O artigo "A Psicologia Escolar/Educacional na Educação Infantil: O Relato de uma
Experiência com Pais e Educadoras" relata uma experiência de estágio em Psicologia escolar/educacional realizada em uma instituição pública de Educação Infantil que atende crianças de 0 a 5 anos. O objetivo do estágio foi promover o desenvolvimento integral da criança em um ambiente socializador, considerando as especificidades da infância e a importância das relações entre a escola, as educadoras e os pais. Para isso, foram utilizadas duas estratégias principais: murais informativos para as educadoras e encontros de orientação aos pais. Os murais tinham o propósito de divulgar informações sobre o desenvolvimento e a aprendizagem infantil, baseadas em uma visão sócio-histórica, e de estimular a reflexão e o diálogo entre as educadoras. Os encontros com os pais visavam orientá-los sobre o papel da Educação Infantil, as características e as necessidades das crianças nessa fase, e a importância da participação e da integração dos pais no processo educativo. A intervenção resultou em uma aproximação entre a escola e os pais, bem como em uma maior conscientização das educadoras sobre sua prática pedagógica. O artigo conclui que a Psicologia escolar/educacional pode contribuir para uma Educação Infantil de qualidade, que respeite e valorize a criança como sujeito ativo e criativo.
As autoras utilizaram como referencial teórico a abordagem sócio-histórica do
desenvolvimento e aprendizagem na infância, baseada nos estudos de Vygotsky, Leontiev e Luria. Segundo essa perspectiva, a criança se desenvolve a partir das interações sociais que estabelece com os adultos e com os seus pares, mediadas pelos signos e instrumentos culturais. A linguagem é o principal meio de comunicação e expressão da criança, que também utiliza outras formas simbólicas, como o desenho, o jogo e a brincadeira.
As estratégias utilizadas pelas estagiárias foi com o intuito de esclarecer dúvidas,
trocar experiências e fortalecer os vínculos entre a família e a escola. As autoras relatam que essas ações contribuíram para uma maior aproximação entre os pais e as educadoras, favorecendo a participação e a integração dos envolvidos no processo educativo. Além disso, as estagiárias puderam acompanhar o desenvolvimento das crianças na escola, observando suas capacidades, dificuldades, interesses e necessidades.
O texto conclui que a experiência de estágio foi enriquecedora tanto para as
estagiárias quanto para os demais participantes, pois possibilitou uma reflexão crítica sobre a prática educativa na Educação Infantil, bem como uma intervenção preventiva que visou à promoção do bem-estar das crianças. As autoras destacam o papel do psicólogo escolar/educacional como um profissional que pode colaborar com a qualidade da educação infantil, atuando junto aos educadores, aos pais e às crianças.