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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

CURSO DE GRADUAÇÃO EM JORNALISMO

PROFESSOR: Alberto Leopoldo

DISCIPLINA: Ideias filosóficas contemporâneas

ALUNO: Vinícius Ferreira

ATIVIDADE DE PESQUISA:

Resumo de capítulos (Ferreira - História da filosofia moderna - Kant e Hegel e Julián Marías
- História da filosofia - A filosofia no século XIX - O positivismo de Comte).

NATAL

2023
 KANT

Immanuel Kant (1724 – 1804) nasceu em Königsberg, Prússia. Ingressou na faculdade


na área da filosofia e ciências naturais. Em primeiro plano, analisou Christian Wolf e
Alexander Baumgarten e, em segundo plano, estudou principalmente Isaac Newton.

Após concluir doutorado, trabalhou como livre-docente na própria cidade por algum
tempo, e depois conseguiu passar em um concurso para cargo de professor ordinário.

Por causa de sua obra “A religião nos limites da pura razão”, Kant foi proibido pelo
Rei da Prússia de escrever sobre ideias relativas ao tema do livro, e não pode mais ensinar
sobre isso na escola.

Já idoso, Kant teve problemas de saúde, ficando praticamente vegetativo. Os passeios


a tarde eram icônicos, além de ele quase nunca ter saído da cidade.

O momento histórico o qual ele vivia é muito necessário para identificar melhor
pontos relevantes da obra. No contexto filosófico, Kant escreveu no período áureo do
Iluminismo. Em termos gerais, a principal característica desse movimento foi a crença de que
a razão tem a capacidade de explicar tudo de forma racional. Promoveu postura autônoma do
homem, em face dos problemas reais, com base de que, pensando racionalmente sozinho, ele
pode dar fim aos problemas de uma época. Tal movimento representou a luz da razão contra
a escuridão mítico-religiosa. Já no termo gnosiológico, impulsionou o conhecimento
científico. Vale ressaltar, também, que a razão só é valida com o critério da experiência.
Porém, em síntese, a razão iluminista era diferente da racionalista (Descartes, Spinoza.
Leibniz), mas a razão empirista tem em comum a necessidade de experiência. Sendo assim, o
termo “Razão” deve ser considerado no séc. XVIII, que foi o período histórico que ocorreu o
desenvolvimento do movimento. Em uma de suas obras, o autor em questão responde a
pergunta: O que é esclarecimento no sentido de conclamar os homens ao uso de capacidade
mental. A resposta de Kant foi que o esclarecimento é a saída da menoridade, a menoridade é
a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outra pessoa e pediu para
ter coragem para fazer uso de sua menoridade. Sendo assim, após analisar o contexto
histórico, já é possível falar sobre o criticismo kantiano. Não há palavra melhor do que
“critica” quando falamos da doutrina de Kant, pois, representa o caráter de análise criteriosa
sobre os temas filosóficos vinculados a palavra. Assim, pode-se apontar que o grande
impacto do pensamento kantiano está contido nas três críticas pelo autor: Crítica da razão
pura, da razão prática e do juízo. Mas antes de tratar dessas grandes obras, é necessário
delimitar aspectos a respeito do pensamento de Kant pré-critico.

De forma geral, os escritos pré-críticos são relacionados ao interesses relativos à


ciência e à metafisica.

A física newtoniana causou grande impacto ao computar com precisão fenômenos


naturais. A matemática era a mestra da ciência moderna e isso só provou seu poder de síntese
e grande eficácia em manipulação de fenômenos. A física newtoniana era a prova de que a
matemática era inigualável quanto a exatidão e clareza de resultados.

Quanto á metafisica, Wolf e Leibniz foram as maiores influências de Kant. Um


exemplo disso são os escritos de 1756 sobre a filosofia de Wolf e Leibniz, e também, a tese
com a qual Kant recebeu a docência universitária em 1755, que ele trabalhou os princípios
metafísicos desses filósofos.

É importante chamar atenção para os escritos mencionados, para o paralelo entre o


impacto das ciências experimentais (empirismo) e a ordem metafisica vigente (racionalismo)
sustentando, em última instância, a realidade. Apesar do paralelo e dessa noção tradicional de
metafisica, Kant percebia a importância da ciência e da matemática e, por outro lado,
considerava a metafisica e sua noção de realidade.

Esse pensamento se manteve até a leitura dos escritos de David Hume, momento
marcante e revolucionário para Kant, a ponto de afirmar que acordou de um “sono
dogmático”. Isso significa que o ataque de Hume a metafisica dogmática fez Kant ter uma
nova postura a respeito do fundamento metafisico da realidade.

Kant estava decidido a apostar no conhecimento que tinha de experiências, e a


metafisica se tornou “um castelo de areia” ou “abismo” com inúmeras possibilidades de
construção teórica.

O primeiro passo para a realização da crítica foi dado quando o filósofo estipulou a
diferença entre o sensível e o inteligível. Isso é referido a metafisica, pois trabalha com
conceitos não subjugados aos sentidos. Como os conceitos de necessidade e de substância.

O segundo passo é fixar o sujeito como o centro do conhecimento. Isso significa que,
para que tenhamos experiência e para ter o conhecimento sensível, é indispensável que ocorra
em um determinado tempo e tenha caráter extensivo, ou seja, se de em determinado espaço. É
de extrema necessidade saber que tempo e espaço são condições do conhecimento sensível e
tanto um quanto o outro não estão no objeto, mas no sujeito que conhece. Sendo assim, Kant
estabelece uma nova perspectiva para o conhecimento, pois, até então, tempo e espaço
estavam relacionados aos objetos.

Antes das considerações kantianas, o conhecimento era adaptação do intelecto ao


objeto. Em outras palavras, o objeto estava no centro da investigação, e o sujeito o circundava
tentando conhece-lo. Agora, existe a inversão dessa ordem, pois o sujeito que conhece os
mecanismos para o conhecimento sensível.

Um juízo pode ser representado como proposição em que um sujeito é vinculado a um


predicado por um verbo, como por exemplo “o cachorro é branco”. Ademais, a palavra
sintético representa que o predicado inclui no sujeito uma dada característica, usando o
exemplo anterior, a cor branca é vinculada no conceito de cachorro.

Assim, Kant foi analisar os conceitos das ciências e chegou a conclusão de que,
quanto aos juízos matemáticos, podem ser definidos como juízos sintéticos. Como dito por
ele: “antes de tudo precisa-se observar que proposições matemáticas em sentido próprio são
sempre juízos a priori e não empíricos porque trazem consigo necessidade que não pode ser
tirada da experiência.”. Já os juízos geométricos, Kant os descreve: “que a linha reta seja a
mais curta entre dois pontos é uma proposição sintética, pois o meu conceito de reto não
contem quantidade, mas sim qualidade. O conceito do mais curto é, portanto, acrescentado
inteiramente e não pode ser extraído do conceito de linha reta.”. Já os juízos da física não
estão de fácil entendimento.

 HEGEL

Georg Wilhelm Friedrich Hegel iniciou os estudos teológicos e filosóficos no


seminário de Tübingen. Era super interessado por escritos gregos que provinha de estudos no
ginásio em Estugarda, sua cidade natal. Hegel atuou como professor em Frankfurt e em Berna
dedicado ao estudo da história. Após isso, em decorrência da guerra napoleônica, ele chegou
a dirigir uma instituição de ensino em Nuremberg. Atuou como professor em Heidelberg e
depois foi para Berlim, local que ficou por treze anos até o fim de sua vida, que teve grande
reconhecimento de suas obras.

É importante iniciarmos o estudo de Hegel pelo significado dos escritos da juventude,


período que as temáticas de suas obras girou em torno de questões teológicas. Trabalhou com
noção de religião em termos históricos, fazendo paralelo entre a percepção grega do elemento
religioso e do judaísmo. São antagônicas entre si, pois, no judaísmo, existe um deus severo
que pune, e na religião grega, a liberdade prevalece entre os deuses, homens e natureza. Após
apresentar seu pensamento, ele apontou o papel do cristianismo apresentando a doutrina
cristã como síntese da reflexão sobre a religião, que tem como elementos as antagonistas
posições judaica e gregas, e nessa nova síntese, Deus é a pessoa (na figura de Cristo) e é
amor, compassivo e piedoso.

Assim que se formou a filosofia hegeliana, que consiste na oposição entre duas
situações antagônicas. Como resultado do contraste, cria-se uma situação nova que promove
a síntese do antagonismo. Isso chama-se dialética.

A dialética está no pensamento de Hegel desde os escritos de sua juventude, que


apontava como a figura da trindade cristã era percebida pelo filósofo segundo o prisma
dialético. O pai representa a totalidade, o filho, o homem em sua finitude e limitação e o
espírito é a condição de superação da finitude que alcança a totalidade.

O primeiro ponto a ser tratado refere-se ao conceito de espirito absoluto. Esse


conceito é fundamental pois designa a “totalidade” no sentido de que no absoluto ocorre a
unidade entre a realidade e o pensamento. Para Hegel, não existe dualidade entre o
pensamento e as coisas como realidade. Isso significa que pensamento e realidade não são
coisas distintas, mas equânimes.

Além disso, o espírito absoluto é atividade que “se move por si só” e, em razão disso,
é infinito. O espírito estabelece o finito e supera ele. Como é movimento, podem designar o
espirito absoluto não como a pluralidade dos objetos que se apresentam ao sujeito, mas como
unidade que promove o múltiplo variado.

Mas como se manifesta o absoluto?

O espírito absoluto não se manifesta imediatamente, mas de forma mediata e


progressiva. Além disso, temos de adotar o princípio dinâmico da dialética, porque o real não
é estático, mas mutante.

Quando é entendido as fases do movimento dialético, compreendemos como o


absoluto se manifesta. Como sabemos que o absoluto é constante então os passos dialéticos
tem que refletir a atividade do vir a ser. Então, como é possível constatar esse “devir
constante”?
É possível constatar três momentos que compõem a dialética: a tese, a antítese e a
síntese. A tese é o tempo da afirmação, a antítese, negação e a síntese, a união entre a tese e
antítese, ou seja, um momento de superação do antagonismo inicial que não nega a dualidade,
mas supera sintetizando o que há de positivo na tese e na antítese. Segundo Hegel, o
momento da síntese significa “superação, elevação e afirmação”.

Desde o intelecto humano até a natureza, tudo é composto pela dialética. Ou seja, a
realidade compõe de uma sequência de acontecimentos e situações que vão se sucedendo, e
esse movimento de sucessão é a superação da situação estabelecida para uma nova situação

 POSITIVISMO DE COMTE

O positivismo é uma filosofia criada pelo pensador francês Auguste Comte no século
XIX, que defendia a aplicação dos princípios da ciência e do método científico para a
compreensão da sociedade e do mundo. Comte acreditava que o conhecimento humano
passou por três fases: a teológica, a metafísica e a positiva. Na fase teológica, os seres
humanos explicavam o mundo por meio da religião e de crenças sobrenaturais. Na fase
metafísica, a explicação do mundo era baseada em conceitos abstratos e filosóficos. E na fase
positiva, a explicação do mundo deveria ser baseada apenas em fatos empíricos e
observáveis, por meio do método científico. Segundo Comte, a aplicação dos princípios do
positivismo para a compreensão da sociedade poderia levar à melhoria das condições de vida
das pessoas. Ele propôs a criação de uma ciência social, a sociologia, que investigaria as leis
que regem o comportamento humano em sociedade. Comte também defendia a ideia de que a
ciência deveria ser usada para o bem comum, e não apenas para o conhecimento científico em
si. Em resumo, o positivismo de Comte é uma corrente filosófica que valoriza a aplicação do
método científico para a compreensão da sociedade e do mundo, com o objetivo de melhorar
as condições de vida das pessoas.

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