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Castela Romeu Ibo

Dulce João Mapanje


Hamida da Felicidade Selemane Amade
João Daniel
Rahia Charmeque
Ruben de Laura Tiorenço João de Araújo

Fidedignidade de testes psicológicos

(Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações)

Universidade Rovuma

Nampula

2022
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Castela Romeu Ibo


Dulce João Mapanje
Hamida da Felicidade Selemane Amade
João Daniel
Rahia Charmeque
Ruben de Laura Tiorenço João de Araújo

Fidedignidade de testes psicológicos

3º Grupo

Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue na


Faculdade de Educação e Psicologia, leccionado
pelo Prof. Doutor Mussa Abacar, na Cadeira de
Psicometria, 2º ano, Laboral

Nampula

2022
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Índice
CAPITULO I .................................................................................................................... 3

1.Introdução ...................................................................................................................... 3

1.1.Método de pesquisa .................................................................................................... 3

1.2.Objetivos..................................................................................................................... 3

1.2.1.Objectivo geral ........................................................................................................ 3

1.2.2.Objectivos específicos ............................................................................................. 3

CAPITULO II: CONFIABILIDADE OU FIDEDIGNIDADE ........................................ 4

2.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 4

2.1.Psicometria ................................................................................................................. 4

2.2.Confiabilidade ou fidedignidade ................................................................................ 5

2.3.Relatividade da fidedignidade .................................................................................... 6

2.2.1.Estimação de Fidedignidade .................................................................................... 7

CAPITULO III ............................................................................................................... 10

3.Conclusão .................................................................................................................... 10

3.1.Referência bibliográficas .......................................................................................... 11


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CAPITULO I
1. Introdução
A presente pesquisa de caráter avaliativo da cadeira de Psicometria. Tem como base de
investigação o seguinte tema: Fidedignidade dos testes psicológicos. A fidedignidade ou
precisão de um teste diz respeito à característica que ele deve possuir, a saber, a de medir sem
erros, daí os nomes de precisão, confiabilidade ou fidedignidade.

Quando usada no contexto dos testes e medidas, a fidedignidade se baseia na consistência e


precisão dos resultados do processo de mensuração. Enquanto a fidedignidade na mensuração
implica consistência e precisão, a falta de fidedignidade implica inconsistência e imprecisão,
ambas resultam de mensuração. No contexto da testagem, um erro de mensuração pode ser
definido como qualquer flutuação nos escores resultante de fatores relacionados aos processos
de mensuração que são irrelevantes ao que está sendo medido. A fidedignidade, por tanto, é a
qualidade dos escores resultantes de fatores relacionados suficientemente consistentes e livres
de erros de mensuração.

1.1.Método de pesquisa
Para a realização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico que consistiu no uso
de obras e artigos publicados na Internet.

1.2.Objetivos
1.2.1. Objectivo geral
 Dar a conhecer os diversos aspectos em torno das propriedades psicométricas, mais
especificamente a confiabilidade ou fidedignidade.

1.2.2. Objectivos específicos


 Identificar e descrever os conceitos de fidedignidade;
 Identificar e descrever os tipos e estimativas da fidedignidade;

 Descrever os procedimentos utilizados para a confiabilidade ou fidedignidade dos


testes psicológicos.
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CAPITULO II: CONFIABILIDADE OU FIDEDIGNIDADE


2. Revisão de Literatura

2.1. Psicometria
A Psicometria é o campo da Psicologia que busca analisar as características matemáticas
constantes dos dados empíricos. A intersecção com as Ciências Estatísticas é típica dos
estudos em Psicometria. Os indicadores gerados por diversas funções matemáticas podem
revelar informações relevantes sobre os dados obtidos. O objectivo final da Psicometria é a
busca do invariante, isto é, elementos característicos de uma variável psicológica que não
mudam de sujeito para sujeito. Destarte, é universal.

Erthal (2001) afirma que a Psicometria é um grupo de técnicas que viabiliza a


quantificação de fenómenos psíquicos. Medir consiste na atribuição de magnitudes através de
valores numéricos a um objecto ou classe de objectos. Dessa forma, a medida apresenta
características de quantificação, unidades relativamente constantes e um ponto de referência
como marco inicial da medida.

Na física, o zero absoluto é usado como referência da medida – por exemplo, 0 Kelvin
da temperatura (zero absoluto) ou 0 m/s da velocidade (estado físico de ausência de
movimento). Na Psicologia, inteligência, emoção ou aptidão não possuem um ponto de zero
absoluto. Logo, a solução dos pesquisadores foi atribuir um ponto de referência arbitrário,
como as medidas de tendência central moda, média e mediana (Erthal, 2001).

Uma vez definido um ponto de referência e um modo de mensurar um traço


psicológico, precisamos compreender o conceito de variabilidade e erro. Segundo Erthal
(2001), toda medida, por mais cuidado que se tenha ao extraí-la, tem inúmeros factores que a
influenciam e alteram seus resultados, tornando-a menos confiável. Por essa razão, um
instrumento proporciona resultados individuais diversos. A tal diversidade dá-se o nome de
variabilidade.

Uma parte dessas variações é devida às características da própria medida. Mas outra
importante parcela deve-se a erros cometidos ao longo do processo de mensuração. Por essa
razão, erros da observação, erros do instrumento ou erros devidos à falta de uniformidade na
mensuração são falhas que precisam ser conhecidas pelo pesquisador a fim de diminuí-las ou
extingui-las (Erthal, 2001).
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2.2. Confiabilidade ou fidedignidade


O termo fidedignidade se refere à capacidade que um teste tem de ser replicado aos
mesmos indivíduos, em momentos diferentes, e produzir resultados idênticos (Pasquali,
2008). Em outras palavras, um instrumento é fidedigno se ele mensura o traço latente em
questão de forma consistente.

A falta de fidedignidade das medidas pode representar um grande problema, de maneira


que se deve em primeiro lugar construir testes que sejam os mais fidedignos possíveis, tendo
em mente que nenhum teste será absolutamente consistente.

De acordo com Contandriopoulos et al. (1999, p. 80), “A confiabilidade de um


instrumento de medida é a sua capacidade em reproduzir um resultado de forma consistente
no tempo e no espaço, ou com observadores diferentes quando for utilizado correctamente.”.

Em se tratando de aplicações em seres humanos, trata-se da capacidade como um


instrumento de avaliação capaz de mostrar que indivíduos estáveis apresentem resultados
semelhantes em administrações repetidas do mesmo instrumento, sendo o mesmo reaplicado
após um determinado período de tempo (BELASCO; SESSO, 2006).

Em termos práticos, a apreciação da confiabilidade reside na repetição da medida e na


comparação dos resultados obtidos. Objectos de observação muito estáveis devem produzir
medições similares em diferentes observações. Fenómenos transitórios podem produzir
resultados com variação entre uma medida e outra, sem que isto se deva ao instrumento de
medida. Com efeito, um instrumento distorcido de forma sistemática (sem ser ao acaso) pode
ser perfeitamente confiável, apesar da falta de validade.

Para Contandriopoulos et al. (1999, p. 80), existem três abordagens principais para avaliar a
confiabilidade de um instrumento:

i. A comparação dos resultados obtidos pela utilização de um mesmo instrumento, em


diferentes momentos, para avaliar sua estabilidade;
ii. Apreciação da equivalência dos resultados obtidos, quando um mesmo fenómeno é
medido por vários observadores ao mesmo tempo;
iii. Quando um instrumento é composto por vários itens ou indicadores, sua
confiabilidade pode ser apreciada medindo a homogeneidade de seus componentes.
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A escolha dos testes estatísticos utilizados para medir a confiabilidade de um instrumento


depende do método de validação previsto e do tipo de dados produzido pela variável medida
pelo instrumento (contínua, ordinal ou nominal). Sendo uma característica independente da
questão de pesquisa, apesar de poder variar em função das populações estudadas.

Um importante ponto para avaliar a consistência de escores é fazer distinção entre erros
sistemáticos e erros não sistemáticos. O erro sistemático é aquele que, independente da
característica que está sendo mensurada, faz com que o escore do teste de um indivíduo seja
sistematicamente acima ou abaixo do valor verdadeiro. Já o erro não sistemático é aquele que
não tem um padrão, sendo esse o erro levado em consideração na fidedignidade de escores
(Hogan, 2006).

Supondo a não ocorrência do erro sistemático, o cálculo da fidedignidade da medida


depende da variabilidade nos resultados provocada pelos erros não sistemáticos. Quanto
maior a variância verdadeira dos escores e menor a variância desses erros, mais fidedigno é o
instrumento (Pasquali, 1996).

2.3.Relatividade da fidedignidade
Embora a pratica de descrever os testes como fidedignidade seja comum, o fato é que a
qualidade da fidedignidade, caso exista, pertence não aos testes, mas aos escores deles
obtidos. Esta distinção é enfatizada consistentemente pela maioria dos autores que contribuem
para literatura sobre a fidedignidade. Se um teste for descrito como fidedigno, sugere-se que a
sua confiabilidade foi estabelecida permanentemente, em todos os aspectos, para todos os
usos e com todos os usuários.

Além disso, mesmo aplicada aos escores de teste, a qualidade da fidedignidade é relativa. O
escore que uma pessoa obtém em um teste não é fidedigno num sentido absoluto, mas pode
ser mais sou menos confiável devido a fatores pertinentes unicamente ao testando (p.ex.
fadiga, falta de motivação, influência de drogas, etc.) ou em condições da situação de
testagem (p.ex. presença de ruídos que causam distração, a personalidade do examinador, a
rigidez com que o limite de tempo é observado, etc.). Todos estes fatores podem afetar
individual ou conjuntamente o escore obtido em maior ou menor grau, até mesmo ao ponto
dos escores se tornarem tão pouco confiáveis que precisem ser descartados. Embora não
tenham relação com o teste em si, todas estas questões precisam ser levadas em consideração
no processo de avaliação.
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2.3.1. Estimação de Fidedignidade


Em geral, a informação sobre fidedignidade é fornecida na forma de coeficientes de
fidedignidade, através de correlações entre distribuições dos escores obtidos em testes.
Sabendo-se que “variância verdadeira” é um conceito hipotético, pois é inviável aplicar um
teste inúmeras vezes para um mesmo indivíduo, estima-se a fidedignidade, ao invés de
calculá-la.

 Método de teste-reteste
Esse método de mensuração repetida se resume a aplicar o mesmo teste, aos mesmos
indivíduos, em momentos distintos. Nesse caso, o coeficiente de fidedignidade é a correlação
(usualmente a correlação de Pearson) entre os escores obtidos nos dois testes. Para Hogan
(2006), é necessário um cuidado ao se determinar o intervalo entre uma aplicação e outra,
pois, se o período for muito extenso, a correlação entre os teste pode ser afectada por
mudanças reais do traço estudado e não pela variação do coeficiente de fidedignidade em si.
Ao passo que se o período for muito curto, as respostas da primeira aplicação do teste tendem
a influenciar o indivíduo ao responder a segunda, visando a fidedignidade estimada. Outro
problema se dá pelo fato de que os respondentes podem não estar dispostos a responderem o
mesmo instrumento duas vezes.

 Método de testes paralelos


Também conhecido como método de forma alternada ou de forma equivalente, o método de
testes paralelos requer que os sujeitos respondam duas formas semelhantes quanto ao número
de questões, especificidade do conteúdo e dificuldade dos itens de um teste. A maior
vantagem em relação ao método anterior é que o indivíduo não faz exactamente o mesmo
teste, o que diminui os efeitos causados pelo “treinamento”, ao passo que a maior
desvantagem é que usualmente testes não possuem formas alternadas, já que a elaboração de
uma única versão já é suficientemente complicada e dispendiosa. De forma similar ao método
teste-reteste, a correlação entre as duas distribuições de escores constitui o coeficiente de
fidedignidade do método de testes paralelos.

 Duas metades
Nesse método de consistência interna, um teste é dividido em duas metades, onde cada
metade é uma forma alternada do teste, sendo fundamental que as duas metades emparelhem
itens homogéneos: verbal com verbal, numérico com numérico etc. (Pasquali 1996).
Usualmente, uma metade é constituída pelos itens de números pares e a outra pelos itens de
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números ímpares. Calcula-se então a correlação entre os escores das duas metades a fim de se
obter a fidedignidade, porém, segundo Hogan (2006), faz-se necessário uma correcção, dado
que a correlação entre as duas metades do teste não fornece a fidedignidade de todo o teste,
mas sim um coeficiente que tem metade daquele que interessa. Por exemplo: num teste de 200
itens, a correlação se basearia somente em 100. Como o número de itens afecta o coeficiente
de correlação, corrige-se esse coeficiente para que ele considere todo o teste. Esta correcção é
feita através da fórmula de Spearman-Brown dada por:

𝒏𝒓𝒐
𝒓𝒄 =
𝟏 + (𝒏 − 𝟏)𝒓𝒐

Onde
N – é o factor pelo qual o tamanho do teste é alterado;
𝒓𝒐 é a correlação sem a correcção.

 Coeficiente Alfa de Cronbach


Assim como o método de duas metades, o Alpha de Crombach não faz uso de repetições,
evitando totalmente a questão da constância temporal. Esse método visa verificar a
homogeneidade da amostra de itens do teste, ou seja, a consistência interna do teste (Pasquali,
1996). É o coeficiente mais conhecido e utilizado na literatura, dado por:

Ou também pela expressão

Onde k é o número de questões no teste, Sx o desvio padrão dos escores do teste e Si o desvio
padrão dos escores da questão i.
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 Método de precisão entre avaliadores


Consiste em solicitar a avaliação de dois ou mais avaliadores diferentes ao mesmo método
respondido pelo mesmo indivíduo, estabelecendo-se uma correlação entre os resultados dos
avaliadores. Esse método está sujeito à fonte de erro relacionada à subjectividade do
avaliador. Quando os testes dependem em grande parte do julgamento do avaliador, como é o
caso das técnicas projectivas, os resultados para o mesmo teste aplicado na mesma pessoa
podem ser diferentes, pois nessa avaliação está embutida a subjectividade e a interpretação
pessoal do avaliador.
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CAPITULO III
3. Conclusão
Chegada a parte final desta pesquisa, é de repisar que o tema aqui abordado é de grande
relevância para cadeira de Psicometria. A elaboração deste trabalho foi muito interessante
pois dotou-nos de vários conhecimentos em relação aos temas abordados no trabalho.

Portanto no final desta pesquisa, é de destacar que o termo fidedignidade sugere


confiabilidade. Quando decisões de qualquer tipo devem ser tomadas, no todo ou em
parte, com base em escores de testes, seus usuários precisam ter certeza de que estes
escores são razoavelmente confiáveis.

Em geral, a informação sobre fidedignidade é fornecida na forma de coeficientes de


fidedignidade, através de correlações entre distribuições dos escores obtidos em testes.
Sabendo-se que “variância verdadeira” é um conceito hipotético, pois é inviável aplicar
um teste inúmeras vezes para um mesmo indivíduo, estima-se a fidedignidade, ao invés de
calculá-la.
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3.1.Referência bibliográficas
PASQUALI, L. (2007). Validade dos Testes Psicológicos: Será Possível Reencontrar o
Caminho? Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23, 099-107.

ERTHAL, Tereza Cristina. Manual de psicometria. 8a ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

HAIR Jr., Joseph F.; ANDERSON, Rolph E.; TA THAM, Ronald L.; BLACK, William C.
Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2005a.

HARMAN, H.H. Modern factor analysis. Chicago: The University Chicago Press, 1976.

URBINA, Susana. Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre:Artmed, 2007.

AMBIEL, R.A.M et al. Avaliação psicologica. São Paulo: Casa do Psicologo, 2007.

SAMPIERI, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (2006). Metodologia de Pesquisa. São
Paulo: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda.

GOHEN, R.J.; M.E; STURMAN, E.D. Testagem psicologica, Introdução a testes e medidas.
8ª ed. Porto Alegre, 2014.

CRONBACH, L. J. (1996). Fundamentos da Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artes


Médicas.

HOGAN, T. E (2006). Introdução à prática de testes psicológicos. Rio de Janeiro: LTC.

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