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CASOS, MODELOS E FERRAMENTAS
AUTOR EDMIR KUAZAKI
GRUPO GEN
CAPÍUTLO 1: DO MARKETING TRADICIONAL AO MARKETING
4.0
1.1INTRODUÇÃO
SAIBA MAIS
Stakeholders são todos aqueles que agregam valor ao consumidor final. Neles estão
incluídos os fornecedores de matéria-prima e serviços, público interno, distribuidores,
enfim, todos aqueles que geralmente fazem parte do microambiente da empresa.
1.2.1Marketing 3.0
1.2.2Marketing 4.0
1.2.4Gerações intergeracionais
1.2.5Mídias sociais
1.2.7Cocriação
1.2.8Storytelling e storyselling
National Storytelling Network (NSN) define storytelling como uma forma de arte
antiga e importante como expressão humana usada de várias maneiras. Tem como
origem os desenhos pré-históricos nas cavernas e as reuniões dos clãs em volta de
uma fogueira para contar e perpetuar a história de geração para geração.
No contexto deste capítulo, têm-se duas categorias de aplicação do storytelling.
Na primeira, pode-se contar uma história com começo, meio e fim dentro de uma
comunidade, com um post ou um vídeo. Neste caso, pode-se ter um vídeo simulando
uma família tomando o café da manhã e ressaltar a marca de determinado produto,
por exemplo. Já a segunda categoria está inserida em um ambiente mais complexo
e contextualizado, como em uma situação de consumo de um cosmético em que se
ressalte o diferencial de se aplicar práticas politicamente corretas que estejam
alinhadas com a missão e a visão da empresa.
O storyselling tem o objetivo direto de utilizar uma retórica que vise vender algo.
As histórias devem envolver os consumidores de forma a gerar consequências
positivas e vínculo de relacionamento. Pode-se utilizar dentro da história o
depoimento de alguém que já consumiu o produto, obteve experiências positivas e
resolveu realmente o seu problema como consumidor.
1.2.9Marketing de conteúdo
1.2.10.1Inclusão digital
1.2.10.2Cauda Longa
Cada vez mais as empresas terão de entender o consumidor, sob o ponto de vista
quantitativo e, principalmente, o perfil qualitativo. Dessa forma, evoluem os
métodos e técnicas de pesquisa, como as entrevistas de profundidade, focus
group e os respectivos instrumentos de coleta de dados a serem evidenciadas no
Capítulo 2, que aborda a pesquisa de mercado. Um dos principais desafios é
compreender como o meio digital influencia os consumidores de cada empresa, pois
envolve um conjunto de situações que nem sempre são objeto de previsão e
identificáveis no negócio em que a empresa atua.
É cada vez mais relevante descobrir novas formas de coleta e análise de dados.
Com a realidade da tecnologia da informação e o mundo digital, tem-se o Big Data,
constituído por macrofluxos de dados em alta velocidade, tendo a necessidade da
empresa de transformá-las em informações que possam ser utilizadas no processo
decisório e planejamento estratégico. Temos quatro tipos de análise de dados:
•Preditiva: na qual é necessária a previsão, a partir da análise de dados ao longo
do tempo, identificando padrões e justificativas de determinados
comportamentos. A análise possibilita a identificação e a avaliação de tendências
e que tipos de ajustes poderiam ser realizados.
•Prescritiva: procura analisar as informações de consequências do
acontecimento. Se na preditiva temos a previsão, nessa temos que tipos de
produtos e serviços serão os mais demandados e modelos de vendas.
•Descritiva: procura analisar o presente em vez do futuro, de forma que as
decisões sejam tomadas da maneira mais segura e com menores riscos.
•Diagnóstica: procura analisar as relações entre causas e efeitos, baseando-se
na coleta de dados cruzados que visem entender a situação atual.
A evolução digital possibilitou que empresas pudessem ter maior número de
dados e informações que sustentem o processo decisório, tomassem as decisões mais
assertivas, antecipassem problemas e movimentações de concorrentes.
Letouzé (2015) comenta que um dos principais problemas é o domínio das
informações pelo setor privado, que não tem interesse em compartilhar com
outros stakeholders parte dos dados obtidos, melhorando a qualidade do Big Data.
Outro problema é que nem todos utilizam de forma completa os aparelhos de celular,
frequentam e participam de redes sociais, entre outros, que servem como base para
a extração dos dados.
Segundo Rotella (2012), em contraponto a Letouzé, as empresas devem tratar
os dados como ativo corporativo, gerenciando dados em suas unidades de
negócios, global e localmente. Isso permite o compartilhamento de dados sobre o
mercado e produtos, gerando oportunidades para venda, retenção de clientes e
venda cruzada, por exemplo.
Quanto à questão ética, Srour (2003, p. 50) afirma que “as decisões empresariais
não são inócuas, anódinas ou isentas de consequências, carregam um enorme poder
de irradiação, pelos efeitos que provocam”. Os conteúdos do Big Data advêm de
diferentes formas e origens, nem sempre as pessoas estão cientes de que são
fornecedoras autorizadas de dados e informações para terceiros. Além disso, por se
tratar de assunto relativamente novo e a partir de discussões de autores como
Letouzé e Rotella, ele ainda é passível de dúvidas e considerações.
Um dos maiores desafios da empresa é identificar informações necessárias para
que se descubram novas oportunidades, gargalos, padrões, não somente atender as
necessidades atuais. Por vezes, situações como Copa do Mundo, Olimpíadas, Natal,
Ano Novo, por exemplo, são segmentadas e apresentam comportamentos que devem
ser identificados e analisados em tempo real. De forma geral, deve-se utilizar uma
combinação dos tipos de análises, para que se entenda o presente, o futuro, as razões
e reações por parte da empresa.
3.1INTRODUÇÃO
3.2SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
3.2.1Segmentação geográfica
3.2.4Segmentação comportamental
3.2.5Segmentação organizacional
Variáveis Características
4.1INTRODUÇÃO
A ideia de trabalhar um marketing mix (composto de marketing) vem desde o começo desse
campo de estudos lá nos anos 1920. Contudo, apenas em 1948 o termo é realmente apresentado
por Neil Borden em um artigo para a Harvard Business Review sobre gestão de custos em
marketing. Borden (1964) cita a ideia de um mix de ingredientes que seguem uma receita própria,
outros, uma receita preparada por alguém, algumas vezes, uma receita feita ao longo do percurso
e em outras, uma receita adaptada conforme as mudanças nos ingredientes. A partir dessa
metáfora gastronômica, podemos entender a ideia de que o marketing mix deve ser entendido
como algo misturado, como um conjunto de atividades e elementos (ingredientes) que a empresa
trabalha de forma orgânica. Um mix sempre está em evolução e desenvolvimento.
A partir dessa visão, em 1960, Jerome McCarthy, em seu livro intitulado Basic marketing,
lança o conceito do marketing mix composto por quatro elementos-chave. Os famosos 4 Ps, que
até os dias atuais ainda são amplamente utilizados por empresas ao redor do mundo. Entendemos
que o conceito original dos 4 Ps evoluiu ao longo dos anos. Teorias, frameworks (modelos) e
novas abordagens foram constantemente implementadas. Muito dessa longevidade de uma teoria
aplicada vem da simplicidade e liberdade oferecida pelos 4 Ps. Segundo Kotler, Kartajaya e
Setiawan (2017), os tradicionais 4 Ps são uma ferramenta clássica que ajuda no planejamento do
que oferecer e como oferecer algo para os consumidores.
Nos anos 1980, Christopher Lovelock e Jochen Wirtz, em seu livro Marketing de serviços,
apresentam a ideia de 8 e não apenas 4 Ps. São introduzidos novos elementos ao mix para que
esse pudesse ser mais bem aplicado aos serviços, uma vez que os originais 4 Ps estavam mais
voltados para uma ideia de produto físico, fosse ele durável ou não. Consideramos importante
uma primeira ressalva: as empresas de serviço usaram durante muito tempo os 4 Ps na formatação
de seu mix de marketing, claro que com adaptações perante os conceitos originais. O novo mix de
marketing com 8 Ps vem para ajudar em uma proposição mais fácil de entender e adaptada para
os serviços.
No mundo conectado em que vivemos, com acesso à rede mundial de computadores World
Wide Web, interligados não somente a partir de computadores – IoT ou Internet das Coisas
(Internet of Things) – 24 horas por dia e sete dias por semana, ainda poderíamos trabalhar em
praticamente qualquer negócio apenas com os 4 Ps, mas entendemos que existe a necessidade de
uma visão complementar, visão essa que ofereça melhores condições para empresas aplicarem,
analisarem e planejarem seus compostos de marketing a partir de uma perspectiva mais atual.
Neste capítulo, iremos apresentar e discutir não somente uma visão deste novo mix de
marketing. Entendemos que existe ainda muita discussão antes de chegarmos a um conceito único
de fácil aceitação como foi o dos 4 Ps, se é que a complexidade do mundo contemporâneo
possibilita tal questão.
OS 4 CS
Nossa discussão sobre o novo marketing mix começa com os 4 Cs de Kotler, Kartajaya e
Setiawan, apresentados no livro Marketing 4.0: moving from traditional to digital (2017). Dos 4
Cs, em uma tradução livre, temos: Cocriação (co-creation), Capital Monetário (currency),
Ativação Comunitária (communal activation) e Conversação (conversation), todos
exemplificados na Figura 4.1.
A cocriação representa a ideia de que os consumidores podem/devem estar engajados com o
desenvolvimento do novo produto/serviço desde seu estágio inicial. A partir de novas formas de
interação digital e ao custo relativamente baixo dessa interação, as empresas podem apresentar
ideias e até mesmo testar seus produtos com uma base enorme de consumidores antes do
lançamento oficial. No passado, o produto ia para o mercado, mesmo que fossem realizadas
diversas pesquisas e testes de aceitação, como uma grande incógnita para seus produtores.
Um bom exemplo dessa mudança está no lançamento de jogos digitais, de console. Quando
o Atari imperava nos lares, lá pelos anos 1980, um jogo era desenvolvido, passava por pesquisas
com alguns poucos consumidores-teste e era lançado no mercado de forma definitiva, ou seja,
sem a possibilidade de nenhuma revisão posterior. Hoje o desenvolvimento e lançamento de um
jogo digital conta, desde o seu começo, com a participação dos consumidores. Desde as primeiras
imagens conceituais do jogo distribuídas em blogs e fóruns de comunidades, até os beta
tests oferecidos gratuitamente, vemos que as empresas têm condições de engajarem os
consumidores e obterem possíveis melhores resultados de marketing.
Assim, as empresas podem buscar oferecer preços que nos incentivem a comprar. Por
exemplo, a gigante do e-commerce Amazon altera constantemente seus preços com base nas
buscas feitas em sua plataforma, levando em conta questões como oferta e demanda, ou seja,
quanto mais um produto é procurado e a oferta é limitada, o uso da precificação dinâmica pode
fazer com que seu preço suba em questão de minutos.
Tradicional Digital
Cocriação: envolvimento do
Produto: promessa de proposta de valor; consumidor no processo de
segmentação e diferencial competitivo. desenvolvimento; grande
possibilidade de personalização.
Vemos essa nova característica com duas vertentes para o marketing digital. A primeira
entende que as marcas devem se fazer presentes no ambiente digital, claramente. Os produtos e
serviços devem entender como atuar nessa perspectiva, de forma a construírem melhor
relacionamento com seus atuais e futuros consumidores. Devemos oferecer suporte, apoio e
atenção para os consumidores. Eles querem fazer parte da história das marcas.
Os consumidores engajados se tornam fãs das marcas e, portanto, serão consumidores mais
fiéis. Por outro lado, os consumidores têm maior relevância e voz no processo. Eles não são mais
apenas consumidores passivos. Passam a discutir com marcas, produtos e serviços. Os
consumidores querem ter opinião sobre o que a empresa desenvolve, assim como desejam expor
suas experiências, sejam elas positivas ou negativas. Assim, as marcas devem ter cuidado com a
forma como trabalham esse novo processo interativo de sua dupla.
Um ponto de destaque da atuação do marketing no ambiente digital é a possibilidade de uma
melhor mensuração de resultados. A comunicação offline nos oferecia no passado informações
sociodemográficas relativas à audiência de canais de TV, estações de rádio e dos leitores de
jornais e revistas.
Tínhamos pouco ou nenhum dado específico sobre quem realmente tinha visto o material de
comunicação. Dependíamos de medições amostrais (como o Ibope Monitor) ou de pesquisas de
marketing (Marplan, por exemplo) que trabalhavam apenas com parte do público. Hoje, o
marketing e a comunicação nas plataformas digitais nos oferecem dados antes inimagináveis,
como estatísticas em tempo real de quem acessa um site, origem dos visitantes, tempo de
navegação, cliques nos banners de propaganda e muitos outros índices.
Sendo assim, podemos entender, então, que essa visão de um mix de marketing com maior
apelo e envolvimento do consumidor se apresenta como uma forma de alterar os tradicionais 4
Ps, modificando o direcionamento e a abordagem da análise. Há uma busca por manter a
concepção de um composto abrangente e de fácil adaptação para diversas realidades de consumo,
a partir da evolução dos meios digitais e das TICs (tecnologias da informação e comunicação).
Na etapa seguinte, veremos uma abordagem de integração do digital no mix de marketing
tradicional.
Podemos entender que o P de preço é o que menos apresenta diferenças entre as duas
abordagens. Os conceitos do P para o C estão bastante ligados à precificação dinâmica. Sendo
assim, não vemos necessidade de nenhum outro detalhamento neste momento.