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Técnicas de recolha de dados numa investigação

científica (de natureza quantitativa)

FPCE-UC
Licenciatura em Ciências da Educação – 1º ano
Metodologia da Investigação em Educação I – 2º semestre
Aulas práticas nºs 9 e 10
Dias 18 de abril e 02 de maio de 2018

Cristina Maria Coimbra Vieira


Conceitos importantes – Parte 1
 Construto: é algo que existe teoricamente, mas que não é
directamente observável ou medido – um conceito
desenvolvido para descrever relações entre fenómenos ou
para outros fins em investigação. Trata-se de uma entidade
abstracta
Ex: Satisfação com a
profissão.

 Variável: propriedade que varia nos membros de um


grupo. Trata-se de uma característica que assume diferentes
valores. As variáveis derivam de construtos (conceitos) e
precisam de definições operacionais para se proceder à
Conceitos importantes – Parte 2

 Definição operacional: indica-nos a forma pela qual os


investigadores observam ou medem uma variável. Qualquer
instrumento de recolha de dados que se constrói consiste na
definição operacional da variável que está a ser medida.

 Operacionalizar: definir um conceito ou uma variável de forma


a que ela possa ser medida ou identificada (possibilita a repetição
do estudo). Trata-se neste caso de escolher uma técnica de
recolha de dados, em função do que se pretende medir.
TIPOS DE TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS

1. TÉCNICAS QUANTITATIVAS

2. TÉCNICAS QUALITATIVAS

4 08-04-2024
Técnicas de recolha de dados
1. Quantitativas

Observações estruturadas
Entrevistas estruturadas
Questionários
Testes
Medidas não reactivas (unobstrusive
measures)
Técnicas de recolha de dados
2. Qualitativas

2.1. Técnicas interactivas


Observação participante (etnográfica)
Entrevista etnográfica

2.2. Técnicas não interactivas


Pesquisa de artefactos/documentos
Observação não participante
Características das técnicas quantitativas de recolha de dados

Utilização de instrumentos na recolha de dados,


sobretudo do tipo “papel e lápis”.
Dados recolhidos, em princípio, sob a forma métrica.
Decisões tomada a priori quanto à apresentação dos
dados.
Os dados assumem uma forma única – resposta ao
instrumento utilizado.
Os dados são codificados e descritos estatisticamente.
As conclusões são tiradas com base nos procedimentos
estatísticos utilizados.
Características das técnicas qualitativas
de recolha de dados
 Recolha de dados sem a utilização obrigatória de
instrumentos.
 Dados recolhidos principalmente sob a forma verbal.
 A forma de apresentação depende da natureza dos dados
recolhidos.
 Os dados assumem uma variedade de formas.
 Codificação apenas para encontrar padrões de dados.
 As interpretações derivam das estratégias utilizadas.
TIPOS DE TÉCNICAS QUANTITATIVAS
DE RECOLHA DE DADOS

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Observações estruturadas
 A observação dos fenómenos é orientada por categorias pré-
determinadas de respostas e pode ocorrer em meios não naturais
(e.g., laboratório), onde são recriadas parcelas da realidade com o
objetivo de as estudar cientificamente.

 O investigador prevê os comportamentos a observar / há uma certa


intencionalidade da sua parte / preocupa-se com a repetição.

 Não se tem a pretensão de se observar tudo o que está no campo


percetivo, mas analisam-se pequenas parcelas (isoladas) da realidade,
que se selecionam de antemão, e se indicaram na formulação do
problema e das hipóteses.
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Entrevistas estruturadas
 Interação verbal direta entre o entrevistador e o entrevistado.

 Investigador controla o ritmo da entrevista, coloca a todos os sujeitos o mesmo


conjunto de questões, formuladas segundo a mesma ordem e com contacto
interpessoal igual para todos os elementos da amostra.

 Conjunto estandardizado de questões.

 Questões pré-estabelecidas.

 Questões estruturadas ou semiestruturadas.

 Gama limitada de categorias de resposta.

 Respostas são codificadas, classificadas e sumariadas numericamente.


Exemplo de entrevista estruturada
(todas as pessoas respondem às mesmas perguntas, pela mesma ordem, nas mesmas
condições, etc.)

 O que o/a levou a escolher esta Oficina de Formação?


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 Quais as suas expectativas em relação à Oficina de Formação?


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 Para si, o que é a Aprendizagem Cooperativa?


 ____________________________________________________________________________________
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Testes
 Instrumento concebido para medir as diferenças individuais numa ou em várias
dimensões do comportamento (Borg & Gall, 1983).

 Mede conhecimentos, capacidades, aptidões ou outras características para


avaliar o sujeito, através de uma escala.

 Instrumento mais utilizado para medir o desempenho dos sujeitos.

 Testes, habitualmente, padronizados classificados de acordo com o construto


que se pretende medir.

 Testes padronizados - procedimento consistente e uniforme de cotação,


administração e interpretação dos resultados / minimiza a possibilidade de
erro / possibilidade de replicação exata / objetividade / importância das
instruções específicas / dados normativos - grupo padrão.
Exemplos de tarefas incluídas em testes
(raciocínio espacial e raciocínio lógico)

15 08-04-2024
Tipos de testes

Testes referenciados a normas Testes referenciados a critérios


• Medem o desempenho • Medem o desempenho
relativo de um sujeito absoluto de um sujeito em
comparando-o com as função de um critério
normas do grupo-padrão estabelecido (ex.: realizar
a que ele pertence. uma prova em 30
• Semelhança dos sujeitos minutos).
em algumas variáveis
como sexo, idade, nível
de escolaridade, etc.
Questionários
 Concebido para estudar dimensões afetivas do comportamento, como as atitudes, os
valores, as crenças, os interesses, o autoconceito, etc.
 Técnica muito utilizada.
 Assegura o anonimato - sujeito menos constrangido.
 Económica.
 Questões estandardizadas.
 Conhecer os sujeitos e não avaliá-los.
 Não é necessária a presença do investigador - importância das instruções para evitar
a possibilidade de respostas omissas ou não compreensão das questões.
 As questões e afirmações denominam-se de itens, fechados ou abertos.
 Os itens fechados são seguidos por uma escala de possíveis respostas (e.g., escala de
tipo Likert) e o sujeito escolhe a posição que melhor reflete a sua opinião.
 Os questionários podem ser designados de acordo com a dimensão que medem
(escala de atitudes, escala de autoconceito, inventário de medos, etc).
 Não têm títulos, mas siglas.
18 08-04-2024
Escala (enquanto questionário para medição
de um construto específico) versus Teste

Escala
É um instrumento
Teste
É um procedimento
sistemático no qual todos os
construído de modo que indivíduos são colocados
números diferentes perante um conjunto de
possam ser atribuídos a estímulos construídos,
indivíduos diferentes, chamados itens.
para indicar quantidades Permitem atribuir pontos ou
distintas de uma dada obter indicações quantitativas
característica ou atributo. sobre os sujeitos.
Não tem implícito Medem diferenças individuais
permitindo hierarquizar os
qualquer aspeto sujeitos.
avaliativo, pois não há Têm implícita a noção de
respostas certas nem êxito ou fracasso.
erradas. Exemplos: testes de
Exemplos: escalas de resistência física, testes de
atitudes, de valores, de inteligência, testes de aptidão,
interesses, etc. etc.
Exemplo de escalas de resposta

20 08-04-2024
Medidas não reativas

 Os sujeitos não têm consciência que estão a ser observados, com o


objetivo de se realizar uma investigação científica.
 Permite eliminar os possíveis enviesamentos dos dados.
 Apresentam alguns problemas de validade e de fidelidade.
 Técnicas úteis utilizadas em conjunto com técnicas reativas
convencionais - obtém informações suplementares.
 Traços físicos.
 Arquivos - documentos públicos ou privados.
 Observação simples.
 Observação dissimulada.
 Pouco conhecidas e pouco utilizadas em Educação.
Exemplos de medidas não reativas

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Conceitos fundamentais ligados à medição das
variáveis através dos instrumentos de recolha de
23 dados 08-04-2024
Definição de conceitos de partida

1. Usabilidade de um instrumento de
recolha de dados
2. Validade
3. Fidelidade
4. Relação entre validade e fidelidade

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Usabilidade de um instrumento

 Refere-se à facilidade com que ele é administrado, interpretado


por cada respondente e cotado por quem o administra.
Pode haver problemas relativos à administração.
Pode haver problemas relativos à interpretação dos
itens/afirmações.
Pode haver problemas relativos à cotação.

 Considerações em torno da usabilidade:


1. Quanto tempo demora a administrar?
2. As instruções são claras?
3. É fácil de cotar?
4. Existem formas equivalentes?
5. Já foram relatados problemas por outras pessoas que o

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administraram? 08-04-2024
Validade de um instrumento
A validade pode ser definida como o grau em que um
instrumento mede aquilo que diz medir.
Não há instrumentos de recolha de dados 100% válidos.
A validade de um instrumento de recolha de dados depende
em muito do estudo piloto, em que se refinam as
caraterísticas da medição.
Uma dos principais requisitos é a simplicidade da
linguagem e da apresentação das questões.
Geralmente: “Menos é mais”!

26 08-04-2024
Fidelidade de um instrumento
A fidelidade de um instrumento tem a ver com a consistência da
medição que ele permite fazer.
Será que o instrumento em causa mede de maneira consistente
aquilo que diz medir?
1. Fidelidade inter-avaliadores: tem a ver com o grau em que
diferentes avaliadores fornecem dados (medidas) ou estimativas
consistentes;
2. Fidelidade teste-reteste: tem a ver com a consistência de uma
medida ao longo do tempo;
3. Fidelidade de formas paralelas: tem a ver com a consistência dos
resultados de dois instrumentos construídos para medir a mesma coisa;
4. Fidelidade relativa à consistência interna: a consistência dos
resultados entre os itens (alfa de Cronbach; split-half).
27 08-04-2024
Como aumentar a fidelidade de uma
recolha de dados?

Assegurar que as questões e a metodologia de recolha de dados é clara;

Usar definições explícitas dos termos: há palavras aparentemente simples, mas que os
nossos respondentes não dominam;

Usar instrumentos já disponíveis e que foram devidamente testados, em vez de


construir instrumentos novos.

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Relação entre validade e fidelidade
1. A fidelidade está diretamente relacionada com a
validade do instrumento;

2. A validade é mais importante do que a fidelidade;

3. Um bom instrumento é aquele que apresenta um


equilíbrio entre a sua validade e fidelidade.

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Construção de um questionário

Alguns considerandos e sugestões


para a elaboração de questões
Aspectos a ter em conta na elaboração das
questões de um questionário

- Esta questão pode ser formulada da forma como é


escrita?

- Esta questão tem o mesmo significado para todas as


pessoas?

- Esta é uma questão a que as pessoas conseguem


responder?

- Estarão todas as pessoas dispostas a responder a esta


questão, atendendo ao tipo de recolha de dados?
Tipos de questões

 1. Questões abertas: de resposta variável, em função das


características dos inquiridos. São mais difíceis de cotar e
são mais passíveis de interpretações incorrectas.

 2. Questões fechadas: de resposta restrita e pré-determinada


pelo investigador. São mais fáceis de cotar e de interpretar
(podem ainda ser dicotómicas ou de escolha múltipla).

Nota: Na sua generalidade, as perguntas fechadas são mais difíceis de


redigir do que as perguntas abertas e exigem maior domínio do assunto
estudado, por parte do investigador.
Sugestões para a construção de “boas
questões” fechadas - I
1. Evitar que a questão seja ambígua.
2. Ser o mais directo possível na colocação da
questão/concentrar a questão no tema.
3. Tornar a questão o mais curta possível.
4. Usar linguagem a que o inquirido esteja habituado.
5. Evitar utilizar termos que possam conduzir ao
enviesamento das respostas
6. Evitar questões reactivas.
7. Evitar duplas negativas.
Sugestões para a construção de “boas questões”
fechadas - II
8. Redigir algumas questões de forma inversa ou
invertida.
9. No caso de querer colocar uma questão mais geral e
outra mais específica juntas, deve começar-se pela mais
geral.
10. Devem misturar-se as questões que abordam
subtemas diferentes dentro da temática geral (que
pertencem a subescalas diferentes).
Exemplos de escalas de resposta
(para utilização nos questionários)

Escala de Likert (Likert, 1932)

Escala de diferencial semântico (Osgood,


1932) (ou escala de adjectivos bipolares)

Checklists (listas de verificação)


Exemplo de uma escala de Likert

Item: “Sou uma pessoa feliz”


 Discordo fortemente 1
 Discordo um pouco 2
 Nem concordo nem discordo 3
 Concordo um pouco 4
 Concordo fortemente 5

Notas: Não devem usar-se os nºs mas sim os


quadradinhos, pois os números podem induzir
respostas.

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Escala de Likert (Likert, 1932)

 Série de graduações, níveis ou valores que descrevem alguma coisa.

 Permite grande flexibilidade: grau de acordo, frequência, etc.

 Afirmação ou questão + Escala de respostas potenciais.

 É muito utilizada.

 Pode integrar itens negativos e positivos.

Ex.: Concordo fortemente / Concordo / Não concordo nem discordo / Discordo / Discordo fortemente
Ex: Fundamental / Muito importante / Importante / Pouco importante / Nada importante
Escala de diferencial semântico (Osgood,
1932)
 Escala de adjetivos bipolares.

 Construídas por sete pontos (ou variações) que emparelham um


adjetivo com o seu oposto.

 Descrevem ou avaliam uma situação particular.

Ex.: Relação professor-aluno


1. Distante _ _ _ _ _ _Próxima
2. Frio _ _ _ _ _ _ Calorosa
3. Imparcial _ _ _ _ _ _Parcial
Checklists (listas de verificação)

 Proporciona-se um certo número de opções e o sujeito deve escolher.

A. Uma das opções:


Exemplo: A disciplina de que eu mais gosto é:
___Matemática
___Inglês
___Português
___Geografia

B. Várias opções:
Exemplo: Indica todos os adjetivos que te caracterizam:
___Inteligente
___Leal
___Generoso
___Barulhento
Outros aspectos a levar em conta
 Importância de um breve estudo piloto do questionário.
 Relevância da existência de subescalas.
 Facilidade de compreensão da escala de resposta (importância da
discriminação das alternativas, no caso de uma escala de resposta
do tipo Likert).
A utilização da alternativa intermédia deve ser considerada
Devem ser tantas as alternativas positivas como as negativas
Não devem usar-se mais de 5 alternativas de resposta
A sequência das alternativas de resposta deve ser sempre a mesma.

 Deve tornar-se o questionário o mais curto possível.


Relevância do estudo piloto

Cognitive debriefing (George, Faan, Pinilla, Abbound, Shea, & Rand, 2013, p. 140)
1. Sentiu dificuldade em compreender alguma destas perguntas?
Quais? Porquê?
2. Sentiu alguma dificuldade em compreender as palavras utilizadas e
o seu significado? Quais? Porquê?
3. Na sua opinião, alguma das perguntas é irrelevante ou inadequada
para a realidade dos casais portugueses? Quais? Porquê?
4. Na sua opinião todas as perguntas fazem sentido? Quais não?
Porquê?
5. Há alguma pergunta que pense que deveria ser acrescentada acerca
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dos temas abordados por este conjunto de perguntas? Qual? 08-04-2024
Problemas que podem surgir na
obtenção de respostas (Borg & Gall, 1985)
-Aquiescência : tendência para estar sempre
de acordo.
-Efeito da resposta
- 1. Predisposições de quem responde;
- 2. Predisposições de quem recolhe os dados;
- 3. Procedimentos na condução do estudo.

42 08-04-2024
Problemas na recolha de dados:
Predisposições de quem responde
Quem responde mostra-se hostil ou suspeita das reais
intenções de quem recolhe os dados;
Quem responde mostra-se indiferente ou não está
motivado para cooperar;
Quem responde não tem a informação de que o
investigador anda à procura;
Quem responde pretende agradar ao
inquiridor/entrevistador ou ser aceite por ele;
Quem responde quer apresentar-se de maneira
favorável e socialmente aprovada.

43 08-04-2024
Problemas na recolha de dados:
Predisposições de quem recolhe os dados
Quem recolhe os dados sente-se desconfortável com a
pessoa que está à sua frente;
Quem recolhe os dados sente-se pouco à vontade com
o ambiente à sua volta;
Quem recolhe os dados usa as suas opiniões para
influenciar as respostas de quem ouve;
Quem recolhe os dados não consegue estabelecer uma
relação com o respondente;
Quem recolhe os dados tem expetativas estereotipadas
(sobre conhecimentos e competências) baseadas na
aparência dos respondentes.
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Problemas na recolha de dados:
Procedimentos na condução do estudo.
Ligados ao modo como o estudo é explicado a quem
responde;
Ligados aos métodos usados para ganhar a confiança e
cooperação dos respondentes;
Ligados à duração da recolha de dados;
Ligados às caraterísticas do local onde os dados são
recolhidos;
Ligados à presença de outras pessoas durante a recolha
de dados.

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Questões éticas na recolha de dados

Direitos de
quem participa
numa
investigação
científica

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Direitos fundamentais dos participantes numa investigação
 1. Direito à privacidade ou não participação
Qualquer pessoa tem direito a guardar para si informações que não quer tornar públicas.
Além disso, quem faz investigação só deverá recolher dados que sejam estritamente
necessários para o estudo em causa, não colocando perguntas desnecessárias ou mesmo
intrusivas da liberdade individual do/a participante.

 2. Direito de permanecer anónimo


Qualquer pessoa tem direito a não querer ser identificado na sequência da sua participação
numa dada pesquisa.

 3. Direito à confidencialidade
As informações obtidas no âmbito de uma dada investigação não devem ser usadas e
divulgadas para outros fins, nem deverá haver a identificação das fontes. Além disso, o/a
participante deverá saber desde o início quem irá ter acesso aos dados recolhidos (ex: uma
equipa de investigação; um/a tarefeiro/a, o/a orientador/a científico/a do projecto de
investigação, etc.)

 4. Direito de esperar responsabilidade por parte do investigador


Qualquer pessoa que aceita participar num dado estudo fá-lo com a convicção de que os
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compromissos assumidos previamente entre ambas as partes (participante e investigador/a)
Consentimento informado
 Para dar o seu consentimento o/a participante deve:

Ter capacidade de o fazer


 No caso de participantes menores de idade, de pessoas adultas com doenças incapacitantes do foro psicológico, com
deficiências mentais ou ainda com privação da liberdade (ex: pessoas detidas em estabelecimentos prisionais), a
autorização para a sua participação numa investigação deverá ser obtida junto de quem tem a sua tutela .

 Dispor de toda a informação necessária à tomada de decisão


 Quem participa numa investigação tem o direito de saber exactamente o que lhe está a ser pedido. A omissão de alguma
informação ou mesmo o “mascarar” de possíveis instruções são aspectos que violam claramente os direitos éticos do/a
participante.

 Voluntariedade
 A participação verdadeiramente voluntária dos sujeitos numa dada pesquisa é uma mais-valia para a credibilidade do
conhecimento produzido. Ninguém deve ser pago para correr riscos superiores aos que correria no dia-a-dia e a questão
do pagamento (simbólico ou em dinheiro efectivo) aos participantes é uma questão controversa na comunidade
científica. Não terão os participantes a quem se paga para fornecerem dados uma motivação acrescida? Não constituirá
esta motivação acrescida uma fonte de erro para os resultados?

 Nota: A assinatura de um termo de consentimento informado pressupõe que a pessoa que participa na
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investigação tem capacidade para decidir fazê-lo, dispõe de toda a informação de que necessita para tomar essa

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