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KANT

Nasceu em 22 de abril de 1724, na cidade de Konigsberg, na Prússia Oriental;


Faleceu após sofrer de uma doença degenerativa, em 12/02/1804, aos 79 anos.

Immanuel Kant foi um filósofo alemão do século XVIII e é amplamente considerado um


dos pensadores mais influentes na história da filosofia ocidental. Sua obra abrange várias
áreas, incluindo a filosofia da mente, ética, estética, metafísica e epistemologia. Kant
desenvolveu um sistema filosófico altamente complexo e original, que procurava conciliar
o racionalismo e o empirismo, duas tradições filosóficas predominantes em seu tempo.

Uma das contribuições mais importantes de Kant foi sua filosofia transcendental,
apresentada em sua obra mais conhecida, a "Crítica da Razão Pura". Nesta obra, Kant
investiga os limites e possibilidades do conhecimento humano. Ele argumenta que o
conhecimento é construído por meio de uma interação entre a experiência sensorial e as
estruturas cognitivas a priori da mente.

Kant introduz a distinção entre fenômeno e nômeno. Os fenômenos são as coisas como
aparecem para nós, mediados pelas estruturas do nosso conhecimento, enquanto os
nômenos são as coisas em si, que existem independentemente de nossa percepção.
Segundo Kant, nunca podemos conhecer os nômenos diretamente, apenas os
fenômenos.

Outro conceito central de Kant é o imperativo categórico, um princípio ético fundamental


que afirma que devemos agir de acordo com regras que poderiam ser universalmente
aceitas. Ele argumenta que a moralidade não pode ser baseada em consequências ou
inclinações pessoais, mas em princípios racionais que são válidos para todos.

Na estética, Kant introduz a ideia do juízo estético e do senso comum estético. Ele
argumenta que o juízo estético é subjetivo, baseado na experiência individual de prazer
ou desprazer diante da beleza. No entanto, o senso comum estético é uma capacidade
humana universal de reconhecer e apreciar a beleza, permitindo uma comunicação
estética entre as pessoas.

Kant também aborda questões metafísicas, como a existência de Deus e a imortalidade


da alma. Ele argumenta que essas questões não podem ser provadas racionalmente, mas
são necessárias como postulados práticos da razão moral.
Essas são apenas algumas das ideias e conceitos-chave do pensamento de Kant. Sua
filosofia é altamente complexa e requer um estudo aprofundado para compreendê-la em
sua totalidade.

Algumas das obras mais conhecidas de Kant são:

1. "Crítica da Razão Pura" (1781): Esta é uma de suas obras mais influentes, na qual Kant
explora a natureza e os limites do conhecimento humano. Ele discute temas como intuição
pura, espaço e tempo, categorias do entendimento e os limites da razão.
2. "Fundamentação da Metafísica dos Costumes" (1785): Nesta obra, Kant apresenta sua teoria
ética, desenvolvendo o conceito de imperativo categórico. Ele explora a moralidade como
um sistema baseado na razão prática e discute a ideia de agir de acordo com a máxima que
poderia ser universalmente aceita.
3. "Crítica da Faculdade do Juízo" (1790): Nesta obra, Kant aborda a estética e a filosofia da
arte. Ele investiga a natureza do juízo estético, discutindo o belo, o sublime e a relação entre
o entendimento e a imaginação.
4. "Prolegômenos a Qualquer Metafísica Futura" (1783): Este livro é um resumo das principais
ideias discutidas na "Crítica da Razão Pura". Kant apresenta um guia introdutório para sua
filosofia, discutindo conceitos como intuição, conhecimento a priori e os limites do
conhecimento humano.
5. "A Metafísica dos Costumes" (1797): Nesta obra, Kant expande suas reflexões éticas e
aborda temas como a liberdade, o dever moral, a justiça e a teoria do direito. Ele discute a
importância da autonomia moral e a ideia de um reino dos fins.
Essas são apenas algumas das obras mais conhecidas de Immanuel Kant. Ele também
escreveu sobre temas como filosofia política, teologia, história da filosofia, entre outros.

O imperativo categórico é um conceito central na ética de Immanuel Kant. Ele é


apresentado como um princípio fundamental para determinar a moralidade de uma ação.
O imperativo categórico postula que devemos agir de acordo com máximas (princípios)
que poderiam ser universalmente aceitas como leis morais. Em outras palavras, devemos
agir de tal forma que a nossa ação possa ser transformada em uma lei universal, aplicável
a todos os seres racionais.

Existem diferentes formulações do imperativo categórico que Kant apresentou em suas


obras, mas a mais conhecida é a seguinte:

"Aja apenas de acordo com uma máxima tal que você possa ao mesmo tempo querer que
ela se torne uma lei universal."

Analisando essa formulação em partes:


1. "Aja apenas de acordo com uma máxima": Uma máxima é uma regra pessoal ou princípio
subjetivo que orienta nossas ações. Ela representa a intenção ou motivo por trás de uma ação
específica. Por exemplo, a máxima para emprestar dinheiro poderia ser "emprestar dinheiro
quando alguém está em dificuldades financeiras".
2. "Tal que você possa ao mesmo tempo querer": Kant destaca a importância de considerar se
nós, como agentes morais, estamos dispostos a aceitar que nossa máxima se torne uma lei
universal aplicável a todos. Isso requer que examinemos nossas intenções e motivos em
relação a uma ação e verifiquemos se estamos dispostos a universalizá-los.
3. "Uma lei universal": A máxima deve ser formulada como uma lei universal, ou seja, um
princípio moral que se aplique a todas as pessoas em todas as situações sem contradição.
Kant está preocupado em encontrar princípios éticos que sejam universalmente válidos e
consistentes.
Através do imperativo categórico, Kant busca uma ética baseada na razão prática, em
que a ação moral é determinada pela razão e pela vontade de agir de acordo com
princípios universais. Ele argumenta que, ao seguir o imperativo categórico, estamos
agindo de maneira autônoma e racional, em oposição a agir de forma heterônoma (ou
seja, sermos controlados por desejos, inclinações ou influências externas).

O imperativo categórico tem implicações para várias áreas da ética, incluindo a noção de
dignidade humana, a importância da autonomia moral e a ideia de tratar as pessoas como
fins em si mesmas, em vez de meios para alcançar outros fins.

No entanto, é importante ressaltar que o imperativo categórico é apenas um dos


componentes da ética kantiana. Kant também discute outros conceitos éticos, como o
reino dos fins, a lei moral e a ideia de agir por dever.

A lei moral em Kant está intimamente relacionada ao conceito de imperativo categórico e


desempenha um papel fundamental em sua ética. A lei moral é vista como uma expressão
da razão prática e serve como guia para a ação moralmente correta.

Kant argumenta que a verdadeira moralidade não pode ser baseada em consequências
ou desejos pessoais, mas deve ser fundamentada em princípios racionais universais. A lei
moral é um princípio objetivo e universal que orienta a conduta moral de forma
consistente.

A formulação da lei moral é semelhante à do imperativo categórico, enfatizando que


nossas ações devem ser guiadas por princípios que possam ser universalizados. No
entanto, a lei moral vai além do nível individual da máxima pessoal e se refere à validade
e aplicabilidade universal do princípio moral.
Kant considera a lei moral como uma exigência racional que deriva da autonomia da
vontade. Ele afirma que a razão prática, ao estabelecer a lei moral, é autolegislativa, ou
seja, a própria razão é a fonte da lei moral. Isso implica que, ao agir de acordo com a lei
moral, estamos nos submetendo a uma autoridade moral que é ditada pela razão e não
por influências externas.

A lei moral é baseada na ideia de tratar as pessoas como fins em si mesmas e não como
meros meios para alcançar outros fins. Isso implica que devemos respeitar e valorizar a
dignidade e a autonomia de cada ser humano, agindo de forma consistente com a noção
de igualdade moral.

Para Kant, a obediência à lei moral é uma obrigação incondicional. A ação moralmente
correta é aquela realizada por dever, independentemente de desejos, inclinações ou
consequências. Ele enfatiza que a moralidade genuína é alcançada quando agimos por
respeito à lei moral, colocando-a acima de nossas inclinações pessoais.

A lei moral, juntamente com o imperativo categórico, fornece a base para a ética kantiana,
na qual a moralidade é determinada pela racionalidade e pela adesão a princípios
universais e objetivos. Através da lei moral, Kant busca estabelecer uma base sólida para
a moralidade, que transcenda considerações subjetivas e contingências individuais.

A "Crítica da Razão Pura" (em alemão, "Kritik der reinen Vernunft") é uma das obras mais
influentes e importantes de Immanuel Kant. Publicada pela primeira vez em 1781, a obra
busca investigar os limites e a natureza do conhecimento humano, examinando a
capacidade da razão de conhecer o mundo.

A "Crítica da Razão Pura" é uma obra complexa e densa, dividida em duas partes
principais: a "Estética Transcendental" e a "Lógica Transcendental". Vamos dar uma visão
geral de cada parte:

1. Estética Transcendental: Nessa parte da obra, Kant explora a natureza da intuição e do


conhecimento sensível. Ele argumenta que a intuição é a base do conhecimento, e que toda a
nossa experiência é estruturada pelo espaço e pelo tempo. Kant distingue entre intuição pura
(a priori) e intuição empírica (a posteriori), enfatizando que o conhecimento a priori é
necessário e universalmente válido.
2. Lógica Transcendental: Nesta parte, Kant analisa a estrutura do entendimento e das
faculdades cognitivas humanas. Ele discute as categorias do entendimento, que são
conceitos fundamentais através dos quais compreendemos e organizamos a experiência.
Kant argumenta que a combinação das intuições sensíveis e das categorias do entendimento
nos permite formar juízos e conhecimentos.
Kant também aborda o conceito de "coisas-em-si" (Ding an sich) na "Crítica da Razão
Pura". Ele argumenta que nossa experiência é mediada pelas estruturas cognitivas da
mente, e não podemos conhecer diretamente as coisas-em-si, ou seja, a realidade como
ela é em si mesma, além das nossas representações. Kant afirma que o conhecimento
humano está limitado ao que podemos conhecer através das formas da sensibilidade e
das categorias do entendimento.

A "Crítica da Razão Pura", como dito, também aborda questões importantes como a
relação entre fenômenos (a realidade tal como aparece para nós) e nômenos (a realidade
em si), a natureza da razão e sua capacidade de lidar com questões metafísicas, e os
limites do conhecimento humano.

A obra de Kant é considerada revolucionária porque propõe uma nova abordagem


filosófica, conhecida como "Idealismo Transcendental" ou "Idealismo Crítico". Ele
argumenta que o conhecimento não é apenas uma cópia passiva da realidade, mas uma
construção ativa da mente humana que envolve tanto a contribuição da sensibilidade
quanto a atividade do entendimento.

A "Crítica da Razão Pura" teve um impacto significativo em uma ampla gama de áreas,
incluindo filosofia, epistemologia, metafísica, lógica e teoria do conhecimento, e continua
sendo um trabalho central na história da filosofia ocidental.

FASES

Embora a divisão em fases não seja um aspecto comumente discutido na filosofia de


Immanuel Kant, é possível identificar uma progressão em seu pensamento ao longo de
sua obra.

Inicialmente, no que poderia ser considerado o período pré-crítico, Kant se dedicou a


temas como filosofia natural, teologia e ética. Suas obras, como "Crítica da Razão
Prática" e "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", exploram questões éticas e o
papel da razão na determinação dos princípios morais.

Em seguida, no período crítico, Kant publicou sua obra mais influente, a "Crítica da Razão
Pura". Nessa fase, ele se concentrou em questões de epistemologia e teoria do
conhecimento, examinando os limites e a natureza do conhecimento humano. Ele
introduziu conceitos como a distinção entre fenômenos e nômenos, a importância das
categorias do entendimento e a estrutura da intuição.
Além da "Crítica da Razão Pura", Kant também escreveu a "Crítica da Faculdade do
Juízo", que aborda a estética e a teleologia, e a "Crítica da Razão Prática", que
desenvolve sua teoria ética baseada na ideia do imperativo categórico.

No período pós-crítico, Kant continuou a escrever sobre diversos temas, incluindo filosofia
da história, filosofia da religião, antropologia e filosofia política. Essas obras exploram
questões como a natureza do progresso humano, a relação entre razão e fé, a influência
da cultura na formação do indivíduo e a importância da liberdade e do direito na
sociedade.

Embora essas divisões em fases possam ajudar a traçar a evolução do pensamento de


Kant, é importante reconhecer que sua filosofia é abrangente e coesa, com muitos temas
e conceitos interconectados. A complexidade de suas obras e a influência de sua filosofia
continuam a ser estudadas e discutidas pelos filósofos até os dias de hoje.

A revolução copernicana

A "Revolução Copernicana" no conhecimento, também conhecida como "Revolução


Kantiana" ou "Virada Copernicana de Kant", é um conceito-chave na filosofia de Immanuel
Kant. Ele usa essa analogia para descrever uma mudança fundamental em nossa
compreensão do conhecimento e da relação entre a mente e o mundo.

Antes de Kant, a tradição filosófica predominante, influenciada pelo empirismo e pelo


racionalismo, considerava que o conhecimento era uma representação fiel do mundo
externo. Ou seja, acreditava-se que nossa mente espelhava a realidade como ela é em si
mesma.

No entanto, Kant propôs uma visão radicalmente diferente. Ele argumentou que o
conhecimento não é uma mera cópia passiva da realidade externa, mas uma construção
ativa realizada pela mente humana. Ele comparou essa mudança de perspectiva à
revolução causada pela teoria heliocêntrica de Copérnico, na qual a Terra deixou de ser
considerada o centro do universo.

De acordo com Kant, a mente humana não apenas recebe passivamente informações do
mundo, mas também organiza e estrutura essas informações com base em suas próprias
formas a priori de intuição (espaço e tempo) e categorias do entendimento. Essas formas
e categorias são inerentes à mente humana e moldam a maneira como percebemos e
compreendemos a realidade.
Essa visão, conhecida como "Idealismo Transcendental", sugere que o conhecimento é
uma interação entre o sujeito cognoscente (mente) e o objeto conhecido (mundo). Assim,
o conhecimento é resultado de uma síntese entre as contribuições da experiência
sensorial e da estrutura a priori da mente.

A Revolução Copernicana de Kant implica que o conhecimento não pode fornecer acesso
direto à realidade em si mesma, mas apenas aos fenômenos, ou seja, às representações
que aparecem para nós. As coisas-em-si, que são a realidade em si mesma, permanecem
inacessíveis ao nosso entendimento.

Essa mudança de perspectiva epistemológica tem implicações significativas para a


filosofia de Kant. Por um lado, ele estabelece os limites do conhecimento humano,
argumentando que não podemos conhecer as coisas-em-si, além das representações
fenomênicas. Por outro lado, enfatiza o papel ativo da mente na construção do
conhecimento e destaca a importância das estruturas mentais a priori na formação de
nossas experiências.

A Revolução Copernicana de Kant teve um impacto profundo no pensamento filosófico,


questionando suposições tradicionais sobre a natureza do conhecimento e inaugurando
uma nova abordagem epistemológica. Sua visão influenciou de forma significativa
diversas áreas do conhecimento, incluindo a filosofia, a teoria do conhecimento, a
psicologia e a ciência em geral.

O conceito de "menoridade humana" é uma ideia central na filosofia moral de Immanuel


Kant. Ele discute esse conceito em seu ensaio intitulado "Resposta à pergunta: O que é o
Iluminismo?" (1784).

Para Kant, a "menoridade humana" refere-se ao estado de dependência intelectual e


moral em que muitas pessoas se encontram. Ele argumenta que a maioria das pessoas
permanece em um estado de menoridade por escolha própria ou por falta de coragem e
determinação para pensar e agir de forma autônoma.

Kant define a menoridade como a incapacidade de fazer uso de sua própria razão sem a
orientação de outra pessoa. Ele atribui essa condição a duas principais causas: a
preguiça intelectual e a falta de coragem para assumir a responsabilidade pela própria
vida e decisões.

Kant argumenta que a saída da menoridade envolve a busca e o exercício da razão


autônoma. Ele enfatiza a importância da autonomia moral e intelectual como um objetivo
para o indivíduo. A autonomia moral implica agir de acordo com princípios racionais e
universais, em vez de seguir cegamente os ditames externos ou a vontade de outras
pessoas. A autonomia intelectual, por sua vez, envolve o uso livre e crítico da razão na
busca pela verdade e pelo conhecimento.

Kant defende que a saída da menoridade requer coragem para questionar e desafiar a
autoridade estabelecida, tradições e normas sociais. Ele incentiva as pessoas a
desenvolverem seu próprio pensamento independente e a não aceitarem cegamente as
opiniões de outros.

Para Kant, o objetivo final é alcançar a "maioridade" como seres humanos, que consiste
em ser capaz de pensar e agir autonomamente, seguindo a própria razão e assumindo a
responsabilidade por suas ações.

A ideia de menoridade humana de Kant reflete sua ênfase na importância da autonomia


moral e intelectual. Ele considera que a saída da menoridade é uma tarefa essencial para
o progresso humano e para a criação de uma sociedade mais justa e esclarecida. Assim,
a menoridade humana é vista como um obstáculo a ser superado através do exercício da
razão e da coragem moral.

A moral de Immanuel Kant é baseada em uma abordagem deontológica, também


conhecida como ética do dever. Sua teoria ética é centrada na noção de dever moral e na
aplicação de princípios racionais universais para determinar a moralidade de uma ação.

Para Kant, a base da moralidade reside na razão prática, que ele acredita ser universal e
objetiva. Ele argumenta que a moralidade não deve depender de consequências ou
circunstâncias particulares, mas sim de princípios morais que são racionais e aplicáveis a
todos os seres racionais.

O conceito central da moral de Kant é o imperativo categórico, que é um princípio moral


absoluto e incondicional que se aplica a todos os seres racionais. O imperativo categórico
exige que ajamos de acordo com uma máxima que possa ser universalizada sem
contradição.

Kant formula o imperativo categórico de várias maneiras, mas a formulação mais


conhecida é: "Age apenas de acordo com uma máxima tal que possas ao mesmo tempo
querer que se torne uma lei universal". Em outras palavras, a ação moralmente correta é
aquela que todos poderiam adotar como uma regra universalmente válida sem gerar
contradição ou conflito.
Além disso, Kant enfatiza a importância da dignidade e do respeito pela pessoa humana
como um fim em si mesma. Ele argumenta que devemos tratar todas as pessoas como
seres autônomos e não como meros meios para nossos fins. Isso implica que não
devemos usar ou manipular outras pessoas para alcançar nossos objetivos, mas sim
tratá-las com dignidade, considerando sua autonomia e agindo de acordo com princípios
morais universais.

A moral de Kant também inclui o conceito de "imperativos hipotéticos", que são princípios
morais condicionais baseados em desejos e interesses particulares. No entanto, Kant
considera esses imperativos como inferiores ao imperativo categórico, uma vez que eles
dependem de circunstâncias ou desejos subjetivos e não fornecem uma base universal
para a moralidade.

É importante destacar que a teoria ética de Kant tem sido objeto de críticas e discussões
desde sua formulação. Alguns questionam a aplicabilidade prática do imperativo
categórico em todas as situações e a rigidez de sua abordagem deontológica. No entanto,
a influência de Kant na ética e na filosofia moral é significativa.

RESUMO

Immanuel Kant (1724-1804) foi um filósofo alemão conhecido por suas contribuições em
diversas áreas da filosofia, como epistemologia, ética, filosofia moral, filosofia política e
estética.

Sua obra mais influente é a "Crítica da Razão Pura" (1781), na qual ele propõe uma
"Revolução Copernicana" no conhecimento, afirmando que o conhecimento não é uma
cópia passiva da realidade, mas uma construção ativa realizada pela mente humana.

Kant defende uma abordagem deontológica da ética, baseada em princípios racionais


universais. Sua ética do dever enfatiza a importância do imperativo categórico, um
princípio moral absoluto que exige que ajamos de acordo com máximas que possam ser
universalizadas sem contradição.

Ele destaca a autonomia moral e intelectual como fundamentais, encorajando as pessoas


a pensar de forma autônoma e a agir de acordo com a razão, em vez de seguir
cegamente os ditames externos.

Kant também enfatiza a dignidade e o respeito pela pessoa humana, considerando cada
indivíduo como um fim em si mesmo, e não como um mero meio para alcançar nossos
próprios fins.
Além disso, Kant introduz a noção de menoridade humana, referindo-se ao estado de
dependência intelectual e moral em que muitas pessoas se encontram. Ele incentiva a
saída desse estado por meio do uso da razão autônoma e da coragem para questionar a
autoridade e as normas estabelecidas.

A filosofia de Kant teve um impacto significativo no pensamento filosófico, influenciando


áreas como a ética, a teoria do conhecimento, a filosofia moral e a filosofia política. Sua
ênfase na autonomia, no imperativo categórico e na dignidade humana continua sendo
objeto de estudo e discussão na filosofia contemporânea.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro da biblioteca virtual – 10 Lições sobre Kant, de Flamarion Tavares Leite, ED. Vozes
– Petrópolis, RJ, 2007;
Reflexões sobre a Filosofia de Kant, de Gustavo Ellwanger Calovi, Rafael da Silva Cortes-
BV.

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