Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Educação
Professor Esp. Jose Valdeci Grigoleto Netto
EduFatecie
E D I T O R A
20 by Editora EduFatecie
Copyright do Texto © 20 Os autores
Copyright © Edição 20 Editora EduFatecie
o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a
ISBN 978-65-87911-70-0
UNIFATECIE Unidade 1
Reitor EQUIPE EXECUTIVA
Prof Ms.
Editora-Chefe
Diretor de Ensino Prof
Prof Ms. Sbardeloto
Diretor Financeiro UNIFATECIE Unidade 2
Prof
Diretor Administrativo (
Secretário Acadêmico
UNIFATECIE Unidade 3
Tatiane Viturino de
Oliveira
Prof
Coordenação Adjunta de
Extensão
www.unifatecie.edu.br/site/
Coordenador NEAD - Núcleo de
Educação a Distância
As imagens utilizadas neste
André Dudatt livro foram obtidas a partir
Web Designer
do site ShutterStock
Revisão Textual www.unifatecie.edu.br/
editora-edufatecie
e Diagramação edufatecie@fatecie.edu.br
AUTOR
Olá, aluno(a)!
Ótimo estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 6
Construção Histórica e Perspectivas da Educação Sexual
UNIDADE II.................................................................................................... 27
Educação de Gênero e Sexualidade nos Espaços Educativos
UNIDADE III................................................................................................... 44
Sexualidade na Infância e Adolescência
UNIDADE IV................................................................................................... 59
Práticas Pedagógicas com Base em uma Educação Sexual
Emancipatória
UNIDADE I
Construção Histórica e Perspectivas da
Educação Sexual
Professor Esp. Jose Valdeci Grigoleto Netto
Plano de Estudo:
● Contextualização histórica sobre os estudos de gênero e educação;
● Sexualidade como construção histórica, social, cultural, política e discursiva;
● Paradigmas subjacentes às várias abordagens de educação sexual através
da história e seus reflexos nos cotidianos das sociedades, com destaque para
a escolarização brasileira, a educação para sexualidade e para a equidade de gênero;
● Prevenção do preconceito e discriminação, no respeito a alteridade e às
identidades culturais.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a história acerca dos estudos
de gênero e suas interfaces com a educação;
● Compreender os aspectos relacionados à sexualidade
enquanto uma construção histórica, social e cultural;
● Conhecer recursos para o trabalho educativo, com o objetivo de prevenir
situações de preconceitos e discriminações no âmbito escolar.
4
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
Bons estudos!
Olá, aluno(a), vamos dar início ao primeiro tópico de nossos estudos. Para tanto,
é preciso que realizemos um resgate histórico acerca dos estudos sobre gênero e suas
interfaces com a educação, para que possamos compreender como, nos dias de hoje, a
relação educação e sexualidade é compreendida. Vamos lá?
Primeiro, é importante destacar que definir e conceituar a palavra gênero não é uma
tarefa fácil e simplista. Pela sua amplidão de compreensões, pela vasta gama de autores e
autoras que trabalham com este conceito, gênero pode ser compreendido de maneira plural.
Além disso, Connell e Pearse (2015) destacam que o gênero é um espaço que
ocupa uma posição central e de grande importância na vida das pessoas, refletindo,
inclusive, em questões de acesso à justiça, à identidade e à sobrevivência. Não obstante,
como nós podemos perceber atualmente, e as autoras também destacam, gênero é um
assunto alvo de constantes preconceitos, mitos e rodeados por falsas ideias. Portanto, é
preciso que nós saibamos que
[...] Acima de tudo, o gênero é uma questão de relações sociais dentro das
quais indivíduos e grupos atuam. [...] o gênero deve ser entendido como uma
estrutura social. Não é uma expressão da biologia, nem uma dicotomia fixa
na vida ou no caráter humano. É um padrão em nossos arranjos sociais, e as
atividades do cotidiano são formadas por esse padrão (CONNELL; PEARSE,
2015, p. 47).
Louro (2004) afirma que a sexualidade, tendo sido tornada (não por acaso) uma
“questão” nos últimos dois séculos, vem sendo assunto de grande interesse de diversas
áreas, por exemplo: cientistas, educadores, religiosos e psiquiatras. Pautadas em diferentes
visões, as compreensões acerca da sexualidade buscam descrever, compreender, explicar,
regular, educar e normatizar suas práticas e expressões.
Neste caminho, para discutirmos acerca do tema da sexualidade e, principalmente,
para compreendermos a construção histórica e cultural de seus desdobramentos, faz-se
pertinente recorrermos aos estudos do filósofo Michel Foucault que se debruçou na cons-
trução da História da Sexualidade, tendo publicado, em vida, sua obra em três tomos. O
Primeiro livro, intitulado A Vontade de Saber, foi originalmente publicado em 1976; o segun-
do, O Uso dos Prazeres e o terceiro, O Cuidado de Si foram ambos publicados em 1984.
Em 2018, sob a edição de Fréderic Gross, anos após a morte de Foucault, foi publicado o
quarto volume, intitulado As Confissões da Carne.
Para Foucault (1976/2020), no início do século XVII a sexualidade não era com-
preendida enquanto um assunto tabu, ao contrário: não havia segredo, as palavras eram
ditas sem delongas, havia certa familiaridade com o dito “ilícito”. A ideia de obsceno não
era a mesma que nossa sociedade, hoje, compreende a sexualidade; era a época dos
corpos expostos, gestos e atitudes que não portavam vergonha. Era a sexualidade em
sua forma crua e livre.
É o que Louro (2004) aponta, ao elucidar que, a partir do século XIX, homens vito-
rianos, que detinham o poder, começaram a fazer “descobertas” (entre aspas para enfatizar
certa ironia) a respeito da sexualidade, definindo e classificando as práticas que recaiam
nos corpos de homens e mulheres. Tais discursos passaram, como Foucault elucidou, a
deter certa ideia de verdade e, por isso, não poderiam ser questionados. Com isso,
Busca-se, tenazmente, conhecer, explicar, identificar e também classificar,
dividir, regrar e disciplinar a sexualidade. Produzem-se discursos carregados
da autoridade da ciência. Discursos que se confrontam ou se combinam com
os da igreja, da moral e da lei (LOURO, 2004, p. 79).
Nesta época, segundo Heilborn e Sorj (1999), a alteração dos termos supracita-
dos proporcionou maior visibilidade e aceitação de pesquisas relacionadas ao gênero no
âmbito acadêmico, ganhando maior espaço e reconhecimento, além de financiamentos
para pesquisas.
Aluno(a), é muito importante que você conheça esses fatos pontuados. Essa
alteração do termo, como vimos, proporcionou um maior espaço para abarcar outras
temáticas de estudo, o que reflete nas pesquisas até os dias de hoje. Desta maneira,
podemos compreender como o movimento feminista, no Brasil, possui papel de destaque
no que tange às questões de gênero. Agora, vamos conhecer um pouco sobre a inserção
deste tema nas escolas.
Em relação às discussões do gênero e da sexualidade dentro dos espaços es-
colares, Martin (2017) pontua que ainda hoje há uma compreensão equivocada, em que
muitos, erroneamente, compreendem sexualidade enquanto ligada às genitálias, isto é,
pensamento que remete aos órgãos sexuais e, consequentemente, na relação sexual.
Como consequência, ao ignorarmos as discussões acerca da sexualidade, embasados em
tais pensamentos, estamos ignorando aspectos extremamente importantes e relevantes,
como a cultura, valores e cidadania.
Ainda, nas escolas tende a ter um silenciamento desta temática e, por isso,
[...] a preocupação com a sexualidade geralmente não é apresentada de for-
ma aberta. Indagados/as sobre essa questão, é possível que dirigentes ou
professores/as façam afirmações do tipo: “em nossa escola nós não precisa-
mos nos preocupar com isso, nós não temos nenhum problema nesta área”,
ou então, “nós acreditamos que cabe à família tratar desses assuntos”. [...]
É indispensável que reconheçamos que a escola não apenas reproduz ou
reflete as concepções de gênero e sexualidade que circulam na sociedade,
mas que ela própria as produz (LOURO, 2003, p. 80).
Desta forma, é preciso que nosso olhar esteja atento para os impactos sociais do
fato de não abordarmos questões relacionadas à sexualidade dentro dos espaços escola-
res. Situações de violências, por exemplo, é um fator importante e que merece atenção.
Precisamos, ainda, olhar para o currículo docente do ensino superior, a fim de compreen-
dermos como os professores(as) vêm sendo preparados(as) para essas discussões, pois,
como aponta Maio (2012):
A escola pode deixar de ser um espaço de opressão e repressão na questão
da sexualidade, para se tornar um ambiente efetivamente seguro, livre e edu-
cativo para todas as pessoas. E, hoje, não é mais possível que as questões
relativas à sexualidade passem despercebidas ou que sejam tratadas com
deboche ou indignação moral (MAIO, 2012, p. 72).
FIGURA 2 - EQUIDADE
SAIBA MAIS
Aluno(a), pensando na relação entre gênero e feminismo, você sabia que existem al-
gumas datas importantes que marcam a luta pelo fim da violência contra as mulheres?
Essas datas são importantes, pois trazem visibilidade para a causa. O dia 25 de novem-
bro é considerado o Dia Internacional da Não-Violência contra as mulheres. Também, o
dia 06 de dezembro é tido como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim
da Violência contra as Mulheres.
REFLITA
Até logo!
Resumo: Este artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica, propõe uma dis-
cussão acerca da formação em gênero e da educação para a sexualidade, na tentativa
de compreender como a igreja, a família e a escola têm, historicamente, contribuído para
a Educação, principalmente de crianças e jovens em idade escolar, de acordo com seus
preceitos. Assim, defendemos que a família e a igreja podem contribuir na formação dos
indivíduos – com afeto, carinho, costumes –, porém, à escola cabe disseminar conhecimen-
tos científicos, de modo a mostrar as várias formas de vivenciar e construir as identidades
pessoais, sempre com caráter emancipatório, para a convivência e o reconhecimento das
diferenças, além do respeito entre os sujeitos.
LIVRO
Título: Educação, Gênero e Feminismos: resistências bordadas
com fios de luta.
Autora: Eliane Rose Maio (Organizadora)
Editora: Editora CRV
Sinopse: O livro apresenta as lutas do movimento feminista e que
ainda se mostram constantes, pela igualdade e equidade de direi-
tos, entre as mulheres e os homens. As discussões sobre os fe-
minismos fazem parte desta obra literária, em que se apresentam,
em várias instâncias, como as mulheres (e aqui pontuamos todas
as mulheres, de quaisquer etnias e raça), buscaram (e buscam) os
seus direitos de equidade e igualdades, diferenciando-se daquelas
que ainda são somente vistas como a “rainha do lar, da musa ido-
latrada pelos poetas e cantores, da mulher frágil, etc.” O livro traz
discussões e provocações em uma luta para que possamos ter um
mundo mais justo e digno para todas as pessoas.
FILME/VÍDEO
Título: Hoje eu quero voltar sozinho
Ano: 2014
Sinopse: O filme mostra o preconceito e a discriminação no am-
biente escolar, tanto pela deficiência visual (o personagem principal
é cego) quanto pela sua orientação sexual. O filme também traba-
lha com questões relacionadas à adolescência e à descoberta da
sexualidade, os conflitos e a busca pela independência.
No site Vivendo a Adolescência (link a seguir) é possível encontrar uma gama am-
pla de materiais que apresentam e trabalham com a proposta de uma Educação Integral em
Sexualidade. Ainda, o site oferece informações, esclarece dúvidas e propõem atividades no
que se refere à educação sexual.
Plano de Estudo:
● Abordagens pedagógicas da educação sexual no Brasil;
● Compreendendo os conceitos e as interfaces entre gênero e orientação sexual;
● Recursos didático-metodológicos para um trabalho de Educação Sexual na Educação
Infantil e Ensino Fundamental.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar as abordagens pedagógicas que dialogam com
a educação sexual no Brasil;
● Compreender a relação e a diferença entre os conceitos de gênero e
orientação sexual, destacando suas especificidades;
● Estabelecer a importância e os tipos de recursos que podem ser empregados na
sala de aula para trabalhar a Educação Sexual.
25
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Olá, aluno(a). Vamos dar início ao primeiro tópico desta unidade. Iniciaremos apre-
sentando as abordagens pedagógicas da educação sexual no Brasil. Vamos lá?
De acordo com Pelegrini e Maio (2016), a sexualidade, ao longo do tempo, tem sido
alvo de construções nas mais diversas esferas, principalmente no que tange à constituição
subjetiva das pessoas. Ainda, é notável que ela está presente nos discursos, sejam eles
ditos ou escritos, além de estar presente, também, na ausência dos discursos, em situações
em que a sexualidade é rodeada por silêncios e proibições.
Quando pensamos na inserção do tema da sexualidade nos currículos escolares,
é importante destacarmos que sua inserção, desde o início, foi alvo de polêmicas que,
mesmo ocasionando alguns avanços, também originaram inúmeros retrocessos no cenário
educacional brasileiro. Para ilustrar, podemos citar as incansáveis discussões, desde o ano
de 2010, instauradas nos espaços sociais quando se deu início à construção dos Planos
Nacionais, Estaduais e Municipais de Educação (PELEGRINI; MAIO, 2016).
Não obstante, faz-se oportuno citar os próprios autores quando pontuam que
Um exemplo desses embates foi a supressão dos termos “gênero e orienta-
ção sexual” do texto original do Plano Nacional de Educação (2010). Essa
disputa envolveu diferentes movimentos sociais e instituições, ganhou visibi-
lidade e gerou repercussão, alcançando os Planos dos Estados e Municípios
em uma reação em cadeia. Muitas Manifestações ocorreram para que fos-
sem retirados também desses planos as dimensões da diversidade sexual e
de gênero (PELEGRINI; MAIO, 2016, p. 129).
Aluno(a), com essas afirmativas, de recortes sociais, podemos perceber que, hoje,
incluir nos currículos escolares tal temática foi (e ainda é) tarefa desafiadora. No entanto,
é necessário que continuemos na luta para que o ensino da sexualidade faça parte dos
espaços educativos, pois
a sexualidade humana figura como um dos temas mais inquietantes e, quase
sempre, mais recusados no universo prático do educador. Entretanto, cada
vez mais a escola tem sido convocada a enfrentar as transformações das
práticas sexuais contemporâneas, principalmente na adolescência, uma vez
que seus efeitos se fazem alardear no cotidiano escolar (OLIVEIRA; URBAN,
2016, p. 02).
Nesta perspectiva, trago uma imagem interessante, que pode nos auxiliar na com-
preensão do conceito de orientação sexual. A imagem também traz o conceito de identidade
de gênero e de sexo biológico. Veja:
Fonte: https://miro.medium.com/max/2026/1*fdQkEf7yXhQ_OaIyFNLuPA.png
É válido mencionarmos, a partir disso, que essas questões não são de ordem na-
tural. Ao contrário, são produzidas e reproduzidas diariamente no contexto escolar, social
e familiar. Importante mencionarmos e produzirmos questões e debates acerca da ideia
de “naturalização” dos acontecimentos sociais. Isso, inclusive, fica evidente no próprio
contexto escolar, quando
[...] Diante de comportamentos que costumam fugir às regras de gênero e
sexualidade, a tendência de docentes, homens e mulheres, é recriminar tais
condutas, sinalizando para a forma como sujeitos masculinos e femininos
devem agir para serem reconhecidos como tais.
[...]
Dessa maneira, muitas vezes, docentes homens e mulheres estimulam mais
a participação de meninas nas aulas, face à representação do mundo femi-
nino como sendo, naturalmente, comunicativo, enquanto os meninos pouco
são convocados a participarem. Isto implica considerar que, consciente ou
inconscientemente, a escola é capaz de erigir, junto aos sujeitos participantes
do contexto escolarizado, conceitos de masculinidade e feminilidade a partir
de afirmativas que lhes são apresentadas e que lhes esclarecem o significa-
do social do que venha a ser homem e do que venha a ser mulher (BISPO
DE JESUS, 2014, p. 61-62).
A partir disso, aluno(a), podemos perceber, conforme pontua Sachi (2018), o quão
importante é que haja pessoas comprometidas e capacitadas para orientar as crianças
acerca dessa temática. Também, é preciso que compreendamos que vivemos em uma so-
ciedade atravessada e marcada pelas diferenças e pela multiplicidade de modos de viver,
ou seja, precisamos desconstruir a ideia de que ser diferente é ser anormal e/ou errado.
Não obstante, ainda nas palavras da autora,
Levar em consideração que cada sujeito faz parte de um todo, e por conta
disso ele se constitui de raça, classe, religião, etc., permite que façamos com
que ele se incomode com a realidade exposta e busque respostas até então
não encontradas de forma satisfatória, bem como faz com que facilitemos
essa desconstrução, possibilitando de forma mais esclarecedora um novo
aprendizado composto de questionamentos e possíveis respostas (SACHI,
2018, p. 32).
REFLITA
Caro(a) aluno(a),
Até logo!
LIVRO
Título: Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade
Autora: Judith Butler
Editora: Civilização Brasileira
Sinopse: Nesta obra, Judith Butler tece algumas reflexões acerca
do feminismo e traz algumas críticas à noção de identidade, concei-
to fortemente presente no movimento feminista. No livro, a autora
apresenta a noção plural de identidade, afirmando que é preciso
pensar a identidade enquanto vasta, múltipla e não singular. Ainda,
a autora problematiza a oposição binária entre sexo e gênero.
FILME
Título: Transamérica
Ano: 2005
Sinopse: Bree, uma mulher transgênero, pouco tempo antes de
fazer a cirurgia de readequação sexual, descobre ter um filho, de
quando ainda possuía uma identidade masculina. De volta a Los
Angeles, Bree e o filho passam a se conhecer e buscam entender
as particularidades e o mundo um do outro, com suas diferenças.
Plano de Estudo:
● Diálogos sobre crianças e adolescentes, gênero e sexualidade;
● Violência: exploração e abuso sexual;
● Integração entre escola e família.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer a evolução da contabilidade e seus fundamentos históricos;
● Conceituar a contabilidade, seu objetivo e suas áreas de aplicação;
● Identificar os aspectos legais da contabilidade;
● Compreender as características da informação e quem as utiliza
42
INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a)!
Bons estudos!
Aluno(a), vamos iniciar o primeiro tópico desta unidade refletindo acerca dos diá-
logos possíveis entre crianças e adolescentes e a questão do gênero e da sexualidade.
Como vimos na unidade anterior, discutir educação sexual não é discutir relação sexual,
mas sim a imensa gama de elementos que compõem a sexualidade humana. Vamos lá?
Carvalho et al. (2012) pontuam que a sexualidade infanto-juvenil foi silenciada por
“verdades científicas”, que a colocaram enquanto pertencente unicamente aos sujeitos que
já possuem os órgãos genitais plenamente desenvolvidos para a prática sexual. Infelizmen-
te, essa ideia, tão aceita socialmente nos dias de hoje, impede que crianças e adolescentes
tenham contato com a dimensão sexual de suas vidas.
Assim, o que podemos constatar é que, nos últimos séculos, a sexualidade passou
a ser vista
Como mal a ser expurgado da vida das crianças, a sexualidade passa a ser
perseguida e proibida por moralistas e confessores em nome da preservação
da inocência infantil, atributo que institui a infância na modernidade. Nessa
lógica, a criança só é inocente porque está afastada do sexo, experiência
possível e permitida apenas para a vida adulta.Por meio das penitências re-
ligiosas, dos tratados de boas maneiras e da literatura infantil, a moral bur-
guesa ensina as crianças a sentirem culpa por seus desejos, ideias e práticas
sexuais, traduzindo-se em valor inabalável, que constitui os sujeitos, crianças
e adultos, e demarca suas relações com o próprio corpo e com o mundo
(CARVALHO et al., 2012, p. 71).
Neste viés, crianças e adolescentes que não se identificam com o modelo hege-
mônico da heterossexualidade e que não possuem suas diferenças reconhecidas e valida-
das no campo escolar são sujeitos que estão tendo suas diferenças ignoradas e, com isso,
sofre-se o que conhecemos como heterossexualização compulsória (MIRANDA, 2014).
A escola, na grande maioria das vezes, não abarca as diferenças, trabalhando em
seu currículo exclusivamente com as expressões da heterossexualidade enquanto norma.
Seja com o binarismo/separação de atividades para meninos e outras atividades para
meninas, filas separadas para o sexo masculino e o sexo feminino, dentre outros tantos
exemplos possíveis.
Com isto, ao falarmos da heterossexualização compulsória, estamos nos referindo
a um processo que:
[...] implica no direcionamento da conduta, das expressões corporais, da in-
dumentária, do modo de falar e de andar para uma perspectiva heteronor-
mativa, regressando ao lugar “normal” de comportamento. O masculino e o
feminino devem corresponder às designações do sexo de cada um para a
“boa convivência” em sociedade. A perspectiva heteronormativa termina por
instituir a diferença sexual que propõe uma organização social onde é possí-
vel identificar os sujeitos em relação ao sexo/gênero/sexualidade (MIRANDA,
2014, p.194).
Por isso, proporcionar diálogos e espaços para englobar gênero e sexualidade com
crianças e adolescentes é, antes de tudo, respeitar o direito destes sujeitos a debaterem
sobre este tema, a sanarem suas dúvidas, curiosidades e, com isso, obterem conhecimento
de maneira pedagógica. Ainda, quando trabalhamos a questão da sexualidade, estamos
atuando, inclusive, na prevenção de violências.
Neste viés, Gagliotto e Vagliati (2014) destacam que a escola possui papel de
protagonista no rompimento do pacto de silêncio em torno das violências sexuais e, com
isso, pode auxiliar pais e alunos a compreenderem e lidarem de maneira adequada com o
tema da sexualidade. Ainda, conforme Correa (2013), a violência possui diversas variantes
que se alteram com o tempo e, com isso, se faz necessário que olhemos para o conceito de
violência enquanto algo que vá além da ideia de machucar e agredir.
Seguindo esta ideia, no próximo tópico iremos compreender um pouco mais acerca
do tema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes. Vamos lá?
Aluno(a), neste tópico iremos conhecer um pouco acerca da violência sexual prati-
cada contra crianças e adolescentes. Ao discutirmos sexualidade, se faz de extrema impor-
tância conhecermos acerca deste tipo de violência. Neste sentido, iremos compreender os
dois tipos que compõem a violência sexual: o abuso e a exploração.
Segundo Cunha (2020), os números relacionados à violência sexual contra crian-
ças e adolescentes atingiram uma marca exponencial e, por isso, alarmante no período que
compreende os anos de 2011 a 2019. Através de dados obtidos pela Ouvidoria Nacional
dos Direitos Humanos (Disque 100), foram registradas mais de 200 mil denúncias neste
período. Ainda, se faz relevante pensarmos que nem todos os casos são notificados, o que
acaba por elucidar que os números podem ser muito maiores.
A Organização Mundial de Saúde estima que apenas 01 em cada 20 casos
de abuso chega ao conhecimento dos órgãos de proteção à infância. Logo,
das 640.000 (seiscentas e quarenta mil) crianças e adolescentes violentados
sexualmente em 2018 no Brasil, apenas 32.000 (trinta e dois mil) casos foram
apurados. Isso significa que os outros 608.000 (seiscentos e oito mil) abu-
sadores permanecem livres de qualquer punição e, o que é pior, livres para
continuarem destruindo a infância de milhões de crianças e adolescentes ao
longo de muitos e muitos anos (MPCE, 2020, p. 8).
Logo, podemos perceber que precisamos ficar atentos com este tema. Como po-
demos constatar, os números são alarmantes. A violência sexual contra crianças e adoles-
centes deve ser sempre denunciada. No entanto, para que isso ocorra de maneira efetiva, é
Neste sentido, a fim de um correto manejo dos casos de violência e visando a não
revitimização destes sujeitos, ou seja, com o objetivo de evitar que crianças e adolescentes
tenham que reviver e narrar os eventos repetidas vezes, recentemente houve um marco
para a garantia e manutenção dos direitos destes sujeitos, com a promulgação da Lei nº
13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente
vítima ou testemunha de violência. Esta legislação visa assegurar o correto atendimento às
crianças e adolescentes, ao conceituar e diferenciar a escuta especializada e o depoimento
especial. A lei, ainda, traz várias especificidades de como este público será acolhido e,
também, apresenta alguns conceitos importantes.
Nesta lei, a escuta especializada passa a ser configurada enquanto “[...] o pro-
cedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante
órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento
de sua finalidade” (BRASIL, 2017, s.p.), ou seja, oferecer acolhimento às vítimas e ofe-
recendo-lhe respeito, a fim de evitar a repetição do relato da violência. Já o depoimento
especial é conceituado como “[...] o procedimento de oitiva de criança ou adolescente
vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária” (BRASIL, 2017,
s.p.) que objetiva a produção de provas para a utilização nos processos judiciais.
Neste caminho, Crepaldi (2017) sinaliza também que a participação dos pais/res-
ponsáveis na vida da criança é um fator de extrema importância para garantir um efetivo
desenvolvimento e, ao se relacionar com o espaço escolar, quando há a participação destes
adultos no processo de escolarização das crianças, a “[...] criança fica mais confiante, uma
vez que percebe que todos se interessam por ela, e também porque passam a conhecer
quais são as dificuldades e quais os conhecimentos que ela tem” (p. 11737).
A família representa o alicerce para que o indivíduo construa uma boa es-
trutura social, pois é dentro do espaço familiar que a criança determina os
primeiros relacionamentos, que depois abrangerá a escola e por fim a socie-
dade. Por isso, a participação da família na vida da criança é de suma impor-
tância, é ela que servirá de modelo de relacionamentos para que, mais tarde,
ela se relacione com outras pessoas (CREPALDI, 2017, p. 11737).
Neste caminho, a escola possui um papel que vai de encontro com o desenvolvi-
mento pelas instituições familiares. Ao abordar o tema da sexualidade,
É necessário que a escola como instituição educacional esteja bem prepara-
da para lidar com esse assunto, sendo assim posicionando-se de forma clara
e consciente sobre as referências e limites com os quais deve trabalhar as
expressões da sexualidade da criança (LIMA et al., 2010, p. 86).
Vê-se, então, que a família, a escola e também a sociedade podem propor, juntas,
uma educação sexual infantil que seja pautada em conceitos e ideias éticas e, principalmen-
te, na noção de diversidade entre as pessoas, respeitando as diferenças e particularidades
dos sujeitos (LIMA et al., 2010).
A integração da escola com a família e de toda a comunidade, por meio de
diálogos, é fundamental, uma vez que a escola é compreendida como um
elemento de mediação entre o(a) aluno(a) e a família. Alguns(as) professo-
res(as) conhecem mais sobre o(a) aluno(a) que a própria família que, em
muitos casos, surpreende-se ao ser chamada na escola para ouvir certos
comentários em relação ao(à) filho(a) (CREPALDI, 2017, p. 11737).
Por fim, com estes pressupostos básicos, como destaca Correa (2013), pode-se
afirmar que a escola possui grande capacidade de deixar de assumir uma posição caracte-
rizada pela opressão e repressão, tornando-se um local que seja seguro e livre para todas
as pessoas sentirem-se incluídas e pertencentes.
Aluno(a), você sabia que o dia 18 de março é considerado o Dia Nacional de Combate
ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil? Essa data foi instituída a partir da aprovação
da Lei Federal n° 9.970/00.
A data, no entanto, não foi escolhida de maneira aleatória. No dia 18 de maio de 1973,
Araceli, uma menina de apenas 8 anos de idade, foi brutalmente abusada e assassina-
da. A intenção, com esta data, é mobilizar e convocar toda a sociedade para participar
dessa luta e proteger todas as crianças e adolescentes. A data, ainda, busca reafirmar
a importância de se denunciar e responsabilizar os autores de violência sexual contra
a população infanto-juvenil. No caso de Araceli, os criminosos, infelizmente, ficaram
impunes.
REFLITA
Caro(a) aluno(a),
Até logo!
LIVRO
Título: Pipo e Fifi - Ensinando Proteção contra violência sexual
Autora: Caroline Arcari
Editora: Caqui
Sinopse: O livro ensina, para crianças, conceitos básicos relacio-
nados ao corpo, emoções e sentimentos. Ainda, é uma ferramenta
de grande importância para ensinar às crianças a diferença entre
carinho e abuso. O livro apresenta atividades para que as crianças
aprendam a refletir e a conhecer conceitos importantes sobre
abuso sexual.
FILME/VÍDEO
Título: O quarto de Jack
Ano: 2015
Sinopse: O filme retrata o drama da adolescente Joy e seu filho
Jack enquanto vivem isolados em um quarto, após o sequestro e
estupro de Joy. O velho Nick, o violentador, os mantêm em cati-
veiro. Ao longo do filme, Joy faz o possível para tornar suportável
a vida no local, mas busca a todo tempo uma maneira de sair
do cativeiro. Ela elabora um plano em que, com a ajuda do filho,
poderá enganar Nick e retornar à realidade.
Plano de Estudo:
● Processo de educação sexual existente nos espaços educativos;
● Construção de educação sexual com base em uma proposta emancipatória;
● O ensino dos Direitos Humanos no contexto escolar.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar os processos de educação sexual atualmente presentes
nos espaços escolares;
● Compreender a relevância da educação sexual enquanto uma
proposta emancipatória;
● Estabelecer a importância dos Direitos Humanos e suas
interfaces com o contexto escolar.
57
INTRODUÇÃO
Bons estudos!
Aluno(a), vamos iniciar a discussão do nosso primeiro tópico em que iremos traba-
lhar a questão dos processos de educação sexual que se fazem inseridos, atualmente, nos
contextos educacionais. Vamos lá?
Santos (2016) sinaliza que desde 1997 o Ministério da Educação (MEC) propõe,
através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os temas que devem atravessar de
maneira transversal, isto é, serem abordados por diferentes áreas. A questão da orientação
sexual e os aspectos relacionados à sexualidade caracteriza-se enquanto um destes temas.
No entanto, de acordo com Gagliotto e Lembeck (2011), ainda existe, nos dias
de hoje, um foco totalmente biológico nas escolas quando vamos nos referir à educação
sexual. A transmissão dos conteúdos e informações se dá de maneira técnica, sem o envol-
vimento efetivo dos alunos e alunas. Na maioria das vezes, o tema é deixado apenas para
ser apresentado nas disciplinas de ciências e/ou biologia. Sendo assim,
Se a escola não trata da questão sexual ou se esta trabalha apenas a ques-
tão biológica da sexualidade, ela está transmitindo aos alunos que o assunto
é mesmo um tabu, do qual não se pode falar. A omissão da escola e da famí-
lia faz com que as crianças e os adolescentes busquem informações sobre
o assunto em fontes bem menos seguras, como em revistas, internet, na
rua com “amigos”, tão despreparados quanto eles (GAGLIOTTO; LEMBECK,
2011, p. 4).
É preciso, então, que a atuação docente não se limite aos aspectos biológicos.
Como destaca Furlani (2003), é preciso que seja ampliada a visão de sexualidade atrelada
à reprodução. Essa ideia ligada ao aparelho ou sistema reprodutor, inclusive, está presente
nos livros didáticos das escolas.
Ainda, um ponto interessante para ser considerado quando falamos acerca de uma
proposta emancipatória na educação, é realizarmos um resgate ao trabalho e às contri-
buições do educador Paulo Freire (1921-1997), autor respeitado no mundo todo com suas
contribuições à educação.
Para Oliveira e Santos (2018), Paulo Freire apresentava uma proposta de escola
que ia ao contrário do modelo tradicional. Para ele, a escola deveria ser um espaço de
liberdade, pautada no desenvolvimento crítico dos sujeitos e, ainda, proporcionar aos
educandos a possibilidade de serem protagonistas em seu processo de aprendizagem,
possuindo autonomia em suas escolhas.
A escola na visão de Paulo Freire, então, envolve a participação e a criativida-
de dos educandos, na vida cotidiana escolar, como sujeitos de conhecimento.
O educando é visto como sujeito do seu processo pedagógico e, por conse-
guinte, construtor de conhecimento (OLIVEIRA; SANTOS, 2018, p. 129).
Neste sentido, percebe-se o papel emancipatório dos alunos, que não estão in-
seridos no ambiente educacional apenas como receptores de conteúdos e informações.
Também é importante pensarmos acerca do papel do diálogo neste processo, pois
Uma relação de diálogo, na perspectiva freireana, é aquela em que os sujei-
tos do ato de conhecer se encontram mediatizados pelo objeto do conheci-
mento, por isso, o diálogo tem um caráter existencial e histórico, relacionado
ao progresso dos sujeitos no contexto histórico. Nesta dimensão dialógica os
processos de aprendizagem se concretizam pela via da interação social e da
cooperação, ou seja, na aprendizagem é preciso estar junto, sendo uma ação
coletiva e colaborativa (OLIVEIRA; SANTOS, 2018, p. 130).
Aluno(a), tenho certeza de que você já ouviu falar sobre direitos humanos. Mui-
tas vezes, no entanto, as pessoas possuem informações equivocadas acerca do real
significado dessas duas palavras e reproduzem equívocos. Não raro, alguns discursos
reproduzem a fala de que “direitos humanos são para humanos direitos” ou, ainda, “direi-
tos humanos defendem apenas os bandidos”. Ambas as frases soam comuns para você?
Você já ouviu alguma delas?
Pois é. Por isso, precisamos aprender o real significado destas palavras e, para
tanto, a escola se faz um local de extrema importância para que possamos proporcionar
o correto conhecimento aos alunos e alunas, desenvolvendo um senso crítico e comparti-
lhando informações corretas.
[...] a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU em 10
de dezembro de 1948. É formada por um conjunto de trinta artigos nos quais
estão indicados os Direitos Fundamentais e suas exigências. Esta Declara-
ção é considerada universal porque se dirige a toda a humanidade, devendo
ser respeitada e aplicada por todos os países e por todas as pessoas, em
benefício de todos os seres humanos, sem qualquer exceção (LOVATO; DU-
TRA, 2015, p. 3).
Aluno(a), agora você pode estar se questionando e refletindo acerca da real neces-
sidade de trabalharmos os direitos humanos no espaço escolar. Ora, a escola é um lugar
importante para realizar, por exemplo, o resgate histórico acerca dos avanços e retrocessos
relacionados aos direitos humanos. Se olharmos para as guerras podemos ter um panora-
ma interessante acerca destes fatos. Nesta lógica,
Comprova-se a necessidade de se educar em e para os DH, uma vez que
tal movimento deve possuir como objetivo a discussão dos conhecimentos
historicamente construídos pela humanidade sobre os DH, além de reafirmar
valores e práticas que possam consolidar a cultura dos direitos e o exercí-
cio do respeito, bem como promover a valorização das diversidades – de
cunho étnico-racial, religioso, cultural, gênero, orientação sexual, entre outros
(SCHÜTZ; FUCHS, 2017, p. 45).
Na lógica dos direitos humanos, a escola não assume o lugar de apenas transmitir
conteúdos técnicos e teóricos. Ao contrário, ela possui o papel de proporcionar vivências,
trocas de experiências, pois o ser humano é um ser social, ou seja, que vive em relações.
Desta maneira, é preciso que seja proporcionado um espaço para que os sujeitos possam
viver com dignidade (ZLUHAN; RAITZ, 2014).
Por fim, podemos pensar em uma proposta de direitos humanos na escola que
acolha as diferenças e respeite a multiplicidade das pessoas. Ainda, educar em direitos
humanos é garantir o efetivo acesso aos direitos básicos. Na escola, tais direitos se fazem
presentes e precisam ser assegurados.
SAIBA MAIS
Aluno(a), você sabia que os direitos humanos não possuem ligação política no sentido
partidário? Ao contrário, ela visa assegurar direitos a todas as pessoas, independente
de seus posicionamentos. Interessante, não é?!
Fonte: o autor.
“Artigo 2:
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabele-
cidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição”.
Aluno(a), você acha que em nosso atual cenário todos os direitos citados são respeita-
dos na vida de uma pessoa?
Caro(a) aluno(a),
Um abraço!
LIVRO
Título: Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo
na educação.
Autor: Guacira Lopes Louro, Jane Felipe, Silvana Vilodre Goellner
(Organizadores)
Editora: Editora Vozes
Sinopse: O livro apresenta os modelos postos em ação nos diver-
sos espaços pedagógicos para a constituição do que se compreen-
de enquanto um corpo “educado”. Neste caminho, os estudos que
compõem este livro nos falam das posições sociais que os sujeitos
acabam por ocupar em nossa sociedade e, além disso, permitem
examinar as relações de poder que sustentam essas posições.
FILME/VÍDEO
Título: Malala
Ano: 2015
Sinopse: O filme apresenta a jovem Malala Yousafzai, ativista fe-
minista que luta pelos direitos das garotas, especialmente o direito
de acesso à educação. O filme conta como Malala sobreviveu ao
ataque de um atirador talibã pertencente à violenta oposição da
organização à educação das garotas no Paquistão. Malala sobre-
viveu após um tiro na cabeça. Ela é ganhadora de um Prêmio
Nobel da Paz.
ALENCAR, V.; RIBEIRO, P.; GORENSTEIN, F.; SANCHEZ, M. Violência sexual contra
crianças e adolescentes e seus mitos. In: LAVARELLO, F. (Coord.) A defesa de crianças
e adolescentes vítimas de violências sexuais: reflexões sobre a responsabilização a partir
de dez situações acompanhadas por centros de defesa dos direitos da criança e do ado-
lescente no Brasil. São Paulo: ANCED, 2009.
ARCARI, C. Pipo e Fifi - Ensinando Proteção contra violência sexual. Petrópolis: Caqui,
2018.
CARDONA, M. J.; NOGUEIRA, C.; UVA, M. Género e currículo no 1º ciclo do ensino bá-
sico. In: CARDONA, M. J. (Coord.); NOGUEIRA, C.; VIEIRA, C.; PISCALHO, I.; UVA, M.;
TAVARES, T. S. Guia de educação: género e cidadania - 1º ciclo. Lisboa: Comissão para a
cidadania e igualdade de género, 2015.
74
CARVALHO, C. de. S.; SILVA, E. R. da; JOBIM E SOUZA, S.; SALGADO, R. G. Direitos
sexuais de crianças e adolescentes: avanços e entraves. Psicologia Clínica, Rio de Janei-
ro, v. 24, n. 1, p. 69-88, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pc/v24n1/06.pdf.
Acesso em: 29 mar. 2021.
CONNELL, R.; PEARSE, R. Gênero: uma perspectiva global. São Paulo: nVersos, 2015.
CUNHA, M. Prefácio. In: BRASIL. Abuso sexual contra crianças e adolescentes - aborda-
gem de casos concretos em uma perspectiva multiprofissional e interinstitucional. Brasília:
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - Secretaria Nacional dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente, 2020.
EMANCIPATÓRIO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2021. Dis-
ponível em: https://www.dicio.com.br/emancipatorio. Acesso em: 10/03/2021.
EQUIDADE. In: MICHAELIS, moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: melho-
ramentos. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 01 mar. 2021.
FINCO, D.; SOUZA, A. dos S.; OLIVEIRA, N. R. C. Desafios para discussão sobre gênero
e diversidade na Escola. In: FINCO, D.; SOUZA, A. dos S.; OLIVEIRA, N. R. C. de (Orgs.)
Educação e resistência escolar: gênero e diversidade na formação docente. São Paulo:
Alameda, 2017.
75
FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada
em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2014. (Originalmente publicado
em 1970).
FURLANI, J. Educação sexual: possibilidades didáticas. In: LOURO, G. L.; FELIPE, J.;
GOELLNER, S. V. (Orgs.) Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na
educação. Petrópolis: Vozes, 2003.
HEILBORN, M. L.; SORJ, B. Estudos de gênero no Brasil. In: MICELI, S. (org.) O que ler
na ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo: Editora Sumaré, 1999.
76
JÚNIOR, I. B. de O.; MAIO, E. R. Opção ou orientação sexual: onde reside a homossexu-
alidade? Anais do III Simpósio Internacional de Educação Sexual “Corpos, Identidade de
Gênero e Heteronormatividade no espaço escolar”, Maringá, 2013. Disponível em: http://
www.sies.uem.br/anais/pdf/diversidade_sexual/3-02.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
LIMA, A. A. de.; OLIVEIRA, D. C. de.; SOUZA, E. dos. S.; PEREIRA, J. A.; SANT’ANA,
V. L. L. Educação sexual infantil: A interação entre a família e escola como fator determi-
nante para uma educação eficaz. Revista Pedagogia em Ação, v. 2, n. 1, p. 83-88, 2010.
Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/4484.
Acesso em: 29 mar. 2021.
LIMA, E.; ALMEIDA, G. B. de. Educação Sexual e Práticas Pedagógicas. In: Anais Eletrô-
nicos do IV Colóquio de História “Abordagens Interdisciplinares Sobre História da Sexu-
alidade”. MARQUES, L. C. L.; CABRAL, N. D. A (Orgs.). Recife, 16 a 19 de outubro de
2010. p. 723-733. Disponível em: http://www.unicap.br/coloquiodehistoria/wp-content/uplo-
ads/2013/11/4Col-p.723.pdf. Acesso em: 24 mar. 2021.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Hori-
zonte: Autêntica, 2004.
78
OLIVEIRA, L. G. de; URBAN, A. C. Gênero e sexualidade na escola: uma abordagem
sobre a complexidade na prática pedagógica para professores do ensino médio. In: HAS-
PER, R.; BARROS, G. C.; MULLER, C. C. (Orgs.) Os desafios da escola pública parana-
ense na perspectiva do professor PDE. Secretaria de Estado da Educação. Superinten-
dência da Educação. Programa de Desenvolvimento Educacional. Curitiba: SEED-PR,
2016.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e realidade, Rio
Grande do Sul, v. 20, n. 2, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacao-
erealidade/article/view/71721. Acesso em: 01 mar. 2021.
79
SIQUEIRA, C. C.; CALDAS, F. R. Refletir o currículo a fim de promover uma conscientiza-
ção da diversidade de gêneros e das sexualidades na educação básica. In: OLIVEIRA, M.
de.; MOCHI, L. C. C. (Orgs.) Gênero e diversidade sexual: trilhando caminhos para uma
educação mais justa. Curitiba: Bagai, 2020.
80
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),
81
EduFatecie
E D I T O R A