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CRISE EXISTENCIAL

Sei lá, sei lá... A vida é uma grande ilusão, só sei que ela está com a
razão. (Tom Jobim)
A Alegoria da Caverna. Platão criou uma parábola para apresentar a ideia que
podemos estar vivendo em um suposto mundo ilusório. Ele narra pessoas
acorrentadas em uma caverna proibidas de olhar para fora, de forma que só
podem contemplar sombras no interior. Essas pessoas viveriam em um mundo
cuja realidade são sombras projetadas nas paredes, e estariam fadadas a
jamais conhecer o mundo fora da caverna. Mas poucos corajosos conseguiriam
se livrar dos grilhões e encontrar a saída do mundo das sombras para a luz.
Mundo louco. Certa vez tive a rara oportunidade de conversar com um louco
em estado de consciência e perguntei como ele se sentia em uma crise de
loucura. Ele respondeu que se sentia como prisioneiro em um sonho ou
pesadelo impossível de sair. Então comentei que já tinha me ocorrido ficar na
dúvida se estava sonhando ou na realidade instantes depois de acordar.
Sonhos e pesadelos nada mais são do que mundos tresloucados onde somos
aprisionados quando dormimos e libertos para a realidade quando acordamos.
Ou mudamos de uma ilusão para outra? Ou de uma Matrix para outra? Qual
pílula escolher, a azul em que tudo permanece como está, ou a vermelha em
que tudo muda? Sei lá... Só sei que Deus está com a razão. Se há um sistema
universal consciente, este só pode ser o divino, o resto é pesadelo infernal.
Descartes e o gênio do mal. O ceticismo metodológico do filósofo estabelece
nunca aceitar nada como verdade sem que se tenha claramente conhecido
como tal. Descartes tinha uma única certeza, o pensar existe, daí o clássico
penso, logo existo. Então surgiu o dilema: pensamentos não podem ser vistos,
pesados, apalpados, são abstratos, no entanto existem. E o corpo, que é
palpável e não pensante, existe? Seria o corpo uma produção onírica ou ilusão
criada pelo gênio do mal? Se temos ideia clara e distinta do nosso corpo e das
coisas, então existem como estendidas da mente. Poderia Descartes estar
conectado a uma máquina simuladora do mal tipo Matrix? Se para ele as
coisas são extensões mentais, o universo seria uma extensão da mente de
Deus.
Nada é sólido no mundo. Pela física quântica, tudo é energia. Niels Bohr,
físico dinamarquês explicou isso assim: “Se a física quântica não chocou
profundamente você, então você não a entendeu ainda. Tudo o que chamamos
de real é feito de coisas que não podem ser consideradas como
reais”. Portanto, somos energia e irradiamos vibrações produzidas pelo
pensamento que atraem outras vibrações semelhantes e repelem as opostas.
É duro acreditar nisso, se bato no meu peito sinto as pancadas, mas nos
sonhos também sentimos pancadas como se fossem reais. De que são feitas
as coisas do mundo dos sonhos? Das nossas ondas energéticas mentais. Para
entender melhor, somos compostos por tecidos e órgãos constituídos por
células cuja matéria-prima são moléculas estruturadas por aglomeração de
átomos. As partículas subatômicas que integram o átomo são feitas de energia,
logo, somos constituídos de energia. O intrigante é que temos o livre-arbítrio de
escolher o tom de cinza da pílula que iremos ingerir que nos remeterá às
extensões mentais paradisíacas ou infernais para sempre.

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