Bipedismo. Porquê?

A teoria de savana (Dart, 1925? ou “The East Side Story”).

• Bipedismo como consequência da deslocação para áreas menos
arborizadas (recursos, competição com outros mamíferos, etc).
• Postura erecta é vantajosa na localização de predadores
(aumenta o campo de visão e é intimidante).
• Postura erecta reduz a exposição aos raios solares (e afasta o
crânio do solo).
• Mãos libertas podem colectar e transportar alimentos e crias,
pedras para fabricar utensílios e gesticular mais..
• Eficiente em marchas de longas distâncias?

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Body Surface and Solar Radiation.
Humankind Emerging, 7th ed., p. 268
Feedback Positivo
 Bipedismo. Porquê?
• Teoria de savana….. Problemas.

• Plantas fossilisadas encontradas em locais de distribuição de

Australopitecíneos não são de savana.
•Bonobos (que vivem em floresta) são provavelmente mais
semelhantes aos humanos do que os chimpanzés, que usam habitats
mais abertos.

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Interessa conhecer as situações que levam os hominóides a adoptar
ocasionalmente a posição bípede.
Problemas associados ao bipedismo
• Custo metabólico.
• Artrose e fracturas
• Equilíbrio entre bipedismo e nascimento.
• Parto com rotação da cabeça do feto.
• Sincronia entre aparelhos respiratório e
locomotor.
O custo metabólico do bipedismo

• Poderia ser muito elevado sem a

possibilidade de armazenagem de energia.
 Bipedismo/parto
• Humanos têm bebés muito grandes.
• A largura do canal de parto aumenta à medida que
também aumenta a largura da pélvis.
• Contudo, uma pélvis larga conduz a um maior esforço para
a manter em verticalidade durante a locomoção…
• …emaior rotação ao nível da pélvis para que os pés se
mantenham alinhados com a linha do trajecto a percorrer.
Soluções
• Grupos sociais que protegem fêmeas grávidas e assistem o
parto.
• Flexibilidade da sinfíse púbica.
 O aparecimento do género Homo

• Os primeiros fósseis vêm dos mesmos locais de Australopitecíneos

• 2.4 a 1.8 mya
• Homo habilis significa “homem habilidoso”
• Actualmente há quase consenso sobre a existência de 2 espécies de Homo a
viver ao mesmo tempo, há 2 mya
 6 ESPÉCIES no GÉNERO HOMO

1. Homo habilis
2. Homo ergaster
3. Homo erectus
4. Homo antecessor (Homo sapiens “arcaico”)
5. Homo heidelbergensis (Homo sapiens “arcaico”)
6. Homo neanderthalensis
 1. Homo habilis
• 2.3-1.5 mya

• África Oriental (Quénia, Tanzania, Etiópia) e

sudeste africano

• Aumento do volume cerebral (680-800 cc)

• Utensílios
Homo rudolfensis/Homo habilis (Australopithecus habilis?)

• 2.3-1.6 mya.
Sobrepôe-se aos
Australopithecus
• Corpo semelhante aos
símios.
• Provável fabricante de
utensílios.

Homo habilis (OH 24)

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 2. Homo ergaster

• 1.8-1.6 mya

• Lago Turkana, Quenia

• Aumento do volume cerebral (800-880 cc)

• Crânio mais grácil com ossos faciais menores (do

que Homo erectus)
Homo ergaster
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Modo 2 ou indústria lítica acheulense

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O rapaz de Nariokotome (Lago
Turkana)

• 90% do esqueleto de
adolescente macho,
descoberto no meio da
década de 1980
•1.6 mya, esqueleto
muito moderno,
semelhante ao dos
humanos modernos
Lago Turkana (Quénia)
 Homo ergaster
• ‘Work man’ (1976).
• Maior dimensão do
que os hominíneos
anteriores
(populações de
savana).
• Anteriormente
designados por H.
erectus,
nomenclatura
actualmente
reservada aos fósseis
este-asiáticos. ‘Nariokotome Boy’
KNM-WT 15000
LagoTurkana
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 3. Homo erectus
• 1894 em Java por Dubois (Pithecanthropus
erectus)

• 1.8 mya – 33,000 ya

• Primeiro hominíneo a sair de África ? África,

Geórgia, China, Java, Italia (?), etc.

• Aumento cerebral de 50% (900-1600 cc)

• Fogo, roupas (?), abrigos, cozinha

Domesticação do fogo
• 1,2 Ma Swartkrans?
• Há 300 ma controlado em todo Velho Mundo
• Aquecimento
• Defesa
• Prolongamento da duração do dia
• Locais de pernoita
• Cozinhar alimentos
• Sonhar…
Aspectos culturais

Modo 2 ou (Acheulense)-biface em todo Velho Mundo, excepto SE Asiático

Primeiros acampamentos (home bases) na Garganta do Olduvai

Caça
• 1º passo: interacção segura com o fogo. Jill Pruetz (Iowa State University)
investigou chimps África Ocidental. A afarensis faria o mesmo? • 2º passo: controlo
do fogo • 3º passo: produção do fogo

• Roc de Marsal e Pech de l’Azé ocupação Neandertal 100 a 40 000: níveis entre 70
a 40 000 (os mais frios) sem vestígios de fogo, estariam na 2ª fase? Como
sobreviveriam? Não há indícios de agulha (vestimentas rudes?). Teriam mais
pilosidade?
 Homo sapiens arcaicos

• Hominíneos com cérebros maiores Formas arcaicas africanas

e características cranianas mais

modernas do que os “clássicos” H.
erectus
• Recentemente divididos em Homo
antecessor e heidelbergensis Kabwe, Zambia Bodo, Ethiopia

• Taxonomia problemática: alguns Formas arcaicas europeias

fósseis podem ser de H. erectus,

outros poderiam ser antepassados
dos Neandertais ou formas de H.
sapiens pré-modernas
Arago, France Petroloma, Greece
 4. Homo antecessor
• 780,000 ya

• Gran Dolina, Burgos, Espanha (mais antigo fóssil

humano europeu)

• Aumento do volume cerebral (1000 cc)

• Antepassado directo de H. heidelbergensis e H.

neanderthalensis (?)
Gran Dolina,
Atapuerca,
Burgos,
Espanha
Homo antecessor
Gran Dolina, Espanha
Reconstrução do “Rapaz de Gran Dolina”
Lascas de Gran Dolina
Os utensílios encontrados com os fósseis de Gran Dolina incluem
lascas simples e cortantes. As marcas de corte deixadas nos
ossos humanos indicam que estes seriam descarnados depois da
morte, possível evidência de canibalismo.
 5. Homo heidelbergensis
• 130,000 ya – 700,000 ya

• Alemanha, China, Etiópia, Grécia, Hungria, Zambia,

etc.

• Aumento do volume cerebral (1000-1400 cc)

• Utensílios complexos
Sima de los Huesos
•Numa gruta perto de Gran
Dolina, existe um dos mais
extraordinários locais
fossilíferos, a Sima de los
Huesos.
•Esta chaminé está repleta
de fósseis de ursos, leões,
raposas, lobos e
hominíneos da espécie
Homo heidelbergensis.
•Data de aproximadamente
400 000 anos.

AMNH
“Sima de los Huesos”

Ursus spelaeus
“Urso das Cavernas”
Sima de los Huesos
Homo heidelbergensis
•Estatura
elevada.
•Tal como os
Neandertais,
eram
robustos.
•Muitos dos
indivíduos
apresentavam
sinais de
violência e
doença.
•Desgaste severo da
dentição anterior em
Sima de los Huesos
sugere que estes
hominíneos os
utilizariam para
segurar objectos ou
peles enquanto os
trabalhavam.
Depositando os seus mortos?
•Especula-se sobre se estes
hominíneos transportaram e
atiraram os seus mortos para a
Sima de los Huesos.
•Contudo não há evidências de
um ritual associado à presença
dos vários indivíduos na Sima.
•Os Neandertais, há cerca de 100
000 anos foram os primeiros a
manifestar um comportamento
fúnebre ritualizado.
 6. Homo neanderthalensis

• Gibraltar, 1848, Vale de Neander na Alemanha,

1856
• 28,000 ya – 225,000 ya
• Bélgica, Croácia, Alemanha, França, Iraque, Israel,
Itália, Espanha
• Aumento do volume cerebral (1200-1700 cc)
• Utensílios complexos, caça de animais de grande
porte, enterramento dos mortos, cuidados sociais,
ínicio da linguagem?
Características cranianas dos Neandertais
O osso hióide, importante na
linguagem articulada é muito
semelhante ao moderno
Neanderthal vs. Humanos Modernos
Linguagem:
Cavidade oral (forma e dimensões)
Níveis cognitivos que possibilitem pensamento simbólico.
Posição do aparelho fonador (hióide incluído)
Gene FOXP2 (2 mutações na linhagem humana)

Os ratos transgénicos mudaram de muitas maneiras intrigantes. A frequência

de seus guinchos ultra-sónicos alterou-se. Tornaram-se mais cautelosos na
exploração de novos lugares. Muitas das alterações mais interessantes
aconteceram no cérebro, sobretudo no corpo estriado.
O corpo estriado faz parte de um circuito que nos permite aprender a fazer
coisas novas, e, em seguida, permite transformar o que aprendemos em
hábitos automáticos. A versão humana do FOXP2 faz os neurónios no c.
estriado (um dos núcleos de base, entrada principal do sistema de gânglios
basais, ligando-os ao córtex cerebral) do rato construir mais ramos e que estes
se tornem longos.
Das 2 mutações ocorridas no FOXP2 na linhagem humana, apenas uma
conduz a diferenças no comportamento do estriado. Então, por agora, a
hipótese Paabo é que uma única mutação no FOXP2 seja responsável por
novas conexões nos circuitos de aprendizagem no cérebro de hominídeos há
mais de 800.000 anos atrás.