

Essa base inicial nos permitirá entender os instrumentos que


pautam e orientam as práticas e responsabilidades individuais e
coletivas acerca das ações e suas consequências no exercício
profissional da Psicologia.

1 - Conduta ética na prática profissional

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Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da
conduta ética na prática profissional do psicólogo.

Ética ou moral?
Neste momento vamos conhecer um pouco sobre a normatização da
profissão e as principais regulamentações da atuação do psicólogo.
Vamos juntos descobrir o que a categoria profissional e a sociedade
esperam como ação e resposta de nós.

Com base na concepção de Chauí (1995), temos:

Ética Moral
Significa a filosofia Fala sobre a aplicação
moral que possibilita a desses conhecimentos
reflexão, a discussão, a no dia a dia, que podem
problematização e a ser manifestados na
interpretação do profissão, na empresa
significado dos valores close ou em situações mais
morais. Ela nos permite abrangentes como os
refletir sobre as normas comportamentos que
e valores que orientam guiam a nossa
as atitudes e sociedade.
comportamentos
humanos.

Com isso, você pode estar se perguntando: “Mas como o psicólogo se


insere em toda essa dinâmica? Afinal de contas, ele lida com a ética ou
com a moral?”.

A resposta para essas perguntas é bem complexa, pois, em nossa


prática profissional, nos diferentes contextos em que nos encontrarmos,
vamos nos deparar com sujeitos e instituições que preservam seus
valores, padrões e convicções (a moral), porém, nunca estaremos no
papel de julgadores da moral, do que é bem e mal, certo e errado, pois, na
nossa prática, esse papel ético deve ser encarado pelo próprio indivíduo,
de forma reflexiva.

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Não cabe ao psicólogo, portanto, determinar o que é certo e errado, ou o


que pode e não pode ser feito.

A ética, portanto, se constitui na reflexão crítica sobre a


moral. Isso pressupõe pensar a respeito do que se faz,
bem como repensar os costumes, as normas e as
regras vigentes na sociedade, mas sem imposições
unilaterais.

A Psicologia, então, deve superar essas dicotomias e avançar na


investigação do sentido e do significado desses padrões (em outras
palavras, a ética), mas não determiná-los, priorizando a integridade e o
respeito pelo humano. Com isso, por mais que esteja atravessada pela
moral, a Psicologia trará consigo uma atitude ética e respeitosa.

E o que é ética na profissão?

A ética profissional pode ser entendida como uma


codificação, ou seja, é elencado um conjunto de regras
e atividades que norteiam as práticas profissionais.

Esse instrumento é comumente nomeado de Código de Ética profissional


e visa organizar e regulamentar os padrões sociais e técnicos de
determinada categoria de especialistas. Dessa forma, o trabalho técnico
e social do psicólogo deve estar baseado nas normas e modos de
conduta estabelecidas no Código de Ética da profissão.

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A ética no Código de Ética


O Código de Ética do psicólogo está em sua terceira reformulação e foi
instituído em 2005 pela Resolução do Conselho Federal de Psicologia
(CFP) nº 010/2005. Ele foi elaborado de forma colaborativa por meio de
um amplo processo de construção coletiva e democrática que retratava
a época social vivida pelo país, na qual a história da Psicologia se
modificava de acordo com as mudanças sociais da nação.

Basicamente, esse novo Código de Ética do psicólogo traz como


discussão dois pontos fundamentais na atuação profissional:

Os limites colocados à ação do profissional em sua relação com o


usuário, para que a atividade profissional seja realizada sem
causar prejuízos nem ao psicólogo nem ao usuário do serviço
psicológico.

A representatividade acerca do significado e reconhecimento


social da profissão, além da orientação sobre a intervenção da
Psicologia na sociedade.

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Sendo assim, o Código de Ética leva o psicólogo a refletir sobre as suas


responsabilidades, não apenas em suas práticas de trabalho individuais,
mas também em suas responsabilidades para com o desenvolvimento e
o estabelecimento da profissão.

Os princípios fundamentais
do Código de Ética do
psicólogo
É necessário que a atuação do psicólogo seja embasada em sete
princípios fundamentais descritos no Código de Ética profissional e que
são transversais às atividades descritas como de sua responsabilidade
(CFP, 2005, p.7):

psychology I.
“O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e
na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado
nos valores que embasam a Declaração Universal
dos Direitos Humanos.

psychology II.
O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e
a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas
de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.

psychology III.
O psicólogo atuará com responsabilidade social,
analisando crítica e historicamente a realidade

líti ô i i l lt l
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política, econômica, social e cultural.

psychology IV.
O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio
do contínuo aprimoramento profissional,
contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia
como campo científico de conhecimento e de
prática.

psychology V.
O psicólogo contribuirá para promover a
universalização do acesso da população às
informações, ao conhecimento da ciência
psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da
profissão.

psychology VI.
O psicólogo zelará para que o exercício profissional
seja efetuado com dignidade, rejeitando situações
em que a Psicologia esteja sendo aviltada.

psychology VII.
O psicólogo considerará as relações de poder nos
contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre as suas atividades profissionais,
posicionando-se de forma crítica e em consonância
com os demais princípios deste Código.”

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Pautadas nesses princípios são descritas mais de 70 condutas que


norteiam o profissional no exercício da profissão. Mas embora o Código
de Ética seja bem claro e explicativo em suas orientações, é comum,
muitas vezes, os profissionais se depararem com situações que os
fazem refletir sobre sua prática em contraposição com o que está
normatizado no Código.

Saiba mais
Vale ressaltar que o Código de Ética tem como princípio geral se instituir
como um instrumento de reflexão que visa nortear e não estabelecer
condutas entre os psicólogos e suas relações com a ciência, a sociedade
e a profissão.

O que fazer? Como fazer? Qual o meu papel na sociedade como


profissional da Psicologia?

Todos esses questionamentos nos permitem construir a Psicologia


ciência e profissão, e o Código de Ética deve estar alinhado com as
mudanças e necessidades sociais.

Portanto, cabe a todo psicólogo conhecer, além do Código de Ética,


também as resoluções, leis e decretos, ou seja, toda a legislação da
profissão, verificando se essa cumpre seu papel político e social, pois
esses documentos devem garantir que as práticas estejam adequadas
aos valores da sociedade e pautadas no respeito aos direitos
fundamentais do ser humano.

Baseadas no Código de Ética da profissão, todas as resoluções, notas


técnicas, cartilhas e demais documentos elaborados pelo CFP abordam
contextos específicos da atuação do psicólogo.

Dica
É importante que os profissionais estejam sempre atualizados em
relação à variedade de documentos, pois eles são modificados

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constantemente, reafirmando o caráter dinâmico, colaborativo e


transformador da Psicologia como profissão.

A Psicologia visa atender às necessidades sociais e políticas, o que


demonstra a sensibilidade dos sistemas de Conselho (Federais e
Regionais) às demandas da categoria e da sociedade. Dentre essas
documentações podemos exemplificar:
Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na atenção
básica à saúde.

Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na rede de


proteção às crianças e adolescentes em situação de violência
sexual.

Nota técnica sobre a Resolução nº 1, de 22 de março de 1999, que


estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à
questão de orientação sexual.

Nota orientativa sobre ensino da avaliação psicológica em


modalidade remota no contexto da pandemia da covid-19
17/11/2020.

Cartilha de boas práticas para avaliação psicológica em contextos


de pandemia.

Ao analisarmos os exemplos anteriores, podemos verificar o sistema


ético proposto, no qual se preconiza uma atuação profissional engajada
social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço
exclusivo do indivíduo.

Embora o Código seja o pilar que norteia a atuação profissional, muitos


psicólogos nem sempre cumprem suas orientações, assim como ocorre
em todos os campos de atuação profissional.

Comentário
Os comportamentos questionáveis desses colegas acabam por fazê-los
utilizar os conhecimentos proporcionados pela Psicologia para benefício
próprio em detrimento do bem-estar social.

São inúmeras as denúncias de situações antiéticas registradas e


vivenciadas, tais como atitudes de desrespeito e desconfiança aos pares
e à sociedade, o que acaba por desmerecer a atuação profissional de
psicólogos e enfraquecer a classe de um modo geral.

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A responsabilidade social do
psicólogo, sua atuação
profissional e relação com o
Código de Ética
A especialista Susy Rocha reflete a seguir sobre o papel do psicólogo em
atender às necessidades sociais e políticas no Brasil e no mundo,
relacionando documentações do CFP com o Código de Ética do
psicólogo. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Aprendemos que ética se constitui na reflexão crítica sobre a moral,


o que nos leva a pensar a respeito do que se faz e a repensar os
costumes. Ainda refletindo sobre o conceito de ética, marque a
alternativa correta:

A ética e a moral orientam os comportamentos


humanos tanto a partir da reflexão sobre as normas
A
quanto na aplicação desses conhecimentos no dia a
dia da profissão.

Ética é um conjunto de regras imutáveis que devem


B ser seguidas para se manter um bom
relacionamento social.

Ao pensarmos em ética, podemos dizer que ela vai


C de encontro ao benefício próprio, pois é pautada no

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benefício social.

É o conjunto de princípios de uma sociedade que


D
visa manter os padrões e as tradições.

Trata exclusivamente da reflexão sobre os deveres


E das pessoas contidos nos códigos específicos dos
grupos sociais e profissionais.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A ética se constitui na reflexão crítica, o que pressupõe pensar a


respeito do que se faz, bem como repensar os costumes, as normas
e as regras vigentes na sociedade, porém, sem imposições
unilaterais, pensando no benefício individual sem ferir os costumes
e as condutas sociais.

Questão 2

O Código de Ética é um instrumento no qual é listado um conjunto


de regras e atividades que norteiam as práticas profissionais. Sobre
a função do Código de Ética do psicólogo podemos afirmar que:

O Código de Ética tem como função ditar os


comportamentos e atuações dos profissionais de
A
Psicologia de modo que todos possam atuar da
mesma forma.

É o único instrumento que regulamenta os padrões a


B
serem seguidos pelos profissionais da categoria.

Se caracteriza como uma orientação que não


precisa ser cumprida, pois ele apenas norteia,
C
portanto, o profissional deve usar da sua moral e
bom senso para direcionar sua atuação.

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É um instrumento de reflexão que visa nortear de


D
forma dialógica as condutas entre os psicólogos e
suas relações com a ciência, sociedade e profissão,
de modo geral.

O Código de Ética se baseia em orientar a atuação


do profissional. É um documento técnico que não
E
deve sofrer influências políticas e sociais para que a
categoria não perca seu foco.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O Código de Ética tem como princípio geral se instituir como um


instrumento de reflexão que visa nortear, e não estabelecer, condutas
entre os psicólogos e suas relações com a ciência, sociedade e
profissão. Além do Código, outros documentos como as resoluções,
as notas técnicas e as cartilhas são orientativos e regulamentam as
ações dos psicólogos.

2 - Conselhos de Psicologia nas esferas Regionais e


Federal
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as interlocuções
inerentes aos Conselhos de Psicologia nas esferas Regionais e Federal, bem
como suas atribuições e funcionamento.

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Atuações do Conselho
Regional e Conselho Federal
de Psicologia
Você sabe quando foi regulamentada a profissão de psicólogo no Brasil?

psychology 1962
A profissão de psicólogo foi regulamentada pela Lei
nº 4.119, em 27 de agosto de 1962 (BRASIL, 1962),
razão pela qual o seu dia é comemorado nessa data
anualmente.

psychology 1971
No entanto, somente nove anos mais tarde é que
foram criados e regulamentados o Conselho Federal
Psicologia (CFP) e seus Conselhos Regionais,
oficializados pela Lei Federal nº 5.766 (BRASIL,
1971).

psychology 1977
Mais tarde, com o Decreto nº 9.822, de 17 de junho
de 1977 (BRASIL, 1977) que regulamenta a Lei nº
5.766, ficaram, por fim, determinadas as finalidades
do Conselho Federal de Psicologia.

Falamos sobre os Conselhos de Psicologia. Você sabe qual a função


deles?

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Os Conselhos Regionais e o Federal


são autarquias, ou seja, realizam
funções que lhes são atribuídas pelo
Estado brasileiro. Eles se destinam
a orientar, disciplinar e fiscalizar o
exercício da profissão de psicólogo,
e realizam, entre outras atividades,
as funções de expedir resoluções
necessárias ao cumprimento das
leis em vigor, de funcionar como
tribunal superior de ética
profissional e de zelar pelo exercício
da profissão, orientando,
disciplinando e fiscalizando.

(BRASIL, 1971)

Autarquias
Entidades que cumprem a função de administrar e fiscalizar as atividades
de uma classe profissional que precisa de regulamentação para exercer as
atribuições que lhe competem.

Dessa forma, os Conselhos funcionam como um tipo de mediação entre


a Psicologia e a sociedade. Nesse contexto, mais adiante, discutiremos
cada uma de suas atribuições, trazendo para a prática e
contextualizando com a atuação profissional do psicólogo.

Atenção!
Os Conselhos orientam a profissão por meio das resoluções, do Código
de Ética profissional e do Código de Processamento Disciplinar,
definindo parâmetros para a atuação profissional do psicólogo.

Como forma de gerenciar o funcionamento do Sistema Conselhos de


Psicologia, foram criadas determinadas instâncias deliberativas em
âmbito nacional e regional. Veja:

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Esfera Nacional expand_more

Nessa esfera, podemos citar o Congresso Nacional da Psicologia


(CNP), que é realizado a cada três anos e nos períodos de
eleições. Em continuidade, semestralmente são realizadas a
Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças
(APAF), com a presença de representantes de todos os Conselhos
Regionais e Federal, o Plenário e a Diretoria do CFP.

Esfera Regional expand_more

Nas esferas regionais, o Congresso Regional de Psicologia


(COREP) é realizado a cada três anos, enquanto as Assembleias
Gerais são convocadas pelo menos uma vez a cada ano. Vale
lembrar que o Plenário é restrito ao âmbito da jurisdição do
Regional. O planejamento das atividades do CFP e dos Conselhos
Regionais é feito com base nas discussões e decisões do
Congresso Nacional de Psicologia, quando são aprovadas
diretrizes sobre a estrutura funcional dos Conselhos, bem como
os princípios que deverão nortear seus trabalhos.

Os Conselhos Regional e Federal de Psicologia são os agentes que


regem a orientação, fiscalização e legislação da atuação profissional
dos psicólogos. Dessa forma, cabe a eles sancionar, defender e informar
as ações práticas da profissão de maneira ética e moral, pautadas na
legitimação e nas comprovações científicas. Os Conselhos, juntamente
com as instituições acadêmicas, exercem um diálogo contínuo acerca do
processo de formação de psicólogos e do exercício profissional.

Saiba mais
As atividades do CRP são garantidas pelo trabalho de funcionários e
conselheiros eleitos, em número proporcional ao de psicólogos inscritos
no Conselho, para mandatos de três anos. A chapa eleita é responsável
pelas decisões políticas voltadas para a efetivação do Plano de Trabalho
da Gestão.

Como você pôde observar até aqui, os Conselhos atuam ativamente na


orientação, disciplina e fiscalização do profissional da Psicologia. Vale
ressaltar que essa relação entre eles e as instituições tem o objetivo de
promover enlaces e o máximo alcance no aproveitamento dos espaços

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para pesquisas, esclarecimentos acerca da inserção do profissional no


mercado de trabalho, fomentar a elaboração de estratégias e metas,
identificar os meios e os recursos para a inserção do psicólogo na
comunidade, bem como esclarecer a população e os profissionais de
Psicologia sobre o papel, importância e funcionalidade de se ter
psicólogos inseridos nos mais diversos contextos sociais.

Atendimento psicológico.

Conselho Federal de
Psicologia (CFP)
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) é uma autarquia de direito
público, com autonomia administrativa e financeira, cujos objetivos,
além de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional, são
pautados em promover espaços de discussão sobre os grandes temas
da Psicologia que levem à qualificação dos serviços profissionais
prestados por essa categoria à sociedade. Órgão central do Sistema
Conselhos, o CFP tem sede e foro no Distrito Federal e jurisdição em todo
o território nacional.

É importante discutirmos acerca das principais atribuições do Conselho


Federal de Psicologia e, para tais fins, o esquema a seguir, baseado na
Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, esquematiza suas atribuições
e práticas fundamentais previstas por lei:

Elaborar seu regimento e aprovar os regimentos organizados


pelos Conselhos Regionais.

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Orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de


Psicólogo.

Expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das leis em


vigor e das que venham a modificar as atribuições e
competência dos profissionais de Psicologia.

Definir nos termos legais o limite de competência do exercício


profissional, conforme os cursos realizados ou provas de
especialização prestadas em escolas ou institutos profissionais
reconhecidos.

Elaborar e aprovar o Código de Ética profissional do psicólogo.

Funcionar como tribunal superior de ética profissional.

Servir de órgão consultivo em matéria de Psicologia.

Julgar em última instância os recursos das deliberações dos


Conselhos Regionais.

Publicar, anualmente, o relatório de seus trabalhos e a relação


de todos os psicólogos registrados.

Expedir resoluções e instruções necessárias ao bom


funcionamento do Conselho Federal e dos Conselhos
Regionais, inclusive no que tange ao procedimento eleitoral
respectivo.

Aprovar as anuidades e demais contribuições a serem pagas


pelos psicólogos.

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Fixar a composição dos Conselhos Regionais, organizando-os à


sua semelhança e promovendo a instalação de tantos
Conselhos quantos forem julgados necessários, determinando
suas sedes e zonas de jurisdição.

Propor ao Poder competente alterações da legislação relativa


ao exercício da profissão de psicólogo.

Promover a intervenção nos Conselhos Regionais, na hipótese


de sua insolvência.

Dentro dos prazos regimentais, elaborar a proposta


orçamentária anual a ser apreciada pela Assembleia dos
Delegados Regionais, fixar os critérios para a elaboração das
propostas orçamentárias regionais e aprovar os orçamentos
dos Conselhos Regionais.

Elaborar a prestação de contas e encaminhá-la ao Tribunal de


Contas.

Dentre as atribuições do CFP encontram-se a elaboração de regimentos


voltados aos Conselhos Regionais, supervisionando sua atuação em
nível territorial. Outra função importante diz respeito à orientação,
disciplina e fiscalização do exercício profissional dos psicólogos quanto
ao Código de Ética e prática profissional.

Dentro do CFP, temos a Comissão de Orientação e Ética e a Comissão de


Orientação e Fiscalização. Vamos ver qual a função de cada uma delas:

Comissão de Orientação e Ética


(COE)

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Na fiscalização do exercício profissional, a Comissão de Orientação e


Ética (COE) tem como responsabilidade instruir os novos profissionais a
como agirem administrativamente em relação à prática profissional e o
que se tem previsto pela categoria no Código de Ética.

Comissão de Orientação e
Fiscalização (COF)
Existe também a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF), que
recebe denúncias de usuários da Psicologia sobre práticas inapropriadas
e afins que podem abrir processos devido a condutas profissionais
inadequadas.

Os Conselhos fiscalizam conforme o Código de Ética da profissão e de


acordo com diversas resoluções que complementam e definem
parâmetros para as práticas dos psicólogos. Como já estudamos, tais
resoluções são fruto de demandas e debates que ocorrem na sociedade,
levados à discussão pela categoria e seu exercício profissional. As
diversas demandas e assuntos do momento passam a ser
sistematizados e, ao chegarem, por fim, ao CFP, podem se tornar
resoluções.

Conselho Regional de
Psicologia (CRP)
O Conselho Regional de Psicologia é uma autarquia de direito público
com a finalidade de orientar, disciplinar, fiscalizar e regulamentar o
exercício da profissão de psicólogo em âmbito regional. Entre suas
atribuições estão o zelo pela fiel observância dos princípios éticos e a
contribuição para o desenvolvimento da Psicologia como ciência e
profissão.

Saiba mais
Os Conselhos devem atuar na complexidade e totalidade da atuação da
categoria. Desse modo, é de suma importância que eles, as instituições
acadêmicas e, especialmente, os profissionais independentes, possam
firmar uma ação conjunta e progressiva para o aperfeiçoamento da
profissão, bem como estimular e tornar o profissional de Psicologia um
agente propenso à mudança e à inovação, e não apenas um propagador
de conhecimentos técnicos e científicos.

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Portanto, os Conselhos devem participar ativamente nas lutas sociais da


categoria, de modo que é de suma importância que se tenha uma
inserção ética da profissão e que se comprometa com o
aperfeiçoamento desses profissionais, docentes, privados ou liberais,
com as instituições que ofertam os cursos de graduação, e com
melhores condições de trabalho e remuneração.

Os Conselhos devem estar atentos para a integração


dialética entre estudante, docente e profissional, bem
como para a integração entre ciência, técnica e arte ou
conhecimento, pesquisa e aplicação, para que se possa
desenvolver a Psicologia em todas as suas vertentes.

Vejamos agora o papel dos Conselhos Federal e Regional. Para isso,


devemos pautar a atuação dos Conselhos em quatro vertentes: a
política, a de regulamentação, a de orientaçãoefiscalização e a de
formaçãoe aperfeiçoamento do psicólogo.

Ressalta-se também a vertente que trata da relação entre Política e


Psicologia, bem como o papel político da Psicologia e como ela se
depara com as questões psicossociais, dissociando-se do papel social
do psicólogo, cujo objetivo trata da promoção de saúde e bem-estar dos
sujeitos e da comunidade.

Vamos ver como cada uma das quatro vertentes atua. Acompanhe a
seguir:

Vertente política expand_more

No que que diz respeito à vertente política, os Conselhos devem


engajar, articular e promover discussões sobre o desenvolvimento
de uma consciência ética da profissão, bem como serem os
principais responsáveis por zelar pela ética na atuação do
psicólogo. Eles devem também promover o estabelecimento de
vínculos e parcerias com os órgãos do Poder Legislativo. Essa
aproximação com as jurisdições propiciará algumas conquistas
para a categoria profissional, além dos acessos aos âmbitos
educacionais, do trabalho e da saúde. Ela também promoverá a
implementação de programas e ações sociais apropriadamente
embasados, respaldados tanto pela categoria quanto pela ciência
psicológica. Por esse motivo, o psicólogo deve assumir o seu
papel como um agente transformador da realidade. Para isso, é

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fundamental que o processo de formação desse futuro


profissional seja comprometido com o dever ético.

Vertente da regulamentação expand_more

Ao entramos na vertente da regulamentação vamos tratar do


Conselho como agente legislador sobre o exercício da profissão e
como garantidor do cumprimento dessa legislação. Em outras
palavras, esse é o órgão responsável pelo processo de se fazer
cumprir a lei e o Código de Ética, visto que a principal finalidade
dessa vertente é de regulamentar a organização, bem como de
estabelecer um quadro profissional acessível e relevante.

Vertente de orientação e fiscalização expand_more

A vertente de orientação e fiscalização corresponde às principais


atribuições dos Conselhos, de modo que as funções de
orientação e fiscalização sejam inseparáveis. Recomenda-se a
função de orientação por uma questão preventiva e elucidativa,
além de conseguir estabelecer um parâmetro sobre o que se trata
a Psicologia, promovendo esclarecimentos sobre esse campo.
Como já mencionado, grande parte da classe profissional dos
psicólogos desconhece e/ou não compreende as prerrogativas
necessárias de seus órgãos legisladores.

Vertente da formação e aperfeiçoamento do psicólogo expand_more

A vertente da formação e aperfeiçoamento do psicólogo deve ser


priorizada, pois não se pode separar a formação do exercício
profissional. Ambos dependem um do outro e, se os Conselhos
não se preocuparem com a orientação e a supervisão da
formação do futuro psicólogo, basicamente se esquivarão de seu
compromisso ético, reforçando uma ideia dicotomizada,
antiquada e contraditória da Psicologia. Diante disso, deve-se
acompanhar a formação e a iniciação profissional do psicólogo,
bem como a abertura e o fechamento de cursos de graduação
nessa área.

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De acordo com os encaminhamentos do Congresso Nacional


Constituinte da Psicologia, as ações do Conselho deveriam se pautar em
alguns direcionamentos. São eles:

Assim, fica evidente que é da competência dos Conselhos de Psicologia


conduzir e averiguar as atividades desenvolvidas e relacionadas à
difusão da prática profissional privativa do psicólogo.
Compromisso social da Psicologia no âmbito da transformação da
realidade nacional;

Compromisso científico do psicólogo, com vistas à produção e


disseminação do conhecimento;

Compromisso com a interdisciplinaridade em relação à integração e


articulação dos valores e conhecimentos da Psicologia com as
demais áreas;

Compromisso com a qualificação dos responsáveis pela formação


de novos profissionais;

O entendimento de que a formação do psicólogo deve ser


consistente e abrangente;

Compromisso com uma formação que envolva um posicionamento


ético e político, inserindo o profissional nas discussões sociais, no
âmbito da organização da categoria e de uma postura de cidadania;

A ideia de que o processo de formação deve ser o de construção do


conhecimento e de atitude científica, aqui entendida a partir de uma
ampliação do próprio conceito de ciência;

A ênfase numa formação generalista, que contemple a


interdisciplinaridade, as demandas e relações sociais e a
diversidade da atuação profissional;

Assim, fica evidente que é da competência dos Conselhos de Psicologia


conduzir e averiguar as atividades desenvolvidas e relacionadas à
difusão da prática profissional privativa do psicólogo.

Exemplo
Esse é o caso dos métodos e técnicas psicológicas, incluindo os cursos
de formação, treinamentos ou especialização na área da Psicologia,
sejam eles organizados e ministrados por profissionais liberais (pessoas
físicas) ou por meio de pessoas jurídicas (instituições, clínicas, institutos,
núcleos, centros de estudos ou outros). Também se enquadram nessa
lista os cursos que se ocupam de técnicas psicológicas (em especial os
que lidam com testes projetivos, de personalidade etc.).

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O principal contexto do qual os Conselhos devem se encarregar é o de


promover a integração entre a práxis, a formação do psicólogo e a
pesquisa, seja ela acadêmica ou científica.

video_library
Os direcionamentos que
pautam as ações dos
conselhos
A especialista Susy Rocha aborda a seguir os diversos direcionamentos
que pautam as ações dos conselhos. Vamos lá!

Fiscalizações e penalidades
Agora que você chegou até aqui, com certeza já conhece um pouco mais
sobre a atuação dos Conselhos e sua territorialização, entende seus
objetivos, atribuições e como atuam nas localidades em âmbito Federal
e Regional. Contudo, é possível que você esteja neste momento se
perguntando: “Caso o profissional infrinja alguma conduta ética ou não
siga as resoluções estabelecidas pelo CFP, o que pode acontecer com
ele?”. Ou então: “Caso o cidadão se sinta lesado pela atuação
profissional de psicólogos, ele pode encaminhar denúncias? Como se
faz isso?”.

Resposta
Qualquer cidadão pode fazer uma queixa aos Conselhos pelo site e pelos
telefones disponíveis, inclusive de forma anônima. Todas as denúncias
prestadas são passiveis de punições, sejam elas faltas disciplinares e
infrações ao Código de Ética profissional do psicólogo ou a quaisquer
resoluções, e podem ser apuradas em todo o âmbito nacional.

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O CFP se encarrega dos julgamentos de processos éticos e todas as


representações devem ser repassadas primeiramente ao CRP. Para a
realização de uma denúncia, essa representação segue o art. 59 do
Código de Processamento Disciplinar e será processada pelo presidente
do respectivo Conselho mediante documento escrito e assinado.

Quais são as informações que devem constar nessa representação?


Veja:

feed Nome e qualificação do representante.

feed Nome e qualificação do representado.

feed Descrição circunstanciada do fato.

feed Indicação dos meios de prova de que


pretende o representante se valer para
provar o alegado.

Agora que você já conhece como ocorre a representação de um processo


disciplinar ético, saiba que os procedimentos posteriores tomam como
base a Resolução 11/2019 do CFP, por meio da qual, em seguida,
ocorrerá a apuração dos fatos pelo Conselho Regional de Psicologia. A
partir dos dados obtidos, o processo disciplinar ético poderá ser
arquivado ou instaurado.

Vale lembrar que todo conteúdo do processo deverá


possuir um carácter sigiloso, permitindo o acesso aos
autos apenas às partes e respectivos procuradores.

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Observação: A Resolução 11/2019 revoga a Resolução CFP nº


006/2007, bem como todas as demais disposições em contrário.

São exemplos de processos éticos:

Procedimento ético-disciplinar; recurso de


processo administrativo; irregularidade em
avaliação psicológica, dentre outras posturas
inadequadas do profissional da Psicologia;
conivência com violação de direitos humanos;
divulgação profissional indevida; queixa
contra mau atendimento; ofensa do psicólogo
ao paciente durante atendimento; maus-tratos
a crianças e a adolescentes; facilitação do
exercício ilegal da profissão; perturbação da
ordem no local de trabalho, causando prejuízo
a terceiros; associação da prática psicológica
à religiosidade; falsificação de documentos;
facilitação de aplicação de testes
psicológicos por não psicólogos; clínicas com
irregularidades na prestação de serviços de
Psicologia.

(ZAIA, 2018, p. 14)

Agora que já conhece os principais processos éticos, você deve estar se


perguntando: “E quanto às penalidades? Quais são elas?”. Conforme o
art. 21 do Código de Ética profissional do psicólogo, são passíveis de
cinco opções. São elas: advertência, multa, censura pública, suspensão
do exercício profissional por até 30 (trinta) dias e até mesmo a cassação
do exercício profissional.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os Conselhos Regional e Federal de Psicologia são os agentes que


regem a orientação, fiscalização e legislação da atuação
profissional dos psicólogos. Com base nessa informação, analise as

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proposições acerca da atuação dos Conselhos e assinale a


alternativa correta.

Cabe somente ao CFP orientar e disciplinar o


A exercício da profissão, e ao CRP a fiscalização dos
princípios éticos.

A função dos CRPs é de orientar, supervisionar e


B disciplinar o exercício da profissão de psicólogo em
todo o território nacional.

Os Conselhos devem auxiliar o Poder Legislativo a


sancionar, defender e informar as ações práticas da
C
profissão de forma ética e moral pautadas na
legitimação e em comprovações científicas.

O CFP tem o objetivo de regulamentar, orientar e


fiscalizar o exercício profissional, além de promover
D espaços de discussão sobre os grandes temas da
Psicologia que levem à qualificação dos serviços
profissionais prestados pela categoria à sociedade.

É dever somente dos CRPs promover espaços de


discussão sobre os grandes temas da Psicologia que
E
levem à qualificação dos serviços profissionais
prestados pela categoria à sociedade.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Todos os Conselhos, tanto o Federal quanto os Regionais, devem


orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão, porém, cabe
ao Federal supervisionar e disciplinar o exercício em âmbito
nacional. É necessário que os Conselhos criem ligações com as
instâncias governamentais com a finalidade de propiciar melhores
esclarecimentos acerca da inserção do profissional de Psicologia
nas áreas da saúde, educação e trabalho. Sendo assim, o CFP
promove encontro e espaços para que sejam discutidos temas
ligados à Psicologia em benefício da qualificação, desenvolvimento
e atuação das práticas psicológicas.

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Questão 2

Quanto ao papel dos Conselhos, vimos quatro vertentes que


norteiam sua atuação. São elas: a vertente política, a vertente de
regulamentação, a vertente de orientação e fiscalização e a vertente
de formação e aperfeiçoamento do psicólogo. Sobre elas, assinale a
alternativa correta:

A vertente de orientação e fiscalização se refere ao


regimento das questões psicossociais, dissociando-
A se do papel social do psicólogo, que se caracteriza
pela promoção da saúde e do bem-estar dos sujeitos
e da comunidade.

Cabe à vertente da regulamentação, ao se vincular à


orientação e à supervisão da formação do psicólogo,
B
apenas realizar o acompanhamento do exercício da
profissão.

A vertente da regulamentação refere-se ao agente


legislador sobre o exercício da profissão, ou seja, ao
processo de se fazer cumprir a lei e o Código de
C
Ética, visto que a finalidade dessa vertente é
normalizar a organização, bem como estabelecer um
quadro profissional acessível e relevante.

A vertente política está, por sua vez, associada às


questões políticas envolvidas no acompanhamento
D da formação e da iniciação profissional, bem como
da abertura e do fechamento de cursos de
graduação em todo o território brasileiro.

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Segundo as vertentes, os Conselhos não devem


estabelecer vínculos com os órgãos públicos e nem
aproximação com as jurisdições devido aos
E
retrocessos que isso pode trazer para a categoria
profissional, além de promover barreiras aos âmbitos
educacionais, do trabalho e da saúde.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A vertente política se refere à relação entre política e Psicologia, ao


papel político da Psicologia e como ela se depara com as questões
psicossociais. Essa vertente também diz respeito à aproximação da
Psicologia das jurisdições públicas para que ela tenha acesso aos
âmbitos educacionais, de trabalho e de saúde para implementar
programas e ações sociais. Cabe à vertente de formação e
aperfeiçoamento manter a conexão entre a formação e o exercício
profissional. Diante disso, deve-se acompanhar a formação e a
iniciação profissional, bem como a abertura e o fechamento de
cursos de graduação nessa área. A vertente de orientação e
fiscalização corresponde às principais atribuições dos Conselhos, de
modo que as funções de orientação e fiscalização são inseparáveis.
Recomenda-se favorecer o papel de orientação por uma questão
preventiva e elucidativa.

3 - Dilemas éticos na prática do profissional

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Ao final deste módulo, você será capaz de analisar os diferentes dilemas
éticos inseridos na prática do profissional da Psicologia e suas
implicações.

Situações éticas críticas na


prática do psicólogo
Agora que entendemos sobre o Código de Ética do psicólogo e como se
dá todo o processo de fiscalização pelos Conselhos, vamos abordar
alguns dilemas éticos inerentes à prática do profissional da Psicologia.
Discutiremos algumas situações pelas quais nenhum psicólogo está
isento de passar.
Como saber se estamos sendo éticos dentro da nossa profissão?

O que irá nortear nossa prática?

Afinal, o que é a ética profissional?

O Código de Ética do profissional de Psicologia visa estabelecer padrões


esperados em relação às práticas referendadas pela respectiva categoria
profissional e pela sociedade, procurando fomentar a autorreflexão
exigida de cada indivíduo acerca da sua prática profissional, de modo a
responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas
consequências no exercício profissional.

No Código, você encontrará os deveres fundamentais do psicólogo; as


orientações daquilo que nos cabe no coletivo e no individual; bem como
a recomendação de que devemos manter a postura da Psicologia como
ciência e profissão.

Saiba mais

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28/02/2024, 15:30 Código de Ética profissional e documentações do psicólogo

No Código, você encontrará os deveres fundamentais do psicólogo; as


orientações daquilo que nos cabe no coletivo e no individual; bem como
a recomendação de que devemos manter a postura da Psicologia como
ciência e profissão.

Você sabia que grande parte das faltas e denúncias éticas que a nossa
classe recebe é por simplesmente não seguir o Código de Ética?

É curioso notar que a maior frequência de denúncias se refira à


inobservância dele pelos próprios psicólogos, o que nos remete a uma
pergunta: será que o que falta é o conhecimento do Código de Ética ou o
problema é que não existe uma interpretação adequada dele, encarando-
o como uma lista normativa obrigatória de conduta e não como um meio
reflexivo no cotidiano do exercício da nossa profissão e do cuidado com
o outro?

Ao fazermos esse questionamento, precisamos entender que o


Código não serve somente para nos dar respaldo, mas também para
fomentar reflexões sobre uma Psicologia engajada, ética, plural e
acolhedora. Assim, juntos podemos contribuir para uma reflexão
sobre a qualidade da prática profissional do psicólogo a partir do
Código de Ética.

Princípios fundamentais e
responsabilidades gerais do
psicólogo
Para uma melhor compreensão, vale destacar alguns pontos que
norteiam fortemente o nosso cotidiano profissional dentro do Código de
Ética do psicólogo. Veja:

Todos esses pontos foram retirados do Código de Ética profissional do


psicólogo (2005). Não tem sentido apresentarmos o Código aqui na
íntegra, com todos os seus artigos, princípios ou parágrafos. No entanto,
achamos pertinente destacar alguns pontos básicos dele que passarão a
ser usados como fundamentos na discussão de dilemas éticos que
serão apresentados a seguir.
Na prática da Psicologia (seja na clínica, nas empresas, na justiça
etc.), podemos nos deparar com questões e dilemas éticos
relacionados ao sigilo profissional, às técnicas e instrumentos

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psicológicos, aos documentos psicológicos, à relação profissional e


ao vínculo, e às convicções filosóficas e morais.

Nesses momentos, é importante termos respaldo de como agir e por


que agir, de forma que nossa atuação seja respeitosa, assertiva e
íntegra.

Todos esses pontos foram retirados do Código de Ética profissional do


psicólogo (2005). Não tem sentido apresentarmos o Código aqui na
íntegra, com todos os seus artigos, princípios ou parágrafos. No entanto,
achamos pertinente destacar alguns pontos básicos dele que passarão a
ser usados como fundamentos na discussão de dilemas éticos que
serão apresentados a seguir.

Destacamos, como um dos princípios fundamentais que aparecem no


Código de Ética o de número 1, que ressalta que o psicólogo baseará o
seu trabalho no respeito à dignidade e à integridade do ser humano.
Nesse princípio, fica claro o compromisso do profissional de Psicologia
com os valores relativos aos direitos humanos, que devem permear de
forma contínua e consistente a prática profissional.

Deveres e interdições

O art. 1º do Código destaca os deveres fundamentais dos psicólogos,


dos quais podemos ressaltar:

Prestar serviços psicológicos de


qualidade, em condições de trabalho
dignas e apropriadas à natureza
desses serviços, utilizando
princípios, conhecimentos e
técnicas reconhecidamente

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fundamentados na ciência
psicológica, na ética e na legislação
profissional.

(CFP, 2005, p. 8)

Nesse ponto fica evidente o compromisso que devemos assumir com a


excelência e a qualidade dos serviços ofertados.

O psicólogo precisa cuidar tanto da validade técnico-


científica do seu trabalho como das condições em que
oferece os seus serviços.

Nesse mesmo artigo aparecem outros deveres, como o de que devemos


também zelar para que o exercício profissional seja efetuado com a
máxima dignidade, recusando e denunciando situações em que o
indivíduo esteja correndo risco ou que o exercício profissional esteja
sendo vilipendiado (CFP, 2005).

Já o art. 2º destaca aquilo que é vedado ao psicólogo, do qual


ressaltamos os seguintes pontos:

Induzir a convicções políticas,


filosóficas, morais, ideológicas,
religiosas, de orientação sexual ou a
qualquer tipo de preconceito,
quando do exercício de suas
funções profissionais.

(CFP, 2005, p. 9)

Dessa forma, todo psicólogo deve se manter distante de qualquer


movimento que procure determinar a ideologia, filosofia ou doutrina que
deve ser seguida por um grupo num momento determinado. Não cabe ao
profissional de Psicologia esse tipo de determinação e ele sempre deve
realizar a sua prática de forma neutra e objetiva no que diz respeito a
essas definições.

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Nesse mesmo artigo encontramos que é vedado interferir na validade e


fidedignidade dos resultados de instrumentos e técnicas psicológicas,
assim como fazer declarações falsas e dar atestado sem a devida
fundamentação técnico-científica (CFP, 2005).

O psicólogo deve se ater ao uso de técnicas com


comprovação científica e apresentar os resultados de
forma objetiva sempre de acordo com o que foi
observado empiricamente, seguindo os princípios
éticos e científicos no seu trabalho.

Também é proibido estabelecer, com a pessoa atendida,


relacionamentos pessoais que possam interferir negativamente nos
objetivos do atendimento.

Sigilo profissional

Sobre o sigilo profissional, temos:

Art. 6º
É expresso que o psicólogo garantirá o caráter confidencial das
informações que vier a receber em razão de seu trabalho, bem como do
material psicológico produzido.

Art. 9º
É considerada a importância do sigilo, pois ele protegerá o atendido em
tudo aquilo que o psicólogo ouve, vê ou tenha conhecimento como
decorrência do exercício da atividade profissional.

Já no art. 10 é explicitado, como condição especial em relação à quebra


do sigilo profissional:

Nas situações em que se configure


conflito entre as exigências
decorrentes do disposto no art. 9º e
as afirmações dos princípios
fundamentais deste Código,

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excetuando-se os casos previstos


em lei, o psicólogo poderá decidir
pela quebra de sigilo, baseando sua
decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo único – Em caso de
quebra do sigilo previsto no caput
deste artigo, o psicólogo deverá
restringir-se a prestar as
informações estritamente
necessárias.

(CFP, 2005, p. 13)

Vemos, assim, que o sigilo é muito importante na prática profissional do


psicólogo, não apenas no setting psicoterápico, mas também em outros
contextos, como em empresas, escolas, hospitais e outros. No entanto, o
sigilo pode ser quebrado em casos em que fique comprovada que a
integridade física dos envolvidos – paciente ou cliente e terceiros – pode
correr perigo.

No que diz respeito a denúncias em que as relações do psicólogo com


instituições é o foco central, observa-se infrações diretamente ligadas
aos casos em que o atendimento for realizado por psicólogo vinculado a
trabalho multiprofissional numa clínica, empresa ou instituição ou a
pedido de outrem, conforme podemos observar no art. 12.

Saiba mais
Nesses casos, só poderão ser dadas informações a quem as solicitou, a
critério do profissional, dentro dos limites do estritamente necessário aos
fins a que se destinou o exame.

Exemplos de dilemas éticos


Agora vamos analisar alguns exemplos cotidianos que podem acontecer
nos mais diversos contextos, e que exigem cuidado da nossa parte para
que não tomemos nenhuma atitude antiética. Os casos aqui citados são
apenas alguns exemplos. Não é possível esgotarmos todas as diversas
possibilidades de infrações ou dilemas que podem ser vistos na nossa
prática profissional.

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Exemplo 1: O psicólogo não lhe explica sobre os objetivos e


resultados do trabalho

Isso pode acontecer quando não informamos ao indivíduo em um


processo seletivo o porquê de ele responder determinado teste
psicológico ou até mesmo quando aplicamos alguma intervenção em
um grupo terapêutico.

Curiosidade
O psicólogo deve informar ao paciente ou instituição sobre os objetivos
que se pretende atingir, o que e quais os pontos que pretende trabalhar.

Mesmo que os objetivos mudem ao longo do processo, ou ainda que


surjam novos objetivos, isso deve ser comunicado com clareza ao
usuário dos nossos serviços. Além de informar a ele a finalidade e os
resultados de possíveis testes, técnicas etc.

Exemplo 2: O psicólogo está envolvido em situações que


promovem discriminação ou preconceito

Pode parecer óbvio este item, e você, como profissional em formação, vai
pensar: “É claro que um psicólogo sabe que não pode praticar
discriminação, desigualdade etc.” Sim, é fácil imaginar que todos os
psicólogos estão cientes disso, mas existem muitas situações nas quais
o preconceito aparece de forma velada, camuflada e nas quais também
poderemos aparecer envolvidos indiretamente, especialmente quando
somos coniventes com a situação. Um exemplo muito comum disso é o
uso que se faz das redes sociais para expressar a sua “opinião pessoal”
sobre os fatos.

Saiba mais
Mesmo que esteja fora de seu ambiente de trabalho, como já foi dito no
início, o psicólogo deve, sim, tomar cuidado com a sua postura, que
poderá trabalhar contra ou a favor dele.

Como podemos indicar o trabalho de um colega da área se ele expressa


opiniões preconceituosas por aí? E neste item cabem todos os tipos
possíveis de preconceito: gênero, orientação sexual, idade, classe social,
etnia, nível de escolaridade, entre outros.

Comentário
Precisamos lembrar do compromisso social que temos com o ser
humano e a representação social que detemos em nossa sociedade. Isso
a todo tempo vem exigindo de nós mesmos o exercício do

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autoconhecimento (terapia pessoal), estudos e postura reflexiva do


impacto das nossas opiniões.

Exemplo 3: O psicólogo tenta usar sua profissão para


induzir a determinadas convicções

Precisamos ter bastante cuidado com esse exemplo, que pode acontecer
de forma muito sutil, inclusive na prática clínica.

O profissional de Psicologia é proibido, pelo Código de


Ética, de usar sua profissão para induzir a convicções
políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito.

Isso não quer dizer que o psicólogo não pode ter suas próprias opiniões,
ter uma religião, ser a favor ou contra determinado candidato político,
entre outras coisas, mas ele não deve tentar se aproveitar de seus
conhecimentos psicológicos ou mesmo do exercício da sua profissão
para convencer alguém a pensar como ele nesse sentido.

Um exemplo disso pode ser verificado quando, em um setting


terapêutico, manifestamos expressões faciais/corporais e emoções
negativas, bem como proferimos discursos contrários ou que tentam
convencer o cliente ou paciente daquilo que acreditamos ser o certo.

Vamos ilustrar!

Exemplo
Um paciente/cliente informa que sua namorada está o traindo, mas que
ainda assim a ama. Seria totalmente errado que, automaticamente, o
psicólogo emitisse risos e sua expressão facial demonstrasse nojo ou
algum tipo de desqualificação. Outra reação inadequada diante dessa
situação seria se o psicólogo conduzisse o discurso de modo que seu
cliente tomasse a decisão que, segundo o ponto de vista do psicólogo, é
a mais adequada, ou seja, o término do relacionamento.

Cuidado, nós não decidimos pelos nossos clientes, nem fazemos


julgamentos morais. É o cliente o detentor de sua história e autônomo
em suas decisões. Para isso, temos que estar em dia com a nossa
própria terapia pessoal, com a leitura do Código e fazendo supervisão.

Exemplo 4: O psicólogo expõe informações sigilosas ou


realiza diagnósticos em meios de comunicação

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Informações sigilosas são sigilosas (mesmo!) e, portanto, se o psicólogo


as divulga publicamente, está cometendo falta grave, e pode, inclusive,
perder seu registro profissional. Por isso é importante, em nossa prática,
realizarmos a construção de um contrato, seja na clínica ou em outros
contextos, no qual fiquem claras as únicas situações especiais em que
pode acontecer a quebra de sigilo (rever o art. 10 do Código). Quando
isso ocorrer, é necessário fazer referência ao Código de Ética de modo a
justificar o motivo dessa quebra de sigilo.

As informações sigilosas provenientes de procedimentos utilizados com


os pacientes e resultados de serviços psicológicos, quando divulgados
em público, podem expor pessoas, grupos, organizações e outros. Essa
divulgação é fortemente condenada. Realizar diagnósticos em meios de
comunicação também é falta grave, pois isso deve ser feito no sigilo do
setting terapêutico e com base em todo um processo de análise.

É lógico que o psicólogo pode dar entrevistas e dizer sua opinião sobre
determinados assuntos, até mesmo como uma forma de disseminar os
conhecimentos sobre a Psicologia como ciência e profissão, mas
desconfie quando vir aquele psicólogo na TV fornecendo um diagnóstico
ou revelando resultados de testes psicológicos (muitas vezes de alguém
que ele nem sequer atendeu ou tem conhecimento suficiente sobre seu
histórico).

Atenção!
Lembre-se de que no atendimento a pessoas menores de 18 anos
precisamos alinhar com o paciente e seus responsáveis as condições de

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quebra de sigilo, bem como a assinatura de um termo de consentimento


e um de assentimento.

Existem outras situações que poderiam ser citadas aqui, mas a ideia é
estimular nos nossos leitores uma postura crítica e reflexiva que permita
ler e conhecer o Código de Ética de uma maneira dinâmica. Dessa forma,
convidamos você a acessar e imprimir o Código de Ética do psicólogo no
site do CFP, mantendo-o em lugar acessível para consulta durante a sua
prática, especialmente durante os estágios básicos e específicos da sua
formação.

video_library
Situações éticas críticas na
prática do psicológo
Está na hora de falarmos sobre o comportamento esperado do psicólogo
em situações éticas críticas, na prática. Com a palavra, a especialista
Susy Rocha!

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28/02/2024, 15:30 Código de Ética profissional e documentações do psicólogo

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Um profissional de Psicologia divulga um curso cujo objetivo é


demonstrar as atualizações da Psicologia do Trabalho, bem como
novos testes que se baseiam na Astrologia para caracterizar o perfil
psicológico, a fim de subsidiar a tomada de decisão do perfil mais
adequado para cada cargo. Diante do exposto, questiona-se se essa
é uma atitude que está ou não consoante com a postura ética do
profissional de Psicologia.

Caracteriza-se como uma postura ética, pois a


atitude do profissional é de ampliar o leque de
A

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habilidades do psicólogo que atua no contexto


organizacional.

A opinião da maioria do grupo, uma vez que o


psicólogo deve assumir um posicionamento
B
democrático e conciliatório, zelando pela resolução
dos conflitos nos grupos em que trabalha.

Os temas relativos ao campo da Psicologia, como a


promoção da dignidade do ser humano, o contexto
C
político e social, a promoção da saúde das
coletividades e a eliminação da violência.

A defesa do campo da Psicologia, beneficiando,


portanto, o projeto que promova a prática da
D Psicologia, independentemente de suas outras
características ou das características do projeto com
o qual concorre.

Os critérios circunscritos pelos saberes produzidos


pela Psicologia, pois o art. 6º do Código de Ética do
E psicólogo recomenda que, ao lidar com profissionais
não psicólogos, o psicólogo encaminhe a outros as
demandas que extrapolem seu campo de atuação.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A solução desta questão deve ter por referência os princípios


fundamentais estabelecidos no Código de Ética profissional do
psicólogo, como, por exemplo: “o psicólogo atuará com
responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a
realidade política, econômica, social e cultural” (CFP, 2005, p. 7).

Questão 2

Um psicólogo está envolvido na seleção de projetos a serem


financiados por uma organização. Sua participação se justificou, a
princípio, pela presença de projetos na área de atenção à saúde dos
hipertensos (grande maioria na organização), tópico sobre o qual ele

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é recorrentemente consultado pelos outros participantes da seleção.


Dentre os dois projetos finalistas, um deles, inclusive, é de autoria de
um grupo de psicólogos. Nessa situação, em termos éticos, o que
deve orientar a posição do psicólogo diante do grupo que conduz a
seleção?

A avaliação da viabilidade financeira dos projetos


concorrentes e a projeção que podem alcançar no
A entorno social, uma vez que o psicólogo tem, antes
de tudo, responsabilidade em relação à organização
para a qual trabalha.

A opinião da maioria do grupo, uma vez que o


psicólogo deve assumir um posicionamento
B
democrático e conciliatório, zelando pela resolução
dos conflitos nos grupos em que trabalha.

Os temas relativos ao campo da Psicologia, como a


promoção da dignidade do ser humano, o contexto
C
político e social, a promoção da saúde das
coletividades e a eliminação da violência.

A defesa do campo da Psicologia, beneficiando,


portanto, o projeto que promova a prática da
D Psicologia, independentemente de suas outras
características ou das características do projeto com
o qual concorre.

Os critérios circunscritos pelos saberes produzidos


pela Psicologia, pois o art. 6º do Código de Ética do
E psicólogo recomenda que, ao lidar com profissionais
não psicólogos, o psicólogo encaminhe a outros as
demandas que extrapolem seu campo de atuação.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Como é um processo de avaliação psicológica, o documento a ser


escrito e assinado pelo psicólogo é o laudo psicológico. Ambas as
nomenclaturas são correspondentes, segundo a Resolução CFP nº

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06/2019, que norteia os documentos escritos pelo psicólogo e


instrui cuidados éticos e técnicos em procedimentos como a
avaliação psicológica. Vale lembrar que o parecer não decorre de
avaliação psicológica.

4 - Documentação
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os documentos
elaborados pelos profissionais da Psicologia.

Documentos elaborados pelo


psicólogo
Neste módulo iremos discutir os documentos escritos pelos psicólogos,
no que se refere à sua finalidade, princípios básicos e a legislação que
rege o padrão da escrita e das informações contidas em cada
documento.

Inicialmente, neste módulo iremos trabalhar com estas três diretrizes:

looks_one Discutir o papel dos documentos psicológicos.

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looks_two Apresentar os diferentes tipos de documentos


psicológicos e suas utilizações.

looks_3 Desenvolver a capacidade de elaborar um


documento psicológico nas mais diversas áreas de
atuação.

Precisamos entender que os documentos, em geral, possuem como base


as seguintes características:
são materiais escritos;

são uma forma de comunicação de serviços prestados;

possuem valor legal;

devem obedecer ao regimento da profissão.

A partir dessas características, é importante compreendermos que os


documentos escritos pelo psicólogo têm valor legal e ético, e obedecem
às regras do Código de Ética do psicólogo (2005) e da Resolução CFP nº
06/2019.

Essa resolução tem como objetivos orientar o psicólogo na elaboração


de documentos escritos, fornecendo os subsídios éticos e técnicos
necessários para a produção qualificada da comunicação escrita.

Saiba mais
A Resolução CFP nº 06/2019 substituiu a Resolução CFP nº 07/ 2003,
que contemplava um Manual de Elaboração de Documentos Escritos
produzidos pelo psicólogo, com foco na prestação de serviços
decorrentes de avaliação psicológica.

Avaliação psicológica
Avaliação psicológica é a coleta e interpretação de dados, obtidos por meio
de um conjunto de procedimentos reconhecidos pela ciência psicológica,
que podem abarcar o uso de diferentes instrumentos, tais como os testes
psicológicos, as entrevistas, as observações e as análises de documentos.
Dessa forma, o profissional da Psicologia deve planejar e realizar o

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processo avaliativo com base em aspectos técnicos e teóricos (CFP, Cartilha


de avaliação psicológica, 2013a).

Devemos lembrar da complexidade do exercício profissional do


psicólogo para compreendermos que essa resolução foi construída de
modo a ampliar o leque de documentos psicológicos para aqueles
decorrentes do exercício profissional nos mais variados campos de
atuação, fornecendo os subsídios éticos e técnicos necessários para a
elaboração qualificada da comunicação escrita.

Dica
Nessa aula sobre os documentos psicológicos, convido você, psicólogo
em formação, a ler mais uma vez a Resolução CFP nº 06/2019 para
conhecer os detalhes sobre os princípios éticos, técnicos, as disposições
e linguagem que irão nortear toda a construção dos documentos.

Independentemente do tipo de documento que seja entregue, precisamos


ter a consciência de que estamos diante de dois questionamentos: “Por
quê?” e “Para quê?”.

Esses questionamentos irão requerer uma atitude ética de avaliar a


demanda, a necessidade, a quem vai se destinar o documento, as
informações que se comunicam somente com a demanda (devemos
informar nos documentos o que fora solicitado e o que é pertinente e
ético) e o impacto da nossa escolha sobre qual documento emitir, pois
eles vão informar sobre um trabalho que foi ou está sendo desenvolvido,
ou seja, vão comunicar a prestação de um serviço.

Com isso, nossa escrita terá que ser integradora,


avaliativa, não julgadora, ética, responsável e
relacionada ao contexto-demanda.

Vamos conhecer os tipos de documentos psicológicos?

Declaração

É o documento mais simples e não está condicionada à avaliação


psicológica. Ela tem caráter informativo sobre a rotina de prestação de
serviços e visa informar ao cliente a ocorrência de fatos ou situações
objetivas relacionados ao serviço psicológico.

Atenção!
Ao contrário do atestado psicológico, a declaração nunca deve
apresentar registro de sintomas, estados psicológicos, ou qualquer outra

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informação que diga respeito ao funcionamento psicológico da pessoa


atendida.

Ela deve conter:


1. Título: "Declaração".

2. Nome da pessoa atendida: Identificação do nome completo ou


nome social completo.

3. Finalidade: Descrição da razão ou motivo do documento.

4. Informações sobre local, dias, horários e duração do


acompanhamento psicológico.

5. O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de


emissão e carimbo, em que conste nome completo ou nome social
completo do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional e
assinatura.

Atestado psicológico

Documento expedido pelo psicólogo, o atestado é oriundo de um


processo de avaliação psicológica, realizado para verificar determinada
situação ou condição do estado psicológico (diagnóstico psicológico).

Curiosidade
Vale ressaltar que os registros devem estar transcritos de forma corrida,
ou seja, separados apenas pela pontuação, sem parágrafos, evitando,
com isso, riscos de adulterações. No caso em que seja necessária a
utilização de parágrafos, o psicólogo deverá preencher esses espaços
com traços. O atestado psicológico indica a necessidade de
afastamento e/ou dispensa da pessoa baseados na avaliação de
aspectos psicológicos.

O atestado, bem como o laudo, emitido com a finalidade de justificar


estar apto ou não para atividades específicas após realização de um
processo de avaliação psicológica, deverá guardar relatório
correspondente ao processo de avaliação psicológica realizado nos
arquivos profissionais do psicólogo. É muito importante saber que o
psicólogo deve manter em seus arquivos uma cópia dos atestados
psicológicos emitidos, junto a todo o material resultante do processo
avaliativo, protocolado com data, local e assinatura de quem recebeu o
documento, para fins de comprovação e fiscalização.

O atestado deve conter:


1. Título: "Atestado Psicológico".

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2. Nome da pessoa ou instituição atendida: Identificação do nome


completo ou nome social completo e, quando necessário, outras
informações sociodemográficas.

3. Nome do solicitante: Identificação de quem solicitou o documento,


especificando se a solicitação foi realizada por alguma instituição
ou pelo próprio usuário.

4. Finalidade: Descrição da razão ou motivo do pedido.

5. Descrição das condições psicológicas do beneficiário do serviço


psicológico advindas do raciocínio psicológico ou do processo de
avaliação psicológica realizado, respondendo à finalidade deste
último. Lembre-se de que quando justificadamente necessário, fica
facultado ao psicólogo o uso da Classificação Internacional de
Doenças (CID) ou outras Classificações de diagnóstico, científica e
socialmente reconhecidas, como fonte para enquadramento de
diagnóstico.

6. O documento deve ser encerrado com indicação do local, data de


emissão e carimbo, em que conste nome completo ou nome social
completo do psicólogo, acrescido de sua inscrição profissional, com
todas as laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima
lauda, e a assinatura do psicólogo na última página.

Relatório psicológico

O objetivo do relatório psicológico é apresentar os procedimentos e


conclusões do processo da avaliação psicológica, relatar
encaminhamento (caso necessário), bem como as intervenções, o
diagnóstico, o prognóstico e a evolução do caso. Podem ser elaborados
relatórios psicológicos decorrentes de visitas domiciliares, como em
situações de orientação ou de acolhimento nos serviços psicológicos,
para subsidiar atividades de outros profissionais.

Constitui-se enquanto instrumento de comunicação escrita resultante da


prestação de serviço psicológico à pessoa, grupo ou instituição,
limitando-se a fornecer somente as informações necessárias
relacionadas à demanda, solicitação ou petição.

O relatório psicológico deve apresentar as informações da estrutura


detalhada a seguir, na forma de itens ou em texto corrido:
1. Identificação: Título "Relatório Psicológico"; nome da pessoa ou
instituição atendida; nome do solicitante; finalidade; nome do
psicólogo e seu número de registro no CRP.

2. Descrição da demanda: Informações sobre o que motivou a busca


pelo processo de trabalho prestado, indicando quem forneceu as

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informações e as demandas que levaram à solicitação do


documento.

3. Procedimento: Apresentar o raciocínio técnico-científico que


justifica o processo de trabalho utilizado na prestação do serviço
psicológico e os recursos técnico-científicos utilizados.

4. Análise: Forma descritiva, narrativa e analítica, as principais


características e evolução do trabalho realizado, baseando-se em
um pensamento sistêmico sobre os dados colhidos e as situações
relacionadas à demanda.

5. Conclusão: Conclusões tiradas, a partir do que foi relatado na


análise, considerando a natureza dinâmica e não cristalizada do
seu objeto de estudo. Na conclusão pode constar encaminhamento,
orientação e sugestão de continuidade do atendimento ou
acolhimento. O documento deve ser encerrado com indicação do
local, data de emissão, carimbo, em que conste nome completo do
psicólogo.

Relatório multiprofissional

Esse documento é uma inovação da resolução mais atual. Ele é fruto do


acolhimento da diversidade da atuação e dos contextos profissionais do
psicólogo. O relatório multiprofissional é resultante da atuação do
psicólogo em contexto multiprofissional, podendo ser produzido em
conjunto com especialistas de outras áreas, preservando-se a autonomia
e a ética profissional dos envolvidos.

Exemplo
Relatório multiprofissional sobre reabilitação de paciente afásico. O
tratamento da afasia é realizado por equipe multiprofissional que pode
ser composta por médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, enfermeiro e
psicólogo, com o objetivo de promover o desenvolvimento da linguagem
e da fala por meio de diversas terapias.

Segundo a resolução que rege a escrita dos documentos psicológicos, as


informações para o cumprimento dos objetivos da atuação
multiprofissional devem ser registradas no relatório em conformidade
com o que institui o Código de Ética profissional do psicólogo em
relação ao sigilo. O psicólogo deve observar as mesmas características
do relatório psicológico.

O relatório multiprofissional deve apresentar, no que tange à atuação do


psicólogo, as informações da estrutura detalhada a seguir, em forma de
tópicos ou texto corrido. Sendo assim, ele é composto de cinco itens:

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1. Identificação.

2. Descrição da demanda.

3. Procedimento.

4. Análise (neste item orienta-se que cada profissional faça sua


análise separadamente, identificando, com subtítulo, o nome e a
categoria profissional. Vale lembrar que esse tipo de relatório não
isenta o psicólogo de realizar o registro documental, conforme
Resolução CFP nº 01/2009 ou outras que venham a alterá-la ou
substituí-la).

5. Conclusão.

Laudo psicológico

Esse é um documento muito importante e o mais requisitado na prática


profissional depois do atestado e da declaração. Ele revela a grande
responsabilidade que temos como profissionais da Psicologia. O laudo
decorre de avaliação psicológica.

O laudo psicológico é uma apresentação descritiva


acerca de situações e/ou condições psicológicas e
suas determinações históricas, sociais, políticas e
culturais, pesquisadas no processo de avaliação
psicológica.

Deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um


instrumental técnico (entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos,
observação, exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em
referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo psicólogo.

Vale destacar o caráter específico do laudo psicológico, diferenciando-o


do relatório. O laudo é fruto de um processo de avaliação psicológica
diante de uma demanda específica e deve apresentar os itens descritos,
com destaque para o procedimento conduzido, a análise realizada e a
conclusão gerada a partir desse processo de avaliação (que envolve
entrevistas, testagem psicológica, observação ou outros métodos
aprovados pelo CFP). Já o relatório não envolve um processo de
avaliação psicológica.

Exemplo
O laudo psicológico pericial pode ser requerido quando há suspeita de
abuso sexual infantil, bem como sentenças judiciais envolvendo a

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custódia de menores ou para verificar se uma pessoa que é acusada de


cometer um crime tem algum transtorno mental. O laudo psicológico
pode ser elaborado para processos seletivos de empresas privadas e
concursos públicos.

Ele deve apresentar as informações da estrutura detalhada a seguir, em


forma de itens, cuja descrição do que deve compor cada um deles é a
mesma dos relatórios já mencionados:
1. Identificação

2. Descrição da demanda

3. Procedimento

4. Análise

5. Conclusão

6. Referências

As referências entram como um novo campo, pois, na elaboração de


laudos, é obrigatória a informação das fontes científicas ou referências
bibliográficas utilizadas, em nota de rodapé, preferencialmente. A
conclusão deve estar em harmonia com os demais itens do laudo
psicológico. Ela deve ser gerada a partir dos resultados e análise
realizados, além de conter alguma orientação de
encaminhamento/intervenções, ou diagnóstico/hipótese diagnóstica, ou
orientação/sugestão de projeto terapêutico oferecido.

Parecer psicológico

Esse documento não é condicionado a uma avaliação psicológica. Ele é


um pronunciamento por escrito que tem como finalidade apresentar uma
análise técnica que possa responder a uma questão-problema do campo
psicológico ou a documentos psicológicos questionados. Entretanto,
existe ainda um ponto a ser salientado a você, que é um profissional em
formação: o psicólogo deve ter conhecimento específico e competência
no assunto demandado.

O profissional parecerista deve fazer a análise do problema apresentado,


destacando seus aspectos relevantes, e opinar a respeito, considerando
os quesitos apontados e com fundamentação em referencial teórico-
científico. Havendo quesitos, o profissional deve respondê-los de forma
sintética e convincente, não deixando nenhum deles sem resposta.

Sua estrutura é parecida com a do laudo, porém reduzida e mais focada:


1. Identificação.

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2. Exposição dos motivos: Destina-se à transcrição do objetivo da


consulta e dos quesitos ou à apresentação das dúvidas levantadas
pelo solicitante.

3. Análise: Constitui-se na análise minuciosa da questão explanada e


argumentada, com base nos fundamentos necessários existentes,
sejam eles feitos por meio da ética, da técnica ou do corpo
conceitual da ciência psicológica.

4. Conclusão: Apresentar seu posicionamento, respondendo à questão


levantada. Em seguida, deve-se informar o local e a data em que foi
elaborado, seguidos pela assinatura do documento.

video_library
Documentos elaborados pelos
profissionais da psicologia
A seguir, a especialista Susy Rocha compara e caracteriza os diversos
documentos elaborados pelos profissionais da Psicologia. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 2

João é um psicólogo hospitalar responsável pela ala adulta de um


grande hospital. Nos últimos dias, ele foi convocado pelo serviço
médico para realizar uma avaliação psicológica e mental de um
paciente chamado Ricardo, que já está internado há
aproximadamente dois meses ali por causa da apresentação de
sintomas de distimia (falta de ânimo, humor deprimido etc.). O
médico solicitante vê na avaliação psicológica um modo de discutir
o caso de Ricardo e possibilitar sua adaptação e condução. Após a
realização do procedimento, nos moldes possíveis do contexto
hospitalar, João necessitou encaminhar um documento seguindo as
normas do seu conselho profissional para o médico solicitante. Qual

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dos documentos a seguir e em qual resolução do CFP João deveria


basear a escrita de seu documento?

A Relatório multiprofissional e Resolução 007/2003.

Relatório psicológico e cartilha de avaliação


B
psicológica (2013).

C Laudo psicológico e Resolução CFP n.º 06/2019.

Parecer psicológico e Resolução de documentos


D
escritos do psicólogo (2003).

Atestado psicológico e Código de Ética do psicólogo


E
(2005).

Parabéns! A alternativa C está correta.

Como é um processo de avaliação psicológica, o documento a ser


escrito e assinado pelo psicólogo é o laudo psicológico. Ambas as
nomenclaturas são correspondentes, segundo a Resolução CFP nº
06/2019, que norteia os documentos escritos pelo psicólogo e
instrui cuidados éticos e técnicos em procedimentos como a
avaliação psicológica. Vale lembrar que o parecer não decorre de
avaliação psicológica.

Questão 1

Este documento é uma inovação da resolução mais atual. Ele é fruto


do acolhimento da diversidade da atuação e dos contextos
profissionais de psicólogo. Segundo a Resolução CFP nº 06/2019 o
documento descrito é o:

A Relatório multiprofissional.

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B Relatório psicológico.

C Laudo psicológico.

D Código de Ética.

E Atestado psicológico.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Segundo o CFP, a Resolução citada no enunciado avança ao separar


os documentos que são provenientes de avaliação psicológica de
outros relativos às diversas formas de atuação do psicólogo, ao
estabelecer o relatório multiprofissional e, também, ao regulamentar
aspectos referentes ao destino e envio de documentos e fatores
relacionados à entrevista devolutiva.

Considerações finais
O Código de Ética do psicólogo é o principal documento norteador não
apenas das práticas técnicas, mas também da função social da
Psicologia, além de ser uma importante ferramenta de fortalecimento da
profissão.

Os Conselhos (CFP e CRPs) são órgãos responsáveis por verificar se


tanto o Código de Ética como as demais regulamentações da categoria
profissional estão sendo cumpridos, atuando também nas esferas de
formação dos profissionais. Os Conselhos devem orientar, fiscalizar e
disciplinar, garantindo o exercício da profissão de acordo com os
princípios e normatização da classe.

Obedecendo às regras do Código de Ética e às devidas resoluções


elaboradas pelos Conselhos, temos os documentos psicológicos, que
visam estabelecer a comunicação escrita das informações que

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concernem às práticas da profissão. Como vimos, muitos são os dilemas


éticos vivenciados pelo profissional da Psicologia, portanto, devemos
sempre estar atentos ao Código de Ética e atualizados em relação às
notas técnicas e orientações da nossa categoria, que devem sempre
estar pautadas nas atuais necessidades políticas, econômicas e sociais
de acordo com o momento e a realidade dos territórios.

headset
Podcast
Para encerrar, a especialista Susy Rocha reflete sobre a importância das
documentações produzidas pelo psicólogo. Vamos ouvir!

Explore +
1. Entenda a relação entre a formação em Psicologia e a construção das
demandas nessa área lendo o artigo de Maria Fernanda Amendola
intitulado Formação em Psicologia, demandas sociais contemporâneas
e ética: uma perspectiva, publicado em 2014 na revista Psicologia:
Ciência e Profissão.

2. Veja como o CFP amplia a discussão da ética nos documentos


psicológicos e nos processos de avaliação lendo a cartilha de avaliação
psicológica, de 2013, bem como a Resolução nº 6/2019.

3. Confira o que Adriano Holanda diz a respeito das funções dos CRPs e
do CFP em seu artigo intitulado Os Conselhos de Psicologia, a formação
e o exercício profissional, publicado em 1997 na revista Psicologia:
Ciência e Profissão.

4. Conheça os motivos de denúncias feitas contra os psicólogos no


artigo de Ana Lúcia Francisco intitulado As questões de ética: denúncias

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28/02/2024, 15:30 Código de Ética profissional e documentações do psicólogo

encaminhadas aos CRPs e CFP, publicado em 1991 na revista


Psicologia: Ciência e Profissão.

Referências
BRASIL.Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos
de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo.
Brasília, 1962.

BRASIL. Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971. Dispõe da criação do


Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia. Brasília, 1971.

BRASIL. Decreto nº 79.822, de 17 de junho de 1977. Regulamenta a Lei


5.766, de 20 de Dezembro de 1971, que criou o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Psicologia e dá outras providencias. Brasília,
1977.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 10/05.


Aprova o Código de Ética profissional dos psicólogos. Brasília, 2005.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Psicologia, ética e direitos


humanos. Comissão Nacional de Direitos Humanos. Brasília, 1998.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP nº 06/2019.


Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos
pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional e revoga a Resolução CFP
nº 15/1996, a Resolução CFP nº 07/2003 e a Resolução CFP nº
04/2019. Brasília, 2019.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Cartilha avaliação


psicológica. Brasília, 2013a.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Código de Processamento


Disciplinar. Brasília, 2019.

FRANCISCO, A. L.; BASTOS, A. V. B. Conhecimento, formação e prática: o


necessário caminho da integração, In: Conselho Federal de Psicologia,
Psicólogo Brasileiro. Construção de novos espaços, Campinas: Editora
Átomo, 1992.

HOLANDA, A. Os Conselhos de Psicologia, a formação e o exercício


profissional. Psicologia: Ciência e Profissão. 1997, v. 17, (1), p. 3-13.
Consultado na internet em: 2 ago. 2021.

MUNIZ, M. Ética na avaliação psicológica: velhas questões, novas


reflexões. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2018, v. 38, n. sp., p.
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/02346/index.html# 58/59
28/02/2024, 15:30 Código de Ética profissional e documentações do psicólogo

133-146. Consultado na internet em: 1 ago. 2021.

ZAIA, P.; OLIVEIRA, K. S.; NAKANO, T. C. Análise dos processos éticos


publicados no jornal do Conselho Federal de Psicologia. Psicologia:
Ciência e Profissão Jan./Mar. 2018 v. 38 nº 1, 8-21.

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