Você está na página 1de 9

0

Franzual Jhon

História das ideias éticas de Kant

Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em Ética

Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente


Extensão de Cabo Delgado
2024
1

Franzual Jhon

História das ideias éticas de Kant

Trabalho da Cadeira de Fundamentos de Ética,


apresentado ao Departamento de letras e Ciências
Sociais, Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia
com Habilitações em Ética, 3º ano, I o Semestre, Sob
orientação de docente da cadeira:

MA. Mário Adolfo Januário

Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente


Extensão de Cabo Delgado
2024
2

Índice

Introdução...................................................................................................................................3

Objectivo geral............................................................................................................................3

Objectivo específico....................................................................................................................3

Metodologia................................................................................................................................3

1.Immanuel Kant.........................................................................................................................4

1.1.Obras principais....................................................................................................................4

1.2.Ética moderna.......................................................................................................................4

1.3.Ética formal de Kant.............................................................................................................4

1.4.Ética baseada em princípios absolutos ou universais (abordagem universalista).................5

Conclusão....................................................................................................................................7

Referências bibliográficas...........................................................................................................8
3

Introdução
Este trabalho fala a cerca da História das Ideias Éticas de Kant, ao longo do desenvolvimento
do trabalho, ira-se contextualizar a biografia do filósofo, e o seu posicionamento em relação a
ética. Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII, famoso por ter provocado uma
mudança na filosofia moderna na medida em que provocou uma alteração no rumo do seu
questionamento.

Para ele, antes que a filosofia pergunte pela realidade e pela verdade do conhecimento, é
necessário que ela pergunte sobre quais as condições intelectuais que o ser humano tem para
conhecer alguma coisa. Essa inversão na teoria do conhecimento foi chamada revolução
copernicana na filosofia.

Objectivo geral
 Conhecer o pensamento ético de Kant.

Objectivo específico
 Identificar a ética formal de Kant;
 Mencionar as principais obras principais;
 Descrever a ética baseada em princípios absolutos ou universais (abordagem
universalista).

Metodologia
Para a elaboração deste trabalho, recorreu-se as obras que retratam da temática, cujo os
autores estão referenciados dentro do trabalho assim como na bibliografia final, em relação a
estrutura o trabalho esta sequenciado da seguinte maneira, capas, índice, introdução,
desenvolvimento, conclusão e a respectiva referencia bibliográfica, em relação a norma
optada para a concretização das citações recorreu-se as normas APA, recomendadas pela
universidade.
4

1.Immanuel Kant
De acordo com Cortina e Martinez (2005), Cotrim e Fernandes (2016), Japiassú e
Marcondes,(2001), Kant, Immanuel (1724-1804) Um dos filósofos que mais
profundamente influenciou a formação da filosofia contemporânea, Kant nasceu em
Konigsberg, na Prússia Oriental (Alemanha), actualmente Kaliningrado na Rússia,
onde passou toda a sua vida, tendo chegado a reitor da Universidade de Konigsberg,
onde foi estudante e professor.

Segundo Japiassú e Marcondes,(2001), o pensamento de Kant é tradicionalmente dividido em


duas fases: a pré-crítica (1755-1780) e a crítica (1781 em diante), que se inicia com a
publicação da Crítica da razão pura, sua obra capital.

1.1.Obras principais
Segundo Cotrim e Fernandes (2016), Japiassú e Marcondes (2001), as três principais
obras de Kant sobre questões éticas, que para ele pertencem a outra dimensão de nossa
racionalidade, à razão prática e não à razão teórica, são: Fundamentação da metafísica
dos costumes (1785), Crítica da razão prática (1788), que tratam da ética no sentido
puro, e Metafísica dos costumes (1797), que consiste numa tentativa de aplicação dos
princípios éticos. Pretende considerar, portanto, o homem não como sujeito do
conhecimento, mas como agente livre e racional.

1.2.Ética moderna
Segundo Japiassú e Marcondes (2001), a idade moderna é o período histórico entre os
séculos XV a XVIII. Abandonam-se as explicações sobrenaturais e assume-se a visão
antropocêntrica: A pessoa é o ponto de partida para compreender tudo. O filósofo
muito importante foi Inmanuel Kant (1724-1804).

Para Kant o ser humano possui consciência de seu conhecimento e de sua moral, e a partir
disto pode agir, criar e legislar. É Kant que expressa mais perfeitamente o que vem a ser a
ética moderna, (Carvalho 1998).

1.3.Ética formal de Kant


Ele parte de uma distinção típica em Aristóteles: o âmbito teórico que trata do que ocorre de
fato no mundo e o âmbito prático que corresponde ao que ocorre por vontade livre dos seres
humanos. No âmbito prático, o ponto de partida é um fato de razão: os seres humanos têm
consciência de comandos que eles experimentam como incondicionados, isto é, como dever
ou imperativos categóricos.

Aqui existe uma virada copernicana, pois o ponto de partida da ética não é mais o bem que
desejamos como criaturas naturais (a felicidade), mas o dever que reconhecemos como
criaturas racionais. Isto significa que o dever não é dedutível do bem, mas o bem específico
da moral é o cumprimento do dever.
5

Para Cotrim e Fernandes (2016), os imperativos categóricos são aqueles que mandam
incondicionalmente. Estão a serviço de um valor absoluto que são as pessoas. Dizem
respeito à moral. Os imperativos hipotéticos dependem de uma condição: “se você
quer x, então faça y”. Os imperativos categóricos são uma experiência da vida
quotidiana de convivência entre pessoas.

Segundo Cortina e Martinez (2005), ‘‘A missão da ética é descobrir as características


formais que tais imperativos devem ter para que exista neles a forma da razão e, portanto,
sejam normas morais’’.

Essas características, expressas em máximas, são as seguintes:

a) Universalidade: “Aja de tal maneira que o teu agir possa ser lei universal”;
b) Referir-se aos seres humanos como fins em si mesmo: “Aja de tal maneira que você
trate a humanidade tanto em ti como em qualquer outro, sempre como um fim em si
mesmo e nunca apenas como meio”;
c) Valer para uma legislação universal em um reino de fins: “Aja por máximas de um
membro legislador universal em um possível reino dos fins”.

A chave para comandos morais autênticos é que possam ser pensados como se fossem leis
universalmente cumpridas sem que isso implique em nenhuma incoerência. Em outras
palavras, ao obedecer a estes comandos se está obedecendo a sua própria consciência
autônoma. Essa liberdade como autonomia é a razão de reconhecer aos seres humanos um
valor absoluto. Esse é o sentido de os seres humanos não terem preço, mas dignidade, porque
não podem ser trocados por algo equivalente.

Carvalho 1998), portanto o bem moral não reside na felicidade como defendiam as
éticas tradicionais, mas em conduzir-se com autonomia, construir correctamente a
própria vida. Mas o bem supremo não se identifica simplesmente com o bem moral.
Ele só pode ser alcançado com a união entre o bem moral (possível pela boa vontade
autônoma) e a felicidade que aspiramos por natureza.

Mas a razão humana não oferece nenhuma garantia de que se possa alcançar este bem
supremo. A única que pode fazer isso é a fé religiosa. Assim a existência de Deus é um outro
postulado da razão que não se pode provar como também a imortalidade da alma como seu
correlato.

1.4.Ética baseada em princípios absolutos ou universais (abordagem universalista)


Segundo Japiassú e Marcondes,(2001), a ética baseada em princípios absolutos ou
universais tem a sua raiz na ética kantiana. Kant (1724- 1804), à semelhança de David
Hume (1711-1776), defende que a ética não tem fundamentos científicos nem
metafísicos, mas é algo mais que os hábitos sociais.
6

É uma ética humana, autónoma, resultante da lei moral intrínseca ao homem. É uma ética
pura, não contaminada pelo empirismo nem por exigências exteriores. Assim, não é só a
liberdade que importa, a racionalidade também é importante.

Para Kant, os princípios da ética são imperativos categóricos. São imperativos porque a lei
moral manda, não aconselha. São categóricos porque são juízos absolutos e não hipotéticos e
são incondicionados.

Segundo Vásquez (1992), ética de Kant não dita conteúdos, apenas a forma: "atua de
tal modo que possas querer que essa actuação se converta em lei universal". Por
exemplo, não é ético roubar porque o roubo não pode converter-se em lei universal.
Trata-se de actuar por dever, por respeito à lei. Mas não uma lei exterior: a lei é
intrínseca, o imperativo categórico pressupõe uma vontade humana autónoma e livre.
Se o homem não se sentisse livre, não poderia ser obrigado a obedecer.

A ideia fundamental a reter é a concepção da ética como um sistema de regras que devemos
seguir partindo de um sentido do dever, independentemente do nosso desejo. Um juízo ético
tem de se apoiar em boas razões. E as razões têm de ser válidas para todas as pessoas em
todos os momentos.

Para Kant, existem alguns direitos e deveres morais que o homem deve obrigatoriamente
cumprir, independentemente dos benefícios que obtenha. Por isso, esta corrente diz-nos que as
consequências das acções não são o principal aspecto a ter em conta na decisão sobre o que se
deve fazer. Devemos ter em conta, em primeiro lugar, a justiça e a equidade.
7

Conclusão
Kant (1724-1804) é tido como o expoente máximo do iluminismo alemão. As suas principais
obras ligadas à ética são: Fundamentação da metafísica dos costumes (1785) e Crítica da
razão prática (1788). Ele toma como ponto de partida o factum da moralidade. De facto, é um
facto indiscutível que o homem se sente responsável pelos seus actos e tem consciência do seu
dever. Esta consciência obriga a supor que o homem é livre.

O problema da moralidade exige que se proponha a questão do fundamento da bondade dos


actos, ou em que consiste o bom. E o único bom em si mesmo é a boa vontade. A bondade de
uma acção não se deve procurar em si mesma, mas na vontade com que se fez. É boa a
vontade que age por puro respeito ao dever, sem razões outras a não ser o cumprimento do
dever ou a sujeição à lei moral.

O mandamento ou dever que deve ser cumprido é incondicionado e absoluto. O que a boa
vontade ordena é universal por sua forma e não tem um conteúdo concreto: refere-se a todos
os homens em todo o tempo e em todas as circunstâncias e condições. Daí o imperativo
categórico de Kant: “Age de tal modo que possas querer que o motivo que te levou a agir se
torne uma lei universal”.
8

Referências bibliográficas
Carvalho, E et al. 1998). Ética, solidariedade e complexidade. São Paulo: Palas Athena,

Cortina, A., & Martinez, E. (2005). Ética. São Paulo: Edições Loyola

Cotrim, G., & Fernandes, M. (2016). Fundamentos de filosofia (4ª ed.). São Paulo: Saraiva.

Japiassú, H., & Marcondes, D. (2001). Dicionário básico de filosofia (3ª ed. revista e
ampliada). Jorge Zahar Editor.

Vásquez, S (1992) .Ética. Tradução: João Dell´Anna, 13ª edição. Civilização Brasileira: Rio
de Janeiro,

Você também pode gostar