Você está na página 1de 14

1

Saíde Waite

RESUMO DE TODAS AS AULAS DE T.T. I

(Licenciatura em psicologia Educacional)

Universidade Rovuma

Extensao de Lichinga

2023
2

Saíde Waite

RESUMO DE TODAS AS AULAS DE T. T. I

O presente trabalho da cadeira de Temas


Transversais I, a ser entregue no
departamento de psicologia com fins
avaliativos, sob orientação da docente:
Essinate Natal.

Universidade Rovuma

Extensao de Lichinga

2023
3

Índice
Introdução ................................................................................................................................. 4
Objetivos Gerais: ....................................................................................................................... 4
Objetivos Específicos: ................................................................................................................ 4
Equidade e igualdade de gênero ............................................................................................... 5
Igualdade de gênero.................................................................................................................. 5
União Europeia .......................................................................................................................... 5
Organização das Nações Unidas ............................................................................................... 5
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico ............................................... 5
Factos da desigualdade ............................................................................................................. 5
Equidade de genero .................................................................................................................. 6
Os direcionadores estratégicos dessa frente são: .................................................................... 6
ONU Mulheres........................................................................................................................... 6
Política de Apoio a Mulheres em Situação de Violência ........................................................... 6
Programa de Orientação Pessoal .............................................................................................. 6
Walk-in das Clínicas Einstein ..................................................................................................... 6
Clínicas Einstein ......................................................................................................................... 7
Benefícios .................................................................................................................................. 7
Movimentos Feministas ............................................................................................................ 7
Início do Feminismo .................................................................................................................. 7
Feminismo no Brasil .................................................................................................................. 8
Século XXI .................................................................................................................................. 8
Pró-feminismo ........................................................................................................................... 8
Violência com base no género .................................................................................................. 8
Protocolo ................................................................................................................................... 9
Estratégia e Quadro de Acção da SADC para Combater a Violência Baseada no Género ........ 9
Tráfico de Seres Humanos....................................................................................................... 10
Educação de qualidade para as meninas ................................................................................ 10
Impacto da educação das meninas no comportamento reprodutivo .................................... 10
Ações que contribuem para manter as meninas na escola .................................................... 11
Organização que protegem as Mulheres ................................................................................ 11
Save The Children .................................................................................................................... 11
AMI – Assistência Médica Internacional ................................................................................. 12
Conclusão ................................................................................................................................ 13
Referências .............................................................................................................................. 14
4

Introdução
A busca pela equidade de gênero tem sido um dos desafios mais prementes e
significativos em nossa sociedade contemporânea. A equidade de gênero refere-se à
igualdade de oportunidades, direitos e responsabilidades entre pessoas de diferentes
gêneros, com a eliminação de discriminação e preconceitos de gênero. É um princípio
fundamental dos direitos humanos que visa garantir que todas as pessoas,
independentemente de seu gênero, tenham as mesmas chances de desenvolver seus
potenciais e contribuir para a sociedade de maneira plena e igualitária.

Embora tenham ocorrido avanços notáveis nas últimas décadas em direção à equidade
de gênero, desafios persistentes e desigualdades ainda permeiam muitos aspectos de
nossa vida cotidiana. Essas desigualdades afetam não apenas as mulheres, mas também
os homens, afetando a todos em diferentes graus e dimensões. Portanto, a equidade de
gênero não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma necessidade para o
desenvolvimento sustentável e a construção de sociedades mais inclusivas e igualitárias.

Nesta exploração do tema da equidade de gênero, examinaremos os desafios, as


conquistas e os caminhos a seguir em direção a uma sociedade onde a igualdade de
gênero seja uma realidade palpável. Vamos analisar como a equidade de gênero afeta
diversos aspectos da vida, desde a educação e o trabalho até a política e a cultura,
destacando a importância de continuar trabalhando juntos para superar obstáculos e
criar um mundo mais equitativo para todos.

Objetivos Gerais:
 Reduzir as disparidades de gênero, particularmente no acesso a oportunidades
econômicas e educacionais.

Objetivos Específicos:
 Garantir serviços de saúde sexual e reprodutivas acessíveis e seguros para todas
as pessoas, independentemente do gênero.
 Apoiar políticas e legislação que promovam a igualdade de gênero e protejam os
direitos das mulheres.
 Desenvolver estratégias para envolver homens e meninos na promoção da
igualdade de gênero.
5

Equidade e igualdade de gênero

Igualdade de gênero
Igualdade de género significa dar igual visibilidade, poder e participação de homens e
mulheres em todas as esferas da vida privada e/ou pública (Guia de Auto Avaliação da
Igualdade de Género nas Empresas, 2008).

União Europeia
Programa de Ação sobre a Igualdade das Raparigas e dos Rapazes em Educação,
Resolução dos Ministros da Educação (1985), considerando: “(…) que os
estabelecimentos de ensino são um lugar privilegiado para realizar uma ação eficaz em
da igualdade de oportunidades entre raparigas e rapazes (…) e que a educação (…)
deveria, desde logo, favorecer a eliminação dos estereótipos (…) que persistem nos
manuais escolares, no conjunto dos materiais pedagógicos em geral, (…) criar
estruturas, ou utilizar as existentes em matéria de igualdade de oportunidades entre
raparigas e rapazes, com vista a estabelecer critérios e a elaborar recomendações que
visem a eliminação dos estereótipos nos livros escolares e em qualquer outro material
pedagógico e didático, associando todos os implicados no processo (editores,
professores, entidades publicas, associações de pais); (…) encorajar a substituição
progressiva do material que contém estereótipos, por material não sexista”.

Organização das Nações Unidas


Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adaptada pela ONU (1948): “Todos os
Seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamadas presente
Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua,
de religião de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção
fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da
naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo
ou sujeito a alguma limitação de soberania” Art.º 2º.

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico


“A igualdade de género acelera o crescimento, reduz a pobreza, melhora a governação e
favorece o respeito pelos direitos fundamentais” OCDE.

Factos da desigualdade
 A violência doméstica afeta, sobretudo as mulheres.
 Os salários para as mesmas funções são mais elevados para homens do que para
mulheres.
 As mulheres contribuem para a economia através de trabalho remunerado, mas
também através de trabalho não remunerado realizado em casa, mas as tarefas
domésticas são simbolicamente desvalorizadas.
 As mulheres e raparigas estão sujeitas a estereótipos sociais mais prejudiciais
face aqueles que se associam aos homens.
6

 As desordens alimentares, como a anorexia e bulimia, afetam mais raparigas que


rapazes. A obsessão com o corpo e a pressão dos media afeta muito mais as
raparigas.
 A pobreza é feminina!

Equidade de genero
A equidade de gênero busca eliminar qualquer discriminação, opressão, injustiça e
desigualdade (social, econômica ou política), neste caso, contra a mulher. Isso ocorre a
partir da equidade, isto é, o reconhecimento das necessidades e características de cada
gênero, legitimando as diferenças para, aí sim, proporcionar oportunidades, tratamento e
direitos igualitários para ambos os gêneros.

Os direcionadores estratégicos dessa frente são:


 Proteção à parentalidade
 Revisão de políticas e benefícios
 Tratamento de homens e mulheres de forma justa no trabalho

ONU Mulheres
Em 2016, o Einstein aderiu aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, elaborados
pelo Pacto Global das Nações Unidas e a ONU (Organização das Nações Unidas)
Mulheres, que propõem diretrizes para o meio empresarial sobre como delegar poder às
mulheres tanto no ambiente e no mercado de trabalho, como na comunidade.
Estabelecer a liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível, e
tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os
direitos humanos e a não discriminação, estão entre os princípios.

Política de Apoio a Mulheres em Situação de Violência


Buscamos proporcionar acolhimento e atendimento a todas as colaboradoras vítimas de
violência, com acompanhamento total do antigo Comitê Mulheres, que hoje faz parte da
frente Equidade de Gênero. Disponibilizamos uma cartilha com informações sobre os
tipos de violências e como identificá-las, os serviços de apoio, que contemplam ajuda
profissional para amparar, cuidar da saúde e propor ações de prevenção, além dos canais
de denúncia oferecidos para as colaboradoras e seus (uas) dependentes. Tudo é tratado
de forma confidencial. Conheça alguns serviços:

Programa de Orientação Pessoal


Com atendimento 24 horas, todos os dias da semana, oferece apoio às colaboradoras e
seus dependentes, incluindo estagiárias (os) e aprendizes, em situações que envolvem
problemas pessoais e profissionais.

Walk-in das Clínicas Einstein


Pronto atendimento sem a necessidade de agendamento oferecido para casos de baixa
complexidade disponível em nossas clínicas.
7

Clínicas Einstein
Consultas realizadas mediante agendamento em que disponibilizamos atendimento
personalizado de uma equipe multidisciplinar.

Benefícios
Sendo uma organização majoritariamente feminina, contemplamos benefícios hoje
voltados para as mulheres, necessários para que sua carreira profissional tenha o devido
suporte. Sob o olhar da equidade, nossa meta para estendê-los aos homens está em
andamento, pensando também no incentivo à parentalidade.

Movimentos Feministas
O feminismo é um movimento que começou a partir do século XIX e atualmente virou
um movimento social, político e filosófico, que tem como finalidade propor direitos
iguais entre as mulheres através do empoderamento feminino, sem a existência de
padrões patriarcais ou impostos pela sociedade.

O termo "feminismo" tem origem no latim e significa "mulher". O "empoderamento


feminino" envolve conceder às mulheres o poder de participar ativamente na sociedade
e lutar por seus direitos. Isso inclui encorajar as mulheres a se envolverem em debates
públicos e tomar decisões importantes relacionadas a questões que as afetam. É
fundamental que o empoderamento feminino não seja uma responsabilidade exclusiva
das mulheres; os homens também desempenham um papel importante ao garantir
igualdade de gênero e participação de ambos os sexos na sociedade.

Início do Feminismo
Até o século XIX, as mulheres eram consideradas o "sexo frágil" e estavam em uma
posição inferior em relação aos homens, com restrições em termos de educação,
participação política e direitos básicos. Isso ocorreu devido à construção da imagem da
mulher em uma sociedade patriarcal, onde seu papel estava limitado às tarefas
domésticas. Meninas eram criadas desde cedo para seguir esse padrão. Nesse período,
muitas mulheres viviam em função de seus maridos e não tinham autonomia para
expressar opiniões ou reivindicar direitos.

No final do século XVIII, a revolucionária Olympe de Gouges escreveu a "Declaração


dos Direitos da Mulher e da Cidadã," reivindicando igualdade de direitos para as
mulheres, mas foi executada em 1793. No século XIX, a Revolução Industrial levou as
mulheres a trabalharem nas fábricas, resultando em movimentos de protesto por
melhores condições de trabalho. O primeiro movimento feminista surgiu no final do
século XIX, com mulheres de classe média lutando por direitos políticos e jurídicos,
incluindo o direito de voto, educação e igualdade de salários. Simone de Beauvoir, uma
filósofa e teórica feminista francesa, desempenhou um papel importante na segunda
metade do século XX e é conhecida por sua frase famosa: "Não se nasce mulher, torna-
se".

"Ninguém nasce mulher, torna-se mulher"


8

Feminismo no Brasil
O feminismo no Brasil remonta ao período imperial, inicialmente focado no direito à
educação feminina, com destaque para Nísia Floresta Augusta, que fundou a primeira
escola para meninas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. No século XIX,
surgiram os primeiros núcleos feministas em toda a América Latina, e no Brasil, o
movimento se relacionou com ideais anarquistas e socialistas trazidos por imigrantes
europeus. Na década de 1970, o feminismo no Brasil se uniu à resistência contra a
Ditadura Militar e aproximou-se de outros movimentos sociais, como os de negros e
homossexuais, ampliando suas pautas e debates.

Século XXI
Com o tempo, os movimentos feministas trouxeram para o Brasil resultados positivos
na luta a favor dos direitos das mulheres. Resultado disso é a Lei Maria da Penha,
sancionada durante o governo do presidente Lula em 2006. A Lei prevê a punição para
homens que cometem violência contra a mulher.

Dessa maneira, o movimento feminista se expandiu e surgiram outras preocupações


relacionadas ao corpo da mulher e quanto ao uso desse corpo feito por ela ou pela
sociedade. Assim, em 2011, no Canadá, surgiu a primeira organização da “Marcha das
Vadias”, que se expandiu por outros países, a exemplo do Brasil.

Além disso, as apoiadoras do feminismo encontraram no século XXI novas maneiras de


expandir suas ideias através das redes sociais, pois as plataformas digitais possibilitam
um maior alcance de seguidores em menor espaço de tempo. No entanto, existem
mulheres que enxergam essa forma de conscientização como um exagero.

Por conta disso, há grupos de mulheres que não apoiam os movimentos feministas e
abraçam outros movimentos tais como "Moça, não sou obrigada a ser feminista" e
"mulheres contra o feminismo".

Pró-feminismo
O termo "pró-feminismo" é usado para definir pessoas que apoiam as causas do
feminismo, mas sem fazer parte do movimento. Esse termo é usado na maioria das
vezes por homens que lutam juntos com feministas em busca da igualdade de direitos,
ou ainda aqueles que apoiam o movimento.

Ainda nos anos 60, muitos homens apoiaram a luta das feministas em busca de
igualdade de gênero, e em outras áreas. Mas para muitas integrantes do movimento, e
até mesmo alguns homens, o termo "feminista" deve ser usado apenas por mulheres.

Violência com base no género


A violência com base no género (VBG) é um termo genérico para qualquer ato
prejudicial perpetrado contra a vontade de uma pessoa e que se baseia em diferenças
socialmente atribuídas (ou seja, de género) entre homens e mulheres. Inclui atos que
infligem danos ou sofrimento físico, sexual ou mental, ameaças de tais actos, coerção e
9

outras privações de liberdade. Estes actos podem ocorrer em público ou em privado. Os


exemplos incluem:

 Violência sexual, incluindo exploração, abuso e assédio;


 Casamento forçado e precoce;
 Violência doméstica e familiar, que pode ser física, emocional, psicológica ou
sexual;
 Práticas culturais e tradicionais prejudiciais, como a mutilação genital feminina,
os crimes de honra e a herança de viúvas; e
 Negação de acesso a recursos ou oportunidades, como a educação.

Protocolo
A Parte Seis do Protocolo da SADC sobre o Género e o Desenvolvimento estabeleceu
os seguintes requisitos cruciais para os Estados-Membros, a fim de eliminar a Violência
Baseada no Género a todos os níveis:

 Promulgar e aplicar legislação que proíbe todas as formas de violência baseada


no género;
 Gizar estratégias para prevenir e eliminar todas as práticas sociais e culturais
nocivas;
 Garantir que os autores de todas as formas de violência baseada no género sejam
julgados por um tribunal de jurisdição competente;
 Garantir que as leis sobre a violência baseada no género contemplem testes,
tratamento e cuidados abrangentes aos sobreviventes de crimes sexuais;
 Rever e reformar as leis e procedimentos penais aplicáveis aos casos de crimes
sexuais e violência baseada no género;
 Promulgar e adoptar disposições legislativas específicas para prevenir o tráfico
de pessoas e prestar um serviço holístico às vítimas, com o objectivo de as
reintegrar na sociedade;
 Promulgar disposições legislativas, assim como adoptar e implementar políticas,
estratégias e programas que definam e proíbam o assédio sexual em todas as
esferas, e prever sanções dissuasivas para os autores de assédio sexual; e
 Adoptar abordagens integradas, incluindo estruturas inter-sectoriais
institucionais, com o objectivo de eliminar a violência baseada no género.

Estratégia e Quadro de Acção da SADC para Combater a Violência Baseada no


Género
Em 2018, os Ministros da SADC responsáveis pela Igualdade de Género e Assuntos da
Mulher em Pretória, África do Sul, aprovaram a Estratégia e o Quadro de Acção da
SADC para Combater a Violência Baseada no Género (2018-2030) com vista a
operacionalizar as disposições do Protocolo da SADC sobre o Género e o
Desenvolvimento respeitantes à referida violência. Esta Estratégia visa oferecer uma
plataforma e uma orientação comuns a nível regional e nacional, para uma abordagem
holística e coordenada eficaz de combater a violência baseada no género na região da
10

SADC. A Estratégia está alinhada com instrumentos regionais, continentais e


internacionais pertinentes sobre o género e a violência baseada no género.

Além disso, a SADC elaborou a sua Estratégia Regional sobre Mulheres, Paz e
Segurança 2018- 2022 e o seu Plano de Acção Estratégico Revisto sobre o Combate ao
Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças (2016- 2023) para orientar os
Estados-Membros nos esforços que visam pôr fim à violência contra mulheres e
raparigas.

Tráfico de Seres Humanos


Embora o tráfico de seres humanos afecte ambos os sexos, o fenómeno continua a
atormentar especificamente mulheres e crianças em todo o mundo. Todos os países são
de alguma forma afectados e, na região da SADC, muitos dos Estados-Membros são
considerados como fonte, destino e ponto de trânsito para mulheres e crianças sujeitas
ao tráfico sexual e laboral. Até 2020, num esforço de combater o tráfico de seres
humanos, catorze Estados-Membros da SADC adoptaram legislação relacionada com o
referido tráfico. Todos os Estados-Membros assinaram o Protocolo de Palermo das
Nações Unidas para Prevenir, Reprimir e Punir o Tráfico de Pessoas, Especialmente
Mulheres e Crianças. A legislação é apenas o primeiro passo na batalha a longo prazo
contra o tráfico de seres humanos.

Educação de qualidade para as meninas


Educação de qualidade é garantir o acesso a uma educação equitativa e de qualidade,
abrangendo desde a primeira infância até o ensino superior. Reconhece a educação
como um fator fundamental para o desenvolvimento individual e da sociedade,
promovendo a melhoria da literacia, habilidades matemáticas, formação profissional e o
uso de novas tecnologias.

É preciso que o ensino de qualidade tenha como desafio situar o ensino e a


aprendizagem de forma ampla, partindo da história individual e coletiva dos alunos,
proporcionando assim novas experiências com a finalidade de aperfeiçoar suas
habilidades e competências, frente às suas inseguranças e de entender melhor os
acontecimentos sociais atuais.

Alcançar uma educação de qualidade não é uma tarefa fácil, porém, não é impossível,
diria mais, é possível desde que haja investimentos necessários para tal. É uma tarefa
que requer tempo e investimento em ações concretas e integradas, desde a formação
continuada dos professores, investimento na melhoria e na adequação das
infraestruturas, aposta nas novas tecnologias de formação e informação, utilização de
metodologias ativas e participativas, em que os alunos sejam autores e construtores da
sua própria aprendizagem, sem esquecer a questão salarial de todos os profissionais da
educação e a aposta numa gestão escolar integrada, democrática e construtiva.

Impacto da educação das meninas no comportamento reprodutivo


As mulheres mais escolarizadas tendem a adiar o casamento e a primeira gravidez, bem
como a adotar outros comportamentos de proteção à saúde. Pesquisas em países em
11

desenvolvimento mostram que as meninas que vão à escola adiam o início da vida
sexual, casam e são mães mais tarde, e têm menores taxas de HIV e de outras
morbidades reprodutivas (Lloyd, 2005). Uma revisão dos fatores de risco e de proteção
entre adolescentes constatou que o maior nível de escolaridade estava associado ao
início tardio da vida sexual e a um aumento na probabilidade de uso de contraceptivos,
incluindo preservativos (Mmari & Sabherwal, 2013).

Ações que contribuem para manter as meninas na escola


Melhorar a qualidade do ambiente escolar. Em muitos países, as crianças não vão à
escola porque receiam encontrar um ambiente de abuso e exploração sexual. Por
exemple, no Ghana e no Senegal, 75% e 80% das crianças, respectivamente, referiram
os professores como os principais perpetradores de violência na escola (Fancy et al.,
2012). É possível melhorar a qualidade das escolas formando os professores, engajando-
os em aprendizagem colaborativa e atividades extracurriculares, tendo professoras
mulheres, designando mulheres para posições de liderança, e implementando modelos
de participação comunitária (Unterhalter et al., 2014).

Oferecer incentivos econômicos para matricular e manter as meninas na escola. Na


África subsaariana mais da metade dos pais entrevistados disse não ter matriculado seus
filhos na escola por falta de recursos financeiros, apesar da existência de escolas
gratuitas de ensino básico (Fancy et al., 2012). Uma análise de situação em quatro
países asiáticos constatou que os custos diretos e indiretos da escola foram a principal
causa de abandono escolar (USAID, 2014).

Organização que protegem as Mulheres

Save The Children


A Save The Children é uma Organização Não Governamental (ONG) que tem como
objetivo defender os direitos das crianças e contribuir para que desenvolvam o seu
potencial em toda a plenitude. Esta ONG foi criada em Londres, em 1919, com o
propósito de ajudar as crianças nas áreas devastadas pela I Guerra Mundial. Hoje, está
presente em 120 países, do Ruanda ao Bangladesh, da Serra Leoa ao Iraque. A Save the
Childrens responde a situações de emergência provocadas por desastres naturais, fome,
guerras ou surtos de doença, protegendo as crianças.

A educação é outra das prioridades desta ONG. A Save The Children apoia programas
de educação para crianças, tanto na sala de aula como em casa. Nesta área, a
organização distribui ainda livros e brinquedos educativos. Os cuidados de saúde
constituem igualmente uma área de atuação prioritária para a Save The Children.
Segundo a organização, 5,9 milhões de crianças morrem todos os anos vítimas de
doenças que podem ser evitadas e tratadas.

A Save The Children está ainda empenhada na luta contra a pobreza infantil, uma
barreira ao desenvolvimento pleno das crianças. E, porque a pobreza está
indissociavelmente ligada à fome, a organização também combate a subnutrição nas
regiões mais pobres do Mundo. Para esse efeito, tem programas focados na melhoria do
12

acesso aos alimentos, das práticas agrícolas e das finanças familiares. O objetivo é
ajudar os pais a proverem às necessidades básicas dos seus filhos.

AMI – Assistência Médica Internacional


A AMI é uma ONG de ajuda humanitária portuguesa. Destina-se a lutar contra a
pobreza, a exclusão social, o subdesenvolvimento, a fome e as consequências da guerra
em qualquer parte do Mundo.

Na área internacional, a AMI desenvolve três grandes tipos de intervenções:

 Missões de Emergência;
 Missões de Desenvolvimento com equipas expatriadas;
 Projetos Internacionais em Parceria com Organizações Locais (PIPOL).

A AMI foi fundada em 1984 pelo médico-cirurgião urologista Fernando Nobre.


Assume-se como uma organização humanitária inovadora em Portugal vocacionada
para missões internacionais. Desde 1987, a organização já realizou missões em 79
países, tendo enviado centenas de voluntários e toneladas de ajuda. Em Portugal, a
AMI dispõe atualmente de 16 equipamentos e respostas sociais: 9 centros Porta
Amiga, 2 abrigos noturnos, 2 equipas de rua, 1 serviço de apoio domiciliário e 2
polos de receção de alimentos do FEAC.

A AMI desenvolve a sua atividade nas mais variadas áreas: água e saneamento,
alimentação e nutrição, ambiente, educação e formação, inclusão social, luta contra
a pobreza e saúde. É exemplo da sua intervenção na área de alimentação e nutrição
um projeto desenvolvido na Colômbia, num bairro da cidade de Cartagena das
Índias onde vivem muitos deslocados. A missão visa avaliar o estado nutricional das
pessoas que aí se encontram, desenvolver ações de formação e capacitação agrícola,
realizar campanhas de saúde e permitir o acesso à saúde da segurança social. Na
mesma área, em Lisboa, a AMI presta apoio domiciliário, satisfazendo necessidades
básicas de pessoas que se encontram em situação de isolamento e impossibilitadas
de se deslocarem.
13

Conclusão
No entanto, é importante notar que a situação das mulheres melhorou em comparação
com períodos históricos anteriores. As condições econômicas e sociais atuais
proporcionam um ambiente mais favorável para buscar a justiça e a equidade de gênero.
Isso significa que, apesar dos obstáculos, existem oportunidades reais para continuar
avançando na luta pela igualdade de gênero, especialmente por meio de políticas
públicas universais.

Concluindo, a equidade de gênero é um objetivo fundamental para eliminar a


discriminação histórica e garantir igualdade entre homens e mulheres. Embora desafios
persistam, os progressos já feitos e as oportunidades atuais indicam que podemos
trabalhar em direção a um mundo mais equitativo, onde todos, independentemente de
seu gênero, tenham igualdade de direitos e oportunidades.

Que tal entender melhor sobre o processo histórico de lutas e conquistas das mulheres?
Acompanhe o projeto Equidade e confira o nosso próximo texto, sobre a história dos
direitos das mulheres.

No entanto, é importante notar que a situação das mulheres melhorou em comparação


com períodos históricos anteriores. As condições econômicas e sociais atuais
proporcionam um ambiente mais favorável para buscar a justiça e a equidade de gênero.
Isso significa que, apesar dos obstáculos, existem oportunidades reais para continuar
avançando na luta pela igualdade de gênero, especialmente por meio de políticas
públicas universais.
14

Referências
United Nations. Report of the Economic and Social Council for 1997. A/52/3.18
September 1997

World Bank (setembro de 2006). «Gender Equality as Smart Economics: A World


Bank Group Gender Action Plan (Fiscal years 2007–10)» (PDF)

Arnold C, Conway T, Greenslade M. Cash transfers literature review. London:


Department for International Development; 2011. Available from:
http://r4d.dfid.gov.uk/PDF/Articles/cash-transfers-literature-review.pdf

Asiimwe JB, Ndugga P, Mushomi J. Socio-demographic factors associated with


contraceptive use among young women in comparison with older women in Uganda.
DHS Working Paper No. 95. Calverton, MD: ICF International; 2013. Available from:
http://dhsprogram.com/pubs/pdf/WP95/WP95.pdf

Baird S, Chirwa E, McIntosh C, Ozler B. The short-term impacts of a schooling


conditional cash transfer program on the sexual behavior of young women. Health
Econ. 2010;19 Suppl:55-68. Available from: http://irps.ucsd.edu/assets/033/10615.pdf

Você também pode gostar