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Kant
David Bell
A revolução copernicana
Copérnico, um astrónomo do século WI, ressaltou que o aparente movimento do sol e dos
astros
so parecia
se no Leste, cruzar o céu e pôr-se no Oeste era que ele realmente estava se movendo em torno levantar-
de uma
estacionária. Copérnico mostrou que resultaria precisamente na mesma aparência se, em
vez disso,
rmco SUbstituiu a
teoria
que considerava real o movimento aparente do sol por uma teoria segundo a qual o mo ingenua
vimento
do sol é um produto do movimento real do observador: é porque estamos girando que aparente
o sol parece
o céu. A chamada revolução copernicana de Kant é análoga a essa. Supunha-se que cruzar
parecia haver
espácio-temporais que existem independentemente de nós porque há de fato tais coisa objetos
s. Kant
esse realismo ingénuo por uma teoria segundo a qual a natureza e a independência substituiu
aparentesdo
objetivo são um produto de nossas percepções, de nossos conceitos e juízos; em mundo
última análise,
é porque
Conhecimento sintético a
priori
"Analítico" é abreviação de "analiticamente verdadeiro",
e um juízo é analítico
uma conseqüência dos se sua verdade é unicamente
conceitos que ele contém. Assim,
por exemplo,asverdades da lógica são analíticas
e também as verdades conceituais como 0 fato de que
todos os celibatários são solteiros
ou de que vermelho
é uma cor. "Sintético" significasimplesmente "não-analíticot 0
termo "a posterior' é
forma abreviada de
"adquirido oposteriorl", e algo é conhecido aposteriorise
o conhecimento é adquirido
com base na experiên-
cia sensível, ou seja, se pode em principio ser falseado pela
experiência.0 termo "a prior/' significa
"não a
posteriori".Assim, conhecimento sintético apriorié
conhecimento que é necessariamente verdadeiro,
que não
pode ser falseado pela experiência, mas que não é verdadeiro
de modo trivial, lógico ou analítico.
causal que nós a experimentamos enquan- dade, segundo Kant, é em grande parte
to tal. Em vez disso, a explicação segue na passiva: sensações e intuições são coisas
que sofremos ou que nos acontecemÃ) en-
tura essencial de nossas mentes que nossa tendimento e a razão, no entanto, são es-
eriência é, precisamente, de uma reali- sencialmenteativas: conceitos são coisas
dade espacial, temporal e caus . Kant o põe que usamos e, é claro, o pensamento e o
de modo claro: "das coisas conhecemos a raciocínio são coisas que fazemos.
prinnsoo-que_nosmesmos colocamos ne- Kant é inflexível a respeito de duas as-
Ias" (1929, B xviii). serções. A primeira é que a sensibilidade e
A estrutura global da filosofia crítica de o entendimento são bastante distintos. Eles
Kant —e, como veremos, a organização têm suas próprias operações, seus próprios
da própria Crítica da razão pura —depende princípios e funções. A segunda é que, em
da distinção que ele faz entre três faculda- todo conhecimento a nosso alcance, tanto
des fundamentais, irredutíveis da mente. a sensibilidade como o entendimento —tan-
Em primeiro lugar, temos a capacidade de to as intuições como os conceitos devem
receber ou registrar componentes sensí- estar envolvidos.
veis como sensações, impressões, dados r»eitacategoricamente a idéia de que po-
dos sentidos, percepções etc. O termo de demoster qualquereonhecimento-que se-
Kant para esses componentes sensíveis é ja exclusivamentesensível,oupuramente
"intuições", e ele chama a capacidadede conceitual, pois-"pensamentos sem conteú-
registrá-las de "sensibilidade". Em segundo
do são vazios, intuições sem conceitos são
çegas" (1929, B 75).
lugar, temos capacidades de um tipo es-
A organização da Crítica da razão pu-
sencialmente intelectual, que envolvem o
Kant ra é complexa e pode, com efeito, ser des-
poder de conceber, pensar e julgar.
deno- norteante. A distinção entre sensibilidade,
atribui tais habilidades ao que ele entendimento e razão pode ajudar a tor-
faculdade res-
mina "entendimento", uma ná-la inteligível. A figura 22.1 (que não
de usar con-
ponsável por nossa habilidade é exaustiva) representa algumas das mais
capazes efetuar
ceitos. Em terceiro, somos
conclusõesváli- importantes divisões na estrutura do texto
inferências lógicas, tirar de Kant.
A sensibili-
das —ou seja, de raciocinar.
David
ESTÉTICA LÓGICA
TRANSCENDENTAL TRANSCENDENTAL
Tempo Espaço
ANALÍTICA DIALÉTICA
TRANSCENDENTAL TRANSCENDENTAL
Analítica Analítica
dos conceitos dos princípios
Dedução Dedução
metafisica transcendental
Esquematismo Princípios
Paralogismos Ideal da
Antinomias
da razão pura da razão pura razão pura
da apercepção
A unidade transcendental
algum tipo nem é, particularmente, o nome de algo
não representa um objeto ou entidade de
Este termo disso, é o nome do princípio formal responsávelpela
ego, um self, uma alma ou uma mente. Em vez
como um que envolva autoconsciência; e a unidade
consciência. "Apercepção" é toda forma de consciência
unidade da a priori para a possibilidade de experiência inteligível.
"transcendental" porque é uma condição
da apercepção é consciência deve satisfazer para
da apercepção é uma condição que a corn_
Assim, a unidade transcendental a condição de que seja uma forma de autos
coerente, integrado ou seja,
preenderuma unidade ou todo 'eu penso' acompanhar todasas
modo a condição: "Deve ser possível para o
consciência. Kant expressa deste
dessa condição, afirma, a autoconsciência seria impossível, casoemque
minhas representações".Na ausência
impossível, caso em que nenhuma experiência inteligível seria possível.
a unidade da consciência seria
que tem razões para concluir que o conhe- E, como diz o próprio Kant, "o único