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INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA DE GOIÁS - IFITEG

CURSO DE FILOSOFIA

Disciplina: História da Filosofia.


Código: FIL Curso: Filosofia
Docente: Denis Borges Diniz.
Discente: Gabriel Fonseca de Oliveira Maciel

A revolução de Kant na sensibilidade na história da filosofia

Encontramos na história da filosofia, em especial no campo da metafisica e


da teoria do conhecimento, eximias e notórios filósofos que de uma forma ou outra
marcaram para sempre a forma como se concebe o pensamento. É assunto
pertinente nos estudos filosóficos a dimensão do pensar humano e do conhecer,
sendo este tema alvo das mais elevadas discussões entre os mais variados
filósofos. No presente trabalho um em especial merece a abordagem da presente
reflexão, o Alemão Immanuel Kant.
Kant nasceu em uma cidade um tanto quanto pequena em Konigsberg, por
volta do ano 1724. Sua marca além de sua eximia filosofia foi sua postura de vida,
sendo um homem extremamente metódico em seus afazeres. Por muito tempo se
dedicou a nobre tarefa de lecionar, faleceu aos 80 anos deixando um dos maiores
legados filosóficos de todos os tempos, comumente categorizado como o maior
filósofo do iluminismo (Cf. Cotrim, 2000, p.174).1
Com relação a sua forma de refletir, temos no que diz respeito a
compreensão de Kant com relação ao conhecimento uma elevada forma de densas
ideias e rigorosos argumentos. Antes contudo, permearemos de maneira holística
seu pensamento.
A grande centralidade do pensamento desse notório Alemão (Kant),
comumente é resumido na seguinte expressão: A filosofia deve responder a
questões como o que posso saber? Como devo agir? O que posso esperar? E o que
é o ser humano? Em torno dessas questões se formula toda a complexa teoria
filosófica de Kant, que em via de regra conduz para a liberdade do homem como ser
dotado de razão (Cf. Cotrim, 2000, p.174).2

1
Cotrim Gilberto, 2000, SARAIVA.
2
Cotrim Gilberto, 2000, SARAIVA.
Dentre essas pertinentes questões detenhamos nossa reflexão no que diz
respeito a questão do saber, que em sua máxima podemos em termos Kantianos
formular da seguinte forma. O que de fato posso saber?
O problema do conhecer humano de Kant esta entre as questões de maior
importância no seu pensamento. Levando em conta uma forte influência de David
Hume, Kant começa a questionar profundamente os níveis do conhecer humano.
Remorara-se que na filosofia de Hume, todo conhecimento vem da
experiência. Kant compreende, mas percebe a necessidade de fazer uma nova
forma de pensar o conhecimento, a tal ponto ele queria isso, que sua reformulação
da teoria do conhecimento é comparada a revolução copernicana, e não à toa (Cf.
Pretti3, 2016, p.93).
Kant começando do impulso deixado por Descartes do Eu, começa então a
postular o que seria o conhecimento humano? O que de fato posso conhecer?
Como é possível a metafisica como ciência? (Cf. Martins Filho, 2000, p. 198.)
Respondendo a esses questionamentos levando em conta o forte ceticismo
de Hume para não se cair em dogmatismos, Kant então elabora uma filosofia critica
(Cf. Pretti, p. 97). Aqui destacamos que uma boa expressão para resumir a filosofia
de Kant é esta: uma filosofia critica, onde a razão é posta em sua máxima dos
juízos, um verdadeiro tribunal da razão, e Kant, como nenhum outro irá levar até as
máximas esse seu pensamento crítico.
O pensador Alemão, em torno da questão epistemológica, faz uma divisão em
sua obra “critica da razão pura”, no que confere a forma básica do conhecimento,
sendo elas o conhecimento empírico (a posteriori) e o conhecimento puro ou a priori.
Sendo o primeiro o conhecimento que vem da experiencia (lembra Hume), e o
segundo o conhecimento anterior a experiencia, o conhecimento puro mesmo. Para
Kant, o conhecimento por sua vez que é puro, pode conduz a certos juízos
universais, o que não podemos falar do juízo empírico (Cotrim, 2000, p. 174).
Mas, o que isso significa na pratica com relação ao conhecimento? Ora, essa
reflexão de Kant na verdade mudou tudo, se pudéssemos resumir o que Kant nos
quis dizer, poderíamos falar, que na grande briga antiga para saber se o
conhecimento tem origem na sensibilidade ou no intelecto, Kant põem um ponto final
e diz que não seria apenas o intelecto que se adaptam as coisas, mas, também as
coisas se adaptam ao intelecto. Assim sendo, ele coloca termino as discussões de
empiristas e racionalistas, e é justamente por isso, que, do ponto de vista filosófico,

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Daniel do Valle Pretti- Bolsista CAPES- Doutorando pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Conferir em
“Introdução à teoria do conhecimento kantiana – a mudança de perspectiva com relação ao papel da sensibilidade na
cognição”.
seria uma “revolução copernicana”. Podemos entender melhor utilizando as
propicias palavras de Daniel Pretti:
Um juízo de conhecimento precisa ser a expressão da correspondência entre a
representação conceitual do sujeito e a representação do objeto dada pela
sensibilidade. A raiz da questão está na tentativa de adequação entre estas duas
instâncias, inteligibilidade e sensibilidade; que, por um lado, são identificáveis em
um juízo de conhecimento, por outro, precisam resguardar-se em sua diferença, de
modo a uma não aniquilar a outra. Kant considera um ponto central de sua teoria do
conhecimento a identificação entre estes dois elementos do processo cognitivo,
assim como a não redução de um ao outro (Daniel do Valle Pretti-Conferir em
“Introdução à teoria do conhecimento kantiana, p. 100).

Entende-se que Kant inverteu a filosofia tradicional com relação ao


conhecimento, uma vez que Kant tentou postular que entre o sujeito e o objeto não
existe uma separação. Podemos entender, que Kant assumiu a limitação da razão
humana na sua filosofia critica, e depois dividiu o conhecimento e as coisas que
podemos conhecer, para então formular uma extraordinária síntese, e culminar no
ponto que chega a afirmar que jamais o homem com razão limitada poderá conhecer
o mundo ou melhor “ a coisa em si”, mas somente suas representações.
Novamente nas palavras de Daniel Pretti “Só é possível fundamentar um
conhecimento objetivo sobre o real nos valendo do modo como este real aparece
para nós por meio da sensibilidade” (2000, p. 102). Destacamos, contudo, que
nesse assunto Kant formula outra de suas teses chamada filosofia transcendental, e
como aponta novamente Pretti “não podemos afirmar que tudo que há se esgote no
que nos é dado à conhecer pela experiência, mas podemos defender com
segurança que tudo que nos é dado pela experiência é cognoscível por categorias
lógicas.” (2000, p. 104).
Desse pensamento de Kant, podemos entender em resumo dois pontos.
Primeiro que ele pretende analisar o até que ponto de fato o homem pode conhecer.
Depois permeia os limites da razão, dividindo o conhecimento e a forma de conhecer
em duas, a posteriori e a priori. Estabelecendo depois juízos, analíticos e sintéticos
ele relaciona estes com os sentidos e o intelecto, criando em síntese uma posição
epistemológica que relaciona idealismo e realismo. Ao fim de tudo, Kant coroa sua
epistemologia afirmando que as coisas como elas são em si mesmas, não podem
ser conhecidas e apreendidas pela razão.
Por que Kant contudo diz isso? Em sua reflexão, percebemos o mundo em
torno do tempo e do espaço, e isso limita nosso conhecimento com relação a
compreensão das coisas enquanto elas mesmas, logo nossa capacidade de
enxergar as coisas está limitada ao tempo e espaço e assim sendo jamais seria
possível o conhecimento da “coisa em si” (Cf. Cotrim, 2000, p. 173-175).
Após esses esboços, pode-se então entender o motivo do pensamento deste
grande filosofo ser comparado a “revolução copernicana”, uma vez que Immanuel
Kant, reformula completamente a epistemologia clássica, e também a metafisica.
Como ponto de termino da presente reflexão, destacamos que tal foi a influência de
Kant, que a metafisica e a epistemologia se dividiu em suas grandes fases, pré-
kantiana e pôs- kantiana, marcando e mudando profundamente a historia da
filosofia, isso sem conta suas formulações de ética e moral, que cabem contudo em
uma outra reflexão.

BIBLIOGRAFIA
GILBERTO COTRIM, FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA HISTÓRIA E GRANDES
TEMAS, , 15. ED. SARAIVA, SÃO PAULO, 2000.

IVES GANDRA MARTINS FILHO, MANUAL ESQUEMATICO DE HISTÓRIA DA


FILOSOFIA, 2000, 2. ED, , SÃO PAULO, LTR, 2000.

DANIEL DO VALLE PRETTI - CAPES- Doutorando pela Universidade Federal do Rio de


Janeiro. ARTIGO: INTRODUÇÃO Á TEORIA DO CONHECIMENTO KANTIANA“– A
MUDANÇA DA PERSPECTICA COM RELAÇÃO AO PAPEL DA SENSIBILIDADE NA
COGNIÇÃO”. Itaca, 2016.

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