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RESUMO
até 2009, houve uma quantidade pequena de publicações (cinco artigos), com a
proporção de 33,30% da produção. Já de 2010 à 2016 ocorreu um avanço na
produção de artigos, o qual foi responsável por dez artigos, totalizando 66,70% da
amostra. Os principais temas de pesquisa abordados neste artigo foram selecionados
por categorias e os de maior representatividade foram: a psicoeducação sobre os
transtornos, com oito artigos (55%), e a Psicoeducao em grupos, aparecendo com sete
artigos (45%). Conclusão: a literatura revelou a importância da psicoeducação para
Terapia Cognitivo-Comportamental tanto individual, trabalhando com os variados
transtornos psicológicos, como intervenções em grupo, compartilhando experiências,
diminuindo as crenças disfuncionais e consequentemente melhorando a
funcionalidade psicossocial nos domínios da autonomia, lazer e relacionamentos
interpessoais.
ABSTRACT
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Revista das Ciências da Saúde do Oeste Baiano - Higia 2017; 2 (1): 108 – 120.
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Rafaela dos Santos Souza
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INTRODUÇÃO
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A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
de uma orientação aos/às pacientes sobre os diversos fatores que envolvem uma
doença ou transtorno.
Sendo uma técnica recorrente na Terapia Cognitivo-Comportamental, a
psicoeducação é uma forma de aprendizagem que, segundo Beck 2, é capaz de
proporcionar o indivíduo a desenvolver pensamentos, ideias e reflexões sobre as
pessoas, sobre o mundo e como comportar-se diante de algumas situações através de
atividades que podem colaborar justamente na reflexão e obtenção de valores, tanto
nas intervenções individuais como nas coletivas.
Portanto, este trabalho visa analisar os estudos que abordam a importância da
psicoeducação na Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil nos últimos dez anos,
a partir de uma análise sistemática de 15 artigos científicos encontrados nas bases de
dados: Lilas, Medline e Index, com objetivo de identificar as pesquisas que estão
sendo produzidas referente à temática e averiguar os anos de publicações onde houve
mais artigos produzidos com o tema em questão.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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“Psicoeducação” e “transtornos”. Visto que, esses termos citados anteriormente foram
selecionados devido o interesse em abordar sobre a importância da psicoeducação na
Terapia Cognitivo-Comportamental. Porém, deve-se salientar a grande dificuldade em
encontrar artigos, devido ao fato de haver poucas produções relacionadas ao tema.
As consultas às bases de dados foram efetuadas no período de março a abril de
2017 e limitou-se a amostra publicada em formato de artigo. Inicialmente, foi realizado
um levantamento dos artigos por meio da leitura dos resumos e, posteriormente,
delimitou-se os critérios de inclusão e de exclusão dos estudos.
Os critérios de inclusão foram: a) estar publicado nas bases de dados
selecionadas em formato de artigos; b) ser do idioma português; c) ter sido publicado
entre Janeiro de 2006 à Dezembro 2016; e d) ser especificamente sobre a Terapia
Cognitivo-Comportamental. Os critérios de exclusão foram: a) estudos não disponíveis
na íntegra; b) artigos repetidos nas bases de dados selecionadas e c) não ter
relevância para os objetivos do estudo.
Após a especificação dos critérios, os artigos selecionados foram recuperados
na íntegra e classificados nas seguintes dimensões de análise: a) base de dados; b)
título do artigo; c) autores; d) ano de publicação; resultados; discussão e conclusão.
Deve-se salientar que, as bases de dados consultadas nesse estudo se
limitaram a Lilacs, Medline e Index (Psicologia-Periódicos Técnicos-Científicos).
Contudo, foram selecionados somente artigos. Sendo assim, mais estudos poderiam
ser encontrados se fossem aumentados as bases de dados e os tipos de trabalhos
selecionados.
RESULTADOS
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Selecionados
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Tabela 2. Distribuição dos artigos quanto à base de dados, artigo, ano e Psicoeducação dividida na
categoria de Transtornos Psicológicos.
Base de Artigo Ano de Psicoeducação
dados publicação
1) Index Siegmund G, Nonohay RG, Gauer G. Ensaio de
Psicolo Usabilidade de uma Intervenção Psicoeducacional
gia Computadorizada sobre Transtorno Obsessivo- 2016 Transtornos
Compulsivo. Trends in Psychology/ Temas em
Psicologia 2016, 24 (1): 261-276.
2) Index Ribeiro MV, Macuglia GCR, Dutra MM. Terapia
Psicolo cognitivo-comportamental na depressão infantil: uma
2013 Transtornos
gia proposta de intervenção. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas 2013, 9(2): 81-92.
3) Index Petersen CS. Evidências de efetividade e
Psicolo procedimentos básicos para Terapia Cognitivo-
2011
gia Comportamental para crianças com transtornos de
Transtornos
ansiedade. Revista brasileira de psicoterapia
2011,13(1):39-50.
8) Index Mesquita CM, Porto PR, Rangé BP, Ventura PR. Terapia
Psicolo cognitivo-comportamental e o tdah subtipo desatento:
gia uma área inexplorada. Revista brasileira de terapias 2009 Transtornos
cognitivas 2009, 5, (1):35-44.
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Tabela 3. Distribuição dos artigos quanto à base de dados, artigo, ano e Psicoeducação dividida na
categoria de grupos.
Base de Artigo Ano de Psicoeducação
dados publicação
1) Menezes SL, Souza MCBM. Grupo de psicoeducação
Mediline no transtorno afetivo bipolar: reflexão sobre o modo
2011 Grupos
asilar e o modo psicossocial. Rev Esc Enferm USP,
2011; 45(4):996-1001
2) Index Santana SM, Silva NG, Gonçalves DM, Melo MCMD.
Psicologia Intervenções em grupo na perspectiva cognitivo-
comportamental: Experiências no contexto da clínica- 2014 Grupos
escola. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas 2014,
10(1): 47-53.
3) Lilacs Farina M, Terroso LB, Lopes RMF, Argimon IIL.
Importância da psicoeducação em grupos de
2013 Grupos
dependentes químicos: relato de experiência. Aletheia
2013, 42:175-185.
4) Lilacs Rabelo DF, Neri Al. Intervenções psicossociais com
grupos de idosos. Revista Kairós Gerontologia, São 2013 Grupos
Paulo 2013, 16(6): 43-63.
5) Lilacs Ponciano ELT, Cavalcante MT, Carneiro TF.
Observando os grupos multifamiliares em uma 2010 Grupos
instituição psiquiátrica. Rev Psiq Clín 2010, 37(2):43-7.
6) Lilacs Gomes BC, Lafer B. Psicoterapia em grupo de
pacientes com transtorno afetivo bipolar. Rev. Psiq. Clín 2007 Grupos
2007, 34 (2): 84-89.
7) Index Pinto MCN, Picon P. Adoção: proposta preliminar para
Psicologia uma abordagem psicoterápica cognitivo-
comportamental para pais adotantes. Revista brasileira 2009 Grupos
de terapias cognitivas 2009, 5(1): 3-16.
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DISCUSSÃO
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terapêuticos sobre a doença que possuem, seus sintomas, origens e percursos
trocando experiências através do relato9,10.
O trabalho em grupo permite um ambiente terapêutico em que à pessoa lida
com questões interpessoais constantemente. E, além de trabalhar os aspectos que
envolvem o percurso de uma doença ou perturbação, propicia também explorar melhor
as habilidades de relacionamento, o ajustamento social e os estilos de vida. Conforme
a literatura, esse tipo de intervenção permite vivências semelhantes às situações do
dia a dia por favorecer a aprendizagem a partir da experiência do/a outro/a. Não
menos importante, a intervenção psicológica em grupo, democratiza o serviço
terapêutico que representa ainda um custo alto para a maioria da população 4.
Alguns estudos4,9,10 abordam que existem intervenções cognitivo-
comportamentais em grupo utilizando a psicoeducação em grupos de apoio; grupos de
orientação e/ou treinamento e grupos terapêuticos. Sendo que, cada um possui sua
especificidade, no entanto, a atividade psicoeducativa se encontra presente em todas
as modalidades, abordando as dificuldades dos/as participantes dos grupos e os
conhecimentos sobre os cursos, características e tratamentos eficazes. Além disso,
abre espaço para que os/as pacientes reconheçam as suas dificuldades e o que tem
relação a elas (pensamento, emoção e comportamento), discutindo estratégias de
intervenções para promover mudanças.
As intervenções psicoeducativas colaboram para que as pessoas sintam-se
mais motivadas a ajudar uma as outras que vivenciam experiências parecidas, no que
abrange as dificuldades e sofrimentos compartilhados. Dessa forma, é perceptível que
o grupo de Psicoeducação lhes proporciona, também, a oportunidade de ajudarem
outras pessoas, bem como de serem ajudados por outros8, 11.
CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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Carlos André Nogueira
Kelly Nunes Crisostomo
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Jessica de Macedo do Prado
7. Menezes SL, Souza MCBM. Grupo de psicoeducação no transtorno afetivo bipolar:
reflexão sobre o modo asilar e o modo psicossocial. Rev Esc Enferm USP, 2011;
45(4): 996-1001.
8. Pellegrinelli KB. Impacto da Psicoeducação na Recuperação Sintomática e
Funcional dos Pacientes. Dissertação de Mestrado Apresentada a Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, 2010.
9. Oliveira RL. Estudo comparativo da adição da terapia cognitivo- comportamental e
da psicoeducação ao tratamento padrão do transtorno bipolar em idosos. Tese de
doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2011.
10. Braga MFS. Eficácia da psicoeducação para pacientes com repressão unipolar.
Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Riberão Preto, Brasil, 2014.
11. Grossi FP, et al. A intervenção psicoeducacional e impacto sobre o estresse nas
disfunções temporomandibulares. Arch Health Invest, 2015; 4(2): 25-380.
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