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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLÍNICA E ASSISTÊNCIA


SOCIAL

Tema:

Antidepressivos

Chimoio, Março de 2024


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLÍNICA E ASSISTÊNCIA
SOCIAL
4o Ano – Laboral

Disciplina:

Psicofarmacologia

Tema:

Antidepressivos

Discentes: Docente:

Hazirath João Armando MSc. Hanifa Narane

Maria Helena Raimundo

Chimoio, Março de 2024


Índice
Capítulo I....................................................................................................................................5

1. Introdução............................................................................................................................5

1.1. Objectivos........................................................................................................................5

1.1.1. Geral.............................................................................................................................5

1.1.2. Específicos...................................................................................................................5

1.2. Metodologia.....................................................................................................................5

Capítulo II...................................................................................................................................6

2. Antidepressivos...................................................................................................................6

2.1. Definição..........................................................................................................................6

2.2. Mecanismos de ação dos Antidepressivos.......................................................................6

2.3. Farmacocinética dos Antidepressivos..............................................................................7

2.4. Farmacodinâmica dos Antidepressivos............................................................................7

2.5. Indicações para o uso para os antidepressivos.................................................................8

2.6. Classificação dos Antidepressivos...................................................................................8

2.6.1. Antidepressivos Inibidores da Monoaminooxidase (IMAOs).....................................9

2.6.2. Antidepressivos Tricíclicos (ADTs)...........................................................................11

2.6.3. Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs)...............13

2.6.3.1. Fluoxetina...............................................................................................................13

2.6.4. Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRN).............................16

2.6.4.1. Reboxetina..............................................................................................................16

2.6.4.2. Venlafaxina.............................................................................................................17

2.6.5. Inibidores de recaptura de serotonina e antagonista alfa 2 (IRSAs)..........................18

2.6.5.1. Trazodona...............................................................................................................18

2.6.6.1. Mirtazapina.............................................................................................................20

2.6.7. Inibidor seletivo de recaptura de dopamina (IRND)..................................................21

2.6.7.1. Bupropion...............................................................................................................21
Capítulo III................................................................................................................................23

3. Conclusão..........................................................................................................................23

4. Referências bibliográficas.................................................................................................24
Capítulo I
1. Introdução

As depressões são doenças frequentes, caracterizadas muitas vezes por intenso sofrimento,
incapacidade e graves riscos. O seu diagnóstico nem sempre é fácil, pois as depressões
manifestam-se por variados sintomas físicos e psicológicos. E, no entanto, hoje é possível
ajudar a recuperar as pessoas que sofrem crises depressivas.

Actualmente a importância decisiva, para o correcto tratamento das depressões, que cabe aos
medicamentos antidepressivos. Muitas vezes as dificuldades do tratamento resultam da falta
de informação dos doentes e dos seus familiares, receosos destes medicamentos e
desconhecedores das suas verdadeiras características. É sobre estes aspectos que gostaríamos
neste presente trabalho debruçar e esclarecer com mais alarde questões inerentes aos
antidepressivos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Compreender os Antidepressivos;
1.1.2. Específicos
 Conceituar os antidepressivos;
 Classificar os antidepressivos;
 Identificar as diferentes formas de actuação dos antidepressivos;
1.2. Metodologia

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, por estar em concordância e harmonia


com o tema proposto. Baseado em autores competentes, que dominam bem o assunto e a
utilização de suas obras que deram suporte a este trabalho. A coleta foi feita através de livros,
materiais impressos e sites da internet.

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Capítulo II
2. Antidepressivos
2.1. Definição

Segundo Stahl (1993) os antidepressivos são medicamentos cuja acção decorre no Sistema
Nervoso Central, normalizando o estado do humor, quando se encontra deprimido (o que
equivale para o doente a tristeza, angústia, desinteresse, desmotivação, falta de energia,
alterações do sono e do apetite e muitos outros sintomas).
Os fármacos antidepressivos, como o próprio nome já diz, voltam-se ao tratamento do
transtorno depressivo maior (TDM, ou simplesmente depressão). Os medicamentos
antidepressivos não actuam quando o estado do humor é normal, distinguindo-se dos psico-
estimulantes.

Quando o tratamento da depressão resulta em remoção de quase todos os sintomas, chama-se


isso de remissão nos primeiros meses e, em seguida, recuperação se for mantida por mais de 6
meses.

Esses pacientes não se apresentam apenas melhores, eles estão bem, todavia, não estão
curados, pois a depressão ainda pode sofrer recorrência. A remissão dos sintomas e a
recuperação funcional do paciente são, hoje em dia, os objetivos quando se tratam pacientes
com depressão.

2.2. Mecanismos de ação dos Antidepressivos

A teoria mais aceita para elucidar a etiologia do transtorno depressivo maior é


a monoaminérgica. Essa teoria sugere que a depressão está relacionada com uma deficiência
na quantidade ou na função da serotonina (5-HT), noradrenalina (NA) e dopamina (DA)
corticais e límbicas (STAHL, 1993).

A linha mais convincente de evidências favoráveis à hipótese monoaminérgica se baseia no


fato de que, até o momento, todos os antidepressivos disponíveis parecem exercer efeitos
significativos sobre o sistema monoaminérgico.

Todas as classes de antidepressivos, segundo o que temos de evidência médica disponível,


parecem aumentar a disponibilidade sináptica de 5-HT, NA ou DA (STAHL, 1993).

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Contudo, as tentativas de desenvolver antidepressivos capazes de atuar em outros sistemas de
neurotransmissores não foram efetivas até o momento.

Sendo assim, o mecanismo de ação básico destes fármacos é aumentar a biodisponibilidade de


neurotransmissores na fenda sináptica, seja fornecendo uma dosagem exógena, seja
impedindo a degradação do produto endógeno ou amplificando sua ação.

2.3. Farmacocinética dos Antidepressivos

Os antidepressivos compartilham várias características farmacocinéticas. A maioria apresenta


absorção oral razoavelmente rápida, alcança níveis plasmáticos em 2 a 3 horas, liga-se com
firmeza às proteínas plasmáticas, sofre metabolismo hepático e apresenta depuração renal
(CIRAULO, 1992).

Entretanto, mesmo dentro das classes, a farmacocinética de cada antidepressivo varia de


modo considerável.

2.4. Farmacodinâmica dos Antidepressivos

Todos os antidepressivos atualmente disponíveis aumentam a neurotransmissão


monoaminérgica por meio de vários mecanismos. O mecanismo mais comum consiste na
inibição da atividade do SERT, do NET ou de ambos os transportadores de monoaminas
(CIRAULO, 1992).

Os antidepressivos que inibem o SERT, o NET ou ambos incluem os ISRSs e os IRSNs (por
definição), bem como os ADTs.

Outro mecanismo que aumenta a disponibilidade de monoaminas é a inibição de sua


degradação enzimática (pelos IMAOs).

Outras estratégias para aumentar o tônus monoaminérgico incluem a ligação a auto-receptores


pré-sinápticos (mirtazapina) ou a receptores pós-sinápticos específicos (antagonistas dos
receptores 5-HT2 e mirtazapina) (CIRAULO, 1992).

Por fim, a disponibilidade aumentada de monoaminas para ligação na fenda sináptica resulta
em uma cascata de eventos que aumentam a transcrição de algumas proteínas e a inibição de
outras.

É a produção efetiva dessas substâncias que parece determinar os benefícios, bem como a
toxicidade de determinado agente.

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2.5. Indicações para o uso para os antidepressivos

Além do transtorno depressivo maior, esses fármacos atuam de forma significativamente


importante em outras condições de saúde organizada na lista abaixo, como (STAHL, 1993):

 Transtornos de ansiedade;

 Controle da dor crônica (principalmente os tricíclicos, como a amitriptilina);

 Transtorno disfórico pré-menstrual (como os ISRS);

 Cessação do tabagismo (bupropiona);

 Transtornos alimentares (fluoxetina e bupropiona, por exemplo);

 Enurese noturna em crianças;

 Problemas no desempenho sexual (algumas vezes causados pelos próprios


antidepressivos, como ISRS e sanados com a troca de classe).

2.6. Classificação dos Antidepressivos

De acordo com Moreno (1999), os antidepressivos podem ser classificados de acordo com a
estrutura química ou as propriedades farmacológicas. A estrutura cíclica (anéis benzênicos)
caracteriza os antidepressivos heterocíclicos (tricíclicos e tetracíclicos). Os ADTs se dividem
em dois grandes grupos: as aminas terciárias (imipramina, amitriptilina, trimipramina e
doxepina) e as aminas secundárias (desmetilimipramina, nortriptilina e protriptilina).
Maprotilina e amoxapina são antidepressivos tetracíclicos. As características farmacológicas
da maprotilina se assemelham aos ADTs e ela será abordada dentro desta classe de
antidepressivos.

Atualmente os antidepressivos, preferencialmente, são classificados em função da ação


farmacológica, mais útil na prática clínica porque os antidepressivos de nova geração não
compartilham estruturas comuns. Atualmente podemos dividi-los de acordo com o mecanismo
de ação proposto, aumentando a eficiência sináptica da transmissão monoaminérgica
(particularmente de neurônios noradrenégicos e/ou serotonérgicos). Medicamentos
antidepressivos produzem aumento na concentração de neurotransmissores na fenda sináptica

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através da inibição do metabolismo, bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em
autoreceptores pré-sinápticos.

2.6.1. Antidepressivos Inibidores da Monoaminooxidase (IMAOs)

Melo (1998) afirma que esses fármacos inibem a desaminação oxidativa das 3 classes de
aminas biogênicas (noradrenalina, dopamina e 5-HT) e de outras feniletilaminas.

Seu valor primário está no tratamento da depressão refratária ou atípica quando inibidores
seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs), antidepressivos tricíclicos e, às vezes, terapia
eletroconvulsiva (TEC) são ineficazes.

A atividade da enzima monoaminoxidase (MAO) está inibida. Os subtipos da MAO, A e B,


estão envolvidos no metabolismo de serotonina, noradrenalina e dopamina. Isocarboxazida,
fenelzina e tranilcipromina são IMAOs não seletivos que se ligam de forma irreversível às
MAOs A e B (MELO, 1998).

Recentemente foram desenvolvidos IMAOs seletivos da MAO-A e da MAO-B, além de


compostos reversíveis, que contornam o problema das crises hipertensivas. A moclobemida é
um antidepressivo inibidor seletivo da MAO-A e reversível, que desamina 5-HT e NA, ao
passo que inibidores seletivos da MAO-B, como a selegilina, não possuem ação
antidepressiva significativa.

Farmacocinética

Essas drogas são bem absorvidos por via oral. Sua distribuição no organismo se faz de acordo
com a localização da MAO, bem como de acordo com a composição lipídica tissular, o que
explica as concentrações mais elevadas no fígado, coração e cérebro.

A mensuração das concentrações plasmáticas dos IMAO clássicos é de pouca utilidade, uma
vez que eles inibem irreversivelmente a MAO. Enquanto essa enzima possui uma meia-vida
de 8-12 dias, os IMAO são eliminados rapidamente do plasma (suas meias-vidas é de algumas
horas). A inibição da MAO, por estar sujeita à ligação irreversível dos IMAO, necessita de um
período de 10-20 dias para que a síntese e a atividade enzimática da MAO retornem aos níveis
anteriores ao tratamento (MELO, 1998).

Farmacodinâmica

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O rápido aumento de concentração de aminas cerebrais em decorrência da inibição da
inativação metabólica dessas, pode ser um dos fatores envolvidos para a ação antidepressiva.

Seu principal efeito é aumentar a concentração citoplasmática das monoaminas nas


terminações nervosas, sem afetar grandemente os depósitos vesiculares que são liberados por
estimulação nervosa. O aumento do compartimento (pool) citoplasmático resulta em aumento
da taxa de liberação espontânea das monoaminas e, também, aumento da liberação por aminas
simpatomiméticas com ação indireta, como a anfetamina e a tiramina (MELO, 1998).

Além dos efeitos sobre a metabolização das monoaminas, mecanismo mais estudado, as ações
farmacológicas dos IMAO podem derivar de outros mecanismos que atuam sobre a função
amina. Assim, eles podem bloquear a recaptação das aminas ou agir indiretamente, liberando
as aminas dos sítios de estocagem.

Indicações e contraindicações

Os IMAO não devem ser utilizados com outras classes de antidepressivos e devem transcorrer
pelo menos 2 semanas (5 semanas com a fluoxetina, a qual tem meia-vida mais longa) de
intervalo entre o uso das 2 classes de fármacos. IMAOs usados com antidepressivos que
afetam o sistema 5-HT (p. ex., SSRIs) podem causar síndrome serotoninérgica (um distúrbio
potencialmente fatal em que os pacientes podem exibir alterações do estado mental,
hipertermia e hiperatividade autonômica e neuromuscular) (MELO, 1998).

Pacientes recebendo IMAO e que também necessitam de antiasmático ou antialérgicos,


anestésicos locais ou gerais devem ser tratados por psiquiatra e um clínico, dentista ou
anestesista com experiência em neuropsicofarmacologia.

Reações adversas

Em indivíduos normais, os IMAOs causam aumento imediato da atividade motora e


desenvolvem euforia e excitação durante alguns dias. Os efeitos dos IMAOs sobre o
metabolismo das aminas desenvolvem-se rapidamente, e o efeito de uma única dose dura
vários dias.

Os 3 efeitos colaterais mais comuns são (MELO, 1998):

 Anti-alfa-1-adrenérgico: Hipotensão ortostática (atentar para idosos);

 Insônia;

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 Disfunção sexual.

Posologia

Segundo Melo (1998), o medicamento não deve ser utilizado com outro antidepressivo em 15
dias.

 Tranilcipromina: Parnat – 10mg.

 Moclobemina: Aurorix

2.6.2. Antidepressivos Tricíclicos (ADTs)

São assim denominados por sua estrutura química que contem 3 anéis. Observadas ao acaso
as acções antidepressivas nas décadas 1950 a 1960, comercializados para depressão. Alguns
tipos incluem: Amitriptilina, Imipramina, Maprotilina (Disponíveis no SNS Moçambique),
Clomipramina, Nortriptilina, Desipramina e Trimipramina.

São fármacos considerados atípicos e indicados para casos específicos, a depender da


sintomatologia mais incapacitante do paciente, por exemplo (MORENO, 1999):

 pacientes com queixas de insônia e perda de apetite se beneficiam da mirtazapina;


 pacientes com efeitos adversos de caráter sexual ao uso de outras classes conseguem
reverter queixa com bupropiona.

Contudo, esses não constituem os antidepressivos de primeira linha de tratamento.

Bupropiona, mirtazapina, amoxapina, vilazodona e maprotilina são alguns representantes


dessa classe.

Os ADTs apresentavam boa eficácia devido à sua ação, aumentando a disponibilidade de


norepinefrina e serotonina. Seu uso foi limitado em função do bloqueio de receptores de
histamina, colinérgicos e alfa-adrenérgicos que acarretavam efeitos colaterais levando à baixa
tolerabilidade e risco de toxicidade.

Farmacocinética

Os ADT são rapidamente absorvidos após administração oral. Em geral, após um período de 4
horas, a absorção é praticamente completa. Ligam-se em altas proporções às proteínas
sanguíneas (75-97%), principalmente à alfa-1-glicoproteína ácida. Concentrações elevadas

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são
encontradas no cérebro e em outros órgãos (MORENO, 1999).

Após administração oral, mesmo que ocorra absorção completa no intestino, apenas uma
fração da droga administrada estará disponível biologicamente. A baixa disponibilidade é
atribuída, num primeiro tempo, ao efeito de primeira passagem. O fígado é o órgão mais
importante para a metabolização dos ADT. Existe grande variabildade interindividual,
seguramente de origem genética, do efeito de primeira passagem.

A meia-vida dos ADT é da ordem de 20 a 30 horas, e o estado de equilíbrio plasmático


(steady-state) é alcançado depois de cerca de 5 meias-vidas, isto é, em tomo de I semana ou
mais.

Os ADT são altamente lipossolúveis, sofrendo biotransformações hepáticas, principalmente


em compostos hidrossolúveis, que são eliminados por via renal.

Farmacodinâmica

O efeito imediato dos ADTs é bloquear a captura das aminas pelas terminações nervosas, por
competição pelo ponto de ligação do transportador de aminas. A maioria dos ADTs inibe a
captura de norepinefrina e de 5-HT, mas tem muito menos efeito sobre a captura de dopamina.
Sugere-se que a melhora dos sintomas emocionais reflita principalmente aumento na
transmissão mediada por 5-HT, enquanto o alívio dos sintomas biológicos resulte da
facilitação da transmissão noradrenérgica. A interpretação torna-se difícil pelo fato de os
principais metabólitos dos ADTs possuírem considerável atividade farmacológica (em alguns
casos mais que a do fármaco de origem) e costumarem diferir do fármaco de origem com
respeito à sua seletividade pela norepinefrina/5-HT (MORENO, 1999).

Reações adversas

Efeitos anti-colinérgicos (MORENO, 1999):

 Olhos: geram midríase (uma vez que há inibição do sistema nervoso autônomo
parassimpático e consequente estímulo simpático), com dificuldade de acomodação
visual;

 Efeitos gastrointestinais: redução dos movimentos peristálticos, causando


obstipação (atenção para idosos);

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 Sistema urinário: contração do esfíncter vesical, com retenção urinária (atentar para
HPB e idosos).

Efeitos anti-alfa-1-adrenérgico: Hipotensão postural (cuidado com idosos – risco maior de


quedas); Redução da libido.

Efeitos anti-histamínico: Sonolência; Aumento do apetite; Ganho de peso.

Efeitos no sistema cardiovascular: Doses baixas: efeito antiarrítmico; Doses elevadas: efeito
arritmogênico; Bloqueios Atrioventriculares: manifestados no ECG pelo aumento do intervalo
PR.

Contraindicações

Glaucoma de ângulo estreio, BAVT, BRE e BRD, hiponatremia.

Posologia

Devemos prescrever com aumento gradativo da dose, incialmente em doses baixas, devido
aos potenciais efeitos colaterais. Iniciamos com dose diárias de 25 – 50 – 75mg. Esse aumento
geralmente se dá a cada 4 dias, mas pode variar a depender da tolerabilidade do paciente
(MORENO, 1999).

2.6.3. Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs)


2.6.3.1. Fluoxetina

A fluoxetina foi o primeiro fármaco da classe dos inibidores seletivos da recaptação de


serotonina (ISRS), introduzido em 1987. O tratamento da depressão foi revolucionado com a
introdução dessas medicações, que continua sendo um dos ISRS mais largamente prescritos.

Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são uma classe de antidepressivos


que agem inibindo a recaptação da serotonina (5-hidroxitriptamina [5-HT]). Por isso, são
responsáveis por aumentar a concentração desse neurotransmissor no corpo e no cérebro
(MORENO, 1999).

Farmacocinética

A fluoxetina é bem-absorvida após a administração oral e a biodisponibilidade varia de 72 a


90% dependendo do grau de absorção e do metabolismo de primeira passagem. A ingestão
associada à comida pode diminuir a velocidade de absorção, mas não a quantidade. O pico de

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concentração plasmática ocorre de 4 a 8 horas e liga-se quase completamente a proteínas
plasmáticas (MORENO, 1999).

A fluoxetina é metabolizada primariamente pelo fígado, dando origem, por desmetilação, à


norfluoxetina,entre outros metabólitos. A fluoxetina é a única que apresenta metabólito com
atividade clínica significativa (inibição da recaptação de serotonina e inibição de isoenzimas
do citocromo P450). Todos os ISRS afetam as enzimas metabolizadoras do citocromo P450 e
podem comprometer o metabolismo de outras drogas metabolizadas por esse sistema.

A meia-vida prolongada da fluoxetina e o tempo necessário para se atingir o estado de


equilíbrio apresentam significado clínico, como a maior latência para o início da ação
antidepressiva. Existe uma notável variação individual na eliminação. Cerca de 60% de uma
dose única é excretada na urina em 35 dias e 12% nas fezes em 28 dias.

Farmacodinâmica

Seu efeito imediato acontece pelo bloqueio da recaptação de serotonina, gerando acúmulos
desse neurotransmissor nas fendas pré-sinápticas e aumento da disponibilidade de serotonina
para determinados receptores 5HT. Essa ação inicial é responsável pelos efeitos colaterais das
medicações nos primeiros dias de uso. Isso porque a ação terapêutica da fluoxetina ocorre
pelo seu efeito crônico. O aumento sustentado de serotonina na área somatodendritica causa
uma dessensibilização dos auto-receptores 5HT1 dessa área.

Em função da sua dessensibilização, não detectam as altas quantidades de serotonina


existentes nessa área e enviam uma mensagem para os terminais axônicos liberarem mais
serotonina na fenda sináptica, desinibindo a neurotransmissão serotonérgica (MORENO,
1999).

Então a fluoxetina tem ação terapêutica na seguinte sequência:

1) bloqueado a bomba de recaptação de serotonina,

2) aumentado a serotonina na área somatodendrítica,

3) dessensibilizado os auto-receptores 5HT1A,

4) desinibido o fluxo de impulsos neuronais, e

5) aumentado a liberação de serotonina nos terminais axônicos, o passo final é

6) a dessensibilização dos receptores serotonérgicos pós-sinápticos.


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Indicações

Embora a eficiência dos ISRS, como a fluoxetina, seja semelhante à dos antidepressivos
tricíclicos (ATCs) no tratamento da depressão, tornaram-se os agentes de primeira linha para o
tratamento da depressão, bem como para a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo,
devido à sua maior seletividade e perfil reduzido de efeitos adversos. As indicações com
evidência de eficácia estabelecida incluem:

 depressão maior: doses usuais variam de 20 a 40 mg/dia

 distimia: aparentemente é necessária uma dose mínima de 40 mg/dia, e a resposta em


geral é mais demorada, podendo levar até 6 meses.

 transtorno obsessivo-compulsivo: as doses eficazes são mais elevadas, variam de 40


a 60 mg/dia, podendo-se utilizar até 80 mg/dia.

 bulimia nervosa: as doses eficazes para adultos foram de 60 mg/dia

 transtorno do pânico: recomenda-se iniciar com 5 mg/dia para prevenir o


aparecimento de inquietude e ansiedade, comuns no início do uso, e aumentar
lentamente até chegar a 20 mg/dia.

Contraindicações

Absolutas: Pacientes com hipersensibilidade ao fármaco.

Relativas: Indisposição gastrintestinal, pacientes que utilizam múltiplas drogas, associação


com inibidor da monoamina oxidase (IMAOs).

Reações adversas

Como os ISRS são mais seletivos do que os antidepressivos tricíclicos, em doses clinicamente
efetivas, apresentam um número bem menor de efeitos adversos. Todavia, os ISRS não são
totalmente desprovidos de efeitos adversos. Todos os ISRS podem provocar certo grau de
disfunção sexual.

Outros efeitos adversos mais comuns incluem anorexia, ansiedade, cefaléia, diarréia,
diminuição do apetite, fadiga, inquietude, dor abdominal, insônia, náuseas, nervosismo,
sedação, sonolência, tonturas.

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Um efeito adverso mais grave observado com o uso dos ISRS é a síndrome da serotonina,
caracterizada por elevação rara, porém perigosa, da 5HT, que pode ocorrer com a
administração simultânea de um ISRS e de um inibidor da monoamina oxidase (IMAO). As
manifestações clínicas da síndrome da serotonina consistem em hipertermia, rigidez muscular,
mioclonus e flutuações rápidas do estado mental e dos sinais vitais.

Posologia

Doses acima de 20 mg podem ser divididas em 2 tomadas (pela manhã e ao meio dia).
Bulimia Nervosa: 60 mg, em dose única pela manhã (se conveniente, esta pode ser atingida
paulatinamente após diversos dias) Limite de dose para o adulto: 80 mg por dia.

2.6.4. Inibidores de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRN)


2.6.4.1. Reboxetina

Constitui o verdadeiro medicamento selectivo na recaptação de noradrenalina que não possui


propriedades de ligação indesejáveis dos ADTs (MORENO, 1999).

Indicada na:

 Depressão, Fadiga, Apatia, Retardo Psicomotor, Deficit de Atenção e de Concentração


 Lentificação Cognitiva (Défice na Memóia Operante e na Velocidade de
Processamento de Informação).

A reboxetina, vendido sob as marcas Edronax e Norebox, entre outras, é um fármaco


antidepressivo do tipo inibidor de recaptação de noradrenalina potente e altamente seletivo
(MORENO, 1999).

Farmacocinética

A reboxetina é absorvida pelo trato gastrintestinal, apresenta alta ligação à glicoproteína alfa-1
plasmática. Atinge pico plasmático em 1,5 a 2,5 horas. Sofre metabolização hepática por
hidroxilação e oxidação principalmente. Não interage com isoenzimas do sistema citocromo
P450. Sua meia-vida é de cerca de 12 a 13 horas e a eliminação se dá pela urina (76% na
forma inalterada e metabólitos) e fezes (7% a 16%) (MORENO, 1999).

Farmacodinâmica

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A inibição da recaptação resulta no aumento da disponibilidade da noradrenalina na fenda
sináptica aumentando a transmissão de sinais noradrenérgicos, resultando em aumento na
motivação, alerta e ânimo. O efeito clínico deste medicamento costuma aparecer após 14 dias
da administração inicial (MORENO, 1999).

Reações adversas

Os efeitos mais comuns foram: boca seca, constipação, insônia, aumento do suor, taquicardia,
tontura, retenção urinária e impotência em pacientes tratados com doses superiores a 8
mg/dia.

Posologia

Em doses de 8mg dia, dividida em duas doses, podendo aumentar para 10mg depois de 3
semanas. Seu efeito terapêutico só é visível a partir do 14 o dia. Não deve ser consumido com
comidas gordurosas.

2.6.4.2. Venlafaxina

Venlafaxina é uma droga antidepressiva da classe dos antidepressivos inibidores seletivos da


recaptação da serotonina e da noradrenalina, heterocíclicos de terceira geração, com efeitos
sobre as aminas serotonina e noradrenalina. Não está relacionada quimicamente com
nenhuma outra classe de antidepressivos (MORENO, 1999).

Farmacocinética

O cloridrato de venlafaxina é um sólido cristalino branco. A absorção de venlafaxina por via


oral é de 92% com ou sem alimentos. É metabolizada no fígado a O-desmetil-
venlafaxina(ODV), seu único metabolito relevante. A principal via de eliminação da
venlafaxina e os seus metabolitos é a excreção renal, sendo que aproximadamente 87% é
excretada como venlafaxina inalterada. A cinética do fármaco e do seu Metabólito é linear
com doses diárias de 75 a 450 mg. A dose inicial recomendada é de 75 mg/día administrado
uma única vez ao dia, preferencialmente na parte da manhã (MORENO, 1999).

Farmacodinâmica

A venlafaxina e a O-desmetilvenlafaxina (ODV), seu metabólito ativo, são inibidores potentes


da receptação neuronal de serotonina e norepinefrina e inibidores fracos da recaptação da
dopamina (MORENO, 1999).

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Indicação

Tratamento da depressão, incluindo depressão maior com ansiedade associada. Para


prevenção de recaída e recorrência da depressão. Tratamento de ansiedade ou Transtorno de
ansiedade generalizada (TAG), incluindo tratamento a longo prazo. Tratamento do transtorno
de ansiedade social (TAS), também conhecido como Fobia social. Tratamento do Transtorno
de pânico, com ou sem Agorafobia, conforme definido no DSM IV (MORENO, 1999).

Contraindicação

Seu uso é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida ao cloridrato de


venlafaxina. É também contraindicado o uso concomitante com medicamentos Inibidores da
monoamina oxidase (IMAOs).

Reações adversas

Insônia, dor de cabeça, tontura, sedação, náusea, boca seca, constipação, hiperidrose (suor
excessivo).

Posologia

A dose inicial recomendada é de 75mg/dia, administrada 1vez por dia. Os pacientes que não
apresentarem melhora com a dose inicial, pode ter a dosagem aumentada até 225mg/dia, no
máximo.

2.6.5. Inibidores de recaptura de serotonina e antagonista alfa 2 (IRSAs)


2.6.5.1. Trazodona

A trazodona é um derivado da triazolopiridina sintetizada pela primeira vez em 1966 na Itália.


Foi considerado um dos primeiros antidepressivos atípicos e é usado atualmente para tratar
tanto depressão quanto dispepsia funcional. Além disso, é frequentemente utilizada no
tratamento de insônia pelos seus efeitos hipnóticos. (MORENO, 1999).

Farmacocinética

Segundo Moreno (1999), a trazodona é bem absorvida após a administração oral e aumenta
quando administrada com alimentos, com biodisponibilidade de 100%. Sofre extensa

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biotransformação hepática pela via CYP3A4 ao metabólito ativo é a m-clorofenilpiperazina
(mCPP).

A excreção é principalmente renal (75%) e biliar (20%), com meia-vida de eliminação


bifásica, consistindo de uma fase inicial (meia-vida de 3 a 6 horas), seguida de uma fase mais
lenta (meia-vida de 5 a 9 horas), que pode ser prolongada em pacientes obesos. Não pode ser
usado com inibidores da monoamina oxidase (IMAO).

Farmacodinâmica

O mecanismo de ação antidepressiva da trazodona no homem ainda não está completamente


elucidado. A trazodona é uma triazolopiridina que, em estudos em animais, inibe a recaptação
da serotonina, causa subsensibilidade dos adrenoreceptores, atua como um antagonista do
receptor 5HT2A e induz alterações significativas nos adrenoreceptores pré-sinápticos do
receptor 5-HT.

A trazodona também age bloqueando significativamente a histamina H1 (o que pode explicar


seu efeito sedativo) e os receptores alfa1-adrenérgicos fracamente a recaptação pré-sináptica
da serotonina.

Os efeitos colaterais cardiovasculares são explicados por sua ação bloqueando os receptores
alfa-adrenérgicos pós-sinápticos. A droga não afeta os receptores colinérgicos e os efeitos na
recaptação de norepinefrina e dopamina são mínimos (MORENO, 1999).

Indicações

A indicação clássica da trazodona continua sendo os quadros depressivos, principalmente


quando a ansiedade e a insônia estão presentes. Outras indicações rotuladas incluem dor
associada à neuropatia diabética e de outros tipos de dores crônicas, com dispepsia funcional.

É sugerido uma dose inicial de 50 a 150 mg/dia em dose única ou fracionada de 12 em 12


horas. Podem ser feitos incrementos de 50 mg/dia a cada 3 a 4 dias conforme tolerabilidade e
resposta terapêutica esperada até uma dose máxima de 400mg/dia. Casos depressivos mais
graves podem necessitar de doses maiores, mas esse manejo é feito principalmente intra
hospitalar.

Contraindicações

É contraindicada em casos de reação de hipersensibilidade à trazodona. Não deve ser usada


associada ou dentro de 14 dias após a descontinuação dos inibidores da enzima MAO. Não é
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indicado iniciar trazodona em um paciente recebendo linezolida ou azul de metileno
intravenoso ou para pacientes em fase de recuperação de um infarto do miocárdio.

Reações adversas

A trazodona pode causar vários efeitos colaterais, sendo mais comum a sedação, tontura, boca
seca e náusea. Além disso, hipotensão ortostática e cefaléia também são comuns. Dentre as
causas mais preocupantes, as arritmias cardíacas, com prolongamento do intervalo QT, são as
mais temidas, podendo evoluir com arritmias atriais e ventriculares. Outros efeitos incluem
síndrome serotoninérgica, aumento do risco de sangramento e glaucoma de ângulo fechado.

O priapismo peniano secundário à trazodona, caracterizado por uma ereção peniana


prolongada e dolorosa, é uma emergência que deve ser avaliada imediatamente por um
urologista. Estima-se que ocorra de 1 em 1.000 em doses variando de 50 a 400 mg por dia.

Posologia

A posologia recomendada é de 75 - 150 mg ao dia, conforme orientação médica, por via oral,
em uma dose única à noite, antes de dormir. A dose pode ser aumentada para 300 mg ao dia,
ou seja, 1 comprimido de 12 em 12 horas. Em pacientes hospitalizados, a dose pode ser
aumentada até 600 mg ao dia, em doses divididas.

2.6.6. Antidepressivo noradrenérgico e específico serotoninérgico (ANES)


2.6.6.1. Mirtazapina

A mirtazapina é um princípio ativo conhecido por nomes comerciais como Razapina, Menelat
ou Remeron. Em resumo, é um remédio antidepressivo que atua na noradrenalina e na
serotonina (MORENO, 1999).

Farmacocinética

A mirtazapina é bem absorvida pelo trato gastrintestinal, porém devido ao metabolismo de


primeira passagem sua biodisponibilidade é de 50%. Apresenta alta ligação a proteínas
plasmáticas (85%). Os picos plasmáticos são atingidos em cerca de duas horas e o estado de
equilíbrio em cinco dias, apresentando relação linear com a dose ingerida. A mirtazapina sofre
metabolização hepática, principalmente desmetilação e hidroxilação seguida de conjugação ao
ácido glucurônico. Seus metabólitos são ativos, encontrados em níveis baixos. A meia-vida de

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eliminação é de 20 a 40 horas (mais longa em mulheres de todas as idades). Os metabólitos
são eliminados na urina (75%) e nas fezes (15%) (MORENO, 1999).

Farmacodinâmica

A mirtazapina é extensivamente metabolizada e eliminada pela urina e pelas fezes, em poucos


dias. As vias principais de metabolização são a desmetilação e a oxidação, seguidas de
conjugação. O metabólito demetil é farmacologicamente ativo e parece ter o mesmo perfil
farmacocinético que o composto de origem (MORENO, 1999).

Indicação

Mirtazapina é indicado no tratamento de episódios de depressão maior.

Contraindicação

 Com hipersensibilidade à substância ativa ou a quaisquer dos excipientes.

 Em uso concomitante da Mirtazapina com inibidores da monoaminoxidase.

Reações adversas

Sonolência, sedação, boca seca, aumento de peso, aumento de apetite, tontura e fadiga.

Posologia

A dose diária eficaz geralmente varia entre 15 e 45 mg; a dose inicial é de 15 ou 30 mg. A
Mirtazapina começa a exercer seu efeito, em geral, após 1 a 2 semanas de tratamento. O
tratamento com uma dose adequada deve resultar em uma resposta positiva dentro de 2 a 4
semanas (MORENO, 1999).

Com uma resposta insuficiente, a dose pode ser aumentada até a dose máxima. Se não houver
resposta dentro das 2 a 4 semanas seguintes, então, o tratamento deve ser interrompido.

2.6.7. Inibidor seletivo de recaptura de dopamina (IRND)


2.6.7.1. Bupropion

O bupropiom ou bupropiona é um fármaco utilizado principalmente para o tratamento da


depressão e do tabagismo. Outros usos incluem o tratamento do transtorno do défice de
atenção e hiperatividade, a perda de peso, etc.

Farmacocinética

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O bupropion é rapidamente absorvido pelo trato intestinal, porém o metabolismo pré-
sistêmico elevado diminui sua biodisponibilidade. O bupropion e o hidroxibupropion
apresentam alta ligação proteica (84% e 77%, respectivamente). O bupropion cruza
rapidamente a barreira hematoencefálica e a placenta, sendo distribuído no leite materno. Os
picos plasmáticos do bupropion e do hidroxibupropion são de 1,5 e 3 horas, respectivamente,
pasando para 3 e 6 horas usando a formulação de liberação prolongada. A eliminação renal é
de 1% na forma inalterada, acima de 60% como metabólitos em 24 horas e acima de 80% em
96 horas; a eliminação fecal é de 10%, principalmente na forma de metabólitos (MORENO,
1999).

Farmacodinâmica

O bupropiom é considerado um antidepressivo atípico, já que o seu mecanismo de ação pode


ser considerado único entre os diversos fármacos utilizados para o tratamento da depressão. A
sua ação envolve também os seus metabólitos, principalmente o hidroxibupropiom, que
partilha vários dos seus mecanismos (MORENO, 1999).

É um inibidor da recaptação da noradrenalina e dopamina, mas a sua ação nesses campos é


extremamente fraca e ligeira, respectivamente.

Contraindicações

O bupropiom não deve ser utilizado em pessoas com epilepsia ou historial de convulsões,
anorexia e bulimia ou problemas hepáticos. Não deve ser utilizado em conjunto com IMAOs,
e, caso esteja a ser feito o uso deles, deve ser feita uma paragem de pelo menos 14 dias antes
de utilizar bupropiom (MORENO, 1999).

Indicações

A principal indicação do bupropiom é o tratamento de estados depressivos.

Reações adversas

O aumento da ansiedade, tremor, distúrbios de concentração, transtornos no paladar,


transtornos na visão, aumento da pressão sanguínea (em alguns casos, grave), calor e rubor na
face, vertigem, astenia, dor no peito e sudorese (MORENO, 1999).

Posologia

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300 mg por dia (no máximo 150 mg por dose). iniciar com 150 mg, em dose única diária, pela
manhã, durante três dias. A seguir 150 mg, duas vezes por dia (checar tolerabili- dade),
respeitando um intervalo de pelo menos 8 horas entre as duas doses.

Capítulo III
3. Conclusão

De forma conclusiva, os medicamentos antidepressivos são um grupo terapêutico


excepcionalmente importante no tratamento das depressões e na sua prevenção.
Dada a importância individual, familiar e social das doenças depressivas, com o sofrimento
que as caracteriza, a incapacidade que produzem, a incompreensão e rejeição a que muitas
vezes conduzem os pacientes e o risco de suicídio, o seu tratamento guinda os medicamentos
antidepressivos a um nível de importância a par de outros fármacos indispensáveis para a
medicina e a psiquiatria.

Os antidepressivos são medicamentos que não produzem dependência, sendo a sua acção
terapêutica resultante de um reequilíbrio da perturbação depressiva.
Diferem, pois, das substâncias psico-estimulantes que produzem dependência e cujo interesse
terapêutico é muito menor condicionado.

Concluindo, os antidepressivos actuam no cérebro, modificando e corrigindo a transmissão


neuro-química em áreas do Sistema Nervoso que regulam o estado do humor (o nível da

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vitalidade, energia, interesse, emoções e a variação entre alegria e tristeza), quando o humor
está afectado negativamente num grau significativo.

Em geral, a acção terapêutica dos antidepressivos é relativamente lenta, depois de iniciada a


toma do medicamento.

4. Referências bibliográficas

CIRAULO, D, H. (1992). A escolha do antidepressivo nos transtornos de humor: papel da


nortriptilina. J Bras Psiquiatria.

MELO, M. (1998). Inibidores da monaminooxidase (IMAOs). Boletim de Transtornos


Afetivos e Alimentares.

MORENO, R. A. (1999). Psicofarmacologia de antidepressivos. 1ª edição. Rev Bras


Psiquiatria

STAHL, S. M. (1993). Depressões resistentes a Tratamento: proposta de abordagem. J Bras


Psiquiatria.

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