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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

CADEIRA: CONSULTA PSICOLÓGICA

ANÁLISE TRANSACIONAL

ELEMENTOS DO 3º GRUPO

Domingas David Fazenda

Tomás Mauta Gimo Manuel

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLÍNICA 4ºANO

Chimoio, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

UNIDADE ORGÂNICA DE CHIMOIO

CADEIRA: CONSULTA PSICOLÓGICA

ANÁLISE TRANSACIONAL

DOCENTE:

dra. Célia Macheca

ELEMENTOS DO 3º GRUPO

Domingas David Fazenda

Tomás Mauta Gimo Manuel

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLÍNICA 4ºANO

Chimoio, Março de 2023


INDICE

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5

2. OBJECTIVOS.............................................................................................................................6

2.1 Geral..........................................................................................................................................6

2.2 Específicos.............................................................................................................................6

3. METODOLOGIAS......................................................................................................................7

4. FUNDAMENTAÇÃO TEORÉTICA..........................................................................................8

5. CONCEITO.................................................................................................................................9

6. ESTADO DE EGO DE PAI........................................................................................................9

6.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE PAI.......................................................................10

6.1.1 Físicos............................................................................................................................10

6.1.2 Verbais...........................................................................................................................10

7. ESTADO DE EGO DE ADULTO............................................................................................11

7.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE ADULTO.............................................................11

7.1.1 Físicos............................................................................................................................11

7.1.2 Verbais...........................................................................................................................11

8.1 ESTADO DE EGO DE CRIANÇA.........................................................................................12

8.1.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE CRIANÇA.........................................................13

8.1.2 Físicos............................................................................................................................13
8.1.2 Verbais...........................................................................................................................13

9. ANALISANDO AS TRANSAÇÕES........................................................................................14

10. TRANSAÇÃO COMPLEMENTAR OU PARALELA..........................................................15

11. TRANSAÇÃO CRUZADA.....................................................................................................16

12. TRANSAÇÃO SUBJACENTE OU DE DOIS NÍVEIS.........................................................16

13. OS ESTÍMULOS NA ANÁLISE TRANSACIONAL............................................................17

14. CONCLUSÃO.........................................................................................................................18

15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................19


1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa descrever a análise transacional, bem como os conceitos dos termos
gerais, tipos de análise transacional e suas características de cada estado. O conhecimento deste
tema análise transacionalé fundamental para quem quer fazer uma autoanálise e entender as suas
relações interpessoais na empresa, na escola, no casamento, com seus pais, com seus filhos, com
empregados, com o patrão, com colegas, com clientes, com fornecedores, com adolescentes e,
principalmente, consigo mesmo(a).

A Análise Transacional empregando uma linguagem simples e compreensível, partindo da


concepção do indivíduo como uma unidade bio-psico-social, divide didaticamente a
personalidade em três componentes denominados Estados do Ego, que são o PAI, O ADULTO e
a CRIANÇA (PAC). Esses estados de Ego agem como 3 pessoas distintas, atuando e interagindo
continuamente dentro da nossa cabeça.

Os Estados de Ego representam 3 modos de ser, de pensar, de sentir e de atuar. Não são
construções teóricas invisíveis, mas sim realidades concretas, observáveis e mensuráveis.
Conforme BERNE, “formam um sistema de sentimentos e pensamentos que provocam uma série
de pautas de condutas” (1961), que podem ser diagnosticadas ou identificadas pela observação
do vocabulário, tom de voz, gestos e expressão corporal do indivíduo; enfim, pela expressão
verbal e não-verbal do sujeito.
2. OBJECTIVOS

2.1 Geral

 Compreender a análise transacional.

2.2 Específicos

 Definir os conceitos da análise transacional;


 Identificar os 3 estados de EGO.
 Descrever a análise de transição.
3. METODOLOGIAS

O trabalho fundamentou-se em revisão bibliográfica, desenvolvida com o objetivo de identificar


os conceitos de análise transacional, estados de ego, e descrever as fases de cada transição que
são ocorridas por cada individuo.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORÉTICA

Por volta de 1951, Wilder Penfield (1891 – 1976), um neurocirurgião da Universidade de


MacHil de Montreal Canadá, efetuava investigações de focos epiléticos no cérebro de seus
pacientes, no sentido de localizá-los para, em seguida, tratá-los. Seu método consistia na
estimulação do córtex cerebral por meio de uma minúscula sonda provida de um microeléctrodo,
que emitia uma corrente elétrica de baixa intensidade. Entretanto, a certa altura dos
acontecimentos, surgiu uma variável não prevista por ele: reações verbais dos pacientes que, ao
serem estimulados em determinados pontos de seu cérebro, recordavam-se nitidamente de certos
eventos de sua vida ou emitiam certos comportamentos verbais ou emocionais.

A reação ao elétrodo era involuntária: “sob a influência irresistível da sonda uma experiência
familiar aparecia na consciência do paciente quer desejasse ele focar sua atenção nela ou não.
Uma canção era ouvida, provavelmente da mesma forma como fora ouvida em certa ocasião.
Era, para o paciente, a representação de uma peça conhecida onde ele era, ao mesmo tempo, ator
e platéia”. Não apenas os acontecimentos passados eram recordados em detalhes, mas também as
sensações associadas a tais eventos: “o paciente vive de novo a emoção que o acontecimento
produziu nele originalmente e é cônscio das mesmas interpretações, corretas ou falsas, que deu
então à experiência”. No decorrer de inúmeros anos, Penfield acumulou dados, até então
inéditos, que viriam mais tarde alterar o rumo dos estudos dos comportamentos e atitudes
humanas.

Eric Berne (1910 – 1970), psiquiatra americano, mas canadense por nascimento, foi quem
primeiro lançou mão das conclusões de Penfield, estruturando o que mais tarde receberia o nome
de ANÁLISE TRANSACIONAL, talvez uma das mais significativas conquistas do homo
sapiens sapiens no século XX para ampliar o conhecimento de si próprio.

Foi numa sessão de psicoterapia, com um advogado como seu cliente, que Berne ficou
consciente das mudanças que ocorriam no padrão de atitudes e comportamentos das pessoas:
num intervalo de minutos, o seu cliente mudou de uma atitude compenetrada, analisadora, de
raciocínio frio e preciso, para outra de insegurança emocional, futilidade, “relaxamento”. Em
outra ocasião, apresentava uma reação crítica da atitude que havia tomado ou de críticas ao
próprio terapeuta. No intuito de simplificar seu trabalho e facilitar a compreensão dos padrões de
comportamento que ocorriam, Berne denominou-os, respectivamente, de ADULTO, CRIANÇA
e PAI, por apresentarem muita semelhança com a idade adulta, a infantil e com o papel de pai.
Portanto, o homem é um ser que possui uma personalidade global, porém, formada por
“subpersonalidades”, a que Berne deu o nome de Estados de Ego. Várias literaturas, enriquecem
este conteúdo, colocando os indícios físicos e verbais quando uma pessoa está atuando nos vários
Estados de Ego. Veja abaixo como eles foram caracterizados por Eric Berne:

5. CONCEITO

A Análise Transacional empregando uma linguagem simples e compreensível, partindo da


concepção do indivíduo como uma unidade bio-psico-social, divide didaticamente a
personalidade em três componentes denominados Estados do Ego, que são o PAI, O ADULTO e
a CRIANÇA (PAC). Esses estados de Ego agem como 3 pessoas distintas, atuando e interagindo
continuamente dentro da nossa cabeça. (COBRA, R. Q. Eric Berne, 2003).

6. ESTADO DE EGO DE PAI

No estado de ego de PAI estão registados todos os tipos de conceitos de vida que aprendemos
com nossos pais e outros adultos, particularmente nos primeiros anos de vida. O PAI representa,
portanto, o depósito de conhecimentos, comportamentos, atitudes e os valores culturais
transmitidos à criança de forma verbal ou não verbal. São, portanto, conceitos que nos foram
ensinados. Grosso modo, este Estado de Ego forma-se nos primeiros cinco anos de vida.
(COBRA, R. Q. Eric Berne, 2003).
O Estado de Ego de PAI se subdivide em PAI PROTETOR e PAI CRÍTICO. Cada um desses
pode ser positivo ou negativo, conforme demonstrado a seguir:

PP+ Pai Protetor Positivo: orienta, protege, aconselha, estimula e ensina.

Crença - é preferível ensinar as pessoas a pescar do que dar-lhes peixes.

PP- Pai Protetor Negativo: Superprotege, assume responsabilidades pelos outros, impede o
crescimento dos outros.

Crença - é mais importante amparar quem errou do que elogiar quem acertou.

PC+ Pai Crítico Positivo: faz críticas construtivas, chama a atenção para a falha e cobra.

Crença - proteger as pessoas é a fórmula certa de conduzi-las ao fracasso.

PC- Pai Crítico Negativo: humilha, agride, menospreza, persegue e castiga.

Crença - diante de falhas, deve-se buscar encontrar o culpado para que seja punido.

6.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE PAI

6.1.1 Físicos

Tenho franzido, lábios contraídos, dedo indicador em riste, balançar de cabeça, a "expressão
horrorizada”, bater com o pé, mãos nos quadris, braços cruzados sobre o peito, retorcer as mãos,
estalidos com a língua, passar a mão pela cabeça de outro. Estes são gestos típicos do Pai, mas
podem haver outros gestos, peculiares ao pai da pessoa. Por exemplo: se o seu pai tinha o hábito
de pigarrear e olhar para cima toda vez que ia se pronunciar sobre o seu mau comportamento,
este maneirismo, sem dúvida se tornará evidente quando você estiver por fazer uma declaração
oriunda do Pai, mesmo que, para a maioria das pessoas, tal maneirismo não seja característico de
Pai. Existem também as diferenças culturais. Por exemplo, nos Estados Unidos, as pessoas
exalam quando suspiram, enquanto na Suécia inalam.
6.1.2 Verbais

Vou parar com isso de uma vez por todas; enquanto for vivo eu não posso...; lembre-se sempre...;
("sempre" e "nunca” são, quase sempre, palavras do Pai que revelam as irritações de um sistema
arcaico, fechado a novos dados); quantas vezes eu já lhe disse? se eu fosse você ...

Muitas palavras que traduzem um julgamento, quer seja crítico, quer seja favorável, podem
identificar o Pai, desde que tal julgamento seja de outrem, baseado não numa avaliação do
Adulto, mas em reações automáticas e arcaicas do Pai. Exemplos desse tipo de palavras são:
estúpido, desagradável, ridículo, chocante, nojento, boçal, preguiçoso, tolice, absurdo,
pobrezinho, não! Como é que você se atreve? gracinha, e agora?, de novo não! É importante ter
em mente que essas palavras são indícios que, por si só, não são conclusivas. O Adulto pode
decidir, após uma análise séria, com base num sistema ético adulto, que certas coisas são
realmente estúpidas, ridículas ou chocantes. Duas palavras, "devia" e "tinha" frequentemente
denunciam o Pai, mas, empregadas também pelo Adulto. É o emprego automático, arcaico, feito
sem pensar, de palavras como as que relacionamos que assinala a ativação do Pai, juntamente
com certos gestos e o contexto da transação.

7. ESTADO DE EGO DE ADULTO

Este Estado de Ego começa a se formar em torno dos 10 meses de idade. É organizado,
adaptável, age testando a realidade. É parte da personalidade responsável pela coleta e análise de
todos os dados. Sua função é a de reunir os dados do PAI, do ADULTO e da CRIANÇA,
estimando probabilidades e processando as informações, selecionando as melhores alternativas
para a tomada de decisão. São, portanto, conceitos pensados. O estado de ego de ADULTO
também pode ser positivo ou negativo:

A+ Adulto Positivo: analisa informações, decidindo pelo que é mais justo, mais correto, mais
útil.

Crença - é razoável fazer perguntas e/ou pedir tempo para pensar diante de uma questão
complexa.
A+ Adulto Negativo: analisa informações, decidindo por aquilo que é melhor para si, apesar de
prejudicar os outros. É também negativo quando não permite à pessoa ficar nos estados de ego
de CRIANÇA ou PAI. Crença - ajo de forma que as pessoas acabem por concordar comigo,
fazendo o que eu quero.

7.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE ADULTO

7.1.1 Físicos

Qual é a aparência do Adulto? Se apagarmos do vídeo os "tapes" do Pai e da Criança, o que irá
aparecer? Será um rosto inexpressivo? Benigno? Entediado? Diz-se que um rosto inexpressivo
não significa um rosto de Adulto. Neste, o ato de ouvir é identificado por um movimento
contínuo - no rosto, nos olhos, no corpo - com um pestanejar em cada três ou cinco segundos.
Imobilidade significa não-audição. O rosto do Adulto é, sim, expressivo. Se a cabeça está
inclinada, a pessoa está escutando, mas tem em mente um determinado ângulo. O Adulto
também permite que a Criança, curiosa e excitada, apareça no seu rosto.

7.1.2 Verbais

Como já foi dito anteriormente, o vocabulário do Adulto consiste de: por que, o que, onde,
quando, quem e como. Outras palavras: quanto, de que modo, comparando-se verdadeiro, falso,
possível, desconhecido, objetivo, eu penso, eu entendo, em minha opinião, etc. Todas essas
palavras indicam o processamento de dados por parte do Adulto.

Na frase "em minha opinião”, a opinião pode ser derivada do Pai, mas a declaração é do Adulto,
já que é feita sua identificação como julgamento, em vez de ser expressa a ideia como um fato.
“Em minha opinião os estudantes deviam votar" não é a mesma coisa que "Os estudantes deviam
votar”.

8.1 ESTADO DE EGO DE CRIANÇA

Cada pessoa traz dentro de si o menino ou a menina que sente, pensa, fala e reage como fazia
naquela idade. É a nossa parte infantil, que independe de nossa idade cronológica. Representa os
comportamentos emocionais, como alegria e tristeza, o amor e o ódio, o prazer e a dor, o
destemor e o medo a curiosidade, a intuição e todas as funções fisiológicas. São, portanto,
conceitos sentidos. Grosso modo, este Estado de Ego forma-se nos primeiros cinco anos de vida.
O Estado de Ego de CRIANÇA divide-se em CRIANÇA LIVRE, CRIANÇA REBELDE e
CRIANÇA SUBMISSA que, por sua vez, podem ser positivos ou negativos:

CL+ Criança Livre Positiva: é espontânea, criativa, afetuosa, desfruta e ama.

Crença - é legal sentir prazer em correr riscos e aventurar-se em situações novas, mesmo sujeito
a sentir medo.

CL- Criança Livre Negativa: é barulhenta e comete excessos. Demonstra exagero nas emoções.

Crença - às vezes é salutar “ridicularizar”, divertidamente, as ideias que as pessoas acham sérias
e importantes.

CR+ Criança Rebelde Positiva: confirma seus atos, mesmo contra todos, se para ela própria são
corretos.

Crença - toda pessoa deve protestar se abusam da boa vontade dela.

CR- Criança Rebelde Negativa: Atua com ressentimentos. É constantemente “do contra”.

Crença - é natural a pessoa guardar ressentimentos de alguém que julga tê-la prejudicado algum
dia.

CS+ Criança Submissa Positiva: é disciplinada, se adapta com facilidade às normas sociais.

Crença - Pode-se, eventualmente, discordar do chefe, mas não fazer-lhe qualquer deslealdade.

CS- Criança Submissa Negativa: submete-se a ordens absurdas sem questionar. É,


principalmente, a expressão de medos não objetivos.

Crença - As decisões são para serem tomadas só quando não há mais meios de adiá-las.
8.1.1 INDÍCIOS DO ESTADO DE EGO DE CRIANÇA

8.1.2 Físicos

Já que as primeiras reações da Criança ao mundo exterior são não-verbais, os indícios mais
prontamente reconhecíveis da Criança são os vistos nas expressões físicas que qualquer um dos
relacionados a seguir assinala o envolvimento da Criança numa transação: lágrimas, o tremor
dos lábios, o "beicinho", explosões de gênio, voz aguda e gritada, olhos irrequietos, encolher de
ombros, baixar os olhos, zombar, rir, manifestar grande prazer, erguer a mão para falar, roer as
unhas, girar o corpo denotando embaraço e dar risinhos espremidos. (BERNE, 1985).

8.1.2 Verbais

Muitas palavras, além da algaravia própria dos bebês, identificam a Criança: eu desejo, eu
quero, eu não sei, eu vou, não me importo, eu acho, quando eu crescer, maior, o máximo,
melhor, ótimo (muitos superlativos se originam na Criança como “peças" do jogo "O Meu é
Melhor"). Dentro do mesmo espírito do "Olha mamãe, sem as mãos", elas são empregadas para
impressionar o Pai e vencer o NÃO OK. (CREMA, 1985).

Há outro grupo de palavras que são usadas continuamente por crianças pequenas. No entanto,
elas não são indícios da Criança, mas sim do Adulto operando na pequena pessoa. Tais palavras
são: por que, o que, onde, quem, quando e como.

Com esses indícios para nos ajudarem, podemos começar a identificar Pai, Adulto e Criança
nas transações que acontecem entre a gente e os outros. Qualquer situação social é repleta de
exemplos de todos os tipos concebíveis de transação. Principalmente as novelas. Por tudo isso, é
fácil entender que as nossas atitudes e comportamentos são expressões de nossos Estados de
Ego, componentes estruturais e dinâmicos de nossa personalidade, que nós apresentamos nas
diversas situações e momentos “conduzidos” por um deles. (AGUILAR, 1999).

Após esta breve exposição, observe as potencialidades dos seus PP+, PP-, PC+,PC-, A+, A-,
CL+, CL-, CR+, CR- , CS+ e CS-.
Independentemente das potencialidades dos seus Estados de Ego, a questão fundamental é saber
qual deles deve atuar quando estamos diante de uma situação inédita, ou em momentos decisivos
para a nossa vida. Com freqüência “aparece” aquele Estado de Ego que não devia aparecer.
Quando isso ocorre, ficamos em “maus lençóis”, com sentimento de culpa, com raiva,
desiludidos (as). Por exemplo, convém usarmos o ADULTO quando analisamos um problema
da empresa, mas, às vezes, perdemos o controlo e partimos, sem pensar, com a CRIANÇA, no
momento em que ouvimos reclamações sobre nosso desempenho. Por outro lado, em situação de
emergência - um incêndio, por exemplo - precisamos agir imediatamente com o PAI se
quisermos coordenar a evacuação do ambiente e tomar as medidas mais adequadas. Por outro
lado, nos momentos de folga - numa festa entre amigos - o Estado de Ego mais adequado será o
da CRIANÇA. Se “aparecer” o PAI ou o ADULTO ninguém se divertirá e a descontração dará
lugar às formalidades e aos “assuntos de gente grande”. O que determina a alternância e o
aparecimento de um dos Estados de Ego, em vez de outro, é a diferença de potencial entre eles,
na nossa personalidade, em cada situação. Essa diferença de potencial é determinada pelo
número e pela profundidade dos registros vivenciais de cada pessoa. Analise qual o potencial de
cada Estado de Ego em sua personalidade. Veja abaixo como normalmente são representados os
Estados de Ego. (BERNE, 1985).

9. ANALISANDO AS TRANSAÇÕES

Quando duas pessoas se comunicam, há uma AÇÃO-REAÇÃO que, na Análise Transacional, é


chamada de TRANSAÇÃO. O objetivo principal do estudo da análise das transações é mostrar
qual Estado de Ego se torna ativo em cada pessoa quando elas se comunicam. Pelos exemplos a
seguir, você certamente identificará algumas que você já vivenciou ou viu acontecer. Há três
tipos de transação: “Complementar ou Paralela”, “Cruzada” e “Subjacente ou de Dois Níveis”.
(OLIVEIRA e BERNE, 1980).

10. TRANSAÇÃO COMPLEMENTAR OU PARALELA

Uma transação é complementar ou paralela quando um estímulo é dirigido a um determinado


estado de ego de uma pessoa e esta pessoa responde ao estado de ego em que foi emitido o
estímulo. Neste tipo de transação, o relacionamento tende a continuar, sem conflitos.
(CARACUSHANSKY, 1988).
11. TRANSAÇÃO CRUZADA

Uma transação é cruzada quando uma pessoa emite um estímulo a um determinado estado de ego
e a outra responde de um estado de ego conflitante. Normalmente, não há continuidade na
transação. (BERNE, 1985).

12. TRANSAÇÃO SUBJACENTE OU DE DOIS NÍVEIS

Uma transação é subjacente ou de dois níveis quando envolve necessariamente mais de um


estado de ego. Essa transação pressupõe, além de uma mensagem aparente, socialmente aceita,
outras mensagens ocultas. (BERNE, 1985).
13. OS ESTÍMULOS NA ANÁLISE TRANSACIONAL

O estímulo é definido por “qualquer ato de alguém que implique em reconhecimento da presença
do outro”. Os estímulos em análise transacional podem ser subdivididos em: físicos e
psicológicos; positivos e negativos; condicionais e incondicionais: (berne, 1985).

ESTÍMULOS FÍSICOS ESTÍMULO NEGATIVO


Aperto de mão, Abraço, Tapinha no ombro… “Se você não tivesse engordado tanto...”
(Fazem sentir mal e desanima
ESTÍMULOS PSICOLÓGICOS ESTÍMULO CONDICIONAL
Palavra de incentivo, Gesto Movimento… “Eu te admiro porque você é pontual.” (Dados
a uma pessoa pela sua conduta)
ESTÍMULO POSITIVO ESTÍMULO INCONDICIONAL
“Ficou lindo! Esta roupa lhe caiu muito bem.” “Eu te admiro!” (Dados a uma pessoa pelo que
(Motivam e dão sensação de bem-estar) ela é)
DESQUALIFICAÇÃO

Ocorre uma desqualificação quando a resposta é inadequada ou não corresponde ao estímulo que
a originou. Toda desqualificação tem, por função básica, o desconhecimento da existência do
outro. Quando desqualificamos, impedimos o outro de existir. Podemos dizer que toda vez que
me deixo desqualificar, aceito ser desvalorizado e, toda vez que desqualifico o outro, o
desvalorizo.
14. CONCLUSÃO

A Análise Transacional empregando uma linguagem simples e compreensível, partindo da


concepção do indivíduo como uma unidade bio-psico-social, divide didaticamente a
personalidade em três componentes denominados Estados do Ego, que são o PAI, O ADULTO e
a CRIANÇA (PAC). Esses estados de Ego agem como 3 pessoas distintas, atuando e interagindo
continuamente dentro da nossa cabeça.

No estado de ego de pai estão registados todos os tipos de conceitos de vida que aprendemos
com nossos pais e outros adultos, particularmente nos primeiros anos de vida. O estado de ego de
pai se subdivide em pai protetor e pai crítico. Cada um desses pode ser positivo ou negativo.

Por sua vez o estado de ego do adulto, começa a se formar em torno dos 10 meses de idade. É
organizado, adaptável, age testando a realidade. É parte da personalidade responsável pela coleta
e análise de todos os dados. Sua função é a de reunir os dados do pai, do adulto e da criança,
estimando probabilidades e processando as informações, selecionando as melhores alternativas
para a tomada de decisão.

O estado do ego da criança, representa os comportamentos emocionais, como alegria e tristeza, o


amor e o ódio, o prazer e a dor, o destemor e o medo a curiosidade, a intuição e todas as funções
fisiológicas. São, portanto, conceitos sentidos. Grosso modo, este estado de ego forma-se nos
primeiros cinco anos de vida. O estado de ego de criança divide-se em criança livre, criança
rebelde e criança submissa que, por sua vez, podem ser positivos ou negativos.

Os estímulos em análise transacional podem ser subdivididos em: físicos e psicológicos;


positivos enegativos; condicionais e incondicionais
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILAR, L. Análise Transacional. Guia prático para o auto conhecimento. Lisboa: FIM DE
SÉCULO, 1999.

BERNE, E. Análise Transacional em psicoterapia. São Paulo: SUMMUS, 1985.

CARACUSHANSKY, S. R. Curso avançado de Análise Transacional de base psicanalítica.


São Paulo: ASSERTIVA. 1988.

COBRA, R. Q. Eric Berne, o criador da Análise Transacional. Retirado em Setembro de


2003. Www.cobra.pages.hom.br/ecp-ericberne.html. Brasília.1998.

CREMA, R. Análise Transacional centrada na pessoa... e mais além. 2. ed. São Paulo:
ÁGORA, 1985.

KERTÉSZ, R. Análise Transacional ao vivo. 3.ed. São Paulo: SUMMUS, 1987.

OLIVEIRA, M. G. Reflexões sobre Eric Berne. 1980.

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