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A PSICANÁLISE ENTRE O DESCRITIVO

E O PRESCRITIVO

Osmyr Faria Gabbi Júnior*

RESUMO

Antes de começar uma investigação é prudente saber se existe uma questão.


Quando se aplica tal preceito ao exame das questões postas pela psicanálise, pode-
se chegar à conclusão de que seu campo se situa entre o descritivo e o prescritivo.

Palavras-chave: Filosofia da psicanálise. Kant. Freud.

Freud conclui a primeira parte do seu artigo


sobre Schreber com a tese de que: “Os dois
elementos principais do delírio de Schreber, a
transformação em mulher e a relação privilegiada
com Deus, estão ligados em seu sistema por
intermédio da atitude feminina frente a Deus”
(Freud, 1911/1999, p. 268)1. Tese esta que exige
a comprovação da relação genética essencial
entre os dois elementos, caso contrário, sua abor-
dagem poderia ser vista como exemplo da célebre
citação de Kant: “Um segura a peneira, enquanto
o outro munge o bode”.
A citação mencionada por Freud encon-
*
Professor Associado do Departamento tra-se na Crítica da razão pura em B83:
de Filosofia da Unicamp, professor na
Psicologia da USP-SP de 1975 a 1986 e Já é uma grande e necessária prova de inteligên-
na Filosofia da Unicamp de 1983 até a cia ou discernimento saber o que se deve perguntar
presente data. Foi Diretor do Centro de de forma racional. Pois se a pergunta é em si absurda
Lógica, Epistemologia e História da Ci- e requer respostas supérfluas, então além de emba-
ência, sendo autor de diversos artigos e
raçar quem a propõe tem também a desvantagem de
livros, em especial Freud: racionalida-
de, sentido e referência (1994), Notas a conduzir erroneamente o ouvinte incauto para res-
“Projeto de uma psicologia” (2003) e postas absurdas e de oferecer a visão ridícula de
dois capítulos em Freud na filosofia alguém (como diziam os antigos) mungindo o bode
brasileira (2005). enquanto o outro segura uma peneira (Kant, 1787/
1
Todas as traduções são de nossa lavra. 1981, p. 102).

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Ao recorrer a essa citação, Freud Lacan teria buscado sua antropologia no


parece propor algo bastante pertinente, interior da crítica de Politzer, proponho
ou seja, a necessidade de saber, antes de examinar se o próprio Kant, fonte inequí-
responder, se de fato estamos efetiva- voca das preocupações de Politzer, não
mente diante de uma questão. Para ilus- teria aberto a possibilidade de um projeto
trar o ponto, voltemos ao programa de voltado para a constituição das próprias
investigações desenvolvido por Lacan na ciências humanas, entre elas, a psicolo-
década de 30. Ele pretendia defender, no gia. Afinal, Alain Renaut, no anverso da
interior de uma reflexão sobre a Crítica capa de sua tradução da Antropologia
dos fundamentos da psicologia de de Kant, observa (Renaut, 1993):
Politzer, a possibilidade de constituir uma
terceira via para a psiquiatria, ou seja, Em 1798 Kant publica a Antropologia
elaborar uma abordagem que recusaria do ponto de vista pragmático, sua última
tanto uma psiquiatria organicista como obra. Nesta, o homem é estudado nos seus
uma psicologista, cuja inspiração filosófi- comportamentos, ações e condutas. Re-
flexão sobre a passagem da natureza à
ca era basicamente a fenomenologia, por-
liberdade, a Antropologia participa do
tanto, de caráter não-empirista. Este pro- projeto de resolver o problema difícil da
jeto envolvia, por conseguinte, saber se unidade da filosofia. Na sua realização,
era possível constituir uma psicologia ci- Kant também prepara da sua maneira o
entífica como antropologia. Como todos nascimento das ciências do homem.
sabem, o projeto inicial de Lacan fracas-
sou e o levou a redefinir seu programa de Caso Kant esteja efetivamente no
investigações, ou seja, a Antropologia do nascedouro da chamada ciência humana,
Imaginário que ele elaborou para respon- talvez não seja ocioso olhar para esta
der à sua questão sobre a terceira via não Antropologia como uma matriz fértil e
foi satisfatória. Meditando sobre este fra- procurar descobrir o que há aí de positivo,
casso, proponho se não seria mais produ- de guia, para a constituição de uma psico-
tivo investigar se a questão posta por logia que nos dê um mínimo de confiança
Lacan pode efetivamente ser respondida, de que não estaríamos, para de novo
isto é, se é possível constituir tal psicolo- parafrasear Kant, construindo castelos
gia. Assim, talvez seja mais proveitoso do no ar. No entanto, para que possamos
que relatar, mais uma vez, a descrição caminhar na direção assinalada, é preciso
crítica da ascensão e queda de mais um afastar os argumentos postos por Fou-
projeto para a psicologia procurar deter- cault na sua leitura desta mesma Antro-
se um pouco sobre o exame da questão e pologia, presentes na tese secundária de
perguntar se de fato ela existiria e, antes seu doutorado, até hoje inédita, a saber,
de tudo, se haveria de fato um objeto a ser Gênese e estrutura da Antropologia de
investigado. Aproveitando a pista de que Kant (Foucault, 1960).

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A psicanálise entre o descritivo e o prescritivo

Segundo Foucault, o exame das deste empírico, pois, diferentemente da


ciências humanas surge no interior da física, não existe aqui uma parte pura, a
filosofia de Kant como tentativa de res- priori. Em outras palavras, a função da
ponder a uma questão bastante precisa, a parte pura na física é determinar o campo
saber, se a passagem do a priori para o de investigação, enquanto a parte empíri-
fundamental passa pelo empírico. Para ca dedica-se a estudá-lo. Tampouco a
compreender seu sentido, precisamos Antropologia pode ser entendida como
determinar cada um de seus termos. O a descrevendo as condições a priori da
priori designa a relação entre a intuição moralidade, ou seja, ela tampouco é uma
e o entendimento, ou seja, as condições a Crítica da razão prática; em outras
priori estabelecidas por Kant para que palavras, seu espaço de investigação, por
possamos constituir, construir os objetos assim dizer, situa-se entre as leis da ciên-
da natureza, tratados e exaustivamente cia, a natureza, e as regras da moral, a
analisados na Crítica da razão pura. O liberdade, portanto, entre o descritivo e o
fundamental, por sua vez, designa as re- prescritivo.
lações entre a verdade e a liberdade. Ora, Ora, este espaço entre o a priori
Kant procurou mostrar que há dois usos da ciência natural e o a priori da morali-
bastante distintos da razão, um uso cons- dade, caso seja possível, parece corres-
titutivo, ou seja, um uso pelo qual constru- ponder exatamente ao espaço das cha-
ímos objetos e, sendo assim, somos capa- madas ciências humanas e da psicanálise
zes de descrevê-los, e um uso regulador, em particular. Não por acaso, em relação
pelo qual prescrevemos algo. Em outro à última, são inúmeras as tentativas de
vocabulário, Kant diferencia entre a ciên- mostrar seu caráter científico ou de
cia, domínio das leis, e a moral, domínio considerá-la como estando mais próxima
das regras. Assim, na Crítica, ele mostra de uma ética. Ambigüidade que se revela
que todas as três Idéias transcendentais de forma explícita quando se fala do
da Razão, a alma, o mundo como totalida- complexo de Édipo, sem muito cuidado,
de atual e Deus, não podem ser descritas, como sendo uma lei, mas que lei é esta:
ou seja, substancializadas, mas podem ter Lei ou Regra?
um uso regulador, prescritivo. Seria praticamente impossível no
Notem que as considerações de espaço de que disponho examinar na
Foucault até aqui não contradizem a pro- profundidade devida os argumentos de
posição de Renaut, pois este também Foucault. Mas, para despertar pelo me-
coloca a Antropologia como uma refle- nos um pequeno germe de dúvida, irei
xão na passagem da natureza para a diretamente ao núcleo da tese de Fou-
liberdade. Ou seja, o estatuto da Antro- cault e a um dos seus principais argumen-
pologia de Kant é inequivocamente em- tos. Para ele, a Antropologia longe de
pírico; a questão é determinar a natureza ser o nascedouro da possibilidade das

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ciências humanas é a demonstração da pela transformação da condição de co-


sua impossibilidade. Kant teria mostrado nhecimento em limitação para o conheci-
que a noção de natureza humana só pode mento. Para Kant, não conhecemos as
ter valor prescritivo e não descritivo. Em coisas como elas são em si, mas somente
termos bastante claros, a questão “Que é por meio dos a priori da intuição e do
o homem?” só teria sentido na Antropo- entendimento impomos formas a algo e
logia como Idéia da Razão, ou seja, como sob estas formas a priori nós tomamos
idéia reguladora. Para Kant, o homem conhecimento dos objetos assim constitu-
deve agir como se a humanidade cami- ídos. Neste processo de sintetizar o que
nhasse no sentido de realizar a república nos afeta estão presentes, como já disse-
cosmopolita, ou seja, uma forma de soci- mos, as formas a priori da intuição,
alização em que cada homem reconhece- espaço e tempo, as formas a priori do
ria outro homem como um fim em si entendimento, as categorias, e o Eu trans-
mesmo. Idéia da Razão é sinônimo de cendental que as unifica no ato de conhe-
independência lógica de qualquer condi- cer. Este Eu transcendental teria sido
ção empírica. Para dizer o mesmo outra transformado pela posteridade kantiana
vez e quem sabe de forma mais esclare- de condição do conhecimento em limita-
cedora: acreditar que exista uma nature- ção para o conhecimento, ou seja, surgi-
za humana como objeto é partilhar da ram projetos filosóficos que se dedicaram
mesma ilusão que se tinha quando se a saber se não haveria algo anterior a este
pretendia descrever a alma ou Deus ou o Eu que seria responsável pelo fato de
mundo como totalidade na metafísica clás- estarmos limitados a este conhecimento
sica. Caso Foucault tenha razão sobre para nós, a esta indesejável finitude, se
sua leitura de Kant e caso este tenha de não seria possível superá-la. Em conso-
fato mostrado que a noção de natureza nância com este projeto de revisão, al-
humana só pode ter um sentido prescriti- guns se dedicaram a ler a Antropologia
vo, então a pergunta posta por Lacan não de Kant como uma chave de compreen-
tem sentido, simplesmente porque o obje- são para as três Críticas, isto é, a questão
to de sua pretensa terceira via inexiste. A “Que é o homem?” comandaria e deter-
psicologia em todas as suas formas esta- minaria a resposta a cada uma das três
ria baseada na mesma ilusão transcen- Críticas, ou seja, “Que posso saber?”,
dental e seria esta a razão de seus múlti- “Que devo fazer?”, “Que posso espe-
plos projetos nascerem e morrerem, var- rar?”. Para Foucault, além de defender
ridos pelo sopro do tempo. que a Antropologia é comandada pelas
Posto o núcleo da tese, passo a três Críticas, também (Foucault, 1960, pp.
examinar um dos argumentos apresenta- 123-124) “…é preciso recusar todas es-
dos por Foucault para defendê-la. A ilu- sas ‘antropologias filosóficas’ que se dão
são transcendental teria sido possibilitada como tendo acesso natural ao fundamen-

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A psicanálise entre o descritivo e o prescritivo

tal; e todas essas filosofias cujo ponto de nuo e, finalmente, transforma-se em posi-
partida e horizonte concreto são definidos tividade o que é finitude.
por uma certa reflexão antropológica so- Coloca-se em relação o que não
bre o homem”. tem relação porque nesta transformação
Antes de prosseguir, é preciso três noções completamente distintas são
mostrar a relevância dessas considera- tomadas como se fossem praticamente
ções para a filosofia da psicanálise. Neste idênticas. Assim, o Eu transcendental,
sentido, examinemos rapidamente um condição lógica do conhecimento, é rela-
exemplo retirado de Freud para ilustrar a cionado com o eu empírico, noção psico-
pretensão denunciada por Foucault. Freud, lógica, e finalmente com a alma, noção
nos Três ensaios, pretende ter descober- metafísica. Confusão, cuja primeira parte
to a sexualidade infantil e justifica a igno- já era denunciada pelo próprio Kant na
rância dos pesquisadores anteriores em sua Antropologia quando constatava
relação a ela alegando que estes, como (Kant, 1797/1982, pp. 430-431):
homens, estão sujeitos aos mesmos pro-
cessos de esquecimento descritos pela A causa destes erros está no fato de
psicanálise; ou seja, existiria um momento sentido interno e apercepção serem ge-
anterior ao processo de conhecimento ralmente considerados como sinônimos
pelos psicólogos, embora sentido interno
que teria sido descrito pela teoria freudi-
devesse designar somente consciência
ana, a prevalência do desejo infantil, e psicológica (aplicada), enquanto aper-
que, por meio da própria psicanálise, po- cepção deveria designar consciência lógi-
deria ser idealmente neutralizado. Na ca (pura).
mesma direção, podemos citar Totem e
tabu, um verdadeiro tratado de antropo- Em outras palavras, a confusão
logia freudiana e que merece ser explora- inicial está em tomar a condição do co-
do como tal. Nesta obra, Freud pretende nhecer, a consciência lógica que unifica
mostrar a origem da moralidade e do todas as representações, como sendo uma
sentimento religioso. Nos dois casos, pro- consciência empírica, ou seja, aquela cons-
cura-se exibir por meio da construção de ciência psicológica que me permite des-
hipóteses sobre a constituição do huma- crever minhas impressões e sentimentos.
no, de sua subjetividade, como superar os A segunda parte da confusão reside em
limites impostos e presentes no próprio substancializar ambas as consciências,
ato de conhecer. isto é, considerá-las como tendo existên-
A conseqüência da transformação cia em um suposto espaço mental. Para
de condição em limitação é tripla: coloca- exemplificar, recorro mais uma vez a
se em relação o que não tem relação, teoria de Freud. Basta recordar como no
toma-se como contínuo o que é descontí- Projeto, cujo título bem poderia ser O Eu

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e suas vicissitudes, Freud descreve a parte pura que determine o campo da


noção de eu para constatar como estas experiência possível, a psicanálise, como
três noções distintas estão presentes e toda investigação do humano, é obrigada ao
unificadas: o eu tem a função psicológica mesmo tempo a determinar o campo empi-
de registrar as impressões internas e ex- ricamente e a estudá-lo, produzindo uma
ternas, a função lógica de sintetizá-las, confusão entre o transcendental, ou seja, a
unificá-las, e finalmente, como se fosse determinação do campo de investigação, e
uma substância, ocupa um lugar no espa- o empírico, a investigação do campo.
ço mental. Para terminar, espero que as mi-
A transformação também acarre- nhas parcas observações sejam suficien-
ta tomar como sendo contínuo o que é tes para despertar a dúvida de que talvez
descontínuo. Por exemplo, quando ignora seja possível que as psicanálises ofere-
as distinções entre causa e motivo e as çam respostas para perguntas que talvez
trata como sendo sinônimas. Ou ainda não sejam perguntas, dada a impossibili-
quando procura pensar as relações de dade de elas determinarem seus objetos,
intencionalidade dentro de um referencial o que não significa de modo algum que
mecanicista. Podemos facilmente identi- tais questões não tenham sentido para a
ficar ocorrências deste tipo na obra de vida humana, ao contrário, elas são as
Freud. questões relevantes.
Finalmente, examinemos a finitu-
de, problema central de Kant, dado que a REFERÊNCIAS
grande questão para a qual se volta seu
projeto filosófico, determinar como é pos- Foucault, M. (1960). Genèse et structure
sível um ser finito ter conhecimento e agir de l’Anthropologie de Kant. Tese
moralmente, é transformada em uma ques- de Doutorado, Sorbonne, Paris.
tão que pode e deve ser respondida empi-
ricamente. É justamente esta esperança Freud, S (1999). Psychoanalytische
que fundamenta a crença na possibilidade Bemerkungen über einem
de se construir uma ciência humana. De autobiographisch beschriebenen Fall
novo, não é nem um pouco difícil mostrar von Paranoia (Dementia
como a psicanálise de Freud procura Paranoides). In S. Freud,
“resolver” empiricamente tanto a ques- Gesammelte Werke (Vol. 8, pp. 239-
tão epistemológica — aliás, como mais 320). Frankfurt am Main: Fischer
um indício de que a presente análise é Taschenbuch Verlag. (Trabalho ori-
bastante razoável, as teorias psicológicas ginal publicado em 1911.)
tendem a ser também teorias sobre o
conhecimento — quanto a questão da Kant, I. (1981). Kritik der reinen Vernunft.
moralidade. Dada a ausência de uma In I. Kant, Werkausgabe (Vol. 3,

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A psicanálise entre o descritivo e o prescritivo

pp. 5-340). Frankfurt am Main:


Suhrkamp Taschenbuch Verlag.
(Trabalho original publicado em 1781,
segunda edição em 1787.)

Kant, I. (1982). Anthropologie in


pragmatischer Hinsicht. In I. Kant,
Werkausgabe (Vol. 12, pp. 395-
690). Frankfurt am Main: Suhrkamp
Taschenbuch Verlag. (Trabalho ori-
ginal publicado em 1797.)

Renaut, A. (1993). Traduction,


présentation, bibliographie et
chronologie. In I. Kant,
Anthropologie du point de vue
pragmatique. Paris: Flammarion.

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Osmyr Faria Gabbi Júnior

SUMMARY

Psychoanalysis: between the descriptive and the prescriptive

Before starting an investigation it is wise to know if there is a real issue. If one


applies such precept to the psychoanalytic issues, one may arrive to the conclusion that
its field of research is located between the descriptive and the prescriptive.

Key words: Philosophy of psychoanalysis. Kant. Freud.

RESUMEN

El psicoanálisis: entre lo descriptivo y lo preceptivo

Antes de empezar una investigación es prudente saber si hay una pregunta


verdadera. Si uno aplica tal precepto a las preguntas del psicoanálisis, se puede llegar
a la conclusión de que su campo de investigación está situado entre lo descriptivo y lo
preceptivo.

Palabras-llave: Filosofía del Psicoanálisis. Kant. Freud.

Osmyr Faria Gabbi Júnior


Caixa postal 59
13820-000 Jaguariúna, SP
Fone: (19) 3867-4917

Recebido em: 10/05/06


Aceito em: 25/05/06

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